Irmãos, Apenas Irmãos... escrita por Duda


Capítulo 66
Capítulo 66 - Minha forma de pensar mudou...


Notas iniciais do capítulo

Oi galera. Decidi postar outro capitulo hoje, porque... porque não sei. Me deu na cabeça postar outro.
É com tristeza que falo que a fic está na sua fase final. Amanhã provavelmente posto um dos últimos ou até o ultimo capitulo.
Gente falou pra eu fazer segunda temporada, mais não vou fazer, não tenho ideias para a fazer. porém tenho ideias de uma nova fic que em principio sai amanhã. Dessa vez a história vai rolar num colégio privado e... o resto descobrem amanhã. Gostava muito que também seguissem a nova.
Boa leitura.



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Depois de ouvir todas as lamentações de Marta e de a certificar que eu e Bernardo resolveríamos o assunto desliguei a chamada e fui ter ao quarto em frente ao meu. Bati na porta e espreitei.

_ Posso entrar?

_ Claro! – Bernardo estava encostado na cama, com o violão no colo e tocando qualquer balada. Quando me viu abriu o seu famoso sorriso que fazia ele ganhar duas covinhas no rosto e pousou o violão. – Veio me agradecer pelo ursinho?

_ De ursinho aquilo não tinha nada. Diga mesmo ursão! Mas eu não vim aqui falar sobre isso. Eu vim falar de uma coisa bem mais séria. – mudei minha expressão do rosto e ele se levantou, vindo parar na minha frente.

_ Que foi?

_ Que foi não! Que é? – falei retirando o passado o pondo o termo no presente.

_ O que está rolando?

_ Sei que no principio, depois de eu falar o que é, vai ser um choque, mais depois você vai respirar, pensar no mínimo 20 vezes no que ouviu e depois falar alguma coisa! Ok? – disse bem devagar e com todas as silabas para Bernardo entender.

_ Fale logo, você não é de rodeio!

_ Marta está grávida!

_ Como é que é?

_ Eu falei pra você pensar 20 vezes antes de se pronunciar, não falei!

_ O pai é…

_ Sim. E é exatamente por isso que eu vim aqui.

_ Desde quando você sabe disso?

_ Desde hoje de manhã. Marta falou pra eu ir na casa dela e acabou por me contar.

_ E Miguel?

_ Pois. Marta falou pra ele mais o que obteve como resposta foi apenas um “ Depois a gente se fala!”

_ Ele deve ter ficado em choque! Até eu ficava se… - ele me olhou de canto – se você me falasse que ia ser pai.

_ Você é que podia ir falar com ele. Sei lá podia o convencer a ir falar com Marta porque tanto como ele, ela está completamente… - não havia palavra pra definir como ela estava, por isso abanei com a cabeça e arqueei o cenho.

Alguém bateu na porta e a abriu de seguida. Era Kate.

_ Menino Bernardo, está lé em baixo o menino Miguel para falar com você posso mandar subir?

_ Claro, Kate. – ela voltou a sair e Bernardo me olhou.

_ Acho que nem vai ser preciso ir falar com ele, ela já veio falar comigo.

_ Fale com ele e depois me diga tudo, ouviu?! – deu a ele um selinho rápido e me dirigi á porta.

_ Mais, não vai ficar pra ouvir a gente?

_ Não. Isso é apenas uma conversa de garotos!

_ Mais você me dava uma ajuda com as palavras, afinal é menina né? – Miguel já estava na porta quando a abrir para sair, se preparando pra entrar.

_ Tenho certeza que você vai saber o que falar! – pisquei o olho para ele de depois saí, permitindo assim á entrada a Miguel.

Fui até meu quarto e me pus pensando no que estava acontecendo. Como de um momento para o outro tudo sofreu uma grande reviravolta! Não conseguia nem sequer imaginar como Marta se devia estar sentindo nesse momento. E Miguel! Como ele estaria, sabendo que ia ser pai? Tudo era muito estranho e muito difícil de se encaixar em minha cabeça.

_ Leonor? – Um berro vindo do andar de baixo me fez descer. Carolina estava chamando acho que tinha alguém me ligando. Preguntei silenciosamente para Carolina quem era e ela apenas encolhei os ombros me entregando o telefone.

_ Sim! – falei.

_ Leonor?

_ Sim sou eu. Quem fala?

_ É a Luísa, mãe da Marta. – meu coração se apertou naquele momento. Será que ela já sabia de alguma coisa?

_ Luisa?

_ Sim. Eu estou ligando porque bem, Marta está no hospital.

_ No hospital? – que raio ela estava fazendo no hospital? Meu coração acelerou ainda mais! Marta, gravidez, Miguel, hospital… Tantas palavras diferentes e que podiam estar tanto relacionadas umas com as outras. – Passou alguma coisa?

_ Bem sim. Não vou estar contando pra você por telefone venha cá no hospital, ela quer falar com você!

_ Claro. Eu estou aí agora mesmo!

Corri para o andar de cima e interrompi a conversa dos dois garotos que falavam de “mulheres” como eles gostam de dizer.

_ Bernardo, Miguel a Marta está no hospital. Vamo pra lá já.

_ Ela está onde? – Miguel falou alarmado e exaltando se levantando logo da cama e fazendo uma expressão como se não tivesse entendido bem, sabendo eu perfeitamente que ele entendeu, até bem demais.

