Seguimos com movimentos ágeis, gentis e fortes. Ele jogava como um anjo, e realmente estava difícil tentar vencer.

– Cheque. – Falei primeiro. Seu rosto era surpreso.

– Touche. – Ele disse.

– Cheque-mate. – Dissemos em uníssono, após alguns minutos. Tanto Izadora quanto Sebastian pareciam perplexos. Como era possível? Empatamos. Estávamos ambos de cara fechada, não nos olhávamos. Porém eu deveria admitir que ele não era de se jogar fora.

– Até amanhã. – Disse ele com um olhar indescritível.

– Até. – Respondi ajeitando as peças. – Obrigada pela partida. – Olhei-o com um sorriso.

– Para sempre. Uma partida. – Respondeu-me olhando sério. O que aquilo significava? Ele jamais jogaria comigo novamente?

Alois me ajudou a guardar as peças e por final disse:

– Você roubou a atenção dele. – Sussurrou em meu ouvido.

– Sério? – Perguntei verdadeiramente inocente.

– Sim! Mas ele é meu. – Disse essas palavras, em tom brusco e imperativo.

– Ah? – Perguntei pegando meu leque.

– Você verá. – Ele disse por fim, enquanto andava seguido de seu mordomo Claude, acho que é esse o nome que ouvi.

– Vamos, Lucy? – Disse Izadora quando os jovens já estavam distantes.

– Sim, por favor. Para casa. – Disse olhando-a. – Tenho que falar com a senhorita, a caminho de casa.

– Sim, senhorita. – Ela assentiu sorrindo.

Ao entrarmos na carruagem larguei novamente o leque maldito. Como detestava fofuras.

– Detesto essas fofuras! – Disse ao jogar o leque.

– Sério?? – Ela me perguntou

– Sim. – Assenti ainda um pouco surpresa por ter “perdido” o jogo de xadrez.

– Bom senhorita, é... Bom... – Ela disse ainda em dúvida se podia parar de atuar. Não aguentei e soltei uma risada. – Vamos para casa... – Ela respondeu vermelha.

– Sim... Vamos... – Respondi tentando detectar qual seria a minha casa.

– Sobre o que queria conversar? – Ela perguntou animada.

– Conte-me tudo! – Respondi. – Alois é meu amigo? Quem é aquele Ciel?? O que você sabe sobre eles??

Ela riu pela agilidade e nervosismo em minhas perguntas. E começou a responder.