Foi então que os ruídos pararam, nenhum grito, nenhum som de algo quebrando, apenas o silêncio, isso fez com que Rose de desesperasse. Quando preparava-se para desobedecer Riddle e ir até a sala, ele invadiu o quarto com um olhar desesperado, selvagem.

– Precisamos ir. - Foi o que ele disse, sem ao menos olha-lá. - Vista-se com roupas de frio, rápido!

– NÃO! Riddle o que está acontecendo? Onde está a minha avó? - Rose perguntou, suas mãos tremiam e as lágrimas começavam a acumular em seus olhos..

– Não temos tempo para isso agora, eu explicarei depois - Ele disse calçando suas botas - AGORA!

O grito fez com que Rose se assustasse, Tom parecia fora de si, como um animal ferido. Vestiu seu suéter mais grosso, botas, luvas e sua capa vermelho por cima rapidamente, sem querer contrariar ou irritar ainda mais ele. Tom havia saído do quarto e agora fazia barulho no quarto ao lado, parecia estar procurando por algo. Rose aproveitou e buscou seu pequeno colar de rubi entre suas coisas, colocava-o rapidamente no pescoço, quando Riddle entrou as pressas no quarto. Estava vestido com roupas de frio e tinha o mesmo olhar selvagem no rosto.

– Vamos, rápido!

– Tom, onde está a minha avó? - Choramingou Rose, com o coração em desespero.

Aquilo fez com que algo doesse dentro de Tom Riddle, talvez fosse pena, pois Rose era a pessoa que mais se preocupara com ele em anos, algo como gratidão também. Tom Riddle não amava ou sentia simpatia por ninguém, mas Rose merecia o mínimo de cuidado que alguém como ele poderia oferecer. Então ele tomou o rosto da ruiva em suas mãos e sussurrou: - Eu preciso que você seja forte e não fuja até que eu explique o que aconteceu realmente.

– Tom…

– Me prometa Rose.

Ela respirou fundo.

– Eu prometo.

Ela agarrou fortemente a mão dele, fazendo com que um arrepio percorresse seu corpo. ‘’O que drogas está acontecendo com você Riddle?’’ Praguejou ele mentalmente. Com cuidado, eles desceram as escadas, com Rose fortemente agarrada a ele, como se tivesse medo do que fosse encarar.

E aquela cena não poderia machucar mais Rose.

O corpo de sua avó estava caído no chão, frio, sem vida.

Sentiu seu corpo tremer, seu coração acelerar, mas parecia estar se desligando do mundo. Segurava as lágrimas, prendia a respiração. A dor dentro de seu peito era imensurável e ela só aumentou com a possibilidade de pensar que Tom havia feito aquilo. Teria ele matado sua avó?! Seria ele tão sem sentimentos, tão frio à esse ponto? Eram perguntas sem respostas. O rosto cansado de sua avó tinha uma expressão de serenidade, ao final de tudo, ela havia morrido em paz.

Ao lado dela, Rose surpreendeu se, um outro corpo jazia no chão. Um homem com vestes negras, estava também morto. ‘’Céus!’’ - Pensou Rose.

– Rose temos que ir, agora! - Tom disse puxando-a para fora da casa

– Tom… ela, NÃO! - Rose debulhou-se em lágrimas.

Riddle respirou fundo, agarrou ela pelos braços e disse:

– Nós vamos sair daqui agora, eu vou te explicar tudo quando estivermos seguros, por favor Rose! - Pediu ele.

Rose, pela primeira vez, encarou os olhos de Riddle. Olhos frios e inexpressivos em contraste com os olhos da ruiva, cheios de dor e sofrimento. Tom afagou levemente os ombros da menina, tentando dar conforto à ela, Rose enxugou a última lágrima.

– Vamos, rápido! - Ela disse com a voz falha

Então sem ao menos dar uma última olhada no corpo morto de sua avó, Rose agarrou-se ao corpo de Tom e assim eles aparataram em um outro lugar.

Era escuro e frio. Rose estava emergida em melancolia e tristeza, flashes dos momentos bons que passaram com sua avó, aquela mulher a salvara de ter a infância mais infeliz de todas, e agora ela estava morta.

Ela sabia que uma hora iria acontecer, mas isso não a impedia de chorar pela perda da pessoa mais importante de sua vida. Egoísmo? Talvez. E se toda aquela história de paraíso pós morte fosse mentira? E se a morte fosse apenas um grande vazio? Um vácuo, um nada, uma incerteza, apenas a escuridão. Alguns dizem que as almas nunca morrem, apenas o corpo. Rose preferia não pensar mais nisso.

