Bleeding Again escrita por Kiyuu


Capítulo 7
Confidence


Notas iniciais do capítulo

KYAH, MINNA-SAN, MIL DESCULPAS PELO ATRASO! *remorso*
A escola pegou pesado esses dias... E esse cap. me durou um pouco mais de tempo, sabe...? Bem, pra compensar eu o fiz um pouco maior... E interessante ¬u¬
E só aviso por aqui: Se preparem! ~hehehe~



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Arthur revirava-se para um lado e para outro na cama, de modo agoniado. O nó na garganta já estava se formando novamente.

Não aguentava mais. Apenas uma semana, uma pequena porção de tempo sem ele era uma tortura para tudo que ele estava sentindo. Era quase impossível de quebrar aquela ligação, e por isso lhe doía ficar longe dele... Só não podia se dar por vencido e ir pedir desculpas, pois assim seria o fraco da história.

A questão retornou a lhe provocar como as risadas do prussiano, ruidosas e irritantes. Ele agarra o travesseiro para abafar um grito de indecisão e desespero, deixando-o encharcado com as lágrimas que rolavam.

Ele havia fechado a porta para não causar alguma impressão vergonhosa ao sobrinho, mas ele aparece a bater de repente, chamando o seu nome.

– Tio Arthur! Abre aqui – Pedia ele com uma voz doce.

Arthur tratou-se de logo enxugar o rosto e engolir o soluço que se precipitava, precisando de alguns instantes antes de abrir a porta e encontrar Peter o observando adoravelmente. Logo depois notou que ele carregava nas mãos um ramalhete de rosas vermelhas, tão grande que ele o envolvia com os braços inteiros para sustentá-lo.

– Chegou pra você – Ele estende o buquê com cuidado para o tio, que passa um segundo hesitando, paralisado.

– Pra... Mim? – Ele segura as flores arregalado, as examinando. – Mas... Quem mandaria isso para mim?

O garotinho não responde, embora o olhar de Arthur exigisse uma resposta. Com o sentimento realizado de missão cumprida, ele volta para a sala saltitando, com um sorriso sapeca.

Confuso e surpreso, Arthur volta ao seu quarto e fecha novamente a porta. Continua a observar aquele buquê tão perfeito... As rosas eram finas e vivas e o arranjo estava muito bem trabalhado, como lhe agradava o perfeccionismo. E todo em si exalava uma aura romântica e sedutora, tanto quanto o cheiro das rosas era envolvente e encantador.

Enquanto analisava aquilo, nota que há um pequeno papelzinho dobrado várias vezes enfiado entre as flores. Curioso, ele o puxa de lá e desamassa, levando o bilhete ao nível da visão.

“Eu sei que errei, e a razão é toda sua.

Apenas queria a minha segunda chance.

Será que você me dá mais uma?”

– Meu... Deus... – Incrédulo, ele então começa a rir nervosamente e sacudir a cabeça, boquiaberto. Tornando o olhar ora para o bilhete com aquelas letras arredondadas e uma rima boba, ora para o buquê de rosas finas, algumas lágrimas felizes escorrem sobre o seu sorriso esticado sutilmente.

Um barulho de socos leves em vidro surge, e ele levanta o olhar subitamente, assustado.

E então surge a imagem – borrada pela névoa da janela através dele – daquele sorriso aberto e idiota que ele reconhecia. Reconhecia, pois era aquele único o qual ele amava.

Desesperado, ele corre já estendendo os braços, as lágrimas que escorriam sendo levadas pelo ar que batia contra o seu rosto. Abre a janela com esforço, e a chuva invade o seu quarto, pingando em seu rosto inteiro.

Alfred tinha um sorriso encantador, e o exibia mesmo debaixo de uma tempestade e passando frio. Nos seus olhos azuis era possível ver a paixão emanando da emoção que sentia por aquele inglês, o qual apenas uma janela os dividia. Ficaram trocando aquela deliciosa energia olho no olho, o vento gelado sacudindo os cabelos e as lágrimas dos céus se infiltrando com as dos olhos do loirinho, que sorria abobalhado e vermelho.

– E então... – Sussurra Alfred, uma voz baixa e sedutora. - Você gostou das flores...?

