I Miss The Time When You Missed Me escrita por Jade Lima


Capítulo 13
Capítulo 12 - Get her back




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Minha cabeça ainda girava com os números, a frase, e o nome gravado na lápide, quando meu celular vibrou em meu bolso. Eu o peguei, ainda com o cenho franzido, e o atendi.

Damon! – a voz de Miranda ecoou em meus ouvidos.

– Olá... – respondi surpreso com o tom confuso de minha voz.

Damon, o que aconteceu com Elena?Eu pensava que ela tinha se lembrado de você no hospital... Ela havia olhado para mim e dito seu nome... Aí eu te chamei no corredor e... O que aconteceu? Porque ela cogitou dormir aqui em casa? – ela falou um pouco rápido demais. 

– Olha, eu não sei por que, nem como, mas ela só se lembra de mim como amigo, Miranda... É como se ela tivesse apagado da própria memória o tempo em que começamos a ficar, namorar, o tempo de nosso noivado... – falei, ouvindo Miranda respirar fundo do outro lado do telefone. 

Que estranho... Ela anda esquisita aqui em casa, também. Está pensativa demais. – ela disse, fazendo-me refletir que ela não parecia assim quando estava em minha casa – Onde você está? – perguntou.

– Vim visitar meus pais – falei, olhando para a lápide de Matthew e franzindo o cenho.

Desculpe, estou atrapalhando?

– De maneira alguma! Eu já estava de saída. 

Ótimo, porque, eu estava pensando... Gostaria de almoçar aqui, nos Gilbert?Não sei, para animá-la... E quem sabe, talvez, se ela ficar um tempo contigo, ela não se lembra?

– Eu adoraria almoçar aí... – disse dando uma última olhada nas datas da lápide e seguindo para o meu carro.

Enquanto eu ia para a casa dos Gilbert de carro, coisas como “Matthew Donovan...”, “... 1899 – 1916”, “... jovem morto na Grande Guerra...” ecoavam na minha cabeça. Ah! Então, era Donovan o sobrenome dele? Sério? Donovan? Parece nome de marca de iogurte! Mas, espere... Ele estava... Morto? Não! Deve ser algum ancestral dele. Mas é claro! Um ancestral dele... Tem que ser... Não tem o que se preocupar, Damon... “Matthew Donovan” pode ser um daqueles nomes que seguem de geração a geração em uma família. Por homenagem ao soldado, colocaram esse nome em Bonovan. Ou Donovan. Ah, essa era a única explicação que eu conseguia encontrar. E parecia uma explicação apropriada.

Não demorei a chegar à casa dos Gilbert. Estacionei e quem primeiro eu vi foi Greyson, sentado na varanda, olhando para a estrada. Ao sair do carro, dei um abraço curto nele.

– Com Elena nesse estado... Eu não tenho ideia de como deve estar difícil para você – disse ele. Não, você não tem, pensei.

– Relaxe, Greyson... – falei, meio que mais para mim mesmo do que para ele – Gosto de pensar que tudo o que vai, volta – completei, fazendo-o sorrir de lado. 

– As meninas estão lá dentro... Vamos, entre! – Entrei na casa e tudo estava como eu me lembrava. Simples, mas elegante. A casa toda era coberta de móveis não tão sofisticados, com cores leves e claras. E isso que fazia a casa toda ficar sofisticada. Ao entrar, vi uma Elena deitada no sofá, passando os canais da televisão repetidamente, sem mesmo se importar com o que estava passando em cada um deles. Ao seu lado, em uma poltrona, estava Miranda, encarando-a.

– Olá? – eu disse e, sem querer, acabou soando como uma pergunta.

– Damon! – as duas disseram ao mesmo tempo, virando seus rostos para mim. Elena sorriu e eu sorri de volta para ela.

– Veio almoçar aqui? – Elena perguntou.

– Sim. Sua mãe me convidou – falei sorrindo para ela.

