Irmãos, Apenas Irmãos... escrita por Duda


Capítulo 65
Capítulo 65 - Contra fatos não há argumentos...


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!! 450 reviews!!
Outra capitulo aqui cheio de novidades e bem grande!
Boa leitura
Por revisar, desculpem alguma falha!



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Passaram uns dias desde que eu tinha voltado. Apesar de estarmos limitados a fazer certas coisas eu e Bernardo sempre mostramos nosso lado rebelde e arranjamos jeito de passarmos mais tempo juntos, debaixo do mesmo teto. As escapadelas que ele faz durante várias noites até meu quarto eu já perdi a conta e quantas vezes que eu já fugi para seu quarto, também é bem difícil de alcançar o numero. 

Por muito que regras e mais regras, e ordens e obrigações sejam impostas por meu pai, por Carolina e por outra pessoa qualquer a gente não cumpria, nem fazia questão de um dia vir a cumprir.

Muita gente na escola nos olhava de lado ou como se nós estivéssemos devendo algo para elas. E as admiradoras de Bernardo, todas aquelas que ele um dia as trouxe a casa, me começaram a ver como uma inimiga, e se não fosse o jeito que elas se comportam perante mim eu até dizia que era uma inimiga mortal.

Às vezes esses olhares, esses comentários, os falatórios, as bocas e tudo o resto me deitavam abaixo mas Bernardo sempre estava lá para deixar eu deitar em seu colo e ele me animar ou sempre estava lá para fazer carinho em meu rosto ou até apenas para dizer um “ Você está bem?”.

Do Duarte desde que levou a sova de Miguel e Bernardo nunca mais se ouviu falar. Acho que acabou por desaparecer de novo do mapa, procurando nesse mundo um novo lugar para destabilizar e criar confusões.

Nesse momento eu estava entrando em casa. Tinha acabado de ir correr na praia. Precisava de relaxar.

Quando cheguei no quarto abri a porta, em cima de minha cama se erguia um urso de pelúcia gigante agarrado com um coração bem vermelhinho que dizia a letras bem grandes : Eu te amo …

Não podia estar acreditando naquilo que estava vendo. Esse garoto era do outro mundo. Ele não existia mesmo. Pousei o celular onde calhou e foi até onde aquela coisa fofa mega grande estava. Me sentei á sua frente e foi sorrindo que nem uma boba, remexendo no rosto peludo e na sua grande barriga.

_ Esse Bernardo, me saiu melhor que por encomenda! – falei para mim mesma.

Meu celular vibrou, dando sinal de uma nova mensagem. Não lembrava onde o tinha deixado e por isso andei feita louca á sua procura.

Era Bernardo o autor da mensagem:

Gostou? Achei que fosse adorar!” Bernardo já sabia qual ia ser minha resposta á primeira pergunta por isso é que perguntou se eu tinha gostado, eu respondi que sim mentalmente e ele para gozar e se fazendo de engraçado pôs a parte de achei que fosse adorar!

Estava prestes a responder quando o celular voltou a dar sinal e dessa vez não era uma mensagem mais sim uma chamada, curiosamente vinda de Marta.

_ Fale. – disse mal levei o celular no ouvido.

_Preciso que venha ter comigo em minha casa dentro de segundos! Não faça perguntas se limite apenas a apanhar um táxi, a pedir a Bernardo uma carona, se arranje mais quero você aqui em casa em cinco minutos. – Marta falou rápido demais que nem deu tempo para eu raciocinar direito.

_ Mas… - quando me pronunciei já se ouvia o som de ligação cortada do outro lado.

O que será que ela quer com tanta urgência? Parecia nervosa e não tinha ar de quem estava brincando. Bernardo estava em casa e a ideia da carona era até bem legal se meu pai também não estivesse em casa, nem Carolina, nem Kate …

Chamei um táxi e enquanto ele não aparecia me vesti com uma roupa mais apropriada para sair de casa. Até nem demorou muito a chegar. Entrei e dei as ordens quando cheguei em casa de Marta, mal coloquei o dedo na campainha e pressionei o pequeno botão, a porta se abriu velozmente.

Marta fez sinal pra eu entrar. Subimos até seu quarto e ele fechou a porta, se certificando mil vezes que ninguém nos ouvia. Ela estava estranha, muito estranha. Estranha até demais. Não estava entendendo o porquê de tanta cuidado, de tanta precaução e de tanto segredo, se ela estava escondendo algo realmente.

Quando se desviou da porta eu me encostei a um canto pousando minha bolsa ao meu lado. Ela começou a andar de um lado para o outro. Puxou várias vezes o cabelo para trás da orelha, levou a unha á boca um numero infindável de vezes. Remexia com  os dedos, ora os encaixava uns nos outros ora os deixava procurar o encaixe. Enchei os pulmões de ar umas quantas vezes e deixou que ele saísse a maior parte das vezes que os encheu.

_ Marta. Você é capaz de parar de pairar na minha frente e falar o que está rolando? – ela ficou ainda mais nervosa em minha frente com uma expressão sem jeito nenhum, mais ao menos parou de andar. – Anda. Me fale, você está estranha demais! Isso me está deixando preocupada! Tem haver com seus pais? Com a escola? – ela negou as duas hipóteses. – Com Miguel? – ela assentiu, mas a medo. – Que foi, me fale!

