Crônicas de Son Gohan escrita por Vanessa Sakata


Capítulo 25
Reencontros - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

[Continuação do capítulo anterior] Bulma também recebe uma visita bastante inesperada... Qual será a reação dela?



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Reencontros – Parte 2

 

 

 

Bulma estava na cozinha lavando algumas panelas, quando escutou um barulho de algo se quebrando, algo como um vaso. Com uma frigideira na mão, se esgueirou até o corredor. Foi quando viu um vulto alto se dirigindo até ela.

 

“Ai, não! Será que são ladrões?”

 

De repente, sentiu um calafrio.

 

“E se forem os androides?! O Trunks não está aqui, e nem o Gohan pode lutar! O que eu faço?!”

 

Quando o vulto chegou bem perto dela, não teve dúvidas: desceu uma frigideirada com toda a força na cabeça de fosse lá quem fosse.

 

- AIAIAIAIAIAIAI!!! ESSA DOEU!!! – foi o grito do sujeito.

 

Bulma imediatamente recuou alguns passos, até se encostar à mesa. Estava estupefata, reconhecia aquela voz, mesmo depois de tantos anos. Olhou boquiaberta para a frigideira com o fundo totalmente amassado – e olha que a frigideira era bem forte – e, em seguida, olhou para a sua “vítima”.

 

- Go-Go-Go-Goku??? – ela balbuciou, ainda em choque. – É você mesmo...?

 

O pobre Goku, sentado no chão e com as mãos na cabeça, estava se refazendo da frigideirada inesperada.

 

- Ai... Não sabia que você dava uma pancada tão forte assim, Bulma... Você andou aprendendo com a Chi Chi...?

 

- Por favor, Goku, me desculpa... É que você me assustou e... Espera aí!! Você não estava morto...?!

 

- Ainda estou... – ele disse, apontando para a auréola sobre a cabeça. – Desculpa te assustar, é que eu me teletransportei pra cá e, quando cheguei, esbarrei num vaso...

 

- Eu não te machuquei...?

 

- Só doeu a pancada... Não machucou, não...

 

- Que alívio... – disse, dando um suspiro. – É que eu achava que você poderia ser um ladrão, ou até mesmo... – arrepiou-se. – Ou até mesmo um dos androides...

 

- Já ouvi falar deles...

 

- Já?

 

- É. Eu vi o pessoal chegando lá ao outro mundo, e eles me contaram um pouco do que aconteceu. Só que eu acho que tô meio parado no tempo em relação a isso. Poderia me contar o que aconteceu durante todo esse tempo?

 

- Bom... – Bulma disse com ar pensativo. – Vou contar da forma mais resumida possível, Goku... Vamos ver... Esses androides apareceram seis meses depois que você morreu. Nisso, os rapazes foram até onde eles estavam e lutaram. Nessa luta, quase todos morreram, só Gohan e Vegeta escaparam. O resultado dessa luta foi que a cidade em que eles estavam foi varrida do mapa. Mais ou menos um mês depois, eles apareceram aqui na Capital do Oeste, no colégio onde Gohan estava estudando. Mas... – interrompeu-se e suspirou.

 

- Mas...?

 

- O Vegeta entrou nessa luta e não conseguiu derrotar os androides. Acabou morrendo assassinado. Só o Gohan sobreviveu...

 

- Você sente falta do Vegeta?

 

- Sinceramente, sim... Essa é uma das coisas que o tempo não cura, Goku... Toda vez que olho para o Trunks eu me lembro dele.

 

- Acho que a Chi Chi também deve se sentir assim por minha causa... Mas, continuando... Depois dessa luta, o que aconteceu?

 

- Gohan passou a treinar o Trunks, assim que ele completou onze anos. E ele começou a enfrentar os androides há pouco tempo. Até agora, enfrentou eles por três vezes... E perdeu todas.

 

- Todas?

 

- Sim, Goku... Parece que a transformação em Super Saiyajin não é o bastante pra vencê-los. Gohan bem que se esforça, mas parece que o poder desses androides é infinito! Fico com muito medo do que pode acontecer mais pra frente, e quantos mais esses androides podem matar por aí... Além disso, tenho medo do que pode acontecer ao Gohan, à Chi Chi, ao Trunks e até a mim...