– Bem, eu acho que devemos então colocar mais uma cadeira na mesa, não é? – ela disse, sorrindo para mim. A Miranda começou a fazer sinais engraçados para mim, balançando as mãos, fazendo caretas... Ela queria me falar alguma coisa... 

– Bom... O almoço já está pronto. Damon deve estar faminto, não é? Fizemos frango para hoje – Miranda disse, enfim, sorrindo – Mas, eu não estou com fome... Vocês querem ir almoçando sozinhos? – completou, para mim e Elena. 

– Ah, mas eu estou com fome! – disse Greyson, entrando na sala e na conversa, olhando para Miranda, que arregalou os olhos para ele – Quer dizer... Eu acho que... Acho que vou comer mais tarde – desistiu, revirando os olhos, e recebendo um sorriso de aprovação de Miranda. 

Então, eu entendi o que ela estava querendo me dizer. Miranda estava forçando a barra para que eu e Elena voltássemos! Eu ri pelo jeito atrapalhado dela. Ela não poderia deixar mais óbvio sobre o que ela estava fazendo. Mas deixei levar. Estendi minha mão para a cozinha, olhando para Elena, que se levantou e passou em minha frente para almoçarmos. 

– Isso parece bom – falei ao colocar colheres de arroz em meu prato. 

– Sim! Minha mãe tem alguns dons, digo-me de passagem – ela disse, sorrindo. 

Eu dava discretas olhadas para Elena com o canto do olho enquanto colocava minha comida. Ela havia tomado banho depois de que eu havia a deixado aqui hoje pela manhã. Sabia disso pelo cheiro de jasmim, que vinha de seu cabelo. Também sabia pelas roupas que ela havia trocado, e pelo cabelo levemente úmido amarrado em um coque frouxo. Não havia maquiagem alguma em seu rosto, graças a Deus. Nunca gostei quando ela usava maquiagem. Ela não precisa disso. 

Ao sentarmos-nos à mesa, eu e Elena não falávamos nada. Comunicávamos-nos por pequenos olhares e leves sorrisos. Miranda estava certa. Ela parecia pensativa... Ela parecia... Diferente. 

– O que tem em sua cabeça, Elena? No que está pensando? – eu perguntei, quebrando o silêncio. Ela balançou a cabeça suavemente, negando qualquer resposta. Soltei meu garfo e encostei-me à cadeira. Ela entortou a cabeça e semicerrou os olhos.

– Não é nada, Damon... Eu acho que, prefiro guardar para mim mesma, por ora – ela disse, e eu assenti. Se tivesse sido algo em casa, Miranda teria me dito. Parecia ser algo dentro dela, mesmo. Decidi ignorar. Se fosse importante, ela me falaria. Certo? – Como foi no cemitério? – Elena perguntou, quebrando meus pensamentos.

– Ah, foi bom... – falei, e ela sorriu de lado. Tentei desviar minha cabeça de Matthew quando Elena falou “cemitério”. 

Eu continuei a comer, deliciando-me a cada garfada. Eu encarava Elena, e ela pareceu perceber. Em seus lábios havia um sorriso tímido, que me fazia sorrir e me divertir. 

– O que é? – ela falou, soltando um riso. 

– Você é linda – eu a cantei. Ela tirou uma mecha de cabelo do rosto, olhando-me distante. Ela permaneceu calada, e deu um gole em seu suco de cajá. Eu ri ao ver um fino bigode amarelo em cima de seus lábios. Ela me olhou sem entender, fazendo-me rir mais ainda. 

– O que é? – ela perguntou, novamente, também rindo confusa. Eu me levantei parcialmente da cadeira, e limpei seu bigode com meu polegar. Eu parei de rir, e, sem que eu mesmo perceba, meu dedo deslizou para a boca de Elena. Ela também parou de rir. Eu a olhava, hipnotizado, e ela, também não tirava os seus olhos de mim. 

