Save Me escrita por Milena


Capítulo 11
Capítulo 11 - O Orfanato




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E pela primeira vez, Tom Riddle havia se arrependido de algo que havia falado. Durante toda a sua vida, seus atos foram pensados e calculados, de modo que tudo sempre desse certo ao seu favor, de modo que ninguém nunca descobrisse suas mentiras, mas isso não funcionava com Rose Jones. Por mais que tudo fosse exatamente calculado, Rose não era como as pessoas que ele costumava a lidar, ela não era previsível.

Tom e Rose caminhavam lado a lado por uma calçada deserta, o clima quente havia amenizado enquanto um vento fresco varria as ruas. Ele estava visivelmente incomodado, em seus cinco anos em Hogwarts nunca havia feito amizade com ninguém, a não ser amizades falsas que dariam benefícios a ele. Nunca havia levado ninguém ao orfanato onde morava, por ser menor de idade ainda, não podia sair de lá, não podia morar sozinho em um bairro bruxo como sempre desejou, sem todos aqueles trouxas estúpidos por perto. Mas novamente Rose entrava na história, apenas por conta de um deslize de sua parte, agora iria mostrar para alguém o que ele realmente era: um mestiço. Coisa que ele tanto abomina, mas na verdade é um. Seu pai não tinha uma gota de sangue mágico no corpo, era apenas mais um trouxa. Tom Riddle odiava mestiços e sangues ruins, ele odiava a si mesmo.

Viraram a direita em uma esquina mais deserta ainda e esburacada, de longe Rose já podia enxergar o letreiro descascado do orfanato. Era um grande prédio, com a pintura branca envelhecida, portas e janelas de madeira e um pequeno jardim mal cuidado na frente. Riddle caminhou na frente, passou por um pequeno portão negro de ferro e parou em frente a uma porta grande de madeira, com Rose ao seu lado.

Tom deu apenas duas batitas na porta e não demorou para que fossem abrira-la. Depois de ouvir várias trancas sendo abertas, a figura alta de uma senhora apareceu na porta. Não era uma mulher bonita, era apenas ajeitada. Com cabelos grisalhos presos em um coque, a pele branca era enrugada, os lábios estavam pintados de um batom claro e usava um vestido comprido. A velha senhora sorriu para carinhosamente para Tom, que não retribuiu e depois olhou curiosa para Rose, que corou e abriu um pequeno sorriso.

- Não sabia que iria trazer alguém para casa, Tom. – A forma como a senhora disse casa, fez Tom estremecer, aquela não era sua casa. – Que moça linda. Sua namorada?

Tom fez uma carranca.

- Não, ela não é minha namorada, Mrs. Robinson. – Disse Tom grosso

- Qual é o seu nome, querida? – Perguntou Mrs. Robinson ignorando a grosseria do menino.

- Rose. Rose Jones. – Se apresentou tímida.

- Podem entrar. Bem vinda querida – Disse a senhora.

Tom passou na frente e desapareceu por um corredor, enquanto Rose olhava admirada para o resto do local. Tinha uma decoração antiga e um pouco mal cuidada, mas tinha um charme especial. Algumas crianças passavam por ali e olhavam curiosas para Rose, que sorria tímida para elas.

- Vou ao meu quarto, pegar algumas coisas, me espere aqui. – Ouviu a voz de Tom atrás de si e apenas assentiu.

- Tudo bem, vai lá. – Respondeu simplesmente.

