I Miss The Time When You Missed Me escrita por Jade Lima


Capítulo 14
Capítulo 13 - Nothing feels right!




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Dirigia, com o sol de final da tarde me atrapalhando, em direção à casa de Elena. Já eram cinco horas da tarde e eu iria aparecer lá, e chamá-la para dar uma caminhada. Eu queria passar um tempo com ela mais do que qualquer coisa. Hoje passei o dia na cama, pensando e pensando. Só levantei para tomar café, almoçar e tomar banho. Eu não conseguia tirar o cemitério, o almoço do dia anterior, e principalmente, Elena da minha cabeça. Fiquei com a conclusão de que o túmulo de Matthew foi somente uma confusão da minha cabeça. Óbvio que não era o mesmo Matthew. Então, deixei isso para trás, depois de um tempo. O que não consegui deixar para trás é o que teria acontecido entre mim e Elena se Greyson não tivesse entrado na cozinha naquela hora do almoço... Horas e horas se passaram, e eu ali, pensando. Na verdade, eu estava um pouco cansado de pensar por hoje. E era sobre isso que eu pensava. Talvez eu esteja virando um ancião. Se é que eles ficam cansados de pensar. Ri sozinho com minhas próprias conclusões. Foi só quando eu percebi que eu estava falando o que eu pensava em voz alta. Talvez eu só esteja maluco.O sol, que antes me atrapalhava enquanto eu dirigia, já começava a se por, dando-me um pouco de alívio do calor. E não demorou muito para eu ver a varanda vazia da casa de Elena. Saí do carro, e eu mesmo toquei a campainha da casa, colocando a mão nos bolsos, em seguida. Quem abriu a porta foi Miranda e ela sorriu a me ver. Não precisei dizer nada, e ela já estava chamando o nome de Elena, animada.

Alguém se levanta do sofá, e vejo que é ela. Ela usava um simples short jeans, e uma blusa verde escura. Seus cabelos estavam caídos nos ombros. Olhei para a televisão que antes ela assistia e sorri. Pica-pau. Elena sorriu tão abertamente quanto Miranda a me ver.


– Damon? O que está fazendo aqui? – ela falou rindo. O riso dela era nervoso. Ela olhava-me com certa estranheza. Ela parecia me analisar. Olhei para Miranda, que subiu as sobrancelhas para mim, e saiu da sala, indo para a cozinha na qual eu almocei no outro dia. Eu lambi os lábios, olhando para Elena novamente.


– Eu estava sem nada para fazer em casa e... Bem, ligeiramente pensei: que tal dar uma caminhada com uma bela morena? – eu falei, escondendo o fato de que estava planejando aparecer na porta dela desde ontem à noite.

– Ahm... – ela gemeu, olhando para a sala vazia de sua casa.

– Vamos! Você ainda precisa pensar? – brinquei, fazendo-a rir. – Tenho todo o tempo do mundo, você sabe... – sorri, e ela assentiu com a cabeça. Eu indiquei a rua com a mão, mas ela hesitou.

– Você quer que eu vá assim? – ela falou, olhando as roupas. Eu ri.

– Não vejo nada demais no que você está usando, Elena. Só vamos andar por aí... Ah, vamos! – disse, fazendo birra. Ela olhou para mim com os olhos semicerrados, e eu sorri para ela. – Está bem! Se você quer que eu fale, eu vou falar... Você está linda de qualquer jeito.

– E é assim que eu gosto! – ela disse, empurrando-me e indo para a estrada sem olhar para trás, esperando que eu a seguisse. Antes de eu fazer isso, dei mais uma olhada na casa. Vi a cabeça de Greyson saindo repentinamente da cozinha. Ele sorria para mim, e eu acenei um rápido “tchau” a ele, antes de fechar a porta.

