- Ela pôs cinco argolas de guardanapo no bolso. – Eram mais de seis horas, a porta já estava trancada e Cecil cochilava no deposito. Sakura arriou em um banco erguendo as mãos. – Quem levaria cinco? Tudo bem uma pessoa levar quatro ou seis mas cinco?

- Não há para imaginar que ela estivesse pensando em um jogo.

- Acrescente dois descansos para colher, três tampas e um pegador de salada. Ela pôs tudo isso no bolso enquanto conversava comigo e depois tirou o colar de contas que usava e me deu.

Ainda perplexa Saki afagou o colar que usava.

- Rosie gosta de você. Ela dá presentes para quem gosta.

- Não acho certo cobrar todas essas coisas. Aposto como ela nem as quer. E gastou mais de mil dólares, vovó! – Saki comprimiu as mãos contra a barriga. – Acho que vou me sentir enjoada.

- Não vai não. Pode se sentir feliz a qualquer hora que quiser. Agora, acordarei Cecil e iremos embora. Você precisa de descanso e meus pés também. Não esqueça do almoço amanha na casa de Jiraya. Esteja lá à uma hora.

- Não esquecerei vovó. E obrigada por tudo.

- Tudo bem. E você trate de comemorar está bem?

Não dava para comemorar pensou Sakura. Depois de registrar tudo e trancar a loja. Mal conseguia pensar. Conseguira sobreviver ao dia. Provara que voltara pra valer, para ficar, deixar sua marca.

Algumas pessoas a veriam como a menina magricela e coitadinha de anos atrás. Mas não tinha importância. Pois veriam também o que ela se transformara. E o que ela queria ser.

E faria com que isso importasse.

Não ia mais fugir, muito menos fracassar. Desta vez venceria.

Quando entrou na rua de sua casa pode sentir os olhos lacrimejarem, e finalmente pode chorar por tudo.

Estava sentada no chão, esforçando-se para não chorar. Só bebes choravam. E ela não era chorona. Mas as lagrimas caíram mesmo assim.

 Esfolara os joelhos e os cotovelos após cair de bicicleta.

Tudo bem não queria andar mesmo, pensou.

Estava atirada ao chão, com a bicicleta caída ao lado.

Tinha apenas seis anos.

- Hope o que você fez?

Sasuke vinha correndo pelo caminho. Seu pai acabara de largá-lo na entrada da fazenda para que tivesse à tarde do sábado livre. Tudo dependia da rapidez que pegasse sua bicicleta e fosse até o pântano encontrar com Naruto e Suigetsu.

E ali estava sua bicicleta amada arrebentada e a irmã estatelada ao lado.

- Puxa olha só para isso, estragou a pintura! Que droga! Não pode pegar a minha bicicleta. Você tem a sua.

- É bicicleta de bebe. – Hope ergueu o rosto, as lagrimas escorrendo pelo rosto sujo de poeira. – E mamãe não quer deixar papai tirar as rodinhas dos lados.

- Dá para entender o por quê. – Irritado ele ergueu a bicicleta e olhou Hope com superioridade. - agora entre e peça para Kurenai lavá-la. E não mecha mais nas minhas coisas!

- Eu só queria aprender. Eu poderia andar melhor do que você!

Ela tinha o ar de desafio nos olhos.

- Não há nenhuma possibilidade. – Ele riu da irmã enquanto montava na bicicleta. – Você é apenas uma garotinha.

Hope levantou-se de um pulo com o peito magro tremendo de raiva.

- Vou crescer. – Murmurou ela. – E vou andar mais rápido e melhor do que qualquer outro. E você vai se arrepender do que disse.

- Já estou tremendo de medo. – Ele tinha que sorrir, com a diversão nos olhos negros. Se um homem tinha que aturar duas irmãs menores pelo menos podia tirar proveito disso, zombando delas. – Sempre serei melhor, mais velho e mais rápido.

