Lua de Sangue escrita por BiahCerejeira


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo, desta vez mais rapido do que o previsto!!!
Espero que gostem...
OBS:. Alguns nao entenderam que durante a historia eu coloco apelidos. A Sakura, por exemplo, tem dois Sah e Saki. É que alguns a chamam assim. Compreendido agora? heheheh



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Acordou sentindo na boca o gosto do terror e de mashmellow. Ainda podia ouvir o que Hope falara. Havia alguém no escuro. Pode sentir a presença do lado de fora. Tentou se concentrar na pessoa, em seu rosto e nome, mas a única coisa que viu foi o vidro embaçado do medo.


 Pegou a lanterna que havia deixado ao seu lado. Quando apertou o botão e a acendeu soltou um leve grito de pânico e iluminou a janela, mas já não havia ninguém lá fora. Levantou-se rapidamente e ascendeu a luz do quarto. A criança dentro de si gritava e queria correr, mas ela não deixaria isso acontecer, afinal já não era mais a menininha de antes. Agora eles podiam vê-la dentro da casa, mas era justamente isso que queria. Dirigiu-se a sala onde ascendeu à luz também. Estava tremendo e com o coração acelerado. Respirou devagar para se controlar e afastar o pânico.


Pela primeira vez estava disposta a se abrir ao dom que tanto a amaldiçoara.


Quando pensou estar tudo bem, escutou o barulho do motor e cascalho e seu coração voltou aos batimentos rápidos.


Guardou a lanterna no bolso do casaco que usava e pegou o facão ao lado da porta. Com a outra mão girou lentamente o trinque abrindo assim a porta. Pode ver a silhueta do carro antes deste apagar os faróis.


- O que você quer? – Pegou a lanterna e a ascendeu. – O que veio fazer aqui?


- Vim visitar uma velha amiga.


Sakura apontou a lanterna para o rosto da pessoa que saira do carro. Trancou a respiração, não podia acreditar.


- Hope... – O facão caiu de sua mão fazendo barulho. – Oh meu Deus!


Outro sonho. Outro episodio. A mulher subiu a varanda fazendo barulho ao empurrar a porta de tela.


- Ate parece que viu um fantasma... Ou esperava por um.


Ela abaixou-se e pegou o facão, colocando o dedo na ponta.


- Mas sou bastante real.


Mostrou o dedo com sangue.


- Sou eu, Hinata. – Acrescentou entrando na casa. – Vi a luz acesa quando passava pela estrada.


- Hinata? – Ela se lembrava desse nome. – Hinata! – Exclamou em um suspiro de alivio.


- Isso aí. Tem algo para beber aqui?


Ela foi para cozinha como se fosse a dona e lembrou-se que aquela família era assim, sentiam-se superiores e donos de tudo. Seguiu-a ate a cozinha.


- Tenho chá gelado.


- Tem algo, como posso dizer, forte?


-Não tenho. Sinto muito. Ainda estou me instalando.


- Da para perceber. – Deu uma volta pela cozinha e largou o facão. – Um pouco mais rústico do que pensava, especialmente para você.


Parecia que sua amiga estava ali viva. Com os olhos claros e a pele branca, alem dos lindos cabelos negros.


- Não preciso de muita coisa.


- Essa é uma de nossas diferenças. Você sempre precisou de pouco e eu de muito.


- E conseguiu?


Hinata sorriu e encostou-se no balcão.


- Ainda estou colecionando. Qual é a sensação de voltar?


- Ainda não estou aqui a tempo o suficiente para saber.


- Mas foi o suficiente para aparecer com um facão na porta.


- Não estou acostumada com visitas as três horas da manhã!


- Estava em um encontro que perdurou muito tempo. No momento estou em uma pausa entre maridos. Mas você nunca casou, não é mesmo?


- Não.


- Juro que escutei alguém falando que foi noiva. Mas pelo jeito não deu certo.


O sentimento de fracasso, desespero e traição ameaçou aflorar.


- Não, não deu. E suponho que seus dois casamentos também não deram certo?


Hinata sorriu, queria uma adversária a altura.


- Estou vendo que seus dentes se tornaram afiados.


- Não quero morde-la Hinata, mas não adianta descontar em mim depois de tanto tempo. Eu também a perdi.


- Ela era minha irmã.


- Sei que era sua irmã, mas também era minha única amiga.


- Poderia ter feito novas amizades.


- Certo, não há nada que eu possa fazer para trazê-la de volta. Não há nada.


-Então porque voltou?


- Nunca deixaram que eu me despedisse.


- É tarde demais para isso. Acredita em nova chance, Saki?


-Acredito.


- Eu não. Vou explicar o porquê. – Tirou um cigarro do bolso e o acendeu depois o tragou. – Ninguém quer começar de novo. Os que dizem que querem estão mentindo. As pessoas só querem iniciar da onde as coisas começaram a dar errado. Querem seguir outro caminho sem precisar carregar a bagagem. Aqueles que conseguem isso são afortunados, pois conseguiram se livrar dos pesos de seus erros e de suas culpas.


Ela tragou mais uma vez fitando Sakura.


- Você não me parece afortunada.


- Quer saber você também não, o que é uma surpresa.


Hinata abriu a boca tremendo-a, mas logo sorriu.


- Costumo viajar com pouca bagagem e com muita freqüência, pode perguntar por aí.


- Então estamos na mesma situação, por que não procuramos tirar proveito?


- Desde que você se lembre de quem chegou aqui primeiro, não haverá problema algum.


- Você nunca me deixou esquecer. Agora esta casa é minha e preciso descansa.


- Conversaremos em outro dia. – Saiu deixando um rastro de fumaça. – Ah antes que eu esqueça. Se dormi aqui sozinha lhe da tanto medo acho melhor trocar o facão por uma arma de fogo.


Ela abriu a bolsa e mostrou uma pequena arma.


-Uma mulher tem que andar precavida, não acha?


Com uma risada, Hinata saiu da sala batendo a porta.


Trancou a porta e foi ate a cozinha, pegou o facão e a lanterna retornando para o quarto. Queria correr para a casa do tio, mas sabia que se fizesse isso uma vez iria fazer sempre. Precisava passar por aquilo para seguir em frente.


Sentou encostando as costas na parede e ficou fitando a janela ate o dia começar a raiar.


 


 


Ele sentira medo ao se esgueirar ate a janela, sem fazer barulho, experimentara o que raramente sentia: uma dose de medo queimando suas entranhas.


Sakura estava de volta onde tudo começara.


Ela dormia no chão como uma cigana e ele podia ver a curva do rosto e os lábios.


Alguma coisa devia ser feita, e ele já começara a planejar tudo do seu modo frio e calculista. Mas vê-la ali foi um sobressalto, lembrara de tudo o que aconteceu, devido a presença dela.


Levara um susto quando ela levantara rapidamente. Mesmo no escuro pode ver os olhos de Sakura o que fez o suor aflorar na sua testa e mãos. Mas havia muitos lugares para se esconder.


Refugiara-se em uma rachadura e observara Hinata chegar. Os cabelos negros dela estavam em contraste com a cor de rosa da outra. Mas era Sakura que parecia absorver a luz em vez de refleti-la.


E nesse momento soube onde elas o levariam. Para onde ele as levaria.


Seria como na primeira vez, há tanto tempo. Seria o que ele havia tentando recuperar há quinze anos.


Seria perfeito.


 


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Notas finais do capítulo

Espero Reviews e agradeço a todos que me mandaram... Fico feliz por estarem gostando.
Bjx



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