Save Me escrita por Milena


Capítulo 9
Capítulo 9 - Eu não sinto medo de você




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Nota da autora: Venho nessa nota dizer que vocês vão notar algumas diferenças entre a história original da Rowling e a minha fanfiction. Na história original, a câmara secreta é aberta no período do começo da ano, aqui já é no final. Ou seja, aqui Murta Que Geme será morta de uma forma diferente e em época diferente ok? É somente isso.

- Rose.

A ruiva virou-se rapidamente, vendo uma figura feminina atravessar as sombras do quarto. Karina. Franziu o cenho enquanto afrouxava a gravata de Hogwarts.

- O que quer Karina? – Perguntou Rose apreensiva.

- Como soube? – Perguntou Karina com a voz calma

- Soube do quê, exatamente? – Perguntava Rose enquanto retirava a colcha de sua cama.

- Não se faça de tola, do evento na floresta! Como soube? – Disse a menina.

- Não acho que isso seja da sua conta. – Disse Rose irritadiça

- Se mantenha longe disso Rose Jones... – Soprou antes de sair rapidamente do quarto.

Rose franziu o cenho, preferiu não ligar, estava cansada demais para isso. Arrancou as roupas e vestiu um pijama leve, afundou o corpo na cama e adormeceu lentamente.

O dia já havia amanhecido e as aulas retornavam normalmente, já no meio do dia, os burburinhos começaram a aparecer. Rose havia faltado as duas primeiras aulas do dia, por estar muito cansada, mas assim que pisou fora do quarto as notícias jorraram em sua cabeça. O basilisco havia atacado novamente, dessa vez uma menina e ela havia morrido, o culpado? O culpado era Hagrid.

Hagrid era um grandalhão amigável que umas duas ou três vezes sorriu para Rose no corredor. Ele definitivamente não era o herdeiro de Slytherin, não podia ser. Hagrid havia sido expulso e a câmara finalmente fechada, de acordo com as fofocas do corredor. Rose estava incrédula, parada encarando um ponto aleatório no corredor.

- Sim Hannah, Riddle é como um herói! Ele que entregou Hagrid para o diretor! – Disse uma Corvina logo atrás de Rose, que vinha caminhando com sua colega.

A ruiva estreitou os olhos cor de mel, Riddle herói e Hagrid vilão? Somente Rose percebeu o quão contraditório isso soava? Tom Riddle não era uma boa pessoa, disso Rose Jones estava tendo certeza e Hagrid também não era um vilão, ele não podia ser. Passou a mão pelo rosto e jogou os cabelos para o lado, tentando se acalmar, voltou a andar em direção a sala de Defesa Contra Artes das Trevas, ainda muito atordoada. Sentou-se na cadeira de madeira polida e escura da sala e começou a brincar com uma mecha de seu cabelo ruivo, enquanto admirava a paisagem lá fora, quando ouviu a porta bater. Tom Riddle havia entrado na sala, com os cabelos estranhamente despenteados e os olhos verdes brilhando. Rose engoliu a seco e ignorou o olhar de Riddle sobre ela, não queria pensar nele, não mesmo.

Tom Riddle estava sentado do outro lado da sala vendo Rose Jones encarar a janela melancólica e se culpava enormemente por isso. Havia fechado a câmara secreta, limpado todos os rastros, colocado à culpa em Hagrid e ferido os sentimentos de Rose. Ele não deveria se importar com isso deveria? Ele era Lord Voldemort, ele não devia ter sentimentos, ainda mais por uma Grifinória. Ele havia acabado de matar sua primeira vítima e com isso criar sua primeira horcrux.

O resto do dia passou correndo, Riddle apenas observava Rose de canto, o modo como ela jogava os cabelos ruivos para trás, o olhar sempre compenetrado, as mãos pequenas anotando no pergaminho quase tudo que um professor falava. Tom e Rose eram intensos, mas eram intensidades totalmente diferentes. Enquanto Rose era feita de sentimentos não correspondidos, Tom era feito da falta deles. Era feito de crueldade e frieza, ignorando as poucas coisas que já sentiu até agora. Lembrou-se durante a aula de Silvanus, que hoje, teria detenção com Rose, mas não sabia como encarar isso. Como a garota iria se sentir diante disso, então durante o fim das aulas, ao invés de ir para biblioteca, como sempre, Riddle caminhou em passos confiantes atrás da menina.

