We Must Be Killers escrita por Livis


Capítulo 3
Escola.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem. E mandem reviews se lerem o capítulo, pois eu gosto de opiniões e de saber o que as pessoas estão achando das minhas histórias/fanfics. Faz bem ao meu pobre coração. ♥
E sobre a demora: desculpem, mas a minha escola quer me matar, mas juro que agora começarei a postar mais. o/



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Era o primeiro dia de aula e eu não sabia o que me esperava. Eu já havia estudado nessa escola, mas era quando eu era muito nova, até os meus sete ou oito anos.

O corredor era estreito, fechado e lotado de adolescentes andando para lá e para cá, alguns me empurrando nem que seja sem querer contra a parede, me fechando. Por eu ser consideravelmente pequena, com menos de um e sessenta de altura, minha locomoção ficava muito deficiente, mas ainda sim conseguia chegar até meu armário, abri-lo e colocar meus livros lá.

— Oi. – disse alguém, fazendo-me virar para trás encontrando Madge com um sorrisinho discreto no rosto. – Eu queria meio que me desculpar... O que você viu deve ter sido verdade.

Deve ter sido? Não, não deve ter sido, porque foi.

Franzi um pouco a testa e como não a respondi, ela continuou a falar:

Uma menina e um menino que estavam se pegando lá no meio da floresta foram atacados por um lobo gigante e coisa e tal. Eles não viram direito, mas a menina diz que com certeza era um lobo, e dos grandes. – Madge deu de ombros, depois fez uma espécie de careta. – O menino teve quase o braço arrancado e a barriga perfurada com garras gigantescas. A menina apenas recebeu uma pancada forte na cabeça, uma mordida profunda na coxa. Eles só não morreram ou aconteceu algo pior com eles porque alguns outros meninos ouviram os gritos e foram lá ajudarem, depois foram correndo no hospital mais próximo. Isso foi praticamente segundos depois que você foi embora.

Enquanto ouvia a história de Madge, não pude não franzir o cenho, sentindo um misto de sentimentos por dentro. Raiva, confusão, indignação e talvez, bem lá nas profundezas, um pouco de medo. Seria o mesmo lobo? Ou os mesmos lobos? Pois haviam dois.

Eu iria abrir a boca para falar algo, mas então o bilhete de ontem apareceu em minha cabeça como uma placa piscando:

Cuidado para não te chamarem de louca.

Ou então para decidirem te matar.

Apenas balancei a cabeça, dizendo a primeira coisa que veio a mente:

Nossa. – disse, revirando os olhos mentalmente por ter dito uma coisa tão vaga e retardada. – E eles ficaram bem?

Madge deu de ombros.

Os machucados estão feios e o menino tem o risco de terem que amputar o braço, mas tirando isso, vão sobreviver.

Assenti, depois comecei a apenas balançar a cabeça enquanto ouvia Madge tagarelar, olhando para todos os cantos do corredor tentando me orientar. Não reconhecia ninguém naquele corredor, até meu olhar pousar em um menino que me encarava intensamente, sem hesitar nenhum minuto, nem quando comecei a encará-lo também.

Era um menino forte, os ombros largos, cabelos louros e os olhos azuis. Estava encostado em uma das paredes do corredor. Era muito bonito, mas não era isso que eu estava me importando no momento e sim, nos olhos. Aqueles olhos que estavam me encarando. Azuis, azuis.

Eu conhecia aqueles olhos.

Eu conhecia aquele garoto.

Só não me lembrava da onde.

O nome dele é Peeta. – disse Madge de repente, fazendo-me olhar finalmente para ela outra vez. Eu poderia estar enganada, mas pelo menos por um segundo, eu vi uma ponta de malícia no sorriso dela. – Está no mesmo ano que a gente.

Olhei novamente para onde Peeta estava, mas ele simplesmente havia sumido, se misturando as outras pessoas que passavam apressadas ou conversavam no corredor. Franzi as sobrancelhas, estranhando.

O sinal tocou depois disso.

Minha aula agora é Biologia. – disse Madge. – E a sua?

Olhei no papelzinho em minha aonde havia todos os horários e aulas da semana.

História. – respondi.

Madge encolheu os ombros e ajustou a mochila escarlate nas costas.

Te encontro depois, então. – despediu-se. – Provavelmente na terceira aula. Até.

Até.

O corredor foi aos poucos ficando menos com aquela sensação claustrofóbica. Então comecei a andar, me orientando na folha onde ficaria a minha classe, pois nas portas só havia números e não “sala de história” e coisas do tipo. E a minha sala era a número seis. Eu não a encontrava de jeito nenhum.

Quer ajuda? – um menino perguntou.

Franzi as sobrancelhas e me virei para trás para ver quem era.

Era um menino com a pele morena, os olhos escuros e o cabelo também escuro. Se você tirar que ele é alto e menino, ele poderia ser perfeitamente igual a mim.

Pode ser. Onde fica a sala número seis?

Ele abriu um sorriso.

Eu te mostro. – disse, começando a andar na frente e eu comecei a segui-lo. – Meu nome é Gale. E o seu?

Apressei o passo para ficar lado a lado com ele.

Katniss. – respondi meio que pra dentro.

Gale arqueou as sobrancelhas e se inclinou pro meu lado.

O quê? – perguntou. – Catnip?

Katniss. – disse mais alto. – Meu nome é Katniss.

Ele soltou um riso.

Catnip combina com você.

Decidi mentalmente não perguntar pra ele porque eu combinava com uma erva de gato, além de os nomes serem pouco parecidos.

Pronto, chegamos. – ele disse, encolhendo os ombros e apontando com a cabeça a porta à frente. – Número 6. História.

Obrigada. – agradeci, dando um pequeno sorriso.

De nada. – deu de ombros. – Nós vemos depois, quem sabe, Everdeen.

Antes de poder perguntar como ele sabia meu sobrenome, ele começou a andar para longe no corredor, entrando em outra sala. Fiquei para um bom tempo lá antes de abrir a porta pensando em como ele sabia meu nome. Ou se eu tivesse falado meu sobrenome para ele e não me lembrasse, o que me parecia impossível.

Entrei na sala e vi várias pessoas já sentadas nas carteiras, que eram de duplas, com o professor já na sala encarando-me com um olhar que eu não sabia o que significava. Ignorei-o e procurei com os olhos algum lugar vago, encontrando uma carteira dupla com apenas um menino loiro sentado no lado esquerdo, olhando muito distraído para a janela.

Sentei-me ao seu lado sem falar nada e ele não olhou para mim um segundo sequer. Não parecia que estivesse me ignorando, mas sim que estava realmente distraído, como se ainda não tivesse percebido que estivesse aqui. Depois de um tempo, ele finalmente pareceu perceber que estava aqui e olhou para meu lado.

Peeta.

E aqueles mesmos olhos.

A única coisa que pude pensar naquele momento foi: não, lamentei-me mentalmente virando o rosto pra frente, ele não. Não tinha um motivo para pensar naquilo, mas simplesmente veio, não por medo, raiva ou qualquer outra coisa. Mas sim por desconfiança nele.

Seja bem vinda novamente à cidade. – ele sussurrou em meu ouvido com a voz rouca.

Um arrepio passou de repente pela minha orelha indo até meu pescoço depois disso.

Pude sentir ele sorrindo ao meu lado.



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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.