We Must Be Killers escrita por Livis


Capítulo 2
Mensagem.


Notas iniciais do capítulo

Oi oi gente, muito obrigada pelos reviews e espero que gostem dessa capítulo :]



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/287913/chapter/2

Katniss, quantas latas de cerveja você bebeu até agora? – perguntou Madge me olhando estranho. – Aqui tem lobos, mas não lobisomens...

Eu não disse que vi lobisomens. – interrompi.

Que seja. Mas pelo que você me disse ou eu deduzo que você viu o lobisomem ou o mais provável: que a bebida mexeu com a sua cabeça. – ela revirou os olhos e depois deu um sorriso descontraído. – Esqueça isso. Deve ser estresse. Que tal curtir a festa, hein?

Agora quem estava revirando os olhos era eu. Deixei-a ali e comecei a andar para casa a pé mesmo, sabendo mais ou menos o caminho, não me importando com os gritos de Madge atrás de mim falando para eu não ir embora. Tarde demais. Já estou de saco cheio de tudo isso.

Em mais ou menos vinte minutos havia chegado até a rua da minha casa, as mãos congeladas enfiadas na jaqueta de couro, as pernas nuas tremendo em meio ao vento frio que ia e vinha.

Faltava apenas mais alguns metros até pisar no meu quintal, até sentir uma mão fria agarrar meu ombro com força.

Não gritei, apenas virei o corpo rápido e dei um tapa na mão que segurava meu ombro, me encolhendo levemente pela sensação gélida que se instalou nele depois disso. Ergui os olhos para ver quem era. Um lobo? Aquela besta da floresta? Se fosse aquela coisa que eu vi ou um lobo, ele teria arregaçado meu braço ou até mesmo arrancado com aquelas garras.

E confirmando minhas esperanças, era apenas uma garota de cabelos negros compridos na minha frente, encarando-me com tanta intensidade que me fez franzir as sobrancelhas.

Eu não tenho dinheiro. – respondi friamente. – E também não tenho comida.

Os olhos dela eram verdes escuros, a pele clara e usava um vestido azul-marinho muito, muito sujo. Quase como se ele tivesse se jogado na lama e rolado, ou então, tivesse sido atacada por algo. Olhando-a melhor, vi que seu braço estava com um corte gigantesco, o sangue escorrendo lentamente.

De repente, uma sensação de culpa se instalou em meu peito por ter sido grossa.

Me desculpe. Se você quiser ajuda, minha casa é logo...

Eles voltaram. – ela disse ficando com os olhos cheios de lágrimas. – Não os mate, por favor. O Finnick é bom. Os outros são malvados.

O quê? – perguntei confusa. – Olha, me diga seu nome e irei te levar para minha casa. Minha mãe e até minha irmã mais nova saberão cuidar do seu machucado, elas entendem esses negócios de medicina. E depois você pode ligar para seus pais te bus...

Eles voltaram. disse, e depois começou a correr para a escuridão da noite.

Fiquei lá parada por alguns segundos, olhando-a correr para onde quer que seja que ela queira ir, podendo vê-la mancar violentamente.

Eu poderia gritar para ela voltar e insistir para deixá-la em casa e deixar minha mãe e Prim cuidar dela, mas alguma coisa dentro de mim dizia que não seria uma boa ideia. Então simplesmente deixei para lá, começando novamente a andar para casa, olhando para todos os cantos para ver se mais alguém estava me perseguindo como aquela garota.

Cheguei em casa vendo minha mãe estranhamente na sala, sem vê-la trancada no quarto se lamentando mentalmente na cama; realmente algo inédito por aqui. Prim, minha irmã mais nova, estava também na sala junto com minha mãe, todas juntas sentadas no sofá, tirando fotos antigas de uma caixa de papelão gigante. Elas sorriram ao me ver.

Katniss! – exclamou minha irmã animada dando o sorriso mais lindo do mundo pra mim. – Como foi a festa?

Voltou cedo... – disse minha mãe sem sorrir, sem nada, apenas vazia como a maior parte do tempo. – Houve alguma coisa?

O sorriso de Prim murchou quando fixou o olhar em meu pescoço indo até meu vestido. Minha mãe também estava olhando para meu pescoço e o vestido. Olhei-o de relance e pude ver manchas vermelhas aqui e ali, fazendo-me lembrar de quando a besta ficou em cima de mim, a boca pingando sangue em mim enquanto rosnava.

Joguei a jaqueta no mancebo ao lado, e comecei a subir apressadamente as escadas até o meu quarto, dando uma desculpa enquanto corria:

É ketchup. – disse apressadamente sabendo que foi a pior mentira que eu podia inventar naquele momento. – Eu estava comendo e sem querer espirrei em mim mesma. Mas estou muito cansada agora. Preciso tomar um banho, tchau.

— Katniss! – ouvi minha mãe gritar lá debaixo na escada, mas eu já estava no meu quarto trancando a porta. – Katniss!

Terminei de trancar a porta e me sentei na cama, suspirando alto, escondendo o rosto com as mãos enquanto tentava reorganizar meus pensamentos. Minha expectativa sobre essa cidade era zero, sem nenhuma probabilidade de ficar feliz nesse inferno. E agora eu vejo que além de ficar infeliz, corria o risco de enlouquecer também.

Fui até o banheiro que tinha no meu quarto, me despi, abri o chuveiro e comecei a esfregar até ficar vermelho meu pescoço para ter certeza que aquele sangue sujo não estava mais ali.

Depois de me limpar bem, tendo certeza que não teria mais nenhum vestígio de sangue no meu corpo, peguei um pijama qualquer e me deitei na cama. Minha cabeça e meus olhos estavam pesados demais para dormir, mas meu corpo implorava por um descanso, então o sono em breve começara a me dominar, pregando meus olhos rapidamente.

***

Eu não sabia quanto tempo dormi, só sei que não tive sonho nenhum e que meu quarto não estava tão gelado assim quando havia entrado aqui. Olhei para a janela do quarto, vendo um vulto negro pular dela enquanto as cortinas brancas e transparentes balançavam bruscamente para todos os cantos, mas ainda sim não conseguia ver o que era.

Me levantei da cama correndo e fui até a janela tentar ver o que era; apenas consegui ver o mesmo vulto correndo pelas ruas até desaparecer enquanto virava a escura esquina. Franzi as sobrancelhas, esfregando os braços pelo frio da rua e fechando a janela rapidamente para garantir que ninguém mais entraria.

Olhei para meu quarto, procurando qualquer coisa roubada ou algo do tipo, mas apenas encontrei um bilhete em cima do meu criado-mudo ao lado da minha cama. Fui até ele e li o bilhete mentalmente:

É melhor não contar o que viu na floresta para ninguém e nem tentar falar com a polícia sobre isso. Afinal, a polícia daqui não prende criaturas mitológicas, se você não sabe.

Cuidado para não te chamarem de louca.

Ou então para decidirem te matar. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

ficou bom??
reviews por favor ^^