- Rose. – Chamou em um tom duro.

A menina parou de andar subitamente, virou a cabeça devagar e constatou: Tom Riddle estava realmente a chamando. Olhou para Tom com um desprezo forçado que quase o fazia rir, ela ainda não o odiava, ainda.

- O que quer Riddle? – Rose perguntou

- Temos detenção hoje, não se esqueça. – Ditou o menino, já passando a frente de Rose.

- Estarei lá... – Disse Rose voltando a seguir seu caminho.

Depois de escrever dois rolos de pergaminho para Defesa Contra Artes Das Trevas, Rose saiu de seu dormitório com os dedos doendo e foi para Biblioteca. Tinha que pegar um livro de poções e depois ir para detenção com Riddle. Somente de pensar no garoto, Rose estremeceu, depois do episódio na floresta se sentia extremamente desconfortável em sua presença. Caminhou até a sessão de poções e revirou as prateleiras atrás do livro que queria. Não muito longe dali, Tom Riddle estava parado procurando o livro que havia encontrado sobre Baltasar Norton, não o achava de maneira alguma. Será que alguém havia retirado dali? Será que alguém havia pego? Se desesperou com isso, não podia, ele deveria estar com o livro, somente ele. Sorriu em alivio quando achou o livro escondido entre um de capa vermelha e outro de capa verde, no final da prateleira. Tomou-o em mãos e examinou a capa branca e envelhecida que caia em pedaços já, com as poucas páginas amareladas e começou a folhear até encontrar a página desejada.

- O que é isso Riddle? – Ouviu uma voz feminina lhe chamar.

Virou-se rapidamente vendo a figura ruiva de Rose Jones lhe encarar. Usava seu habitual uniforme da Grifinória, uma saia solta e negra que parecia curta demais para Riddle deixando as pernas torneadas de Rose cobertas apenas por uma fina meia calça preta à mostra, uma blusa social branca com os dois primeiros botões abertos e um blazer negro com um leão bordado no peito por cima, os cabelos como sempre estavam bem presos em um rabo de cavalo. Rose ficou rubra ao perceber o olhar de Tom sobre si, mas logo recuperou a pose e o encarou firme.

- Que livro é esse Tom? – Perguntou sem se dar conta que estava chamando o moreno pelo nome.

- Não deveria estar na Torre me esperando para começarmos a detenção? – Perguntou Riddle tentando se livrar da menina ruiva que tanto o perturbava.

- Você deveria também, no entanto está aqui! – Acusou Rose – Que livro é esse?

- Se meta nas suas coisas, Jones. – Murmurou ameaçadoramente Tom, jogando-lhe seu olhar tenebroso.

Rose estremeceu e sentiu a cabeça girar. Tom nunca havia lhe chamado somente de Jones, nunca havia lançado-lhe esse olhar, por um momento ela percebeu finalmente, Tom Riddle não era uma boa pessoa, seu interior estava tomado por sombras. Sentiu seus joelhos perderem a força e um aperto no coração, medo? Talvez. Continuou por alguns segundos encarando os olhos assustadores e verdes de Tom, antes de retomar a voz e dizer, mesmo que com esforço:

- Você não me assusta, Tom Riddle. – Disse ela, mentindo, com tanto realismo na voz, que Tom acreditou.

Não, não, não. Ela tinha que se assustar, pedir de desculpas e ir embora correndo, como ela faria em qualquer ocasião normal, pelo menos assim Tom pensava. Ao contrário disso, Rose apenas esticou o braço pedindo para que Tom lhe desse o livro, ele não daria. Rose bufou impaciente.

- Ande Tom, me dê o livro! É algo de magia negra, não é? - Perguntou Rose agora tendo as bochechas vermelhas.

- Por que quer saber? – Perguntou Tom alterando a voz.

- Por que eu me preocupo com você. – Admitiu com a voz falha.

Tom amoleceu, piscou aturdido enquanto olhava para a garota, que parecia realmente preocupada. Rose tomou rapidamente o livro das mãos de Tom, o deixando embasbacado, correu para a outra ponta da biblioteca e examinou a página.

