You Only Live Once escrita por Anonymous


Capítulo 9
Capítulo 9 - Steve.


Notas iniciais do capítulo

- Olá! Como vão, eu vou indo e ainda tentando me afastar da internet... Não dormi ainda, estou escrevendo desde 2 horas da manhã e só acabei agora...
- Então esse capítulo terá algumas revelações e espero que gostem...
Ps: Qualquer erro me avisem... Irei concertar o capítulo anterior pois faltou a acentuação...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/286800/chapter/9

Peeta olhou para o céu azulado e fez de tudo para se recompor. Pareceu se sentir desconfortável por mostrar fraqueza para mim.

Não exigi mais nada dele, ele ficou calado olhando para o nada, perdido em seus pensamentos enquanto eu tentava adivinhar qual era o seu problema. Nunca pensei que presenciaria uma cena dessa. Estava começando a ficar bastante preocupada quando ele começou:

– Sabe Katniss, eu nem sempre fui esse cara que você conhece hoje. – Ele disse e depois se calou por mais um tempo.

– E como você costumava ser? – Perguntei curiosa e receosa. O que ele estava querendo começar?

– Eu era diferente, tinha um ciclo de amizade diferente e nem conhecia muita gente até que no último ano antes do colegial eu fiquei amigo do Steve.

– Steve? Eu o conheço? – Perguntei tentando ligar o nome com algum de seus amigos.

– Não, e nuca irá conhecer. – Ele disse rudemente e eu fiquei um pouco assustada com sua resposta.

Peeta pareceu perceber meu espanto e se concertou.

– Bem, você nunca irá conhecer Steve porque... porque ele morreu. Nos deixou. Ele nunca mais voltar e eu me odeio por isso! – Ele ficou irritado e agitado estampando ódio em toda parte de seu corpo.

Pensamentos sombrios dos quais eu quis afastar de minha mente o mais rápido possível vieram me atormentar assim que ele parou de falar.

Será que Peeta seria capaz? Será que ele matou o amigo? O que mais poderia ter acontecido? Ele está dizendo que tem ódio dele mesmo por conta da morte de Steve. Será que ele foi o culpado por ela?

Coloquei a mão no braço de Peeta receosa enquanto o mesmo encarava a grama não se importando com o meu toque.

– Peeta, acalme-se. Quer me contar mais sobre Steve.- Disse com a voz num tom incentivador.

Peeta respirou fundo por um tempo e olhou em meu olhos. Seus olhar sempre pretencioso com relação a mim estava triste e sem vida.

– Daqui à 3 dias fará 2 anos de sua partida. Essa doença maldita levou meu amigo e eu não consigo me conformar com isso. – Ele disse ainda irritado porém controlado.

– O que ele tinha? – Me atrevi a perguntar, aliviada por meus pensamentos sombrios estarem errados.

– Leucemia. Descobriu 3 meses depois que me conheceu. Ele não era daqui, veio morar na casa dos tios porque a mãe era problemática e o pai havia os abandonado. Na época eu e a prima dele nos gostávamos porém éramos melhores amigos desde pequenos e não queríamos estragar. – Ele disse e deu um a risada curta e forçada.

Não entendi muito o porque da risada então fingi não ter ouvido e continuei.

– Que horror, então você o conheceu pela prima dele... Ele era de onde? E ela ainda vive aqui? – Perguntei mas depois me arrependi por ser tão curiosa.

– Conheci, ele era de Montana, e quanto a ela. Bem, ela ainda mora aqui mas não somos mais amigos...- Ele disse e olhou para o nada.

– Eu a conheço? – Perguntei e ele assentiu com a cabeça e deu um pequeno sorriso.- Qual é o nome dela?

– Johanna. – Assim que ele disse me assustei.

Ele olhou para mim e me dirigiu um sorriso de esfinge.

– Johanna, minha amiga? Johanna Mason? – Perguntei mas eu com certeza já sabia a resposta.

– Ela mesmo... Então, vou lhe contar tudo. Desde o dia em que conheci os dois até a minha briga com Johanna logo depois da morte de Steve...

Assenti e continuei ouvindo atentamente um Peeta totalmente diferente do que eu conhecia.

Ele me contou como conheceu Johanna em um parquinho onde seu pai costumava levá-lo aos domingos quando era menor.

Contou que eles ficaram amigos porque em um domingo ensolarado Johanna encontrou um passarinho caído dentro do brinquedo e começou a pedir ajuda para as crianças mas ninguém a ajudava. Então, Peeta apareceu e os dois começaram a cuidar juntos do pequeno animal, pediram para que os pais colocassem ele no ninho que se encontrava próximo dali.

