–ISABELLA! -A voz dele tinha um tom de desespero e eu virei pra atrás e escutei um barulho de uma freiada brusca e um impacto contra meu corpo.

*CAIO NARRANDO*

Isabella saiu andando rápido, eu vi que eu fui grosso com ela, então sai correndo atrás. Ela saiu pelo portão sem ao menos olhar. Ela ia atravessando a rua e quando vi um carro vinha em sua direção. 

-ISABELLA! -Berrei em desespero por não poder estar perto pra salvá-la. 

Quando o carro bateu nela ela caiu no chão. Não foi em cheio, pois o motorista ainda tentou desviar, mas foi o suficiente pra fazer com que ela caisse e imediatamente vi que ela tinha se machucado. Corri até ela e me sentei no chão ao seu lado. Ela estava desacordada. Coloquei a cabeça dela no meu corpo e falei:

-Isa, por favor, fala comigo. -Eu passava a mão no rosto dela na tentativa de faze-la acordar. Ela tinha uma escoreação perto da bochecha. -Isa, acorda. 

-Não balança ela muito não. Ela pode estar machucada. -O homem do carro falava. Ele parecia nervoso e preocupado. E ligava pra uma ambulância. 

Isabella não acordava e o desespero começou a tomar conta de mim por completo. Eu comecei a chorar e falar baixinho perto dela:

-Eu sei que eu fui um babaca com você, mas por favor, acorda e me diz que você tá bem. Eu preciso de você do meu lado, Isa. Acorda. -E ela continuou ali, do mesmo jeito, imóvel. 

Fiquei ali com ela no meu colo enquanto a ambulância não chegava. Fiquei ali olhando pra cima pra ver se a bendita ambulância chegava logo. Tava demorando muito e a Isa precisa de ajuda.

Quando voltei a olhar pra ela, Isa estava abrindo os olhos devagar. 

-Isa? -Falei. 

-Ca... Caio? -Ele falou com a voz baixa e com um pouco de dificuldade. 

-Ei, fica bem tá? Vai dar tudo certo. -Falei olhando pra ela. 

-O que aconteceu? -Ela perguntou passando a mão no rosto e fazendo uma cara de dor quando passou no machucado. 

-Foi um... imprevisto. -Falei tomando cuidado com o que falar pra ela. -Mas já vai ficar tudo bem. 

-Minha cabeça dói. -Ela falou com a voz manhosa. 

-Já vai passar. -Falei dando um beijo na testa dela. Ela sorriu pra mim. E a ambulância chegou. 

Eles colocaram Isa na maca e ela ficava reclamando. 

-Você é o que dela? -O socorrista da ambulância perguntou. 

-Amigo. -Respondi. Infelizmente -Pensei. 

-OK, tem mais alguém aqui com vocês? -Ele perguntou. 

-Não. -Respondi. 

-Tudo bem, então você pode ir junto? 

-Sim. -Respondi. 

Fomos até o hospital. Levaram Isa lá pra dentro e me deixaram ali. Logo a mãe dela apareceu. 

-Oi Caio. -Ela falou quando me viu. 

-Oi. -Respondi. 

-A Isa tá bem? -Ela perguntou. 

-Sim, levaram ela lá pra dentro quando chegamos. 

-Você tava com ela quando tudo aconteceu? 

-Sim. -Respondi e olhei pra baixo. Ela não falou mais nada. Liguei pro Felipe pra avisar; Ele disse que falaria com os outros e já viria aqui. 

Logo eles chegaram. 

-E ai cara, tudo bem? -Felipe perguntou. 

-Não né. A Isa tá lá dentro por mim culpa. 

-Claro que não, Caio. Ninguém teve culpa. -Lu falou. 

-Se eu não tivesse falado merda ela não tinha saído daquele jeito de dentro da escola e tudo estaria bem e ela estaria do meu lado agora. -Falei e senti uma lágrima cair no meu rosto. 

-Como assim do teu lado? -Mare perguntou. 

-Cara, foi a primeira vez que a Isa veio falar de boa comigo e eu fui um estúpido. 

Ninguém falou mais nada. Ficamos em silêncio. Logo o médico apareceu e disse que estava tudo bem com ela e etc. A mãe dela foi a primeira a entrar no quarto. 

-Você gosta dela né... -Mare falou me olhando, ninguém tava ouvindo pois estavam distraídos longe da gente. 

-Acho que sim. -Respondi. 

-Luta por ela, Caio. A Isa é marrenta, você sabe disso, mas no fundo ela gosta de você. -Mare falou e piscou pra mim. Sorri e ela foi lá fora com Felipe. 

Mãe da Isa voltou e deixaram eu entrar. 

Quando entrei no quarto Isa estava de olho fechado, mas era possível perceber que ela tava acordada. Nem percebeu que eu entrei. Fui até perto dela e falei no ouvido. 

-Oi. -Ela abriu os olhos e me viu. 

-Oi. -Respondeu séria. 

-Tá melhor? 

-Um pouco. 

-Eu que te salvei. -Falei sorrindo.

-Besta, se tivesse me salvado eu não tava assim. -Ela falou levantando o pé e mostrando que tava enfaixado. 

-Ai, quebrou? -Perguntei. 

-Não. Eu só torci. 

-Pode deixar que eu cuido de você. -Falei. 

-É? -Ela perguntou. Cheguei mais perto e falei: 

-Só se você deixar. -Falei com nossos rosto a alguns centímetros de distância. 

-Eu deixo. -Ela falou e eu a beijei.