Arthur apenas estica ainda mais a boca, a felicidade extrapolando dos limites de sua cabeça, e fecha os olhos propondo o desejo dos dois a se realizar. Compreendendo, Alfred faz o mesmo e aproxima-se do seu amor do lado de dentro, tocando seus lábios com gentileza e aproveitando o sentimento vitorioso.

Arthur se entrega para ele, enfim satisfeito pelo fim de toda aquela confusão que lhe atormentava. Ele tinha que se conformar alguma hora de que a solução sempre era aquela: Cair nos seus braços como se não houvesse mais nada na órbita do mundo, além dele.




Como esperado, tudo volta à sua normal e agradável realidade de antes. A discussão e a ignorância haviam acabado e ambos estavam satisfeitos apenas por estarem juntos novamente. Mesmo assim, os dois ainda não haviam confirmado o que era aquilo, ao certo – apenas uma amizade ou um... Namoro?

Alfred apostava mais na segunda opção. Ele confessava que realmente gostava muito daquele inglês, mas de uma forma diferente... Uma forma romântica. Poderia ser estranho para outros, mas era o que ele interpretava de seu sentimento. Afinal, apenas amigos não trocam ações que namorados fazem uns aos outros, como beijos e carícias.

Já na cabeça de Arthur a incerteza incomodava a sua decisão sobre aquilo. Era mais fechado e solitário, e por isso mais difícil para definir os seus sentimentos naquele relacionamento. De uma coisa ele tinha certeza: Ele também gostava muito daquele americano. Talvez até o amasse. Mas apenas não era convicto de que tipo de amor aquele seria.



Logo ao chegar à escola, Alfred segue o caminho pelo corredor central, cheio de adolescentes papeando sobre festas e coisas da moda. Mas a palavra de uma conversa paralela lhe chamou a atenção: “Formatura!”.

A formatura logo estaria chegando, e ele iria se tornar um homem agora responsável por si mesmo, com seu próprio dinheiro e sua própria vida. Como diziam por aí, era preciso se esforçar e trabalhar duro para apenas conseguir um lugar na sociedade. Caso vadiasse, apenas receberia em troca os próprios erros acabando em arruinar a sua vida. Por causa disso era uma fase importante: Decidir qual caminho seguir.

Através de um grupinho de garotas, ele avista de longe um loirinho guardando alguns livros no seu armário. Sem hesitar, aperta o passo andando por entre a multidão e logo chega a ele, que nota sua presença e fecha o armário para lhe cumprimentar atenciosamente. Esticando-se na ponta dos pés, ele alcança sua boca e a beija com um estalo, de modo discreto e rápido para que ninguém pudesse notar. Aquela ação repentina deixou Alfred surpreso, mas do mesmo modo feliz.

– Eu posso considerar tudo isso uma aceitação das desculpas? – Pergunta Alfred, levantando uma sobrancelha e um sorriso desafiador, apenas para irritá-lo. – Você não falou quase nada desde então.

– Argh. – Ele grunhe, desviando o olhar e hesitando um minuto para buscar as palavras e a coragem. – Tudo bem... Aceito as suas desculpas, tá?

– Você é tão fofo – Ri Alfred convencido, beliscando as bochechas levemente vermelhas de Arthur, fazendo-o gemer irritado.

– Aaah, pare, pare, idiota! – Esperneia Arthur, tentando retirar aquelas mãos que quase arrancavam suas bochechas. Quando finalmente as solta, o outro solta uma gargalhada diante deste acariciando as bochechas ainda mais avermelhadas de dor. – Está rindo, né? Pois então... – Ameaça ele, sorrindo de modo desafiador, e logo aperta de volta o rosto do americano com a maior força que pôde, até vê-lo vermelho e gemendo igualmente.

– Ai! Isso dói... – Reclama Alfred com voz de criança, apalpando as bochechas.

– Tá vendo como dói?

E então os dois caem na gargalhada, ao mesmo tempo em que o sinal toca. E retiram-se para a sala juntos, mãos dadas e risos abobalhados.