Peeta riu ao lembrar de como eles ficaram felizes quando o pai dele colocou o pássaro no ninho e como depois desse dia eles ficaram inseparáveis. As aulas começaram e os dois descobriram que estudavam na mesma escola e como isso os animou. Ele disse que era só ele e Johanna e que todos a volta deles diziam que eram namorados o que os deixava profundamente irritados.

Ele pulou para o dia em que com doze anos tentou beijar Johanna e a mesma ficou sem falar com ele por 2 semanas o que deixou ele sozinho e sem uma confidente para falar de suas brigas com a mãe que eram cada vez mais constantes. Felizmente depois dessas 2 semanas tudo voltou a ser como era antes e eles fingiram esquecer.

Quando Johanna fez 12 anos os pais dela contaram que a mãe estava grávida e ela ficou muito irritada, procurou Peeta, quem a ajudou pois ele já havia passado por isso com Claire.

Quatro semanas antes do último dia de férias Johanna contou a Peeta que um primo mais velho iria vir morar com sua família e que ele seria da mesma turma dos dois. Johannna contou sobre todos os problemas do primo e que uma assistente social queria colocar ele para morar em um orfanato mas os pais dela convenceram a tia por parte de pai a mandar Steve para cá.

Ele contou como se sentiu ameaçado de perder a melhor amiga e que no inicio odiara a ideia. Na semana seguinte, três antes das aulas Steve chegou.

Peeta disse que eles se tornaram um trio imbatível Steve tinha 16, Peeta 15 e Johanna 14. Começaram a sair mais e a se divertir como nunca antes. Iam aos campos de tulipa quando estava com problemas e mesmo sabendo que era errado fumavam um baseado escondido dos pais. Peeta disse que Steve gostava muito de fumar cigarros e isso deixava Johanna extremamente irritada.

Foi então que após 3 meses de conivência Steve que era moreno, bonito e levemente musculoso começou a ficar magro e escorria sangue de seu nariz constante mente. A primeira vez que isso aconteceu Johanna estava longe e quando chegou pensou que Peeta havia atacado ele.

“ - Você acha mesmo que o fracote do Peeta iria me acertar? Deve ser uma coisa boba, relaxa Jô...”

Nessa hora Peeta deu um sorriso melancólico e disse:

– Mal sabia ele que não era apenas uma coisa boba...

Então ele voltou a me contar...

Peeta disse que passou duas semanas e Steve faltou quase todos os dias, Johanna andou estranha e não falava muito, sempre mudava de assunto quando Peeta perguntava sobre Steve. E vire e mexe Peeta a encontrava chorando pelos cantos.

Até que segunda-feira após as duas semanas entrou na sala parcialmente vazia sem os dois amigos ao lado e encontrou Johanna abraçada com um menino de costas totalmente careca. Ele disse que a vontade foi arrancar ela dos braços do desconhecido e puxar ela pra si.

Quando ele se aproximou e viu que o desconhecido sem cabelos não era desconhecido e sim Steve que sorriu quando virou para encarar Peeta.

“E então amigo, o que achou do meu visual super moderno, para leucêmicos?”

“Steve pare com isso.” – Peeta imitou Johanna repreendendo o primo.

“É brincadeira né? Tudo pegadinha. Já sei! Foi uma aposta!”

“ Não meu caro amigo, a vida me pregou mais uma peça e eu vou morrer logo, logo.”

Essas últimas palavras de Steve atingiram-no como um soco na boca do estomago e disse que saiu correndo da sala deixando os dois para trás. Ele então teve um ataque de raiva e começou a chutar e socar a parede do banheiro até Steve aparecer e mandar ele parar.

“Cara, para com isso vou ficar pelo menos mais um ano te perturbando, é difícil aceitar eu sei. Se não está sendo fácil para você imagina para mim. Está sendo difícil, semana retrasada comecei o tratamento e descobri que estou com essa merda em mim há 4 fodidos meses mas só se agravou agora.”

Peeta disse que foi muito difícil e que Steve estava sendo forte, Peeta não teve pena dele e sim sentia admiração pois mesmo estando do jeito que estava continuava do jeito brincalhão e poucas eram as vezes que ele ficava falando sobre a morte. No fim do ano os médicos disseram que Steve estava muito bem e que deveria viver mais uns 2 anos e essa notícia deu um gás de esperanças.

As recaídas de Steve diminuíram muito e eles começaram a sair com o pessoal popular durante as férias, graças a Steve que era super social. Se alguma pessoa sem escrúpulos caçoava dele Peeta e Johanna tentavam brigar mas Steve sempre levava na brincadeira e dizia que essas pessoas eram dignas de pena e nojo.

