Save Me escrita por Milena


Capítulo 12
Capítulo 12 - Amélia Jones


Notas iniciais do capítulo

LEIAM AS NOTAS FINAIS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!



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Borrões verdes e marrons coloriam a paisagem enquanto o trem corria, pela janela ainda embaçada por conta da pequena garoa que havia caído Rose podia observar o crepúsculo tão majestosamente bonito. Ela amava isso. Achava que a natureza era um bem incrível e maravilhoso, capaz de preparar paisagens e momentos tão lindos quanto aquele que presenciava. Pena que sua vida não estava tão linda e majestosa quanto o crepúsculo no céu. Por que desde que entrara naquele trem nenhuma palavra foi dita, nem de sua parte, nem da parte de Tom, o que estava deixando-a irritada. As inúmeras vezes que ele havia beijado-a e depois recuado, sido grosso ou até mesmo ficado quieto estava-a fazendo pensar que ele sofria de gravíssimos problemas de bipolaridade ou simplesmente odiava ela e estava usando-a como um meio para se divertir. Talvez. Ajeitou-se pela milésima vez no banco do vagão rezando para que chegasse logo em Liverpool, mas parecia que o caminho não tinha fim. Bufou e remexeu em seus cabelos ruivos em um ato de nervosismo, estava com sono, fome e irritada graças à Riddle, que insistia em ainda não dizer nada. Encarou suas mãos e as unhas pintadas de um rosa claríssimo assim como mandava as leis de etiquetas da época.


– Está incomodada com esse silêncio, não está? – Perguntou-lhe Tom sem desviar os olhos da janela.


– Não gosto de silêncio, é assustador. – Retrucou dando de ombros.


– Pois deveria, o silêncio nos faz refletir, nos faz pensar em cada mínimo detalhe. Silêncio nos poupa saliva, nos poupa dor de cabeça, nos poupa perda de tempo. Por isso é bom estar sozinho, é silêncio garantido.


– Por isso você é tão sozinho? – Pela primeira vez Tom desviou os olhos da janela e encarou Rose.


– Sim. – Respondeu-lhe – A solidão me parece mais agradável, em algumas situações.



Liverpool era lindo, apesar do vento bastante frio que fazia, a noite estava linda, a Lua Cheia estava encantadora e brilhante, ao longe podiam se ouvir pequenos uivos, algum de verdade, outros feitos para assustar as crianças do pequeno parque da cidade. Rose e Tom caminhavam lado à lado até a parte mais afastada da cidade causando alguns olhares curiosos dos fofoqueiros do local, o que dois jovens de fora estariam indo fazer na parte isolada? Tom parecia não notar enquanto Rose se mostrava extremamente incomodada. Deveria ser por volta de 19:40 da noite, Rose apertava o pequeno casaco de lã contra o corpo na tentativa de se esquentar enquanto caminhava. Eles viraram uma pequena rua lamacenta e esburacada até chegar enfrente a uma casa de construção antiga e média, tinha um pequeno jardim bem cuidado no canto e um balanço de madeira, Rose tocou a campainha da casa que soou alto até mesmo do lado de fora, enquanto Tom olhava para todos os lados. Um barulho foi ouvido do lado de dentro da casa e logo a porta de madeira velha foi aberta revelando uma senhora baixinha e gorducha, era totalmente diferente de Rose. Os cabelos eram loiros e estavam presos em um coque apertado, os olhos azuis pareciam ser bondosos e cansados, a pele era enrugada e trajava um vestido azul claro de mangas que lhe cobria quase todo o corpo. A pequena senhora sorriu carinhosamente para Rose, que devolveu o sorriso naturalmente. Tom sentiu vontade de sorrir também, Rose parecia ficar tão mais bonita enquanto sorria de forma natural e não forçada.


– Vovó! – Exclamou a menina enquanto envolvia a velha senhora em seus braços.


– Querida! – Disse a senhora com voz carinhosa e um forte sotaque britânico.


Rose se manteve abraçada com sua avó por dois curtos minutos até lembrar da existência de Riddle. Separou-se da mulher e sorriu.


– Vovó, esse é Tom Riddle. – Disse Rose encostando a mão de leve no braço do garoto e sorrindo para ele.


Riddle beijou a mão da senhora e sorriu para ela.


– Muito prazer Tom, sou Amélia Jones. – Disse a senhora sorrindo – Agora entrem, está frio aí fora!


Os dois adentraram a casa. Era arejada e até grande demais por dentro, bem arrumada e cheirava a flores do campo. Rose retirou o casaco e pendurou no cabideiro e Tom fez o mesmo. Seguiram Amélia pela casa até pararem uma sala grande e espaçosa.


– Vovó, precisamos conversar. – Disse Rose.


– Eu sei minha querida, eu sei por que vieram aqui. – A senhora olhou misteriosamente para Riddle – Mas vocês parecem cansados, que tal um chá para relaxar?


– Vovó... – Começou Rose


– Nós adoraríamos, Sra. Jones! – Respondeu Tom fazendo com que Rose o olhasse interrogativamente.


– Que ótimo Tom, me chame apenas de Amélia. Se importa de ir no porão pegar um pouco de lenha, que eu deixei lá e acender a lareira? – Perguntou Amélia


– Não, claro que não. – Tom olhou novamente para Rose que o indicou o caminho do porão.