A cada dia aquele ano – tão longo tempo se visto de longe – parecia ficar mais próximo de seu fim. As estações já haviam permanecido absurdamente quentes, mas agora tornaram a transitar para o frio típico daquela época que avisava a proximidade da borda de limite daquela definição de tempo. O clima já obrigava à população agasalhar-se devidamente ao sair de casa, e transformava-lhe a respiração em uma fumaça visível no ar. Este clima já presumia as festas de Natal e Fim De Ano, e também a esperada formatura dos alunos do último ano do colegial.

Ah, a formatura. Um momento tão sonhado, a hora de se tornar independente e ir atrás das suas aspirações que planejaram por toda a vida para esse momento. Ter de se cuidar sozinho, ganhar seu próprio dinheiro, seguir seus sonhos e esquecer todas as mágoas anteriores ao caminhar para frente. Era o início de uma nova fase marcante na vida de qualquer um.

Arthur tinha planos de trabalhar para se manter, ao mesmo tempo em que estuda na universidade que ele sempre quis, a qual havia juntado seu dinheiro e suas esperanças para o futuro, e agora chegara a hora que isso se tornara fisicamente tangível e possível. Isso lhe deixava inexplicavelmente feliz de certo modo, mas por outro, agora lhe havia um obstáculo o impedindo. Se ele fosse estudar nesse lugar – o que se localizava na Inglaterra – iria ter que deixar Alfred para trás. Só de pensar nisso lhe dava uma pontada no coração.

Mesmo que pensasse em aproveitar aquilo enquanto durasse, ele sentia o nó na garganta se formar. Então lhe bateu uma saudade repentina, mais uma necessidade, de estar com ele ali agora. Queria entrelaçar seus dedos no dele e sentir o calor da sua boca, e não mais largar.

Era uma outra decisão difícil, um dos obstáculos que a vida dispõe, e que apenas só podem ser resolvidos com uma escolha. Ou talvez um consenso.



Um sábado esperançoso anunciou o início daquele dia. Não um dia como qualquer outro: Era a formatura.

O tempo havia se passado rápido. O hoje já se encontrava no meio de dezembro – as ruas estavam cobertas por camadas finas de neve, e as árvores estavam secas e ornamentadas com minúsculos gelinhos. O clima já estava frio, mas não de modo absurdo e sim suportavelmente.

Ao acordar, o mesmo frio faz cócegas na barriga de Arthur. Estava aparentemente muito ansioso sobre tudo aquilo.

Apesar disso, a primeira coisa que fez ao levantar-se – depois de preparar o seu chá com biscoitos, é claro – foi pegar o telefone, e digitar sem pressa o número de Alfred. Talvez ele nem tivesse acordado ainda, mas Arthur já ansiava para apenas ouvir a voz dele.

– Ahn... Alô...? – Atende ele numa voz preguiçosa e lenta, o que apenas confirmava que havia sido acordado. Arthur sente um remorso lhe surgir ao ouvir aquela voz amável bocejar.

– Hã... Bom-dia, Al – Cumprimenta ele um pouco envergonhado, sorrindo enquanto se escora na parede da cozinha, com o telefone na mão. Manteve a voz baixa, com o propósito de não acordar o sobrinho que dormia no quarto ao lado.

– Artie...? - Ele parece parar para respirar fundo e espreguiçar-se. -Ah... Bom-dia. Que horas são?

– Bem – Ele mira rapidamente para o relógio da cozinha. – Agora são oito horas.

– Ah. – Murmura ele, sem prosseguir. Ficam num silêncio hesitante por um minuto, Arthur apenas ouvindo a respiração de Alfred enquanto ele passava pelo seu processo matinal para acordar-se.

– Eu... Eu te acordei? – Ele sussurra, com uma voz melosa e arrependida.

– É, você me acordou – Responde, sério, o que assusta o inglês. – Mas tá tudo bem. Já estava com saudade da sua voz. – Retorna rindo adoravelmente.

– Ahn, pare – Ele ri baixinho, corando envergonhado. – Mas... Você teria que levantar cedo de qualquer modo – Avisa. – Afinal, hoje é a formatura... Esqueceu?