Finalmente eles começaram o colegial e Steve era o cara mais popular de todo colégio juntamente é claro com Peeta e Johanna que eram conhecidos como o casalzinho.

Um dia Peeta não pode ir a uma festa com os dois e Johanna dera seu primeiro beijo porém não nele. Nem ela nem Steve contaram ao amigo.

O colégio não comentou e ele não ficou sabendo até um dia ver Johanna com o mesmo menino cujo nome era Marvel... Peeta ficou super irritado e no dia seguinte beijou ela de surpresa, um beijo muito quente por sinal. Johanna ficou irritada e disse que não queria mais isso e que não gostava mais dele. A relação dos dois ficou confusa desde então e Steve sempre tentava fazer eles pararem de se provocar.

Johanna chegou a um ponto que, sempre quando Peeta ia ficar com alguém ela dava um jeito de atrapalhar o que quase pois um ponto final na amizade deles se não fosse por Steve.

No meio do ano Steve que havia parado de fumar, voltou e os problemas começaram a voltar. Ele agora com 18 anos ficara internado por 1 mês inteiro muito mal até que pediu para os tios que tentavam ser fortes, para poder ficar em casa. Os tios que não viram escapatória pois o sobrinho fazia de tudo para não ficar naquele hospital com cheiro de álcool e coisas limpas o que o deixava enjoado. Ele foi para casa e milagrosamente se recuperou por um mês inteiro mas como tudo nessa doença, foi pego de surpresa e teve uma recaída que nunca tivera antes.

Começou a usar cadeira de rodas e começou ficar irritado perdendo o humor brincalhão de sempre.

“Me deixe morrer logo Deus! Eu não quero mais sofrer assim, essa porra está doendo muito não aguento mais!”

Peeta imitou ele. Isso foi quatro semanas antes de sua morte. A voz de Peeta estava mudada e ele estava começando a ficar nervoso de novo.

Peeta descreveu a primeira vez que viu ele sem controle sobre seus órgãos. Como ele fez xixi nas calças seguido de coco, e de como Steve ficou frustrado com o que aconteceu.

Duas semanas antes de sua morte Steve já não conseguia mais levantar e nem falar muito, vivia cansado e pediu para nunca mais voltar ao hospital porque ele já sabia que não tinha mais jeito e disse que queria morrer. Deixando todos a sua volta muito tristes.

Os três pararam de sair e a amizade de Peeta e Johanna estava morrendo junto com Steve.

“Mãe, pai! Vou para casa da Johanna visitar Steve!”

“Esse garoto ainda está vivo?”

“Vá se fuder sua vadia” – Peeta descreveu ele e a mãe.

Nesse dia ele só voltou para casa quando sabia que todos em sua casa estariam dormindo e não falou com a mãe por muito tempo.

O dia seguinte foi muito animador, Steve conseguiu ir ao banheiro, tomou banho por conta própria assistiu um filme com todos e conversou normalmente. No fim da noite só restou Peeta e ele na sala e Steve pediu para Peeta leva-lo para algum lugar. Peeta resistiu e disse que não mas Steve disse:

“Por favor cara, um último pedido, eu vou morrer mesmo. O que custa você me levar sei lá, no Luz vermelha para relembrar os ‘velhos tempos’?

Peeta disse que pensou por muito tempo e finalmente cedeu, ele acreditava que o amigo precisava pelo menos pela última vez.

Se divertiram muito, Steve até ficou com algumas garotas, bebeu fumou e nada aconteceu mas sempre com moderação pois Peeta não fez nada disso para poder monitorar o amigo. Saíram e já estava amanhecendo então Steve pediu que eles fossem ao campo de tulipas. Eles ficaram lá por um tempo até Steve começar a sentir tonturas e dores forte na cabeça. Steve não consegui andar muito bem e Peeta o guiou até o carro. O amigo vomitou assim que se sentou no banco do carona e Peeta começou a ficar desesperado.

“Calma cara, eu estou morrendo...”

“Cala boca Steve! Você não está, não agora!”

Peeta foi direto para o hospital, ligou para todo mundo que já estavam indo pra lá.

Ele conseguiu voltar ao “normal” Johanna brigou com Peeta dizendo que ele era irresponsável e Peeta conversou com os pais dela que entenderam parcialmente a posição do amigo.

Dois dias se passaram e Steve não conseguiu vencer sua luta, morrendo durante o sono.

Os meses seguintes segundo Peeta foram muito difíceis e Johanna e ele pareceram se evitar até as aulas terminarem.