Enquanto caminhava por um beco escuro e apertado, segurando na mão de Riddle, apenas queria esquecer. Esquecer a cena que tanto se repetia em sua cabeça, esquecer a visão do corpo morto de sua avó.

Por fim chegaram ao fim de um corredor úmido, Riddle abriu uma pequena porta e entrou com Rose, que o olhou surpresa.

Era uma espécie de casa, aconchegante e quente. As paredes eram claras, havia uma grande sala e duas portas. Rose entrou e olhou em volta, era arrumada, perfeitamente arrumada. Não havia poeira nos móveis, não havia nada fora do lugar.

A ruiva sentiu as mãos frias de Tom tocarem seus ombros e tirarem sua capa vermelha lentamente. Ela virou se para ele e o viu pendurando as capas, ele a olhou e tentou sorrir de leve, o que saiu como apenas uma careta.

– Não acha que está na hora de me contar o quê houve? - Ela perguntou, amarga.

Ele bufou passando a mão pelos cabelos.

– Sente-se

– Eu não quero me sentar

– Sente-se, agora. Está cansada e com frio, irei explicar te tudo, mas sente se primeiro. - Tom disse contendo a vontade de gritar com a ruiva.

– Ok.

Ele não queria gritar, ou dizer palavras maldosas que pudessem ferir Rose. Ele sabia que toda aquela frieza e agressividade que ela começava a demonstrar, era reflexo da dor que sentia. Ele poderia ser tão frio quando o Ártico, mas Rose não, Rose era uma ebulição de sentimentos. Rose estava viva, ele já não podia dizer o mesmo.

– Rose, lembra se da história que sua avó nos contou antes de morrer, não lembra se? - Ele perguntou, com cuidado, sentando se ao lado dela.

– Infelizmente - Ela passou a mão pelos cabelos nervosamente.

– Alguém Rose… Eu não sei quem, foi atrás dela - Tom explicou - Eles queriam algo.

– Como…? O que eles queriam, Tom? - Ela disse em tom de alarme

– Tudo indica, que eles queriam você Rose. - O moreno disse - Quando cheguei a sala, esse homem havia jogado a maldição crucios em sua avó Rose, ele queria que ela falasse algo, mas ela parecia recusar.

‘’... Ela estava caída no chão, gritando coisas desconexas, gritando de dor. Eu fiquei escondido, com a minha varinha em mãos. Qualquer passo em falso significa a sua morte e a minha. Até que esse cara, ele a matou. Com uma maldição da morte silenciosa, e antes que ele viesse atrás de nós, eu o matei Rose.’’

Tom encarava os olhos incrédulos de Rose. Ela abraçou o próprio corpo e segurou as lágrimas, recusava se a chorar, sua avó não gostaria que ela chorasse. Sua avó, não merecia lágrimas, não merecia tristeza. Sua avó merecia mais, sua avó merecia descanso, paz.

– Eu… Tom e agora? - Perguntou ela, tremendo assustada - E se eles estiverem atrás de mim?!

– Rose, ninguém irá encostar um dedo sequer em você, ouviu? - Ele disse - Eu ainda não sei o que vamos fazer, por enquanto vamos ficar aqui.

– Eu não aguento mais Tom! - Ela disse agoniada - Por que eu não posso ser normal qual? Eu só queria voltar a Hogwarts, terminar meus estudo e ficar EM PAZ!

– Eu… - Ele tentou dizer algo

– Eu fui feita pra sofrer, a minha vida inteira tem sido assim, mas eu só não aguento mais!

Ele abaixou os olhos, sem saber o que dizer.

– Eu não sei por que estou dizendo isso tudo pra você, quer dizer, você é Tom Riddle, você não se importa comigo. - Ela disse

Tom levantou-se do sofá, realmente, ele era Tom Riddle, não devia se importar. Então por que lá no fundo, bem lá no fundo, ele o fazia?

– A porta da direita é um banheiro, você pode tomar um banho quente, a outra porta é um quarto e tem roupas que devem servir em você na segunda gaveta. - Ele explicou vestindo sua capa.

– Aonde você vai? - Ela perguntou

– Não te interessa, aconteça o que acontecer, não tente sair daqui - Ele disse, antes de bater a porta.