Irmãos, Apenas Irmãos... escrita por Duda


Capítulo 58
Capítulo 58 - Nunca sabem o que querem...


Notas iniciais do capítulo

Oi galerinha!!
Com saudade?
Já vi que deixaram muitos reviews!! Ontem tinha 304 e hoje tenho 338!! Vocês não imaginam o quanto isso é bom!!
Muito obrigada.
Novo capitulo aqui ó!!
Boa leitura!



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Já estava á uns oito ou nove dias em casa de minha mãe. Nunca mais falei com Bernardo desde que me vim embora, estava com saudade. Com muita saudade. Como não o podia ver, pelo menos queria ouvir sua voz. Queria ouvir um simples “oi” ou apenas saber que ele apertou a tecla verde do celular e  que pude ouvir meu silencio e eu o dele.

Falei com Marta os dias quase todos varias vezes e ela ia me contando as novidades, ia falando da escola, das mudanças, do Duarte e sobre tudo do Bernardo. Mas isso não chegava para mim. Queria mais, palavras não respondiam ás minhas duvidas. Palavras não diziam  tudo e ainda me deixavam querer mais respostas.

A dona Eva e o Senhor Marcos têm me animado bastante nesses dias apesar de estarem fartos de saber que a alegria, as brincadeiras, ás noitadas a ver filmes e a comer sorvete e pipoca, a ouvir musica ao sábado de manhã enquanto todos juntos arrumávamos a casa ou até mesmo quando a mim e a Marcos nos dava na cabeça de ir ajudar minha mãe na cozinha e acabávamos espalhando farinha e açúcar por todo o que era canto ou quando nos aventurávamos e fazíamos o jantar e depois ele queimava e se mandava vir umas pizzas. Tudo era passageiro e por muito que eles me tentassem distrair era impossível pois o corpo podia estar perto mais a mente estava longe,  bem longe…

Era domingo e estava a acabar de fazer minha cama e de arrumar meu quarto, apesar de ainda estar de pijama. Vi minha mãe bater na porta e permiti sua entrada.

_ Só acordou agora? – Ela ainda do lado de fora do quarto passou sua cabeça entre a porta e a parede e segurou o puxador.

_ É domingo! – falei ainda meia ensonada.

_ Eu e Marcos pensamos eu ir almoçar fora, nenhum de nós está com vontade de cozinhar o almoço.

_ Boa ideia! E aonde vamos?

_ Não sei. Você tem alguma sugestão?

_ Nada. Por mim qualquer coisa serve!

_ Se arranje e se vista que a gente vai já sair. Tá bom? – não deixou eu responder e saiu.

Fiz o que ela falou. Escolhi uma roupa e passei um pouco de maquiagem pelo rosto. Era leve e quase nem dava para notar. Não queria ir de bolsa por isso me limitei apenas a levar um casaco.

Me calcei e desci. Minha mãe arranjava á gola á camisa que Marcos vestia enquanto ele resmungava por minha mãe estar apertando demais o botão. Ri da cena.

_ Os homens são todos iguais! – minha mãe falou.

_ E as mulheres são todas diferentes. Ninguém sabe se estão para norte ou para sul. Nunca sabem o que querem! – Marcos respondeu firme para a Dona Eva que lhe lançou um olhar sarcástico e apertou ainda mais o botão roubando um “Ahh” alto de meu padrasto. Ainda ri mais e respondi á boca de Marcos.

_ Mais o que era de vocês homens sem nós mulheres? – Marcos ficou pensativo e eu e minha mãe aguardávamos resposta.

_ Vamo indo? – Ele saiu pela porta e eu e minha mãe trocamos uns olhares cúmplices dando uma risada em conjunto. Ela pegou sua bolsa e depois saímos.

Quando chegamos num restaurante sentamos logo numa mesa e fomos logo, logo atendidos. Marcos pediu uma coisa qualquer que eu nem deitei conta. Pedi um suco e eles pediram um bom vinho. Estava sentado á frente deles os dois e não era difícil de perceber que seus olhos acompanhavam cada movimento meu.

Falavam de um assunto qualquer e o trabalho e os negócios estavam impedidos de serem postos em conversa. Desde que minha mãe e Marcos se casaram o assunto trabalho não era falado enquanto comíamos. A família era uma coisa e os negócios eram outra.

