Always! escrita por Srt Dubs


Capítulo 8
Capítulo 8 - Quer conversar?


Notas iniciais do capítulo

Se gostarem comentem, e caso haja algo que possa melhorar é só falar...



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Meu professor de Física era o Ernesto Mello, 40 anos, mais conhecido como Professor Melaço, por ter a fala arrastada e tediosa. Apesar disso era um ótimo professor e até intitulado, por algumas garotas, de charmoso.

Quando entrei a aula ainda não havia começado, o professor estava anotando algumas coisas em seu caderno, coisa que quase nunca fazia em sala. Stefan e David acenaram para mim e apontaram a cadeira perto deles.

– Ei, meninos, bom dia!

– Bom dia, Soph! – eles disseram quase juntos.

– Acho que a Milly vai querer sair hoje, o que vocês acham? – eu disse enquanto pegava meu caderno.

– Passar a tarde no shopping, beleza! – David disse rindo.

– Shopping? Mas eu nem... Se bem que conhecendo a Milly você está certo! – eu admiti e olhei para o Stefan esperando a resposta dele.

– Por mim tudo bem! – ele concordou.

O professor levantou e o silencio na sala foi quase instantâneo, então ele começou sua aula sobre vetores.


– Sophia! – Stefan me chamou na saída da sala do Ernesto. – Qual é a sua próxima aula?

– Biologia e você? – ele olhou no horário cheio de esperanças e de repente ficou triste.

– Educação Física! – Ele disse sorrindo torto.

– Então, nos vemos mais tarde...


Biologia era um tédio a professora, Margarida, também não ajudava, com sua explicação puramente teórica. Enquanto eu tentava anotar o que a professora falava, senti um cheiro engraçado, uma mistura de baunilha com canela, era com certeza o cheiro mais perfeito de todos.

Olhei em volta procurando a fonte daquele cheiro maravilhoso, mas não achei, afinal eu estava rodeada de meninos, o que não combinava muito com aquele aroma tão tranquilizante e sensível.

–Sophia, o que é um ventrículo? – a professora perguntou ao perceber que eu não estava prestando atenção na aula. Para minha sorte eu já havia aprendido aquela matéria nos anos anteriores e por isso responder não foi um problema. – Muito bem!

Margarida fez uma careta que provavelmente significava Na próxima eu te pego!, mas eu ignorei.


Quando finalmente saímos da aula de biologia, eu me dirigi ao refeitório, mas a Helena me interceptou no caminho.

– Ei, Sophia, tudo bem? – Helena estava incrivelmente bonita naquela manha e se ainda não estivesse chateada com ela, eu teria sorrido.

– Tudo sim! Olha, não me leva a mal, mas preciso ir... – eu disse me desviando dela.

– Vai encontrar a Marina? – Ela usou um tom de desgosto, na voz e isso me irritou.

– Não, Helena, estou indo lanchar, com meus amigos no refeitório. Pare de achar que penso ou estou com a Marina 24h por dia. – A expressão no rosto da Helena se suavizou e ela me pediu desculpas. – Não sei o que está acontecendo entre vocês, e eu ficaria muito feliz se isso parasse de afetar nosso relacionamento.

– Você tem razão! Entretanto se isso continuar você terá que escolher estre nós e eu peço que seja justa. – Eu realmente não estava entendendo aquela situação.

– Escolher? Ser justa? Como assim? – eu nunca saberia quem escolher ainda mais sem saber o porque estava escolhendo qualquer uma delas. – Do que isso se trata? De uma guerra?

Eu ri de mim mesma, por ter falado com a Milly, a Helena permaneceu seria e aquilo começou a me incomodar de verdade.

– Não vou me meter nisso, até porque não saberia quem escolher... – Helena pareceu surpresa com o que eu havia dito e assumiu uma expressão triste. – Ah, quer saber? Vou lanchar!

– Sophia...

– Não, Helena, eu não vou ficar discutindo um assunto que eu nem sei sobre o que se trata. – eu disse indo embora.


Nem preciso dizer que aquela conversa voltou varias e varias vezes a minha cabeça, fui para o refeitório, me sentei ao lado da Milly tentando não parecer distraída.

– O que houve? – a Milly perguntou me olhando preocupada.

– Depois a gente conversa... – eu disse dando um sorriso para disfarçar.

– Então, vamos ao shopping depois da aula? – A Milly falou animada.

– Pode contar comigo! – disse Paula enquanto arrumava o cabelo com um pequeno espelho em mãos.

Erika e os meninos não pareciam animados, mas a Milly fez o típico drama que só ela sabe fazer e todos aceitaram. Queria me prender ali naquele momento, entretanto não parava de pensar na minha discussão com a Helena.

– Vou andar um pouco... – Todos meus amigos me olharam preocupados. – Está tudo bem, só vou esticar as pernas.

Saí pela porta que levava ao pátio e me sentei em um banquinho contra o vento que gentilmente afastava minha franja dos olhos. Queria que ele levasse também, meus pensamentos e por um momento achei que fosse mesmo, mas então ouvi alguém dizer:

– Quer conversar? – Não precisei me virar para saber que era a Marina encostada na parede não muito atrás de mim.

– Não obrigada! – eu permaneci sem me virar para vê-la, no entanto podia apostar que sabia qual era a expressão dela naquele momento. - Por que precisaria?

– Ouvi a conversa entre você e a Helena... – Eu olhei para ela meio surpresa, ela sorriu amigavelmente. – Vou perguntar de novo: quer conversar?

Claro que queria! Não gostava da confusão que estava sentindo em meu coração, e pior sem nem saber o porquê daquilo. Queria que ela me esclarecesse às coisas, que confiasse em mim, precisava saber o porquê da Helena ter dito que teria que escolher entre elas.

– Só se for uma conversa sem entrelinhas, na qual possa me esclarecer o que está acontecendo... – Marina permaneceu me olhando, mas não nos meus olhos o que era algo muito triste. – Caso ainda não consiga fazer isso, eu posso esperar mais um pouco.

– É incrível como você sempre consegue me surpreender... – Marina disse sentando ao meu lado e colocando a mão sobre meu ombro. – Quando for a hora certa, prometo que tudo será esclarecido, até lá, por favor, tenha paciência.

– O tempo que for necessário...

Marina sorriu como agradecimento e carinho e isso com certeza valia mais que qualquer tempo que fosse preciso esperar. Ficamos ali sentadas, trocando algumas poucas palavras e esperando o sinal tocar, o que não demorou muito a acontecer.

– O dever nos chama... – Marina disse enquanto se levantava e caminhava para a porta. – Você vem?

Eu a acompanhei pelo corredor até que nos separamos para nossas respectivas salas.



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