‘’ Feitiço que suga os poderes de outro bruxo e seu conhecimento sobre magia. Foi terminantemente proibido, por volta do XII, por Baltasar Norton. Quem praticasse esse feitiço, estava condenada a tortura e morte. [...] ‘’

Baltasar Norton. Baltasar. Norton. O nome do homem ficou por horas se repetindo na cabeça de Rose, ela conhecia esse nome. Lembranças invadiram sua cabeça tão rapidamente como uma enxurrada e então finalmente ela se lembrou. Sua avó.

A pequena menina de cabelos vermelhos estava sentada sobre o piso de madeira da varanda, enquanto observava seu pai e seus irmãos brincando com um pequeno pomo de ouro e uma goles, ninguém havia a convidado para brincar. Começou a pentear os cabelos loiros da pequena boneca de porcelana que havia ganhado, quando ouviu a voz doce da avó dizer alterada.

- Ela não tem culpa... Não tem culpa! – Exclamava a avó.

- Não, quem tem culpa é você! – Disse a voz de sua mãe, alta e em bom som – Você foi errada, você! Aquele maldito Norton...

- Cale a boca Antonella! Não permito que fale assim comigo! Tudo o que eu fiz teve uma razão, eu me arrependo e muito, mas você e meu filho são a única saída de Rose. Entenda!

Rose franziu o cenho e espiou lá dentro, sua mãe estava saindo de casa e tinha uma expressão aborrecida. Olhou para Rose com desgosto e disse:

- Vamos, vamos agora para casa.

Rose piscou e viu Tom a encarando estranhamente, mordeu os lábios levemente e disse:

- Quem foi Baltasar Norton, Riddle?

Tom bufou passando a mão pelos cabelos, o pior é que ele não sabia, ele não sabia. Procurou em milhares de livros diferentes e não encontrou, nada sobre Baltasar Norton. Nada.

- Eu não sei. – Disse ele se sentando na mesa cansado.

- Riddle. – Chamou Rose.

Riddle encarou os olhos da menina, eles tinham um brilho jamais visto antes, um brilho diferente.  

- O que você quer com Baltasar Norton? Ou pior, com um feitiço para sugar poderes?  - Disse Rose.

- Você jamais iria entender, eu quero PODER Rose Jones, PODER! – Disse ele frisando as palavras.

Rose balançou a cabeça negativamente e fechou o livro. Riddle revirou os olhos, sabia que ela nunca entenderia. Pegou o livro da mão da ruiva e foi se retirando da biblioteca, antes de ouvir a voz da garota o chamar:

- Riddle, só me diga quem é o herdeiro de Salazar Slytherin, o verdadeiro herdeiro. – Pediu Rose com a voz fraca.

- Sou eu, Rose Jones. – Confessou Tom Riddle – Eu sou o herdeiro de Salazar Slytherin.

- Era somente isso que eu precisava Tom Riddle, sinceridade. – Soprou a garota.

- Está com medo? – Perguntou Tom Riddle se aproximando dela.

- Eu não sinto medo de você... Não de você. – Disse a menina encarando os olhos de Tom.

Os olhos verdes de Tom pareciam mais brilhantes com a revelação de Rose, por incrível que pareça, ela não tinha medo dele. Largou o livro sobre a mesa e se aproximou da menina.

- O que você tem Rose Jones? O que você tem de tão especial? – Tom procurou a resposta nos olhos delas, mas não encontrou.

- Eu não sei... – Disse ela antes que Tom grudasse novamente seus lábios.

Então eles começarem um beijo calmo e lento, cheio de um sentimento inexplicável, cheio de calma e paciência, sem pressa. Tom agarrou a cintura fina da garota e a segurou como se ela fosse uma boneca frágil, Rose acariciou os cabelos de Tom levemente. Riddle nunca pensou que beijar uma mulher você tão bom, sempre imaginou que você nojento e sem higiene, mas não era tão assim.

- Tom... Pare. – Rose pediu, não queria se iludir de novo.

- Me desculpa, me desculpa... – Pediu ele

- Sem problemas, mas eu preciso da sua ajuda.

- Para? – Perguntou Tom arqueando as sobrancelhas

- Para descobrir quem é Baltasar Norton e se ele realmente tem alguma coisa haver comigo. 


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Notas finais do capítulo

Bom meninas, esse capítulo pode parecer bastante confuso, mas depois tudo irá se encaixar. Talvez eu demore pra postar por que gastei toda a minha criatividade com esse cap. haha mas enfim, comentem e beijos!



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