A Life Time escrita por Lu Falleiros


Capítulo 7
Então, esta é a minha casa?




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– Senhorita, respire... – Ela riu um pouco mais. – A história de Alois. Bem ele é um jovem que surgiu há pouco tempo e se parece mais com uma serpente, ou uma aranha... Ele normalmente se aproveita. Mas ele se afeiçoou a você. Você era amiga dele, até um momento que se recusou a dar a ele um pedaço da galeria. É um dos motivos para a reunião de amanhã por sinal. – ela disse enrolando um pequeno pedaço do cabelo castanho. Enquanto falava, percebi que ela sabia sobre muita coisa. Mas será que ela sabia de tudo? Como? De repente ela me olhou. – Está distraída senhorita. – Disse sorrindo.

– Queria chegar logo em casa. – Falei sem permitir me pedir perdão a alguém que agora, começava a pensar se era mesmo confiável ou não.

– Sério senhorita? Ainda tenho algumas histórias para te contar. – Disse sorrindo. – Ciel. Esse nome não lhe trás lembranças? – Ela perguntou fitando-me. Neguei veemente com a cabeça. – Ele era seu amigo de infância, mas desapareceu após perder os pais. E depois de algum tempo retornou como está agora.

– Ele era diferente? – Perguntei, esforçando-me para me lembrar de Ciel. Ela assentiu com a cabeça.

– Sabe ele tinha aos dois olhos. – Ela disse finalmente, é verdade que ele só possuía um dos olhos, aparentes hoje à tarde. - E seus pais morreram juntos. – Entrei em choque, meus olhos se arregalaram, como eu não me lembraria de algo assim? Será que ela desconfia que eu não seja “eu” mesma? Isso me fez lembrar quando meus verdadeiros pais faleceram, outro casal estava com eles, no acidente, mas não acho que eles se conheciam. Ou... Por que tudo é tão familiar?

– Pare! – Disse alto fazendo-a calar-se.

– Perdão, Jovem Mestra. – Ela assentiu.

– Por que você faz isso?? – Perguntei irritada. – Sabe tudo sobre mim, e chama-me de Jovem Mestra, ou senhorita! Por quê?

– Você não se lembra! – Ela respondeu agora séria. – Quem é você?

– Como assim quem sou eu?!? – Retruquei.

– Você não se lembra... Bom senhorita, é visto que terei que explicá-la novamente. Porém estamos chegando a casa. Então porte-se corretamente... E explicarei tudo em seus aposentos.

Agarrei o leque novamente, sem dizer uma palavra não lhe devia satisfações, para sair da carruagem. Izadora sorriu ao mesmo tempo em que o fiz por de baixo do leque.

Atravessei um sinuoso jardim, onde havia flores rosadas, mas nenhuma delas eram verdadeiramente rosas, eram todas de um rosa pálido. Semelhantes ao meu tom de pele e o de Izadora. Isso me fez sorrir, lembrou-me os dias que passava na casa de minha avó, lá havia uma pequena árvore raquítica, que possuía flores da mesma cor que minha pele.

Adentrei por uma porta de mármore, todo aflorado com trepadeiras brancas. No hall de entrada havia uma sala toda branca, mas um branco que não ardia os olhos trazia paz, e vontade de seguir em frente. Bem diferente dos dias que eu vi ao enterro de meus pais. De frente para o belo salão com alguns poucos móveis, havia duas portas, uma que direcionava a uma região com aroma de pão, provavelmente a cozinha. E ao outro lado, uma porta aberta estendia um caminho infinito de livros, onde havia duas poltronas, e um tabuleiro de xadrez, aquele lugar parecia fantástico, com janelas enormes que permitiam a luz entrar.

Preparei-me para subir as escadas. Porém:

– Senhorita!!! – Gritaram duas vozes femininas que me lembravam das vozes de crianças. Quem seriam aquelas pequeninas que saiam da porta da cozinha?

– Sim? – Respondi tentando fingir que sabia quem eram aquelas crianças.

– A senhorita tem muito que fazer. Não a atrapalhem. – Disse Izadora imperativamente.

– Não! – Gritei para Izadora. – Venham cá. – Assenti às crianças que vieram correndo. – Vocês fizeram o jantar?

– Sim! Sim! Você vai querer? – Perguntaram surpresas com olhinhos melosos.

– É claro! – Respondi sorrindo. – Só deixem eu me trocar. – Disse soltando-as do abraço.

– Vamos Izadora! – Respondi ainda imperativa. Enquanto finalmente subia as escadas. Escadas brancas, com os corrimãos rosados, semelhantes às flores do lado de fora.

– Você me explicará tudo lá em cima! – Assenti para Izadora.

– Sim Jovem Mestra. – Ela sorriu maliciosamente. – Preparem a mesa do jantar! – Ela disse às pequeninas meninas já de cima da escada.

Subi as grandes escadarias. E ao fim delas, dei de cara com quatro portas diferentes. Não sabia qual delas deveria adentrar.

– Bom senhorita, como não se lembra... Explicarei. – Ela fitava-me como antes, sem sorrisos angelicais, o que me assustava. – Primeira porta, seu quarto de estudos. – Ela abriu para me mostrar uma mesa, com alguns objetos de estudo, tais como alguns livros semelhantes aos do andar de baixo, mas lá também havia objetos para esgrima, balé, e um legítimo telescópio, o que me permitiria apreciar a brancura das estrelas. – Segunda porta. Quarto de vestir. – Ela assentiu abrindo-o ao vê-lo meu queixo caiu, havia uma parede com vitrais enormes, cheios de anjos com rosas cor de pele, uma grande banheira, e três armários, cada um deles em um tom de branco e uma rosa pálida diferente em cima de cada um deles, cada um possuía um tipo de roupa. – A terceira porta, é o quarto de trabalho, é o menos interessante.

– Porém é o que mais quero ver. – Disse seriamente para Izadora, minha visão sobre ela havia mudado radicalmente. Abri à porta, e neste quarto havia milhares de cadernos, com lindos marca páginas enfeitando cada um deles, com ótima organização, um vitral transparente com desenho de uma rosa em cristal deixava a luz passar com pequenos arco-íris.

– Podemos ir ao próximo? – Ela assentiu deixando a seriedade de lado, com um belo sorriso, malicioso novamente. – Jovem Mestra? – Ela fechou a porta. Eu a impedi com uma das mãos para apreciar aos cristais por mais um minuto, até que a porta se fechou. Ela pareceu surpresa. Mas sorriu. – E este, finalmente é o seu quarto.



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Notas finais do capítulo

Conhecendo os personagens:
- Nome: Elina
- Idade: 9 anos
- Altura: 1,32 metros.
- Função: Responsável pelo jantar e por arrumar a mansão de Lucy Willian.
- Informações extras:
Uma garota muito fofa e angelical, que também é tímida, e morre de medo de ser despedida. Adora quando pode arrumar ao jardim, as flores sempre a alegra.



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