– A... Formatura? – Ele para um instante, para deixar os pensamentos espairecerem. – Ah... Ah! A formatura...! – Exclama quando finalmente o raciocínio lhe veio à tona. – Não, não esqueci, claro, ehehe...

– Ahã. – Assente, irônico. – É agora de manhã. Acho melhor você já ir se aprontando.

– Ah, Artie, mas eu acabei de acordar! – Ele reclama como uma criança.

– Ai... – Ele dá uma risada. – Tudo bem, você que sabe. Eu vou me arrumar para ir agora, então vou des...

– Não, não desliga! – Ele grita, ainda com voz infantil e chantagista.

– Alfred...! – Arthur tenta manter-se sério, como fazia jus de sua responsabilidade embora seu rosto estivesse completamente vermelho. – Estou falando sério, nós temos que nos preparar para a formatura...

– Shiu. – Ele pede silêncio. – Eu só vou se você disser algo fofo.

– Hã? C-como assim?

– Quero descobrir a fofura dentro de você – Faz piada, rindo de si mesmo. – Me impressione.

– Que tipo de ideia é essa, idiota? – Arthur fica tão vermelho a ponto de sua face parecer queimar, constrangido.

– É só dizer algo fluffy. Vamos, você consegue. – Titubeia ele, chantageando-o com sua voz adorável.

– Ah... Erhm... – Gagueja Arthur, tentando pensar em algo urgentemente. – Git... Eu... Não, não sei, Alfred...

– Eu sei que você sabe! Por trás dessa fachada carrancuda sempre há alguma coisa fofa! – Tenta apoiar Alfred.

– Ei! Eu não sou carrancudo – Ele resmunga secamente.

– É sim. Agora fale.

Silêncio. A cabeça de Arthur pensa em algum modo de vencer aquela chantagem idiota, até que a ideia surge à tona. Preparou então a sua voz mais melosa e infantil, e agiu exatamente como um gatinho.

– N-nyan...!

Ainda mais silêncio reina a ligação. Arthur começa a se afligir, o coração sacudindo constantemente, e toma-se a caminhar em círculos pela sala.

– Alfie...?

– AHAHAHAHAHAHA! – A gargalhada repentina irrompe o silêncio, quase deixando o loiro surdo. Ele quase não conseguia respirar.

– O que? Eu fui bem? Eu não sei fazer isso, me descul...

– Uwaaaaah! – Alfred solta um grito de uma criança entretida. - Artie, você é a coisa mais fofa do mundo!

– Q-quê? Eu...Eu não sou “fofo”!

– Kyaah, é sim!

– Tudo bem, tudo bem – Ele suspira. – Pronto, eu já disse. Posso ir agora?

– Awn... – Chantageia o outro, fazendo manha. – Ah... Ok, ok. Mas vou ficar com saudades de você...

– Mas nós vamos nos encontrar lá – Fala Arthur, sorrindo de modo tolo e apaixonado.

– Eu sei... Mas é muito tempo!

– Se você ficar enrolando aí, vai demorar mais ainda. – Aconselha, mesmo também desejando ficar ali conversando o dia inteiro. Porém, o seu espírito responsável nunca falhava.

– Ah... Então, tá. – Aceita com um suspiro e um drama falso bem reconhecível. – Beijoo!

– Beijo!

– Fofooo! – Grita Alfred, aproveitando a chance antes de desligar de vez e não deixá-lo responder.

Sem tirar o sorriso bobo do rosto, ele retira o telefone do ouvido calmamente e o dispõe na base sobre a mesinha da sala. Pega o chá que havia abandonado na mesma mesa e toma um gole vagarosamente, enquanto recitava para si mesmo, rindo de seus próprios pensamentos:

“Aquele idiota fofo...”



A noite foi caindo rapidamente, de modo que o tempo passava em um lampejo. As estrelas surgiram, dançando no céu azul-escuro, e a lua estava convenientemente cheia e cintilante, reluzindo sua aura no ambiente.

Haviam prometido – apenas como uma brincadeira – não se encontrarem antes de chegarem ambos à festa. Queriam manter a saudade por um tempo até jogarem-se uns nos braços dos outros outra vez.