O lábio inferior de Hope tremeu em sinal de que mais lagrimas estavam a caminho.

Sasuke saiu com a bicicleta em sinal de superioridade, mas quando olhou para trás viu a irmã de cabeça baixa. O cabelo caia a frente suja emaranhados, os joelhos pingavam sangue e ele pode notar lagrimas caírem.

Soltou um suspiro profundo e voltou. Saltou da bicicleta, também irritado consigo mesmo e não só com Hope.

- Pode montar.

Ela fungou e fitou-o.

- Posso mesmo?

- Claro. Monte logo que não tenho o dia inteiro.

Ela sorriu feliz, sentando na bicicleta.

- Preste atençao, isso não é brincadeira.

Sasuke olhou para a casa, rezando para que a mãe não visse a cena. Os dois estariam encrencados se ela notasse.

- Não é assim, você tem que equilibrar seu corpo. – Dizer a palavra corpo o embaraçava, apesar de não saber o motivo. – E olhe para a frente.

Ela fitou-o com confiança.

- Está bem.

Sasuke se lembrou de como o pai havia o ensinado, e repetiu. Segurou o selim e correu quando a irmã começou a pedalar.

Correram por três metros até que Hope caiu.

Ela não chorou. Levantou rapidamente e subiu sem hesitar. Sasuke a admirou por isso. Fizeram isso dúzia de vezes durante o final da manha e inicio da tarde.

Hope tinha agora a pele brilhante de suor. Varias vezes mordera os lábios para abafar um grito quando a bicicleta virava. Ouvia a respiração do irmão ao seu lado e as mãos dele que a amparavam. E seu amor pelo irmão era cada dia maior.

Agora, não era apenas para si que queria aprender, mas pelo irmão também.

- Eu posso andar, posso andar... – Sussurrava toda vez que caia e levantava subindo na bicicleta.

A bicicleta girou de um lado para o outro, mas não caiu. De repente, Sasuke corria ao seu lado, com um sorriso enorme no rosto.

- Você conseguiu! Está andando sozinha! Continue pedalando!

- Estou andando de bicicleta!

Por baixo dela, a bicicleta tornara-se um imponente garanhão. De rosto erguido ela disparava como o vento.

Sakura acordou no chão ao lado do carro. Os músculos tremendo, a pulsação acelerada, com a dor de alegrias perdidas em seu coração.

Ela se lembrou do jantar minutos antes de Sasuke bater em sua porta. Só teve tempo de lavar o rosto para limpar as lagrimas e o que aconteceu depois. Não teve idéia do que falar para despachá-lo.

A emoção que sentira antes, ao ver Hope e Sasuke andando de bicicleta se mistura com as suas. Ela ainda podia ver o brilho intenso nos olhos negros de Sasuke. A felicidade estampada ali.

 O problema era que os seus sentimentos não podiam ser comparados aos de Hope. Seus sentimentos não eram fraternais, eram adultos demais.

A combinação não era muito boa. Era melhor permanecer sozinha até que passasse.

Diria a ele que estava exausta, cansada demais para sair e jantar. Isso, não seria de todo mentira.

Quando abriu a porta, pode notar que ele segurava um prato quente.

-Kurenai mandou isto. – Sasuke entregou o prato. – Disse que alguém que trabalhou tanto não deveria cozinhar hoje. As instruções é guardar no frízer para tirar da próxima vez que chegar a casa tão exausta que a unia coisa que queira é colocar os pés para cima.

Ele fez uma pausa olhando para Sakura.

- O que parece ser o caso hoje.

- Realmente estou esgotada.

- Andou chorando.

- Reação retardada. Alivio. – Sakura foi para cozinha levando o prato. –Desculpe por esta noite. A idéia é boa. Talvez daqui a dois dias possamos...

Ela virou-se esbarrando em Sasuke. Recuou para o balcão. Havia uma vigorosa corrente de desejo. Dele ou dela, Sakura não sabia dizer.