Elena já me esperava do outro lado da rua, de braços cruzados. Eu fui ao seu caminho, e começamos a andar. Andar. Andar. Uma buzina de carro ali, outra acolá. Passando pela faixa de pedestre. Andando mais pela calçada. Andar. E andar... Silêncio profundo. Se não fosse pelo barulho do tráfico e pela conversa de outros pedestres, diria que eu estava surdo. Elena não falava nem uma palavra. Nem eu. Ela não trocava olhares comigo. Quer dizer, eu olhava para ela, mas ela permanecia olhando para o além... Pensativa.

– Elena... – sussurrei. Um sussurro que soou como um grito depois de o que? Vinte minutos em silêncio? Ela olhou para mim, pela primeira vez desde que saímos de casa. Ela estava com as mãos nos bolsos dos shorts, e logo tirou os olhos de mim, pondo-os no chão. – Sei que já perguntei antes, mas... O que está acontecendo?

– Como assim? – disse ela desentendida.

– Você anda pensativa. Palavras de sua mãe. – falei sorrindo e ela revirou os olhos.

– São somente coisas na minha cabeça... – ela disse, continuando encarando o chão enquanto andava.

– Como...? – eu disse, fazendo-a parar de andar e olhar pra mim. Ela mexeu a cabeça levemente e voltou a andar e encarar o chão. – Tem algo haver comigo? Fiz alguma coisa? – Ela suspirou e disse:

– Damon, eu fiquei em um coma...

– Elena...

– Eu tenho muito que pensar! Nada parece estar certo!

– Elena, você ficou em um coma... Não tem nada que pensar! – disse, parando e olhando para ela. Ela olhou para mim e disse:

– Sim, eu tenho...

– Porque você não me conta sobre o que você anda pensando? – insisti, batendo os pés e fazendo-a respirar fundo e fechar os olhos.

– Você.

– Eu?

– Você. – repetiu, abrindo os olhos. Os olhos dela se encontraram com os meus, e eles pareciam confusos. Depois, ela os virou para qualquer direção – Os sonhos... Sobre você, durante meu coma. Damon, quando passamos aquele tempo juntos, anteontem e ontem de manhã... Eles vieram como um flash de volta a minha cabeça. E eu comecei a considerar... Não sei... Você só era...

– Irresistível? – falei, sorrindo. Ela olhou para mim, incrivelmente séria, e eu virei meus olhos para o chão, envergonhado pela brincadeira. – Elena... Como eram esses sonhos? – disse respirando fundo. Franzi o cenho e olhei para ela novamente.

– Isso é meio constrangedor... – ela falou, com um sorriso um tanto falso no rosto. – Você era diferente. Nós éramos... Íntimos.

– Íntimos?

– Sim... – afirmou, abaixando a cabeça.

– Elena... Você pode me contar exatamente com o que você sonhou? – perguntei desconfiado.

– Não foi bem um sonho... Era como se eu estivesse lá, de verdade. Isso é tão ridículo... – ela falou, rindo. Meus olhos riram com ela, apesar de que minha boca estava em linha reta. – No exato momento que abri os olhos, quando voltei do coma, e te vi ali, naquela poltrona... Damon... Foi apavorante. Porque, naquele momento, por alguma razão, não consegui me lembrar de nós. De nossa amizade, e de nossos momentos. Só consegui te reconhecer como o estranho de meus sonhos. – ela disse, abrindo um sorriso e revirando os olhos. – Chamei a segurança, e, quando me lembrei de você, jurei a mim mesma que me esqueceria de qualquer coisa que minha mente louca imaginou enquanto estava inconsciente. Pelos amigos que somos. Pelo que a gente tem.

– Elena... O que exatamente você sonhou? Conte-me. – pedi, e ela soltou uma risada nervosa.

– Teve um que... Nós havíamos voltado do cinema. Não tinha sido um filme bom, a propósito.

Eu estava deixando Elena em casa depois de termos visto um filme terrível no cinema. Mas eu não me importava. Aquele era nosso primeiro encontro, no qual esperei desde o momento que a conheci. Era uma noite escura, fria. Eu podia ouvir um grilo do outro lado da rua... “Boa noite?” falei para ela enquanto a deixava na porta de sua casa, mas acabou soando como uma pergunta. “Boa noite,” ela respondeu, me olhando nos olhos.

