Save Me escrita por Milena


Capítulo 2
Capítulo 2 - Vagando Pela Madrugada




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O dia amanheceu claro apesar dos flocos de neve ainda caindo. Rose estava se odiando, havia sonhado com um garoto que nem ao menos sabia o nome. Seu sonho não tivera lógica nenhuma, e por isso perturbava a garota.

Era noite, a lua brilhava macabra em meio ao céu escuro e sem estrelas. A janela do quarto estava aberta trazendo para dentro do quarto o vento frio e esvoaçando a cortina branca, Rose se sentia presa na cama onde se encontrava.  A garota sentia uma sensação desesperadora de sair dali, mas seus músculos simplesmente não a obedeciam, por mais que ela lutasse, por mais que ela quisesse seu corpo não se movia. O vento frio fazia os pelos do corpo da garota se arrepiarem e trazer uma sensação de desconforto. De repente, a garota sentiu um peso sobre si e lábios gelados lhe tocarem o pescoço, tentou procurar quem estava fazendo isso e foi quando se deparou com os olhos de gelo a mirando, de uma forma inexpressiva. As mãos geladas do garoto alisavam seus braços em uma tentativa de carinho. Tudo nele era frio, gelado e sem vida. O garoto continuava a olhar Rose daquela maneira, ela não entendia. Foi quando ele sussurrou: - me desculpe anjo. – a menina sentiu que o garoto não estava mais próximo de si e sentiu algo rastejando entre suas pernas. Não era o garoto, mas também tinha olhos gélidos, olhos gélidos com fendas. Era uma cobra. Abriu a boca mostrando as presas e cravou-as no pescoço da garota, que gritou, gritou e implorou para que ele a ajudasse. Mas viu ele lá, observando tudo, com uma expressão de dor no rosto.

Rose levantou-se tão assustada da cama, que quase acordou suas companheiras de quarto. Sua pele alva estava encharcada de suor, os cabelos ruivos grudados no rosto, ofegava e sentia que o coração iria pular fora de seu corpo. Depois de um banho de água fria, vestiu as vestes quentes de Hogwarts e foi para o Salão Principal.

POV Rose On

Depois do sonho com o tal garoto, tentei manter-me focada somente nos estudos. Mas era impossível, me sentia estúpida, eu não podia sonhar com alguém que não sei o nome. Não podia, definitivamente não. Assim que cheguei ao Salão Principal, percebi que o café já estava servido apesar de ter poucas pessoas ali, a mesa da Grifinória estava praticamente vazia, a não ser por um ou outro que estava sentado. Sentei no canto, isolada e me servi de panquecas e suco de groselha com leite, sem dúvida, o meu favorito. Comi de cabeça baixa, como sempre. Não aguentaria, logo cedo, piadinhas de ninguém. Assim que terminei, levantei-me discretamente, pois o salão já estava cheio e me dirigi até a saída. Como eu sou uma completa idiota e sempre tenho que fazer o que não devo, olhei de relance para a mesa da Sonserina, e lá estava ele. O tal garoto do corredor. Seu olhar gélido queimava sobre mim e fez com que um choque elétrico percorresse meu corpo. Abaixei o olhar e segui até a saída, assim que vi Abraxas nos encarando com uma expressão cômica.

Depois de uma aula entediante de poções, uma engraçada de Herbologia com a Corvinal e uma lenta de Transfiguração, eu finalmente estava liberada para o almoço. O problema é que eu não iria almoçar, eu nunca gostei de almoçar, nunca senti fome nesse horário. Voltei para o meu dormitório, agora vazio, joguei meus livros pesados sobre a cama, peguei meu diário em uma pequena gaveta de madeira na mesma. Sentei-me na cama e peguei uma pena e um tinteiro.

Sexta-feira, 16 de dezembro de 1943.

Querido diário,

Ontem eu sonhei. Sonhei com o garoto do corredor, aquele de lindos olhos gélidos e sempre misterioso que me protegeu de Abraxas. Eu não sei seu nome e me sinto estúpida por sonhar com ele, sem ao menos saber como o garoto se chama. Mas não tive escolha. Ontem à noite, quando finalmente peguei no sono, ele invadiu meus sonhos, ele e seus malditos olhos gélidos. Olhos de gelo, olhos frios que sempre me fazem estremecer. Afinal, por que sonhei com ele? Não nos conhecemos, nunca ao menos nos falamos direito e ele simplesmente aparece nos meus sonhos, deixando tudo confuso, me deixando confusa. O sonho foi assustador, eu morria nele, tecnicamente ele me matava. Eu deveria ficar longe dele? Meu sonho foi um aviso? Não sei.

Hoje no café, assim que terminei de comer em silêncio e me levantei para ir embora. Seu olhar parou sobre mim, ele estava sentado na mesa da Sonserina, cercado de meninas e meninos, que conversavam animadamente e alguns até tentava puxar assunto com ele. Ficamos nos encarando por longos minutos, até Abraxas perceber; Maldito Abraxas! Juro que um dia ainda azaro esse menino idiota. O melhor foi que ele não implicou comigo hoje, nem ao menos disse uma piadinha ao meu respeito. Pelo menos isso não?

