Uma Ação Muda Tudo escrita por Gabs


Capítulo 13
Lembranças


Notas iniciais do capítulo

Desculpem por ter demorado, mas valeu a pena pq eu terminei de escrever em um dia que eu estava inspirada (ontem kkkk) e eu fiz um POV só com pensamentos de 736 palavras kkkk... Alias... Eu sonhei com CSI de novo de antes de ontem pra ontem =D



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Grissom vai até o seu carro, fica um tempo ali, olhando para frente e vira para olhar novamente os dois juntos daquele jeito. Ele liga o carro e vai para o primeiro lugar que veio na sua cabeça, o bar.

- Vai querer o que? - Um barman pergunta quando Grissom se senta em um dos bancos.

- O que você tiver de mais forte.

O barman olha para ele por uns instantes e se vira para pegar a bebida, trazendo para Grissom. Ele pega o copo e o vira em sua boca. O liquido percorre sua garganta, e junto com ele, um ardor. Grissom faz uma cara ruim, mas depois pede outro copo desses. O barman trás e o observa por um tempo.

- O que houve pra você estar se embriagando desse jeito?

- Eu não tenho o meu lugar no mundo mais... Dês de que eu fiquei em coma.

- A mulher que você ama ta com outro?

- É... - Grissom fala olhando para o copo já vazio em suas mãos.

Nesse momento, em vez de Grissom se lembrar de Sara e de como ela está feliz com Greg, ele se lembra imediatamente de Catherine com Nick, sentidos naquele sofá, apenas juntos, um cuidando do outro, os dois compartilhando um beijo.

"Não sei o porquê, mas aquela cena me incomodou. Mas o que mais me incomodou é que eles estão unidos, de qualquer jeito, por causa da pequena criatura nos braços de Cath... Eles tiveram uma filha juntos. O que é mais estranho é: por que eu estou tão mexido com a minha melhor amiga ter uma filha com Nick? Não faz sentido. Nós não tivemos nada. Nós somos apenas amigos... Quer dizer, éramos. Já que ela está brava comigo e eu não sei a razão. Parece que todos ficaram mais felizes quando eu fui embora... Eu acho que era pra eu ter morrido...", Grissom pensa ainda olhando para o copo, que foi cheio pelo barman.

- É quase sempre isso... “Ela não me ama... Ela ta com outro... Ela me usou”... Porque você não a conquista novamente?

- O que?

- Se você já a conquistou uma vez, você consegue de novo.

- Eles se amam... - Grissom diz se referindo a Sara e Greg, virando o terceiro ou quarto copo em sua boca.

- Bom, então não era ela que você devia amar.

- Infelizmente nós não escolhemos quem devemos amar.

- É verdade, mas o destino escolhe... E ele planeja bem nossas vidas.

- Parece que o destino já arrumou a sua... – Grissom comenta virando mais outro copo para dentro de seus lábios.

- Ele me deu uma esposa e dois filhos...

- Você conquistou!

- Eu acho que o destino nos prepara tudo, mas nós precisamos dar os passos para conseguir... Entende?

- Não sei... Não sei. – Grissom fala olhando para a mesa, mas logo fecha seus olhos, colocando mais um copo daquela bebida para dentro de sua boca e sentindo o liquido percorrer sua garganta... O ardor não estava tão forte quanto da primeira vez.

.

.

