Vidas Destruídas. escrita por Thalia Queiroz


Capítulo 12
Tudo volta ao normal, ou melhor, quase tudo.




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No dia seguinte, na hora do intervalo, fui conversar com ele de novo. Não dava para conversar com ele na sala de aula, ele ficava isolado lá no fundo da sala, como se não quisesse falar com ninguém.

–Oi – disse eu, já sentando na cadeira.

– Oi – disse Lucas, sua voz era fria. Mas no fundo eu sentia que ele também queria falar comigo. – Então, ontem você me fez perguntas. Acho que hoje é a minha vez. – Me surpreendi, não esperava isso dele. Não que isso fosse ruim, era ótimo.

–Certo, pode perguntar.

–Você vive sozinha, não tem amigos?

Parei por alguns segundos antes de dizer, lembrei-me da Kate. Ele percebeu que falou algo de errado e disse:

–Me desculpe, é um assunto muito delicado para você? – disse ele, constrangido.

–É. – Eu disse, quase que sem pensar – Mas não importa, afinal você não tem culpa. Eu tenho uma amiga sim, minha única amiga. Mas ela está em coma no hospital.

–Posso saber o motivo? Olha, se não quiser falar, tudo bem. Eu entendo.

Então lhe contei tudo o que tinha acontecido. Ele precisou de alguns minutos para absorver tudo aquilo, então o sinal tocou. E como estava bom demais para ser verdade, uma semana sem ser o alvo das ‘’brincadeiras’’ de mal gosto do Diego. Mas, infelizmente nada dura para sempre. Aquele dia foi o fim da ‘’trégua’’. Logo após que o sinal tocou, eu me levantei. Diego vinha em minha direção com um copo de suco na mão, fingiu que tropeçou e... Você já pode imaginar o que aconteceu, minha roupa ficou toda molhada de suco. Aquilo só fez que eu sentisse mais raiva dele. Quase arrumei uma briga, mas Lucas me tirou dali antes que eu pudesse fazer algo. E foi melhor eu ter saído dali, se eu brigasse com ele, eu perderia a razão.

Lucas me levou até a porta do banheiro para eu tentar ‘’limpar’’ a minha roupa. Depois matamos aula. Ele me perguntou mais sobre Kate. Disse que queria conhecê-la, então fomos juntos visitá-la depois da aula. Senti que ele não sabia o que falar ou até não sabia o que sentir. E eu? Eu estava como sempre, sentido aquela velha dor, aquela velha tristeza, aquela velha incerteza, aquela velha esperança. Porque apesar de tudo, eu tinha esperanças que um dia eu, Kate e talvez Lucas, pudéssemos ser feliz, como sempre sonhei.



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