Save Me escrita por Milena


Capítulo 10
Capítulo 10 - Sozinho




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As festas de fim de ano passaram normalmente em Hogwarts, o ano havia virado e nada disso trazia boas esperanças à Rose. Evitou falar com Tom Riddle, depois que ele disse ser impossível ajuda-la. Bom, realmente era. Fugir da escola era algo que ele não tinha em seus planos e tudo devia ser planejado. Os dias de prolongaram, passando-se e levando consigo o fim do ano letivo. Rose focou-se nos exames, focou-se nos estudos, mas nada tirava-lhe da cabeça o que poderia descobrir.

Era uma manhã fria em Hogwarts, pouco nevava, mas o vento frio ainda varria cada corredor do colégio. Ainda cedo, Rose já estava vestida com uma calça grossa de moletom, botas compridas, um suéter grosso e uma touca de lã sobre os cabelos vermelhos e lisos. Enquanto terminava de pentear seus cabelos e ajeitar as vestes, ouviu um pequeno estalar vindo do lado de fora. Katie se remexeu na cama, mas logo voltou a dormir, já Karina havia desaparecido desde bem cedo. Olhou para janela do quarto, onde uma coruja de penas marrons estava parada, com um pequeno bilhete preso aos pezinhos, Rose abriu a janela e deixou que a coruja entrasse no quarto que estava consideravelmente mais quente que lá fora. Acariciou o topo da cabeça do animal, que soltou um pio baixo e fechou os olhinhos. Pegou o pequeno bilhete que estava preso nela e começou a ler.


‘’Me encontre hoje, ás 7:30, no jardim.

T.R. ‘’


Curto. Frio. Grosso. E mandão. Rose suspirou e guardou o bilhete dentro das vestes, virou-se para pequena coruja que lhe encarava com pequenos olhinhos verdes suplicantes.


– Desculpe querida, não tenho nenhum tipo de comida aqui. – Disse Rose se desculpando.


A coruja deu uma pequena bicada em seu dedo, talvez como uma forma de vingança e saiu voando. Rose fechou a janela para evitar o frio e saiu do quarto. Caminhou até o jardim, apertando os braços contra o corpo, por culpa do frio cortante, enquanto sentia suas bochechas ficarem vermelhas assim como seu nariz. Ela odiava frio. Chegou até o jardim, onde viu a figura alta de Tom Riddle parado de costas para ela.


– Olá, Tom. – Disse ela, mesmo sabendo que ele já a havia notado.


– Olá, Rose. – Disse ele se virando finalmente para ela.


Tom estava mais bonito que o normal, os cabelos castanhos estavam sendo bagunçados pelo vento, os olhos verdes brilhavam daquela mesma forma que Rose não sabia decifrar, a pele estava pálida e os lábios vermelhos. Ela caminhou até ele, em passos curtos, lutando para que suas pernas não amolecessem e ela fosse ao chão.


– O que quer falar comigo, Tom? – Arriscou-se a perguntar.


Tom sentou-se na grama do jardim e encarou o horizonte a sua frente, as grandes árvores da floresta proibida se erguiam em meio à neblina da manhã. Sentiu Rose sentar-se ao seu lado e seus ombros se encostarem por um momento.


–Repetindo a pergunta, o que quer falar comigo? – Perguntou novamente encarando a face de Tom, desejando poder tocar a pele do garoto.


– Rose, você me disse que ouviu sua avó falando sobre Baltasar Norton, se lembra? – A menina assentiu com a cabeça – Acha que é verdade? Você sabe, sobre você ou alguém da sua família ter algo haver com Norton?


– Bom, eu não sei. Eu acho que sim, talvez... – Respondeu


– Não gosto dos seus ‘’talvez’’ – Resmungou o menino – Rose, eu preciso te dizer uma coisa.


– Hum, diga.


– Eu quero encontrar aquele feitiço, eu preciso dele para uns... Assuntos pessoais e eu vou te ajudar. – Disse por fim suspirando.


Rose sorriu.


– Sério?


– Sério, eu irei te ajudar. Mas não iremos fugir do colégio, nas férias iremos para a casa de sua avó. – Ele disse forçando um sorriso de lado.


E ele estava realmente falando sério. Por que no último dia de aula, lá estava ele, sentado em uma cabine indo para casa enquanto olhava a pela janela, sozinho. Ele passou a vida inteira assim, sozinho e sem ninguém. Muitos diriam que uma pessoa como ele não era capaz de amar e ele mesmo sabia que não era capaz de amar. Pois ele foi gerado por um poção do amor. Ele sabia, sabia que sua mãe havia dado essa poção para seu pai por muito e muito tempo, sabia que seu pai era um trouxa imundo e por isso sentia tanta vontade de matá-lo. Mas ele não sabia o que estava acontecendo, por dias ele esqueceu do ódio que alimentava dentro de si por seu pai e focou-se apenas em uma única pessoa, Rose Jones.

