Hey, Ho. Let's Go! escrita por RubyRuby


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Ufa! Quanto sufoco! Magda, respire. A vida gira, afinal de contas! As coisas podem mudar. Bem, ou não.



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Quatro


Horas depois (para ser exata, às 7h52min da noite), estou eu sentada na frente da televisão com uma camisolinha do Garfield, vendo um documentário, sem saber se chorava ou se parava de me importar.

O documentário falava sobre o polvo. Esse animal possui várias formas de se defender de seus predadores: uma delas é a liberação de uma tinta escura para despistar o inimigo enquanto foge. Em outras vezes, quando o inimigo consegue prender um de seus tentáculos, ele deixa esse tentáculo com o inimigo e foge em disparada. Dias depois, outro tentáculo nasce no lugar do que foi arrancado. Outra forma que o polvo utiliza para se defender é a camuflagem. Em questão de segundos, esse animal é capaz de mudar completamente de cor, ficando com as mesmas cores da areia ou de uma pedra, enganando seus predadores e também suas presas.

Queria ser assim, como um polvo, poder não me importar com o inimigo, caso ele queira pegar um tentáculo meu. Digo, queira me atingir. Era só fugir. Pra qualquer lugar, não importa. Apenas fugir. Mas no mundo real, no mundo dos humanos, fugir não é a solução, e às vezes o seu inimigo é o seu melhor amigo, assim como aconteceu comigo. Seria tão bom me camuflar e passar despercebida algumas vezes, queria poder ficar “camuflada” durante um bom tempo agora, principalmente pra não ouvir mais nada sobre a Talita e o Nicolas, e queria estar camuflada também para não precisar sorrir com o que me faz querer chorar. Queria não me preocupar com o que as pessoas acham, e sim o que eu acho. Ou talvez o contrário, parar de me importar com o que eu acho e aceitar de uma vez o namoro deles.

Há uma espécie de polvo, chamada de polvo-véu, que utiliza uma forma muito interessante de defesa: quando se sente ameaçado por algum animal, ele desenrola uma grande membrana que se espalha e ondula na água como se fosse uma capa, dando a impressão de que o animal é muito maior, o que acaba afugentando os predadores. Fingir ser maior que o seu medo, mesmo não sendo, deve ser um bom jeito de afastá-lo de você. O problema é que, se eu “pensar ser maior que o que eu sinto” estaria me enganando, não enganando meus inimigos_ Talita e Nicolas. Estaria fingindo para mim que eu posso, quando não, não posso, o que me faria piorar mais ainda.



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Notas finais do capítulo

Gente, esperem um pouquinho. Esse é o último capítulo por enquanto, mas eu sou fiel aos meus leitores! Em menos de uma semana, está aqui outro capítulo novinho para vocês. Afinal, a pressa é inimiga da perfeição! ;-)