Fechei meu diário e o guardei de volta na escrivaninha. Olhei para o relógio na parede e conclui que já estava atrasada para aula de Adivinhação. Peguei os livros necessários, e fui até a torre de Astronomia, onde era dada a aula. Lá na torre, o vento parecia mais frio e cortava minha pele, afaguei meus braços cobertos por um suéter de lã, segurei firme os meus livros contra mim e entrei para aula.

Odiava a professora, eu realmente não vejo nada nas folhas de chá que ela nos manda examinar ou até mesmo nas bolas de cristais. Segundo a ela, eu não tinha o dom de adivinhação. Quando todas as aulas acabaram, ainda era cedo e o sol nem ao menos estava se pondo.

A neve ainda caía faltava poucos dias para o natal, eu passaria em Hogwarts como sempre. Não gostava de ir para casa nos natais, era o dia que meus irmãos voltavam para casa, o dia no qual eles jogavam na cara de qualquer um, suas carreiras brilhantes. Eu não estava a fim de ouvir isso, não novamente. Caminhei até o campo de quadribol, Lufa Lufa estava treinando hoje, mesmo com toda a neve. Sentei-me na arquibancada e fiquei observando eles jogarem.  George Payne era o capitão do time da Lufa-Lufa, um rapaz alto de olhos claros e jogava como apanhador. Observei o jogo por um longo tempo, assim quando eles terminaram o treino, resolvi que já estava na hora de eu ir também. Estava suja de neve e lama, me sentia nojenta.

Caminhei até o dormitório, o mais rápido que minhas pernas me permitiram. Tomei um banho quente, molhei os cabelos e me livrei de toda neve e lama que cobria meu corpo. Penteei os cabelos ainda enrolada em um roupão felpudo e vesti roupas quentes e confortáveis. Saí do banheiro, apenas Katie estava no quarto, sentada em sua cama fazendo um dever de casa. Peguei minha varinha, caso precisasse, e saí do quarto. Fui até a biblioteca, estava vazia, aparentemente não tinha ninguém.  Andei pelos corredores até chegar à sessão proibida, eu nunca havia entrado ali e sempre tive certa curiosidade sobre os livros. Olhei para os lados, não havia ninguém. Entrei pela sessão e olhei com cautela os livros, até meus olhos se encontrarem com um em especial. Tinha capa grossa e não tinha nome, estava jogado na prateleira do canto e empoeirado, como se ninguém pegasse há anos. Assim que meus dedos tocaram o livro um alarme ensurdecedor soou, larguei o livro rápido e corri até a seção de poções, eu ouvia os passos atrás de mim, ficarem cada vez mais rápidos, quando finalmente consegui sair da biblioteca. Parei arfante e escorreguei pela parede me sentando no chão. Por pouco eu não sou pega, por pouco não sou levada para a sala de Dumbledore, por pouco não pego uma detenção, por pouco não sou obrigada a ouvir os sermões de meu pai. Tirei meus cabelos ruivos e encharcados de suor do rosto e estiquei minhas pernas. Depois que retomei a calma – e a sanidade – resolvi voltar para o quarto. Levantei-me do chão, passei a mão pelas vestes e ajeitei novamente meus cabelos, eu iria começar a andar quando uma voz fria cortou o ambiente.

- Não deveria estar andando a essa hora, por aqui, sozinha... – disse a voz

Eu me virei, não havia nada além de escuridão. Um arrepio percorreu minha espinha, encolhi os ombros e tomando fôlego respondi.

- Eu só... Estava sem sono. – disse

- Acho melhor voltar a dormir, ou não sabe que o herdeiro de Slytherin está à solta – comentou a voz.

Passos ecoaram pelo corredor e saindo das sombras e figura dele se materializou na minha frente. Não sabia seu nome, somente sabia que seus olhos extremamente verdes e gelados brilhavam lindamente assustadores. Passei minhas mãos por meus braços, sem saber o que responder.

- Pelo menos com ele não preciso me preocupar... – comentei baixo, me amaldiçoando logo depois.

- Conhece a lenda...? – ele disse me olhando sugestivamente, esperando que eu dissesse meu nome.

- Rose Jones – respondi.

- Conhece a lenda, Rose? – ele amaciou meu nome com sua voz de veludo.

- Conheço... – disse baixinho

- Hum, sou Tom Riddle – ele apresentou-se – e você Rose, deveria voltar para sua cama.

Ele deu meia volta e começou a andar. Tom Riddle era estranho, não nas manias e trejeitos, mas ele era misterioso demais e quieto, ele jamais deixaria você ver o que esconde por trás dos intensos olhos verdes, que sempre parece ler minha mente. Tom Riddle era um perfeito enigma, um enigma que eu iria resolver por mais que quisesse. Voltei para o meu quarto, Karina e Katie dormiam. Me deitei na cama e forcei meus olhos a se fecharem, logo cai no sono. 


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Notas finais do capítulo

Deixem seus comentários amores. Não sei se estou conseguindo fazer o Tom de forma fria e correta, porém está aí. Beijos!



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