Tom caminhou até o final do corredor e abriu uma porta de madeira pintada de azul e desceu um grande lance de escadas. Rose olhou para sua avó interrogativamente, sabia que ela tinha algo em mente. Cruzou os braços e encarou sua avó, que por sua vez ignorou-a.


– Não me olhe assim, vamos para cozinha, você vai me ajudar a preparar o chá, querida. – Disse Amélia caminhando por um pequeno corredor a direita e entrando na cozinha.


– Ok, vovó. – Suspirou


A velha senhora já colocava a água na chaleira para ferver enquanto Rose sentava-se na mesa e observava à cozinha. Os azulejos brancos com detalhes marrons, a mesa grande de madeira, a coleção de porcelana pendurada na parede, e um arranjo de rosas vermelhas em cima da mesa. Ela amava rosas, principalmente as que eram vermelhas, traziam uma lembrança boa e doce de quando ela era realmente feliz.


Flashback On


Era começo de primavera, o calor era uma coisa gostosa de sentir junto com a pequena brisa de Liverpool. A casa dos Jones estava lotadas, assim como Amélia gostava. Crianças corriam pelo seu quintal brincando com uma goles. Menos Rose. Ela não gostava de bolas e nem nada do tipo como seus primos e irmãos. Olhou para o lado e viu que seu pai e sua mãe estavam distraídos com aas travessuras de Anthony e saiu sorrateiramente de lá, caminhou pelo jardim de sua avó, tão bem cuidado e parou enfrente a uma grande roseira. As rosas vermelhas haviam desabrochado, estava tão lindas e tão delicadas. Rose conseguia enxergar uma beleza enorme das flores, nas rosas principalmente.


– São lindas, não? – Ouviu uma voz grossa dizer atrás de si.


Pulou assustada e virou-se para o dono da voz. Um homem alto e encorpado estava a sua frente, os cabelos ruivos bagunçados e azuis como céu, sorriu para Rose, mostrando seus dentes incrivelmente brancos e a olhou de forma melancólica. Puxou uma pequena rosa da roseira e sentiu seu aroma. Sorrindo ele se agachou perto da pequena menina.


– Sabe qual é o mais interessante das rosas? – Ele lhe perguntou, a menina balançou a cabeça negativamente. – É que mesmo sendo delicadas e aparentemente frágeis, elas tem espinhos, elas sabem machucas, elas são fortes.


A menina encarava o homem, fascinada. Ele sorriu novamente para ela e lhe entregou com cuidado. A menina examinou a rosa, tomando cuidado para não se ferir com os espinhos e sorrindo. O homem a sua frente admirava a menina sorrindo, até uma voz soar alto.


– ROSE! – Gritou a voz de seu pai.


A menina levantou a cabeça e olhou para o homem com os olhos arregalados, fazendo com que o sorriso dele se desfizesse, a menina virou-se e começou a correr em direção à sua avó, agarrando-se nas pernas da senhora que a carregou no colo para dentro. O homem lançou um último olhar e sorriso para a menina, antes que seu pai chegasse perto dele e falasse coisas que ela não conseguia ouvir.


Flashback of.


– Rose! Rose! Ajude-me aqui, querida. – Chamou sua avó tirando-lhe de seu transe.


– Ah, claro. – Rose levantou-se da mesa.


Caminhou até a bancada onde a chaleira fumegante de chá repousava ao lado das xícaras. Sua avó retirava pequenos biscoitos de um pote redondo e branco. Rose pegou a chaleira com cuidado e começou a distribuir o chá nas pequenas xícaras.


– Muito bonito esse rapaz, Tom Riddle né? – Comentou sua avó colocando os biscoitos amanteigados dentro de uma vasilha decorada.


– Vovó. – Disse a menina corada.


– Ah Rose, nunca aconteceu nada entre vocês dois? Ele parece gostar de você. – Comentou a avô.


Rose quase derrubou a chaleira, mas repousou-a em cima do balcão rapidamente.


– Vovó, não sabe o que está dizendo. Ele não gosta de ninguém, ele não sente. – Disse a menina já pegando a bandeja com chá e levando para sala.


– Ele gosta de você querida, mesmo que bem lá no fundo. – Disse sua avó ainda na cozinha.


Rose voltou para sala, onde Tom estava sentado no sofá e o fogo da lareira ardia. Repousou a bandeja de chá sobre a mesa e sentou-se ao lado de Tom. Sua avó entrou na sala e sentou-se em uma poltrona de couro negra de frente para os dois jovens.


– Bom, eu sei o que vocês querem saber. Eu já esperava. – Disse Amélia com uma calma anormal.


– Então fale de uma vez, vovó! – Resmungou Rose revirando os olhos.


Tom riu pelo nariz.

– É uma história bem comprida. Estão preparados? – Ela perguntou.


Os dois assentiram.


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Notas finais do capítulo

Hey, eu finalmente atualizei. Me desculpem a demora, mas realmente minha vida tá uma correria. 2013 não começou nada bom, colégio pegando muito pesado, problemas familiares e pessoais, enfim, eu não tive muito tempo pra postar. Espero que vocês tenham gostado ok? Isso foi só para vocês entenderem mais a história e não ficarem perdidos, mas depois tudo irá se encaixar, e eu vou demorar mais um pouquinho pra postar o próximo, por que eu ainda tenho duas fanfics pra atualizar. Desculpe qualquer erro, eu não tive tempo de revisar, só estou postando por que minha gastrite atacou e eu tive que faltar aula, então é isso. Beijos e comentem!



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