_ No lugar que você ouviu mesmo. Agora vamo embora.

_ Mas como ela foi lá parar?

_ Não sei. Foi a mãe dela que ligou agora pra cá. Não sei o que está rolando, mais quero saber e se vocês os dois não se despacham eu nunca mais vou descobrir.

_ Será que pode ter haver com á gravidez? – Bernardo falou pegando o blusão.

_ Eu espero bem que não. – respondeu Miguel seguido de Bernardo.

Estava em meu quarto deitada na cama e olhando para o teto. Como aquilo foi possível? Como aquele garoto foi capaz?

Duarte era um filho da mãe mesmo. Marta foi parar no hospital graças a Duarte. Aquele que todo o mundo julgava que tinha desaparecido, afinal estava mais perto da gente do que na realidade nós pensávamos. Durante a tarde, Marta decidiu dar uma volta, para resfrear a cabeça e ele a seguiu. E fez a ela o mesmo que fez pra mim, só que pior muito pior. A deixou na rua completamente sem forças e num lugar que quase ninguém por lá passava. Um grupo de garotos a encontrou e ligou logo para a ambulância. Ela foi de urgência para o hospital. Infelizmente e graças aos socos que levou a criança que supostamente um dia, iria ver a luz do sol brilhar e se juntar a todas as outras que correm no parque, acabou por morrer. Ela foi obrigada a abortar.

Miguel ficou desfeito e ela ainda pior. Não era pra menos. Levar uma sova e perder um filho, não é coisa que se deseje a ninguém. Os pais dela ao contrário de muitos pais, não ficaram zangados apenas a compreenderam. Miguel esteve lá e lhe deu colo. Por essa hora ainda deve estar por lá. Ao pé dela. A adormecendo ou secando suas lágrimas.

Eu e Bernardo viemos mais cedo para casa. Não adiantava nada ficarmos lá no hospital, sentados numas cadeiras mega desconfortáveis, olhando para o nada e esperando de noticias que já tinham sido dadas.

Duarte, não se ficou a rir e felizmente a policia o apanhou, acabando com o sofrimento de muita gente. O levaram para interrogatórios e de certeza que não ia sair imune. Já era bem feito para esse garoto. O mal que tinha feito pra todo o mundo tinha que ser pago de alguma foram e se através da justiça, fosse a mais adequada que fosse realizada.

Não estava conseguindo dormir. Sentia um peso dentro de mim e de um certo jeito acho que o sofrimento de Marta estava sendo dividido um pouquinho comigo.

Peguei meu travesseiro e corri até ao quarto de Bernardo. Acho que ele também não devia estar conseguindo pregar olho.

Pousei meu travesseiro ao seu lado e me deitei. Ele estava de costas para mim e eu abracei sua cintura por trás. Ele se virou logo e beijou minha testa me apertando para ele depois. Passámos a partilhar o mesmo travesseiro e o espaço que antes nos separava agora tinha sido cortado por nossos corpos.

_  Você também não consegue dormir? –  Ele perguntou. Neguei com a cabeça.

_ Não consigo sequer fechar o olho.

_ Depois do que eu vi hoje no hospital acho que minha forma de pensar mudou um pouquinho.

_ Um pouquinho?

_ Sim. Acho que essa coisa toda me fez pensar em como deve ser quando se é pai. Como será que é a sensação de a uma hora qualquer do dia, sem saber ao certo quando, você tem que correr para o hospital para pegar uma coisa pequenina que germinou dentro de você e que vai ficar berrando um seu colo e você vai fazer de tudo para o calar. Vai fazer palhaçadas com os dedos em sua frente para ele comer, ou vai adormecer ele com uma canção de embalar. Vai ler para ele uma história e vai ser obrigado muitas vezes a ler mais um capitulo porque ele quer mais. Já pensou o que é levar uma criança no parque e a ver brincando na terra ou chutando uma bola, ou até correndo atrás de um cachorro. Já imaginou como é a magia de ensinar para um filho tudo, matar sua curiosidade em saber, em tocar, em ouvir, em cheirar, eu ver todos os cantos que existem a solta? Já pensou o que é ir acordar todo o dia uma menina ou um menino e dar a ele um beijo que é retribuído não com uma mais com milhões de gargalhadas altas que mudam a sua manhã, o seu dia, o seu mundo… Como seria, hein? – não respondi. E depois de uns segundos ele voltou a sussurrar – Você gostaria de ser mãe?

_ Sim, quer dizer talvez um dia com alguém! – as palavras de Bernardo me fizeram imaginar como seria cada cena que ele retratou. E sua pergunta me deixou completamente á toa.

_ Você gostava que eu fosse o pai? Gostava que eu fosse esse alguém que você falou?

_ Eu acho que não gostava! Eu acho que queria, eu acho que amava.

_ Então porque a gente não começa já pensando nessa ideia de construir família? – Bernardo me roubou um beijo e depois me fez rebolar por cima dele…


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Gostaram? Quem estava esperando isso? Quem estava esperando o final feliz com a criança nascendo?
Deixem reviews!! OS fico esperando. Será que chego aos 500 antes de terminar com a fic?
Um beijão gigante gatas lindas! Amanhã vos espero!
Duda =D