A ruiva que estava lhe tirando o sono, a paciência e tudo que ele tinha. Ele ainda não entendia, como foi capaz de beijá-la, de tocá-la e ansiar por mais. Ele queria poder morrer beijando os lábios adocicados da menina, ele não podia. Tentava esquecê-la, tentava reprimir a mesma sensação que sentia dentro do peito e tentava ignorar seu estômago revirando. Ele achava-a fascinante, a curiosidade que ela despertava dentro dele, o jeito que ela lhe tirava do sério. Seu cérebro sempre apitava dizendo para ficar longe dela, afinal se apaixonar é para os fracos, Tom Riddle jamais poderia ser fraco. Ele não queria. Ele não podia. Ele precisava ser forte, ele precisava do poder e por esse motivo estava embarcando naquela coisa toda de Baltasar Norton. Ele seria quase invencível se tivesse aquele feitiço em mãos, ele seria poderoso, ele teria tudo o que sempre quis. Ele eliminaria os sangues-ruins que tanto odiava do mundo bruxo. Tom Riddle se odiava. Mas tinha que aprender a viver com isso. Ele era o que mais repugnava. Ele não tinha cem por cento de sangue mágico, ele tinha sangue humano correndo em suas veias, sangue de seu pai, daquele infeliz. Talvez ele não tivesse se transformado em um monstro completo, com sede de vingança, poder e destruição se sua mãe tivesse ao seu lado. Já não importava mais.


– Posso ficar aqui? As outras cabines estão... Cheias demais. – Ouviu uma voz doce dizer, tirando-lhe do transe havia entrado.


Encarou a porta do vagão, onde uma criatura de cabelos ruivos se postava. Rose Jones. Com os mesmo olhos castanhos cor de mel, que ele tanto amava e ao mesmo tempo odiava, os lábios vermelhos curvado em um sorriso de canto, indeciso. Tom revirou os olhos e deu de ombros.


– A cabine é de todos. – Disse ele friamente, antes de virar o rosto em direção a janela.


Ouviu a porta se fechando e rezou para que ela tivesse ido embora, mesmo que seu corpo clamasse para que ela ficasse. O que droga estava acontecendo com ele?! Ele sentiu o banco da frente afundando e o olhar curioso da ruiva sobre ele. Ignorou-a. Não queria conversa, não gostava de conversas.


– Por que você é assim? – Disse a menina de uma forma tão natural, encarando primeiro a janela, onde a paisagem corria feito borrões e depois os olhos do rapaz.


– Assim como? – Perguntou curioso.


– Sozinho, solitário, distante, frio... – Disse ela, com pena no olhar.


Ele apenas balançou a cabeça negativamente e lançou-lhe um olhar frio. Odiava que sentissem pena dele, era de digno de pena? Não queria ser.


– Se for para ficar aqui, que fique quieta. – Falou em um tom grosso e irritado.


Rose calou-se, magoada com o jeito que ele havia dito. Teria de se acostumar se ainda quisesse sua ajuda, sabia disso. Mas droga, por que ele não podia ser um pouco mais delicado? Ajeitou-se no banco e recostou a cabeça no vidro da janela, sentindo os olhos pesarem e ao poucos cair no sono.


Com um baque finalmente o expresso tinha chegado. Tom olhou pela janela, vendo todas as mães e pais sorrirem alegremente para os filhos que saiam de dentro do trem, todos cheios de saudade, todos tinham alguém para amar, alguém para receber-lhes de volta. Ele não. Balançou a cabeça novamente se repreendendo por ter esses tipos de pensamentos, ele já havia aceitado que isso era tortura consigo mesmo e ele estava cansado de ser um estúpido masoquista fraco. Ia se retirando da cabine, até perceber que uma criatura ruiva continuava deitada no banco. Olhou para trás com os olhos cerrados e por fim suspirou, sacudiu Rose pelos ombros, fazendo a menina despertar aturdida.


– O que aconteceu? – Perguntou ela coçando os olhos com uma expressão confusa no rosto.


– Chegamos. – Comentou ele, já saindo da cabine.


Rose deu um pulo do banco e puxou seu malão do pequeno compartimento na cabine. Saiu de dentro do vagão apressada e atrapalhada. Tom já caminhava na frente, sentindo vontade de gargalhar ouvindo as pragas que a menina falava. Encostou-se A e na parede, esperando que a menina o alcançasse e ela o fez, com um pouco de dificuldade.


– Vamos? – Perguntou a menina a ele.


– Seus pais não vêm te buscar, não? – Ele retrucou


– Não, eu passei a ir embora sozinha assim que Charlotte terminou a escola. – Ela disse engolindo a seco e abaixando a cabeça.


Ele suspirou.


– Tudo bem, façamos o seguinte, nos encontramos aqui daqui a duas horas para pegar o expresso até Liverpool. Preciso passar no Orfanato antes. – Ele disse amargo.


– Orfanato? Você mora em um Orfanato, Riddle? – Ela disse com os olhos brilhando de curiosidade.


– Moro. – Disse ele rouco – Mas isso não lhe importa.


– Posso ir até o Orfanato com você? - Ela pediu com os olhos suplicantes.


– Não, não! – Ele negou veemente – Rose, não... Não me olhe assim! Tá, ok. Vamos.


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Notas finais do capítulo

Eu esperava mais desse capítulo, mas foi isso que saiu. Vou explicar por que. Eu tive uma crise aguda de tendinite no joelho, daquelas que você passa o dia na cama e quase chora de dor sabe? Então, eu tive. Quando finalmente passou, eu consegui escrever mas minhas costas começaram a doer graças à minha má postura e agora eu estou acabada. Mas enfim, o capítulo está aí, espero quem goste. AH E QUAL DE VOCÊS GOSTAM DE THE VAMPIRE DIARIES? Boatos de que tem uma fic sobre eles saindo daqui a pouco, da minha autoria. Hahah, beijos e comentem little saviors! ♥



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