 

Depois de ouvir tudo isso, Goku abaixou a cabeça e cerrou os punhos com força.

 

- Se eu não tivesse morrido antes... – disse. – A gente poderia ter uma chance... Eu teria pelo menos uma chance de ajudar...

 

- Goku...

 

- Isso não é justo! Não é justo, Bulma... Não é justo ver pessoas sofrendo por causa desses androides monstruosos, que matam a torto e a direito...! Não...! Isso não é justo... Eu queria poder fazer alguma coisa... Qualquer coisa...!

 

- Eu sei que sim, Goku... – Bulma disse com um leve sorriso no rosto. – Eu te conheço desde criança, e sei que você jamais ficaria parado diante de uma injustiça...

 

- Tem razão, você me conhece muito bem... É uma pena que eu não seja mais deste mundo...

 

Ele se concentrou e localizou o ki de Gohan. Estava perto. Perguntou a Bulma:

 

- O Gohan... Está aí...?

 

- Sim, está no quarto, ainda se recupera da última luta... Você quer ver ele, não é?

 

- Sim, por quê?

 

- Bom... É que ele está se recuperando, mas ainda está muito decepcionado com a última luta.

 

- O que aconteceu?

 

- Ele protegeu o Trunks de uma grande explosão e... Ficou gravemente ferido...

 

- Ah... Ele deve se sentir péssimo, não é...?

 

- Com certeza, Goku... Ele está bem abatido... Fico até com pena dele...

 

 

 

*

 

 

 

Uma semana. Já fazia uma semana que estava ali naquele quarto. Já fazia uma semana que havia sofrido a sua pior derrota.

 

A sua memória teimava em reviver aqueles momentos horríveis.

 

O parque de diversões.

 

Os androides.

 

O combate.

 

A explosão.

 

A terrível dor no ombro esquerdo.

 

A luta para livrar Trunks do pior, entregando a ele uma semente dos deuses.

 

Por fim, o desmaio.

 

Quando voltou à consciência, estava ali, em um dos quartos da casa de Bulma. Acordava depois de mais um pesadelo envolvendo os androides.

 

Sentia a dor cruel localizada na altura do ombro esquerdo, mas a sensação era ainda pior quando se lembrava de que seu braço não estava mais ali. Em vez do braço, só existiam faixas. Nada mais.

 

Seria difícil se recuperar de uma perda como essa. Principalmente, depois de uma derrota humilhante que ficaria marcada para sempre.

 

Não só pelo braço esquerdo decepado, mas também pela enorme cicatriz no rosto.

 

A essa altura, já pensava em desistir. Desistir de tudo e fugir e se esconder feito um covarde. Desistir e decretar a morte de suas esperanças. Desistir, jogando para o alto todos os seus sonhos e suas expectativas.

 

Mas algo o impedia de levar esse pensamento adiante. O seu sangue saiyajin falava mais alto. E mais: Tinha que ser um homem de palavra, tinha que, pelo menos, preparar Trunks para proteger Bulma, como havia prometido a Vegeta.

 

Além disso, o garoto o admirava e o respeitava. Tinha Gohan como seu verdadeiro mestre, mais do que isso... Por vezes, ele via Gohan como se fosse seu irmão mais velho.

 

Era uma obrigação, para ele, corresponder essa confiança ao seu pupilo.

 

Mas seus pensamentos foram interrompidos ao sentir um ki muito, mas muito familiar... E que jamais imaginaria que voltaria a sentir, depois de tantos anos.

 

Mas... Seria verdade? Estaria realmente sentindo aquele ki...?

 

- Gohan – ouviu a voz de Bulma. – Posso entrar?

 

- Ah... Pode...

 

A porta do quarto se abriu, e Gohan olhou para ela. Bulma entrou, mas não estava sozinha. Junto com ela, estava a fonte daquele ki inconfundível.

 

Aquele ki que jamais esqueceria... E que nunca imaginava voltar a senti-lo...

 

Ainda surpreso Gohan balbuciou:

 

- Pa... Papai...?!


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Notas finais do capítulo

A história continua, e o próximo capítulo promete fortes emoções no reencontro de Gohan e Goku... Aguardem...