- Teve muito que resolver hoje.

Sasuke colocou as mãos no balcão, dos lados de Saki. Percebeu a consciência do movimento nos olhos dela. Acompanhada da cautela.

- Muitas pessoas e as lembranças que trouxeram.

- Tem razão. – Sakura tentou se afastar, mas não tinha para onde ir. Era seu sangue que estava quente, ela percebeu com embaraço.

- Todas dolorosas.

- Não. – Oh Deus não me toque! Mas mesmo enquanto pensava isso Sasuke pousou as mãos em seus ombros descendo por seus braços em movimentos repetitivos. – Foi maravilhoso ver Kurenai... E Will. Quando eu era pequena ele me servia grape a credito, se me faltavam alguns centavos. O que acontecia com freqüência. Sasuke...

O nome saiu em um murmúrio, quase uma suplica. Pelo que ela não sabia.

Tremia toda agora.

- Gostei da maneira como você estava hoje. Firme, decidida e controlada por fora.

- Eu estava muito nervosa.

- Não deixou transparecer. Não de maneira como demonstra agora. As defesas estão fracas, Saki. Quero assim. E vou aproveitar a situação.

- Eu... – Seus joelhos estavam bambos agora. Tinha esquecido como a sensação podia ser maravilhosa. A rendição nem sempre era sinal de franqueza. – Eu... Estou pensando no caso.

Ele sorriu.

- Continue a pensar, enquanto eu continuarei me aproveitando.

Sasuke desabotoou o primeiro botão da blusa, depois o segundo.

Ele ensinara Hope a andar de bicicleta, pensou Sakura.

E lhe mandara flores lindas, pois sabia que a deixariam satisfeita.

Agora a acariciava, como a muito não era.

- Estou sem pratica.

Ele abriu o terceiro botão.

- De pensar?

- Não. – a respiração saiu tremula. – Sou boa em pensar.

- Pois entao pense nisto. – Sasuke deu um pequeno puxão para tirar a blusa de dentro da calça. – Quero acariciá-la. Quero sentir sua pele sob minhas mãos. Assim...

Deslizou as mãos pelas laterais, descendo-as em seguida. Sakura contraiu-se quando ele começou a abrir o botão da calça.

- Não mantenha os olhos abertos para mim Saki.

Sasuke inclinou-se para frente, mordendo levemente o queixo dela. Fazendo com que uma ânsia intensa espalhar-se pelo seu corpo.

- Como está sem pratica vou orientá-la. Quero que olhe para mim quando eu a acaricio.

Olhe para frente, ele dissera a Hope. E a amparara.

- Quero olhar para você Sasuke.

Ele baixou o zíper devagar, ouvindo um gemido de Sakura.

Há muito tempo que um homem não a desejava. Há muito tempo que um homem não a enchia de desejo. Ela queria não querer aquilo, mas o corpo já estava tremulo sob as mãos de Sasuke.

- Dê um passo para o lado. – murmurou enquanto a calça caía aos seus pés.

Sakura abriu a boca pra falar, mas Sasuke a tomou para si. Um beijo afetuoso e terno. Depois as mãos dele desceram e subiram pelas costas dela em uma dança sexy, enquanto a conduzia para a porta.

- Sasuke...

- Quero possuí-la na claridade. Para que possa vê-la quando estiver embaixo de mim. Quando eu estiver dentro de você.

Na porta do quarto ele a pegou no colo.

- Imaginei uma porção de coisas nesta cama. Deixe-me fazê-las.

O sol de final de tarde entrava pela janela, iluminando a cama. O colchão cedeu sob o peso de Sasuke. Sempre a observando ele a beijou.

Devagar, a principio com muita ternura, até que as mãos de Saki relaxaram sob as suas mãos. Os lábios dela se entreabriam convidando-o. Então ele mudou, assumindo a intensidade que não demonstrara antes.