Já estava comendo e como preferia muito mais escutar do que falar estive a  maior parte do tempo calada, apenas ouvindo e enchendo a boca.  Até eles meterem conversa comigo.

_ Seu aniversário é depois de amanhã! – Marcos falou.

_ Verdade. – confirmei.

_ E você já pensou no que quer como presente? – Minha mãe questionou curiosa.

Pousei meus talheres no prato perdendo completamente a vontade de devorar o resto da comida que por lá havia. O que eu queria acho que era obvio! E impossível.

_ Eu vou no banheiro! – me levantei da mesa e me dirigi para fora daquele sitio cheio de mesas rodeadas de pessoas e preenchidas com comida.

Foi até ao jardim e me sentei num banco que havia por lá. Respirei umas quantas vezes seguidas e olhei em minha volta.

Quando achei que já estava em condições de voltar lá para dentro regressei a mesa. Minha mãe e Marcos já comiam a sobremesa. A minha também já estava na minha frente. Acho que eles perceberam muito bem o que eu queria mais não tocar mais no assunto no jantar.

Depois de almoçar Marcos levou eu e minha mãe numa espécie de parque. Era bem grande e tinha muito verde. Crianças corriam  de um lado para o outro. As meninas com as meninas, procurando flores e rodando a sais.

 Os meninos com os meninos, correndo atrás daquela bola redondinha preta branca que tinha por objetivo entrar na baliza do adversário. A bola veio rodando até meus pés e eu a apanhei. Quando eles perceberam que era eu que tinha a bola e com aquela vergonha característica de quando somos crianças se juntaram num grupinho e não era difícil de adivinhar que eles estavam discutindo e falando sobre quem vinha me pedir a bola de volta.

Tomei a iniciativa e fui lá eu. Quando cheguei ao pé deles , os garotos desfizeram o molho e me olharam. Eu era alta ao pé deles e eles eram obrigados a me olhar de cima. Pela primeira vez na vida me senti superior em altura.

Me baixei para ficar ao nível deles e segurei minha saia para ela não esvoaçar.

_ Essa bola aqui é vossa? – nenhum deles respondeu e eu até achei piada. – Qual é seu nome? – um garotinho que estava  com o dedo na boca escondido atrás de outro menino chamou minha atenção. Ele ainda hesitou mais depois lá falou baixinho e quase sem abrir a boca.

_ Bernardo! – fiquei sem expressão. Aquele nome estava por todo lado, hein!? Porquê? Porquê? Ninguém merece.

_ Essa bola aqui é sua? – recompus minha cara e voltei a sorrir. Ele não abriu a boca apenas assentiu. Dei a bola pra ele. –  Tome então! Se divirtam.

Me levantei e fui de novo ter com a Senhorita Eva e o Cavalheiro Marcos que viam meu ato de longe. Estavam sentados e marcos tinha seu braço em volta dos ombros de minha mãe.

Não sentei ao lados dos pombinhos, fiquei de pé e cruzei meus braços com o casaco no meio. Assistindo o resto do jogo de futebol daquelas pequenas coisas que com um simples sorriso punham todo o mundo a sorrir.

Eles também olhavam para mim de vês em quando como se pedissem aprovação. E quando marcavam um gol os olhares do team que marcava pousavam em mim.

Os dois que estavam sentados no banco ao meu lado também riam dos garotos. Era impossível não rir.

E só de pensar que um dia eu também já fui assim! Quer dizer. Acho que todo o mundo já foi assim e todo o mundo um dia vai rir daqueles que estão passando por aquilo que para todo o mundo  é considerado passado.

E vai relembrar daqueles momentos que ficaram guardados na memória, com os amigos, com os pais e com os amigos dos amigos correndo no parque, ou na escola, vamo lembrar daquela festa de aniversário inesquecível em que estava lá a turminha toda, ou do dia em que foram em viagem com a escola ao Zoológico, ou até quando a turma ganhou um prémio e se fez uma festa…

E pior que relembrar tudo isso é sentir uma saudade desses tempos, em que a inocência era o que reinava…


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Notas finais do capítulo

E quem gostou?
Deixam vossa opinião!!
Estejam bem atentos no próximo capitulo!! Pode haver novidade!! c(:
Beijo,
Duda