Vidas Destruídas. escrita por Thalia Queiroz


Capítulo 13
Será só amizade?




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Sem perceber eu já estava falando com ele todos os dias. Diego não nos deixava em paz. Mas isso não era um grande problema para nós, que nos mantínhamos unidos.  Eu o defendia e ele me defendia. Aos poucos, fui percebendo que por trás daquele menino tímido e misterioso, havia um menino incrível. Mas mesmo assim uma coisa me intrigava: seu mistério. Ele ainda era misterioso para mim, havia alguma coisa que ele guardava só para ele.  E eu queria descobrir o que era, não só por curiosidade, queria ser digna de sua confiança. Sei que isso não seria nada fácil, mas eu já tenho a chance de ser a sua amiga, e isso é um ótimo começo.

Já se passara três semanas desde que Lucas chegou à cidade. Já se passara mais de um mês que Kate estava em coma. Aquela tristeza não teria fim? A incerteza se misturava com a esperança. O otimismo abafava a realidade. E eu não aguentava mais. Na verdade, não aguentava mais a muito tempo. Mas eu tentava ser forte, porque eu não tinha outra opção. Por trás daquela menina forte, havia uma menina cheia de fragilidades, insegurança, medo, desconfiança. Só que, sei lá, depois que conheci o Lucas, senti que algumas dessas coisas ‘’foram embora’’. Por incrível que pareça, ao seu lado eu me sinto segura, me sinto mais confiante. Não é à toa que estou me aproximando dele, porque não é qualquer pessoa que me faz sentir assim. E agora que eu o encontrei, não vou deixá-lo escapar.

Lucas vem aqui em casa hoje, vamos fazer um trabalho de história. Só de pensar em apresentar o trabalho na frente da turma inteira já me dá arrepios. A campainha tocou. Desci a escada correndo.

-Deixa que eu atendo, mãe! – abri a porta e lá estava ele. – Pode entrar.

Como ele era muito tímido, ele estava mais quieto do que o normal. Subimos para o meu quarto, minha mãe não falou nada, já que ela não se importa muito comigo. Aliás, não faríamos nada de ‘’errado’’.

-Tem alguma notícia da Kate? – disse ele tentando puxar assunto.

- Os médicos disseram que ela está apresentando uns sinais de melhoras, mas nada definitivo. Vamos ter que esperar mais um pouco.

Não falamos mais nada e começamos a fazer o trabalho. Toda a hora eu olhava para ele, e ele estava olhando para mim.  Finalmente terminamos o trabalho, fiquei aliviada e ao mesmo tempo chateada. Aliviada, porque aquele ‘’clima’’ já estava ficando tenso e chateada, porque eu me sentia bem quando estava perto dele.  Então o levei até o portão.

-Até amanhã então. – eu disse.

- É, até amanhã.

Nos entreolhamos por alguns segundos. Meu coração estava disparado. Ele aproximou seu rosto do meu e... nos beijamos. Logo depois percebi que ele ficou envergonhado e saiu correndo. Eu fiquei parada no mesmo lugar, tentando entender o que tinha acontecido no último minuto. Será que seria só amizade? Acho que não.


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