A súbita mudança a deixara atordoada, chocando-lhe os sentidos, atiçando os nervos. Ela arqueou-se no calor intenso, soltou um gemido estrangulado. Sasuke a excitava com a boca, fazendo-a tremer toda.

Ele não queria que Saki antecipasse. Queria perturbar-lhe todos os sentidos, deixar a mente vazia para todo o resto a não ser o prazer. Sakura pensaria nele. Só nele. E quando terminasse de absorvê-la ele a possuiria.

Sakura tinha o corpo esguio e firme sob suas mãos. Sasuke saboreava tudo enquanto pensava como explorar aqueles nervos, desmanchando todas as barreiras.

Ele a pressionou, quase a machucando com a pressão dos dedos. Desceu as alças do sutiã beijando aquele local enquanto acariciava os seios por cima da roupa.

- Está se lembrando agora?

A cabeça de Sakura estava pendida para trás com o cabelo esparramado pelo travesseiro.

- Como?

- Nada.

Sasuke tirou o sutiã. Mas quando ela o procurou ele comprimiu as mãos contra a cama.

- Quero ir devagar. Sem pressa, ate você não agüentar mais. Então lhe darei tudo o que quiser.

As bocas tornaram a se encontrar fazendo-a estremecer.

Sakura queria repeli-lo antes que atravessasse a linha que jurara não passar. Mas logo sua boca tornava a procurá-lo, os dentes se encontrando, o movimento de língua frenético. Ela tornou a arquear as costas, num convite deliberado, os quadris se mexendo.

Soltava gritos e suspiros. Alguma coisa dentro dela queria se libertar.

Um orgasmo rápido e intenso a pegou, deixando atordoada e embaraçada. Mas Sasuke a tomou novamente em seus braços.

- Vamos...

Sasuke virou-a na cama tirando-lhe a camisa. Os olhos de Sakura estavam turvos e a respiração saia entrecortada. Desta vez quando ele se projetou, aninhou-se nos braços dela.

Sua boca era urgente, enquanto acariciava e apertava. Sakura empurrou à calça que ele ainda vestia, desesperada agora, com as necessidades a flor da pele. Ele tirou a calça. No instante seguinte levou-a ao delírio, quando ergueu os quadris beijando aquele ponto.

As mãos de Sakura agarraram as grades da cama como ele imaginara. A cabeça balançava enquanto as sensações a dominavam. O gosto e o cheiro de Sasuke a inundavam ate não restar mais nada. Deu um gemido de libertação.

No mesmo instante que as mãos de Sakura ficaram inertes ele as pegou.

Sasuke se lembraria daquele momento para sempre. E faria com que ela não se esquecesse também.

- Abra os olhos saki. Olhe para mim.

Quando ela os abriu, as pálpebras tremendo, Sasuke teve que recorrer ao resto de seu controle. Inclinou-se dando-lhe um beijo profundo.

- Diga meu nome.

A pressão aumentava, assim como o prazer.

- Sasuke.

- Diga de novo.

Sakura flexionou os dedos sobre os dele. Queria chorar ou gritar.

- Sasuke.

-Outra vez.

E ele mergulhou dentro dela.

A mente de Sakura tornou-se brilhante. Movia-se no ritmo de Sasuke, acompanhando os movimentos lentos e profundos. Absorvendo e alimentando cada sensação.

Sasuke, quente e duro dentro dela, o corpo sólido e forte por cima. A colcha lisa e macia em suas costas, o ferro liso e frio sob suas mãos. E a ultima claridade do dia, com o crepúsculo.

Quando o ritmo aumentou, Saki já estava preparada, ansiosa, enlevada pela maneira como aqueles olhos ônix não se desviavam dos seus.

- Quero que me acompanhe...

Sasuke se perdera nela totalmente. Afogara-se em Sakura. O coração batia forte enquanto o rosto comprimia-se contra os cabelos dela.

E apertando as mãos um do outro se lançaram em um orgasmo intenso.