Espontaneamente, interrompi Elena com meus risos. Loucos risos. Elena havia sonhado com a realidade durante o coma... Ela sabia o que tinha acontecido. Não sabia que tinha acontecido, mas sabia o que tinha acontecido. Elena sabia!

– O que foi? – ela falou, rindo dos meus risos.

– Nada... Prossiga. – disse tentando conter os risos.

– Preciso prosseguir? – ela perguntou.

– Eu quero saber até onde você vai – eu falei, escapando o riso.

– Pare! – ela pediu, empurrando-me. Eu parei de rir, e ela continuou: – Nós nos beijamos. Foi um beijo de boa noite... Suave, calmo. Eu senti um negócio no estômago, como se eu realmente estivesse lá... Mas eu não estava... Não é? – ela disse com o olhar fugindo do meu. Eu lambi os lábios e cantarolei:

– Elena e Damon embaixo da árvore, se beij...

– Quer parar com as gracinhas? – ela interrompeu minhas cantaroladas e eu ri. Você que está lendo pode me matar por ter brincado nesse momento. Mas eu estava nervoso, e feliz, e costumo ironizar e brincar em momentos assim. Não iria dizer a ela que tudo isso era real. Aliás, como ela sonhou com isso? Bonovan, talvez? Me recuso. Isso tudo assusta a mim, quem dirá a ela. Ela nunca irá saber. Eu a terei novamente, e ela nunca vai saber sobre antes... Sobre o passado. E isso pode me doer. Mas não tenho outra opção. É a coisa certa a se fazer. Protegê-la de toda essa loucura com Matthew, e afastá-la das memórias do acidente. Pensei que era a hora de mandá-la de volta para sua casa... Era tarde. Já havia escurecido faz um tempo, e as ruas poderiam ficar perigosas.

– Vamos? – falei, indicando o caminho de volta com a mão. Ela passou na minha frente, e quando eu a alcancei, por instinto, passei a mão por sua cintura. Para minha surpresa, ela não bateu na minha mão, e eu nem cheguei perto de gemer de dor. Ela juntou seu corpo mais junto ao meu.

Andamos assim, até chegar à porta da casa de Elena... E eu me lembrei da noite passada. Minhas mãos procurando seu corpo para que eu possa abraçar e me aconchegar. E os meus pensamentos, rapidamente e sem que eu pudesse impedir, saíram pela minha boca:

– Dormi muito mal ontem à noite com sua ausência, Srta. Gilbert. – Ela se virou para mim, sorrindo.

– Isso é um indireto convite para que eu durma em sua casa novamente, Sr. Salvatore? – falou, mexendo no cabelo.

– Bem, não era... Mas, se você quiser, o que eu posso fazer? – brinquei revirando os olhos e ela riu. Seus olhos se encontraram com os meus, fazendo-me querer beija-la ali mesmo.

– Eu aceito. – ela sussurrou. – Posso falar com meus pais, que passarei a noite fora? Só um instante.

– Não acho que isso seja necessário. – falei. Sua mãe ficaria feliz em saber que passamos a noite juntos. Ficaria feliz se não te visse em casa até o amanhecer, pensei, e rapidamente desejei que esse não fosse um dos meus loucos pensamentos que saem da minha boca sem querer.

– Está bem, então – ela disse, dirigindo-se ao meu carro. A viagem de carro foi silenciosa, assim como a noite em nossa casa. Dessa vez, Elena não hesitou quando cheguei mais perto dela na nossa cama de casal. O corpo dela trazia energia ao meu, e fez com que eu dormisse tranquilamente, ao contrário da noite passada.



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Notas finais do capítulo

Enfim, demorou, mas postei! O próximo capítulo é super "boom", digamos assim. Vocês descobrirão sobre Matt... E eu só vou dizer isso. Espero que vocês tenham gostado desse capítulo, e é isso! Reviews, recomendações, smp.
Obs.: Talvez eu passe um tempo sem postar, já que as aulas começam na terça pra mim :(