Peeta a essa altura estava chorando silenciosamente e eu comovida o acompanhava.

Ele limpou as lágrimas e falou:

– No segundo ano as coisas mudaram, meu pai tentou me convencer que eu não era culpado pela morte dele e eu fingi aceitar isso. Eu entrei para equipe e me tornei capitão. Disse para mim mesmo que eu não seria mais o mesmo que desligaria meus sentimentos pois a morte de Steve e a perda da amizade de Johanna haviam sido demais para mim. No mesmo ano ela se rebelou e ficou como eu porém versão feminina. Ela não entrou para torcida nem nada pois ela repugnava essas atividades desde quando éramos menores. – Rimos e eu disse que sentia o mesmo que ela.

– Mas Peeta você não é culpado, seu pai está certo não se martirize...- Disse ele assentiu e continuou:

– Comecei a ficar com muitas garotas e tive namoros rápidos, Johanna começou a sair com Marvel e ficaram por um tempinho. Eu e ela não nos falávamos até você aparecer, é melhor ficarmos distantes porque... enfim, é melhor. E antes de você perguntar alguma coisa eu não gosto dela.

Eu entendi perfeitamente o que Peeta quis dizer com eles preferirem não ficarem perto um do outro as lembranças eram dolorosas e os dois junto só faziam Steve ficar mais vivo na cabeça de ambos. Mas mesmo entendendo acho ruim essa atitude.

– Obrigado por me ouvir, não estava mais aguentando e meu pai, único amigo além de Finnick não está tendo muito tempo... Ele e minha mãe estão finalmente pensando em se separar... Ah avise para todos que não terá mais o almoço.

Achei legal ele ter confiado em mim e me ter agora como cúmplice, depois de todas nossas desavenças...

– Nada, obrigada por confiar em mim. E você está feliz né?

– Muito! Só espero que minha mãe saia de casa e não meu pai... Mudando de assunto, fiquei sabendo que conseguiu o emprego com o Tiesto, irado isso! Parabéns! - Nossa conversa assumiu um assunto mais leve e a tristeza em seus olhos estavam sumindo...

– Né? Fiquei muito feliz e meu pai até quer comprar o equipamento básico para tocar em festinhas que ele quer que eu faça...

– Seu pai deve ser irado, e você não quer?

– O equipamento sim, dar festinhas... isso não é comigo. – Disse e ele riu.

– Mas pode deixar que eu organizo, quando estiver com tudo é só falar.

– O.k promoter. A conversa está ótima porém já está escurecendo e minha mãe chegará logo para o jantar então, tchau Mellark.

– Tchau Everdeen! Olha só se você contar para alguém sobre nosso conversa ou contar que tivemos um momento amigável você vai ver.- Ele disse tentando ter tom ameaçador na voz.

– Nossa estou morrendo de medo! Mamãe, mamãe me ajude! Ele está me ameaçando!– Disse debochada, os dois riram. – Pode ficar tranquilo que eu gosto de implicar com você então nada de amizade bonitão.

– Como você é engraçada Everdeen, cadê meu beijo de despedida docinho?- Ele disse fazendo beicinho e vindo atrás de mim.

Corri um distância segura dele e continuei andando com o livro de baixo do braço, ouvi ele correr e comecei a correr em frente. Sem sucesso ele me alcançou pegou minha mão, agarrou meu rosto e me deu um selinho roubado, me soltou, eu limpei a boca e ele riu. Peeta parou de gracinhas e fomos andando até nossas respectivas casas implicando um com o outro.

Quando cheguei, jantei logo conversei durante todo o jantar, me retirei e fui direto tomar banho. Deitei na cama e peguei o livro para terminar de lê-lo porém toda conversa com Peeta veio a minha mente e eu perdi a concentração.

Finalmente descobri o problema entre Peeta e Johanna e que era muito mais profundo do que eu pensei. Descobri o porque dos dois serem tão fechados e me vi chorando por conta de Steve e pelo fato de Peeta se culpar por sua morte. Com tudo concretizei que mais do que nunca: Odeio essa doença e sempre odiei desde que o cachorro de Gale morreu de câncer na laringe. Afinal, cadê a cura dessa maldita?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

- E então o que acharam?? Minhas reviews não se esqueça que isso me deixa feliz, critiquem se acharem necessário e me avisem se algo estiver errado...
- Enfim, não tenho caso de câncer na minha família e nem em próximos a mim mas eu odeio essa doença e não entendo o porque dela existir. Só queria que a cura fosse logo criada e funcionasse...
- Espero que tenham gostado... E mesmo tendo uma participação rápida, espero que tenham gostado de Steve.
Beijinhos e até o próximo.