I Miss The Time When You Missed Me escrita por Jade Lima


Capítulo 3
Capítulo 2 - Man? What man?




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E o meu mundo desmoronou. Como assim, Elena está em coma? Eu queria chorar. Mas nenhuma lágrima saia. Queria gritar, mas não tinha voz. Queria fazer qualquer coisa, menos ficar paralisado como eu estava, olhando para o rosto da mulher. Ela sibilou um “sinto muito” e saiu do meu quarto do hospital. Era para eu estar em coma. Eu que estava dirigindo. Eu fui o idiota. Idiota... Elena pode nunca mais acordar por sua culpa. A última coisa que fiz antes de cair no choro foi derrubar um copo com água do criado-mudo. Não pode ser... Estávamos falando de ter filhos, crescer, morrer juntos. Eu quero passar o resto de minha vida com ela. Eu tenho que passar o resto de minha vida com ela. É o destino... Só consigo me imaginar ao lado dela. Eu a amo. E, a culpa, a raiva, a tristeza e a dor que estava sentindo... Era quase insuportável. Eu não me lembro de ter sentido algo parecido em nenhum momento de minha vida. A esse ponto, já estava chorando sem controle algum. Se meu pai (que descanse em paz) me visse agora, diria “seu covarde, pare de chorar!”.

Foi pensando nisso que tirei minhas cobertas de cima de mim, assim como qualquer máquina que estava conectada ao meu corpo. Não decidia se estava com raiva ou se estava triste. Só sabia que queria estar com ela... Abraça-la, beija-la. Falar para ela que a amo. Que nunca irei abandona-la. Eu só precisava sair daquele cômodo com cheiro de remédio e de gente doente. Sempre odiei hospitais. E minha mãe se perguntava o por que. Aí está a resposta. Sentei-me na cama e andei descalço para a porta. Se eu pisei em algum caco de vidro por causa do copo, não senti nenhuma pontada. Acho que a dor que estava dentro de mim era forte demais para considerar qualquer dor física. Dra. Fell, a mulher, estava de costas, conversando com alguma recepcionista no balcão, quando saí para os corredores do hospital. A recepcionista apontou para mim com seu queixo, e a mulher me viu.

– O que diabos você está fazendo aqui? Você precisa descansar! Volte para o quarto, Salvatore! – ela disse, dando-me uma lição de moral.

– Obrigue-me. – eu disse e continuei andando, quando começou. Ela agarrou a minha cintura, e eu comecei a me retorcer e tentar correr. Acho que estava fraco demais para movimentos tão bruscos. Mas eu não me importava. Eu não me importava mesmo. – ME LARGUE! – gritei – ME LARGUE, ME LARGUE, ME LARGUE! – gritei ainda mais alto, me retorcendo com as mãos da mulher na minha cintura.

– Reforços! – ela gritou. No mesmo instante, três seguranças apareceram, me levando de volta para o meu quarto.

– Me largue... – eu repetia, parando de gritar, sem forças. Comecei a chorar, novamente. Estava com raiva. Não do hospital, não da mulher, e não dos seguranças... Mas de mim. – Deixe-me vê-la, doutora... Deixe-me vê-la... – A mulher olhou tristemente para mim. Chegamos ao meu quarto, os seguranças me colocaram na cama.

– Isso é vidro? – disse um dos seguranças, olhando para o chão e pegando um dos cacos.

– Culpado – eu falei baixinho.

– Posso ficar com ele um instante, por favor? – disse a mulher. O que ela quer agora? Um dos seguranças assentiu e os três partiram. A mulher sentou-se na minha cama, ao lado de onde eu estava deitado.

– Por favor, doutora... Deixe-me vê-la... Eu preciso vê-la... – eu falei, segurando o braço dela.

– Eu sei, eu sei. Se acalme, Senhor Salvatore. Você acaba de sofrer um acidente e receber uma notícia forte sobre alguém que você realmente se importa. Precisa se acalmar – ela disse. Eu tirei minhas mãos do braço dela. Ela olhou para mim com um olhar preocupado, um olhar que me lembrou...

– O homem – eu disse, pensando alto.

– Homem? Que homem? Onde? – A mulher falou, olhando para os lados.

– Doutora, o homem da ambulância... O homem de jaqueta verde de caça-raposas. – eu disse olhando para ela – Quem era aquele homem? – finalizei baixinho, olhando para baixo, meio que somente para mim mesmo. Ela deveria estar me achando louco. Mas, só para registrar: eu não estava louco. Eu estava... Cansado, talvez. Eram muitas notícias de uma vez. Muitas coisas inacreditáveis vindo e indo.

– Senhor Salvatore, você certamente ainda está agitado. É comum, nas suas condições. Porque você não dorme um pouco? Precisa descansar.

– Não, estou cansado de descansar – disse, rapidamente – Quero saber quem era o homem. O homem da ambulância de jaqueta verde de caça-raposas – repeti. Ela suspirou e olhou para mim preocupada novamente.

– Soubemos do seu acidente por uma ligação anônima, Salvatore. Três dos nossos melhores da área da enfermagem acompanharam você e sua mulher para o hospital. Não havia homem de jaqueta verde de caça-raposas. – ela falava comigo como se eu fosse uma criança! Não estou imaginando coisas. Eu o vi. Ele estava lá. Não estou louco. – Porque você não descansa um pouco? Assim, dependendo do seu estado quando você acordar, eu posso considerar te dar alta. – ela deu um sorriso de orelha a orelha, deu duas pequenas batidas na minha perna, e saiu do quarto, deixando-me sozinho com meus pensamentos confusos. Sem perceber, eu havia adormecido.


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Notas finais do capítulo

Reviews, talvez? Quem sabe alguma recomendação? Hahah, espero que vocês tenham gostado do capítulo! Só uma nota: Ainda vai haver muuuuita coisa em relação a esse homem da ambulância. Coisas sinistras. Aguardem!