Depois de terem planejado a fuga naquela tarde, eles passaram o resto do dia conversando no quarto de Nicolas, estava muito feliz, com seus primos que lhe entendia. A noite, fora comer com a família, sem demonstrar nada de estranho, como vinha acontecendo nos dias anteriores, à família não entendia suas mudança de comportamento, os únicos que conseguiam entender eram seus primos que estavam felizes assim como ele. Depois do jantar foram os três para rua, apreciar a noite que estava bela.

▬ Estou ansiosa para amanhã!

Disse Flor, quando já estavam bem longe da casa.

▬ Eu também!

Respondeu Nicolas, e os três foram caminhando em direção ao barranco gramado que tinha atrás da casa dele. Os três subiram até a metade e sentaram-se na grama. Ficaram olhando as estrelas no céu.

▬ Esses trouxas são mesmo legais?

Perguntou Peter olhando para céu, assim como os outros dois, Nicolas suspirou e olhou de relance para ele.

▬ São. Pelo menos eu acho.

Disse dando ombros, e voltou a olhar para o céu, deixando um silêncio no ar. Um silêncio gostoso estava ventando fraco ali. A noite não estava frio, o clima estava agradável. Ele deu um grande suspiro e olhou para os dois ali deitados no gramado. Eles olhavam para o céu, apreciando-o, estava adorando ficar na companhia dos primos que lhe entendiam.

▬ Ah, vocês não podem os chamar de trouxas.

Disse Nicolas de repente, quebrando o silêncio.

▬ Por quê?

Perguntou Flor e Peter, juntos, os dois se apoiaram no braço e olharam para Nicolas. Ele até tomou um susto com a reação.

▬ É que “trouxas” é um codinome que os bruxos deram para aqueles que não têm magia, mas os próprios trouxas, não se conhecer assim.

Explicou ele com calma, voltando a se esticar no gramado assim como assim como os primos.

▬ Mas eles sabem que você é um bruxo?

Perguntou Flor, olhando para o céu. Nicolas suspirou de leve e teve a vontade de responder “Nem eu sei se sou um bruxo”. Mas não responderia aquilo, não para os primos.

▬ Não, acho que eles não acreditariam em mim, e se eu provasse, poderiam não gostar de mim.

Respondeu Nicolas com calma, seus olhinhos fitavam o céu rapidamente cheios de curiosidade.

▬ Como assim, eles não gostam de bruxos?

Perguntou Peter espantado, ele olhou para Nicolas com um olhar espantado.

▬ Eu não sei Mas eu fiz essa suposição, pois eu não gostava de trouxas até brincar com eles, meus pais sempre criticavam os trouxas. ▬ Ia explicando ele com calma para os primos que o ouviam com atenção. ▬ Então, acho que os pais dos trouxas, também criticam os bruxos, e negam suas existências, e quando dizem que eles existem, devem nos assimilar com coisas ruins, achei que se eu os conhecer melhor, e eu falar que sou um bruxo, seria bem mais fácil eles me aceitarem.

Acabou de explicar e olhou para eles.

▬ Faz sentido!

Disse Flor animada. Nicolas deu um suspiro, ficara feliz que eles o entenderam, tinha medo de eles desistirem da fuga. Conversaram por mais algum tempo ali e depois se levantaram. Indo cada um para seus quartos. Estava ansioso para a fuga, deixara tudo pronto em seu quarto. Mal conseguia pregar os olhos, lutava contra o sono, queria ficar acordado, para não dormir de mais. Mas depois de um tempo o sono lhe venceu, adormeceu profundamente, relaxando seu corpo cansado.

▬ Hey!

Ouviu uma voz lhe incomodando, soltou um pequeno gemido e virou-se de lado na cama, cheio de sono.

▬ Acorda Nic!

Chamou mais uma vez Flor. Ele abriu os olhos e levou um susto, deu um pulo na cama sentando-se.

▬ Que horas são?

▬ Ainda é cedo, mas achei melhor lhe acordar agora, pra podermos nos preparar melhor.

Disse ela, fazendo Nicolas levantar. Flor saiu do quarto, Nicolas se trocou rapidamente e saiu também indo em direção a cozinha. Lá já estava Peter e Flor, tomando café, ele sentou-se, ainda cheio de sono, e colocou uma bolacha na boca, deu um gole no café e olhou para os dois, Peter estava no mesmo estado que ele, Flor parecia nem estar sofrendo de acordar tão cedo.

▬ Seu pai já foi para o trabalho.

Comentou para Nicolas, e ele confirmou com a cabeça. Cruzou os braços sobre a mesa e encostou cabeça sobre eles, deu um grande suspiro e ficou ali cheio de sono.

▬ Faltam 30 minutos pra nós irmos sem ninguém ver.

Disse Flor, e Nicolas ergueu a cabeça para acabar de tomar café. Os minutos passaram e eles partiram da casa de Nicolas, demoraram cerca de 20 minutos para passar pelas árvores, e mais 30 minutos para ir até a praia. Já eram quase 10 horas da manhã, quando eles chegaram à praia. Olharam em volta, e eles não acharam ninguém na praia, Nicolas fez um careta, não tinha pensado nisso, será que teria perdido a viagem? Será que eles não estariam ali? Estavam ferrados.

▬ Cadê eles?

Perguntou Peter, olhando em volta, ceio de preocupação.

▬ Não sei.

Disse Nicolas e foi até a beira da praia, onde tinha conhecido os trouxas no fim do ano.

▬ Não acredito nisso.

Disse Flor com uma voz triste e fazendo becinho.

▬ Nem eu, achei que eles iam estar aqui, esperem!

Disse Nicolas e foi até a casa do gordinho.

▬ Dylan?

Chamou na frente da casa, e bateu duas palmas. De repente a porta se abriu e uma menina mais ou de sua idade, loira e bonita saiu.

▬ Ele não tá, foi pra escola.

Disse a menina sorrindo gentilmente.

▬ Érr... Obrigado, então, tá tchau.

Disse ele e saiu correndo para onde estavam os primos, nunca tinha visto aquela menina, era bonita, e aparentemente legal. Chegou correndo sorrindo.

▬ É então uma menina mais ou menos da minha idade loira bonita. ▬ Ia falando mais notou que os primos não estavam preocupados com a garotinha. ▬ Ela disse que eles estão na escola trouxa.

Acabou de falar, e Peter fez uma cara de chocado, assim também Flor.

▬ Acho melhor nós irmos embora rápido então.

Disse Peter, que agora tinha se amedrontado. Eles viraram para ir embora, mas quando iam saindo viram seus pais, vindo em direção a eles, com raiva até nos olhos.

▬ Mas como?

Perguntou Flor, com a voz fraca.

▬ To frito.

Disse Nicolas, olhando para os dois.

▬ Ferrou.

Disse Por fim Peter, e os três foram recuando para trás, os pais logo chegaram até eles. Eles estavam esperando uma bronca ali mesmo. Mas o pai de Peter achou melhor não, segurou os três pelos braços e aparatou em casa. Eles não queriam nem pensar na bronca que iria levar.