_ Eu acho que eu tou grávida! – ela falou baixo, mais não o suficiente para não permitir que minha boca soltasse um grunhido seguido de uma frase mais recomposta.

_ AH? Como é que é? Você falou que… - a palavra custou a sair.

_ …que acho que estou grávida. – ela passou a mão no ventre.

Fiquei completamente sem chão. Como ela podia estar grávida? Quer dizer. Eu sabia como ela podia estar grávida, mas…

_ Você já fez o teste? – foi a única pergunta que de entre umas mil, me pareceu ser a mais certa para fazer.

_ Não! – Marta não tinha feito, mais tinha um em cima da cama que me indicou com os olhos.

_ Então ainda não tem certezas de nada?

_ O pior é que eu acho que já não preciso de certezas. Eu já tenho fatos.

_ Como assim “fatos”?

_ Não tenho menstruação á dois meses.

_ Mas isso pode não ser nada. Muitas vezes a mim também acontece de atrasar! – pronunciei tentando acalmar ela. Não era que estivesse nervosa mais estava com medo.

_ Não Leonor. Pode atrasar com você e com todas as mulheres a face da Terra, mais não atrasa dois meses. Você não sente enjoos nem vontade de vomitar o dia todo, não sente cólicas e uma dor de cabeça incontrolável.

_ Mas… - comecei falando mais ela não deixou eu falar. E lágrimas em seus olhos ameaçam rebentar.

_ Não sei o que aconteceu. A gente usou camisinha, a gente se preveniu. Eu não sei. – gotas salgadas molharam seu rosto. Sentei ela na cama comigo.

_ Calma. Você tem que fazer o teste em antes de tirar conclusões. E mesmo que dê positivo você tem que pensar que num você é a primeira garota a quem acontece isso e ainda pra mais é só uma criança. É só um bebé. Quantas e quantas mulheres querem ter um bebé e não podem, hein?

_ É tudo lindo o que você está falando mais tanto como eu você sabe que um bebé num trás só coisas boas. Ele trás deveres, responsabilidades, consciência e tudo mais…

_ Mas você tem Miguel, você me tem a mim, tem seus pais…

_ Miguel não sabe. – ela falou contendo um soluço.

_ Você ainda não falou pra ele?

_ Não consegui. Tentativas não faltaram mais na hora da verdade, falhou a coragem, falhou as palavras e predominou o medo. Eu não sei o que ele vai achar disso. Não sei se vai acabar, se vai me abandonar, se vai me ignorar, rejeitar…

_ Miguel não seria capaz de fazer isso. Eu tenho a certeza que ele vai apoiar tudo isso.

_ Pensei em fazer primeiro o teste e depois dependendo do resultado falar pra ele.

_ Está esperando o quê então?

_ Coragem.

_ Eu estou aqui. Vai lá no banheiro e … e faça o que tem a fazer se precisar de ajuda estou aqui! – beijei sua testa e deixei ela ir.

A coisa estava se complicado e contra fatos não há argumentos. Acho que agora o nervosismo de Marta passou também pra mim. Não conseguia sequer imaginar como ela podia se sentir. Como era saber que podia estar germinando dentro dela uma criança.

Levei as mãos na cintura e fiquei andando de um lado para o outro, bufando e  mordiscando as unhas. Ela demorou tempos e vidas dentro do banheiro. Não saía. Ainda pensei em bater na porta, mais não era a altura ideal. Eu tinha era que dar pra ela espaço.

Quando saiu vinha com a cara enxaguada, o cabelo todo desarrumado e com o festa na mão. Passei as mãos pela lateral das pernas:

_ E então?

_ Positivo!

Levei as mãos juntas na boca. Não sabia o que havia de fazer e acho que ela também não:

_ Nem sei se devo chorar ou se devo rir.

_ Você tem é que sorrir. E não se preocupe com Miguel. Eu falo pra Bernardo e a gente dá um jeito. A gente conta pra ele e…

_ Não. Quem tem que contar pra ele sou eu.

_ Mas se precisar de ajuda sabe que eu e Bernardo estamos aqui. E não ligue para as horas ou para a nossa ocupação. Se limite apenas a pegar no celular e a discar o numero que a gente está em via disponível 24 horas sobre 24 horas, na ação em ajuda aos amigos! – ela riu  fraco.

_ O pior vão ser meus pais. Como eu vou falar isso pra eles?

_ Do mesmo jeito que você gostava que o seu filho falasse pra você! – ela levou os braços até a barriga e a acarinhou, gesto bonito que fez brotar uma curvinha em meu rosto.

Estava na sala, com o controle na mão vendo o que passava. O som de meu celular tocando me distraiu. Apertei a tecla verde e sem tirar o olhar do televisor nem a mão do controle saudei quem estava do outro aldo da linha.

_ Alô!

_ Leonor?

_ Marta! Que voz é essa?

_ Falei pra ele.

_ E ???

_ Não sei. Ele não falou nada. Apenas se limitou a beijar minha testa e a sair. Disse que depois a gente falava. – ela estava chorando.

_ Marta tem que entender que isso foi um choque pra ele, de certeza que deve ter feito seu universo dar uma cambalhota. Dizer pra ele que vai ser pai é… - não sabia o que era, mais alguma coisa era. – Eu vou falar com ele pode ser que ele se abra comigo ou com Bernardo. E você, você vai ter calma porque tudo se resolve…


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Quero reviews com a vossa opinião.
Fico aguardando!
Beijo
Duda =D