– Está bem, é isso! Não aguento mais! Estou faminto! – dei um pulo e me endireitei na cadeira ao ouvir a voz de Greyson entrando na cozinha – Interrompendo? – falou ele. Sim, eu pensei. Mas, somente balancei a cabeça negativamente em resposta. Ele pegou um prato e começou a colocar sua comida. Eu olhei para Elena e ela estava rindo. Eu dei de ombros, sorrindo para ela. Miranda logo apareceu no cômodo e murmurou um “desculpe” para mim. Ela também começou a fazer o prato, já que Greyson já havia se sentado à mesa para acompanhar a mim e a Elena. Miranda não demorou muito, e sentou-se conosco, também.

Tanto Greyson quanto Miranda olhavam de Elena para mim, e de mim para Elena. Elena parecia um pouco desconfortável com esses olhares, assim como eu estava.

– E aí, quais são as novas? – disse Greyson, quebrando o silêncio.

– Bem, até agora, as “novas” são que meu pai voltou a ter quinze anos – disse Elena, fazendo aspas com os dedos no “novas”, e fazendo Greyson sorrir.

– Sem zombaria, vai – falou ele, fazendo todos sorrirem. 

O resto do almoço foram só sorrisos. Se ficamos naquele silêncio constrangedor novamente em algum momento, não foi por muito tempo. Eu e Elena, já que havíamos começado mais cedo, acabamos primeiro, e vimos um pouco de televisão juntos. Não havia nada de interessante passando, então, optamos por assistir uma maratona de Pica-pau. Ela ria de qualquer piada besta do desenho, e eu ria porque ela estava rindo. Depois de um tempo, puxei Elena pelos pés, colocando-os em meu colo. Ela não hesitou, até fingiu que eu não havia feito isso. Depois de um tempo, ela dormiu. Eu tirei os sapatos dela, saí do sofá dando um beijo em sua testa, e fui direto a cozinha, onde Miranda e Greyson já haviam acabado os almoços, mas conversavam, distraidamente. 

– Acho que já vou indo... Obrigado pela fantástica tarde. – eu falei atraindo a atenção dos dois.

– Não há o que agradecer! Enquanto essa casa é a de Elena, essa casa também é a sua – disse Greyson, levantando-se e abraçando-me. Eu sorri com seu comentário. Miranda se levantou, e me deu um abraço, sem dizer uma palavra. Assenti levemente e me virei para sair da cozinha, até ouvir a voz de Miranda gritar meu nome...

– Vocês se merecem, só... Consiga-a de volta. – ela falou. Eu assenti novamente, saindo da cozinha, dando uma última olhada em Elena deitada no sofá, e saindo, enfim, da casa. 

Ao chegar a minha silenciosa residência, já eram sete horas da noite. Decidi que iria dormir logo, por falta do que fazer. Se eu continuasse acordado, iria começar a pensar em Matt, e não era isso que eu queria fazer. Também não queria pensar na sua situação de Elena, ou em o que se passa em sua cabeça, mas decidi que a convidaria para sair amanhã. 

Se eu acordei essa manhã sorrindo por estar acompanhado, dormi essa noite sentindo-me solitário, procurando sempre o corpo de Elena para que eu possa abraçá-la.


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Notas finais do capítulo

Bem, estou com minhas dúvidas sobre esse capítulo, mas espero que tenham gostado! Queria agradecer a vocês pelos reviews, e um agradecimento especial a claire salvatore, uma nova leitora linda, que mandou uma recomendação linda! Obrigada mesmo, me faz feliz!
PERGUNTA IMPORTANTE: Chegará um momento na fic, que eu queria explicar melhor, sabe? E para eu explicar melhor, seria legal um capítulo bônus narrado pelo Matt. Eu queria saber se vocês gostariam, ou se achariam chato, sei lá. Não é um capítulo necessário, sabe, mas só pra explicar melhor. O que acham?
Enfim, continuem com as reviews! E, leitores fantasmas, i see you ;) COMENTEM TAMBÉM!
No próximo capítulo, veremos um pouco sobre os sonhos que a Elena comentou que teve durante o coma... You'll see.