Rose continuou observando a sala e a decoração belíssima. O sofá grande, a lareira, o toca-discos no canto, o lindo piano que ficava no canto e os poucos brinquedos espalhados pela sala. Era tudo tão lindo. Rose sempre sonhou em ter uma casa assim, diferente, antiquada. Sorriu sozinha com seu pensamento. Nos seus sonhos ela morava em uma casa assim, enorme e com decoração antiga, com um imenso jardim e uma piscina para aproveitarem nos fins de semana e feriados junto com seus três filhos e seu marido. Ela sonhava em se casar e se sentir amada, coisa que ela nunca sentiu. Por um momento, pensou em Tom, se eles viessem ter alguma coisa, se eles ficassem juntos, tudo seria tão melhor. Mas era Tom Riddle, ele não tinha sentimentos, pelo menos não sentimentos bons. Ela ainda se sentia tão estranha em relação à ele, em relação a todos seus segredos dos quais ela não sabia nem ao menos um pessoa. Droga! Ele era o herdeiro direto de Salazar Slytherin, ele já havia matado uma pessoa, por que não faria isso com ela? Por que motivo, se ela não tinha nada de especial? Às vezes ela sentia medo de pensar em tudo que Tom era capaz. Ela estava apenas procurando saber sobre seu passado, já ele estava procurando um feitiço capaz de sugar os poderes de outros bruxos, o quão ruim isso poderia ser? Balançou a cabeça se livrando dos pensamentos negativos, ele não faria mal a ninguém, era isso que ela queria acreditar, mesmo que já soubesse das reais intenções dele, não conseguia se afastar de Tom Riddle, mesmo que quisesse. Algo dentro de si a impedia. Enquanto seu cérebro gritava para que ela se afastasse dele, outra coisa gritava para ela abraçar ele bem forte e jamais soltar. Ela odiava isso, por que sabia que Tom jamais a corresponderia. Estaria ela apaixonada? Apaixonada por Tom Riddle? Isso era tão masoquista. Mas afinal todos nós temos um pouco de masoquismo dentro de nós, todos nós insistimos em coisas que sabemos que vão nos machucar, todos nós somos burros o suficiente para nos entregar a algo que não vai valer à pena, por que tendo sangue normal ou sangue mágico correndo nas veias, no final, todos nós somos humanos. E no final, todo humano é erra, todo humano é igual. Alguns escolhem ser diferentes, mas nada muda o fato, de que todo mundo erra e se machuca alguma vez na vida, é como uma consequência. Nada na vida é fácil, por o amor seria?

- Vamos? – Disse Tom Riddle atrás de Rose

Rose deu um pulo e ofegou assustada.

- Ahn... Claro que sim, vamos. – Disse ela pegando seu malão e o arrastando para fora.

O caminho até a estação foi silencioso, ambos não trocavam nenhuma palavra, por que não tinham o que falar. Apenas um ou dois olhares roubados, nada a mais que isso. Rose estava ficando um pouco irritada. Não era do tipo que gostava de silêncio, sentia-se incomodada com isso, já para Riddle parecia ser natural, como se tudo estivesse certo.

- Tem certeza de que não quer passar na sua casa antes de irmos? – Perguntou ele enquanto voltava com os dois bilhetes na mão.

- Se eu for para minha casa, pode ter certeza que eu não volto. – Comentou brincando com a barra do seu casaco de lã.

- Seus pais são tão ruins assim? – Perguntou Riddle de volta.

- São piores, pelo menos comigo. – Disse dando de ombros e sentando-se no banco enquanto esperava o trem.

- Por que só com você? – Indagou Tom Riddle novamente, olhando curiosamente para Rose.

- Tantos por quês... – Comentou ela – Eu não sei, sou diferente da família. Todos eles são morenos dos olhos claros, eu sou ruiva com sardas. – Deu de ombros – Minha avó diz que eu puxei a mãe dela.

- Hum, e você não liga para isso? – Perguntou ele de volta

- Não mais... – Respondeu

Rose encarou a face de Tom. Os lábios finos e bem desenhados, o queixo largo e másculo, os olhos frios e verdes, o cabelo perfeitamente arrumado. Sorriu de canto quando viu que Riddle a encarava de volta. Tom não sabia o que estava acontecendo, mas ela estava novamente provocando aquelas sensações estranhas nele, aquelas que ele não sabia explicar. Aproximou-se do rosto dela e acariciou sua pele macia, parecia neve de tão branca e era tão boa para tocar.

- Tom... – Sussurrou Rose tentando fazer ele se afastar.

Ele era o herdeiro de Salazar Slytherin, isso era ruim não era? Ele já havia matado uma pessoa. Por que ele não faria isso com ela? Por um lado não queria correr riscos e por outro queria se entregar a ele por completo. Os lábios de Riddle encontraram-se levemente com de Rose, em um beijo calmo e singelo, enquanto as mãos passeavam por sua cintura. Logo começaram um beijo profundo e lento, do qual despertava mais daquelas sensações estranhas em Riddle, a pele se arrepiando, o seu corpo parecer estar em chamas e principalmente o prazer que sentia com os lábios de Rose. Eram doces e macios, Tom mordiscou de leve os lábios de da menina, antes de ser despertado de seu transe. Um barulho alto foi ouvido, fazendo com que ambos se separassem rapidamente, o trem já iria partir. Rose respirou fundo.

- Vamos. – Disseram em uníssono.

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Notas finais do capítulo

Oi oi, primeiro preciso me desculpar pelo capítulo não ser tão bom, eu queria ter aprofundando mais o lance do orfanato e tal, mas não deu. E o beijo também ficou bem piegas, mas isso foi só pra esclarecer os sentimentos deles e algumas outras coisas, o próximo capítulo vai ser maior e melhor, com mais explicação e um momento Tom e Rose bem especial para vocês. Beijos!