POV Grissom

Lembranças... Imagens captadas por nossos olhos, passadas por um processo, passada de neurônio à neurônio até chegar a uma parte especifica de nosso cérebros, ficando ali, gravada como um vídeo, pra sempre, mesmo não lembrando de algumas depois... Pois é, existem vários tipos de lembranças: As que nós temos guardada em nossos cérebros, mas não conseguimos nos lembrar, existem as lembranças que conseguimos recordar quando queremos... E existem também, aquelas que nós lembramos quase toda hora, mas não queremos por ser uma má recordação, e que vamos nos lembrando cada vez menos com o tempo. O problema é que esse tipo de lembrança, o tempo demora pra diluir, mas ela nunca sai por completo, assim como sangue que é deixado após um assassinato, apenas sai do foco das coisas, porque se nós pensarmos, ela sempre estará ali, junto com as outras lembranças... Boas, ruins, médias, difíceis de encarar. Mas por que eu cheguei nesse assunto de lembranças? Porque sempre que temos o tipo de lembranças que não queremos nos lembrar, nossa vontade é de fazer algo, corrigir o erro... O que nos leva a ações. Ações boas ou ruins. Alguns não querem ter novamente uma lembrança dessas, por isso, têm o máximo de cuidado para isso, já outros, não tem o mesmo cuidado... Alias, cada um é cada um. Mas agora vem a seguinte pergunta: O que isso tem a ver com a minha situação? Bom, minha lembrança que me atormenta no momento é a de Catherine, Nick e a bebê. Tecnicamente não precisa ser um erro nosso para ser uma lembrança, mas sim um fato marcante que ocorreu em nossas vidas. Essa lembrança me fez agir... Minha ação não foi a melhor: Beber. E agora essa ação está me fazendo uma reação: O filosofo barman pegou minhas chaves do carro e pediu pra eu chamar um taxi... Conclusão: Um bêbado que não está pensando direito sai dali a pé e vai até a casa da pessoa mais próxima, ou seja, Cath. A chuva cai sobre meus ombros, que haviam começado a tremer quando resolvi sair daquele maldito bar, enquanto ando pelas ruas de Vegas, apenas pensando com a minha parte lúcida que foi tomada pela embriagues em coisas banais. Mesmo eu tendo visto aquela cena e a ideia de ir para a casa de Cath no momento não era boa e mesmo eu tendo condição (e ainda, dinheiro suficiente) para chamar um taxi, eu cheguei a uma conclusão... Preciso de um ombro amigo, mesmo esse ombro não querendo me amparar mais. Bom, mas pelo visto, a chuva contra meu corpo não é uma boa combinação, já que mal me aguento em pé. Talvez, metade disso fosse a bebida em minha corrente sanguínea, mas com a chuva, eu sinto uma liberdade, mas ao mesmo tempo, a vontade enorme de cair no chão e desmaiar... Não estou me sentindo bem pelo frio que percorre minha espinha, mas me sinto livre com o vento batendo em meu rosto e meus braços esticados em um quase angulo de 180°, meus olhos fechados apenas sentindo cada gota sob minha pele, sob minha face... E penso comigo: Se não fosse o frio me deixando tão mal e junto com ele, a chuva, me deixando a cada minuto mais doente, esse momento seria perfeito... Não é que eu tenha esquecido aquela cena, mas não nos lembramos de algo assim 24 horas por dia certo? Então. Neste momento, meu cérebro se concentrava em cada gota gelada se encontrando com meu rosto... Ele se concentrava no frio que piorava a cada instante... Ele se concentrava em meus pensamentos bagunçados e banais sobre o quanto a chuva é perfeita. O caminho é longo, a cada momento eu fico pior, mas aquela sensação de liberdade por, em cada precioso segundo, eu não estar pensando na cena, ou na possibilidade de que se eu tivesse morrido naquela cama de hospital, todos seguiriam suas vidas sem se preocupar com esse velho sem o seu lugar no mundo, ou no fato de a mulher que penso que amava estar mais feliz nos braços de outro, ou na questão de minha melhor amiga me ignorar por completo e eu não saber a razão, ou simplesmente pelo fato de que eu não me lembre de talvez o momento mais importante da minha!.. Eu apenas estou pensando nas banalidades, eu apenas estou pensando em como esse momento é mágico, e isso é o que está fazendo eu me sentir livre!

POV Narrador

As pernas de Grissom não aguentam mais segurar seu corpo, que treme tentando manter sua temperatura. Seus lábios roxos tentam esconder seus dentes que se chocam, acompanhando seu corpo. Seus olhos já sem foco, olham cada extremidade do local, ou melhor dizendo, a casa. Ele se aproxima o mais rápido que suas pernas ainda conseguem o levar. Seus braços procuram abraçar seu tronco, tentando produzir algum calor com suas ações. O CSI bate na porta o mais forte possível, o que já não era muito por causa de sua fraqueza, torcendo para que Catherine tivesse ouvido o som na porta.

Antes de alguém abrir a porta para recebê-lo, Grissom usa o resto de suas forças para se sentar no leve degrau da casa da amiga. A chuva volta a cair sobre seus ombros, mas agora ele não estava preocupado com isso já que está embaixo dela à um bom tempo, e mesmo que ligasse para isso, não conseguiria se levantar... Ele não faz nem ideia de como seu tronco ainda o segura sentado ali.

A loira abre a porta e logo vê a imagem de um homem sentado na pequena escada em frente a sua porta, deixando com que a chuva caia sobre si. Catherine se aproxima vagarosamente, sem ter certeza de quem seria, mas antes dela o olhar direito ou fazer qualquer outra coisa, uma voz fraca e rouca saí dos lábios do homem à sua frente, fazendo-a ter certeza de quem é.

- O frio dói. – Grissom havia pensado em muitas coisas para falar ali, mas com a bebida ainda em seu sangue e com o frio que quase o paralisa, suas únicas palavras são poucas, curtas e precisas.

- Se você ficar esperando uma pessoa na frente da porta dela, deixando a chuva cair sobre si e ficar vestido assim nesse frio... Está quase nevando aqui fora! Você quer o quê?

- Calor. – Grissom só consegue dizer mais uma palavra com muita dificuldade, o que não passa despercebido por Cath.

- Onde está o seu carro Grissom? – Catherine pergunta, enquanto olha em volta, juntando todos os fatos. – Grissom, você veio andando da sua casa até aqui?

Nenhuma palavra sai da boca de Grissom e Caterine entende mesmo assim. A loira se aproxima e o ajuda a levantar e o leva para o seu carro, preocupada. Antes de ligar o motor e partir com Grissom, ela pega dois cobertores e o cobre no banco de trás.

- Eu vou te levar ao hospital Gil.

- E... Eu não preciso de hospital. Eu preciso de você. – Grissom fala com muita dificuldade.

Catherine pensa por um tempo, mas logo dá a volta, indo em direção a casa de Grissom.

- Então eu vou te ajudar...


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Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado! =D Reviews?