Arthur estava aflito. Havia chegado primeiro – como nenhuma exceção – à festa de formatura agitada, onde era localizada no salão de festas da escola, climatizado e iluminado por luzes de discoteca girando freneticamente no teto, e embalando a música de batidas marcantes que o DJ tocava no meio da pista. Haviam adolescentes – agora tecnicamente adultos – dançando sem parar através da névoa de gelo seco, bebendo agora autorizadas bebidas alcoólicas e alguns se atracando em beijos desesperados.

É claro que ele não estava lá, dançando. Sentava de pernas cruzadas numa cadeira alta do bar, debruçado na bancada enquanto sorvia vagarosamente uma taça de vodka. Pelo menos isso se levava à ousadia de fazer, afinal, ele já estava até bem mais maduro internamente do que todos aqueles recém-formados.

Suspirou ao ver um casal – uma garota de cabelos castanhos encaracolados e certo garoto alvo que ele já reconhecia – passando pelo seu campo de visão em um beijo apaixonado, lembrando-se daquele seu próprio alguém especial. O qual ainda não havia dado sinal de vida.

Realmente só havia concordado em vir à festa por causa de Alfred, e agora ele havia sumido. Quase desistindo, ele vira-se para o bartender e pede mais uma dose, surpreendentemente sem se preocupar com aquilo.

Já estava no meio da segunda taça quando sente o telefone no bolso de seu traje formal vibrar, e imediatamente atende-o.

– Alfred? Cadê você? – Ele se precipita, exigindo uma boa explicação. - Eu estou aqui, no salão...

– Eu também estou aqui. Venha para o corredor aqui fora – Ele pede.

– Ok – Assente Arthur.

Em seguida guarda o telefone no mesmo bolso, e dá o último gole na taça para levantar-se, um pouco cambaleante, e seguir se infiltrando por entre aquela multidão até a porta do outro lado. Abre a porta grande – sentindo um choque de frio e a falta daquele aquecedor – e vê-se num corredor completamente vazio e silencioso. Procurando por ele, sacode a cabeça mirando para todos os lados, e vai caminhando por ali.

Ao virar a quina dá de cara com um Alfred recostado na parede, sobre os armários ao lado de uma porta. Ele vestia também um traje, com blazer e gravata, e seu cabelo estava curiosamente alinhado. Ao notar a presença do inglês, imediatamente retorna-se para ele, beijando-o de jeito repentino.

– Alfred, porque não entrou lá...? – Arthur indaga, assim que os seus lábios se desgrudam, mas eles continuam abraçados, as bocas a alguns centímetros. – Passei um tempão te esperando...

– Porque eu estava com saudade dessa sua boca – Ele ri um pouco convencido, acariciando os lábios do loirinho com os dedos. – E lá eu não poderia fazer esse tipo de coisa, entende? – Alfred estica o sorriso de algum modo malicioso, e de novo ataca a sua boca voluptuosamente, sem deixar quaisquer espaços para respirar.

O beijo dura mais do que o esperado. Alfred não solta de jeito algum dele, pressionando-o ainda mais contra seu corpo. A sua língua explorava cada lugar da boca dele, trocando salivas cúmplices daquela paixão.

Arthur também não desejava fim. Sustentou a cabeça dele com as mãos, penetrando os dedos entre seus cabelos. Todavia sentiu-se preocupado, e abriu os olhos para checar se nenhuma pessoa havia os flagrado. Puxando insistente para trás pelos cabelos, ele tenta pausar para avisar.

– Alfred, pare... Alguém pode... Pode nos ver – Ele respirava de modo entrecortado, olhando meio torto para os lados.

– Shh – Aproveitando o fato de ter largado de seus lábios, o americano desce até o seu pescoço sem esperá-lo continuar com suas aflições idiotas, deixando marcas vermelhas por ali e ouvindo-o grunhir com a dor da mordida. – Não se preocupe... Não vou deixar ninguém ver.

Mesmo sem prestar atenção ao conselho, ele toma consciência e previne-se de quaisquer flagras. Agarrando-o pela cintura, o arrasta com toda a sua força – mesmo que ele não fosse pesado – até aquela porta de onde estava ao lado, esticando-se para abrir a maçaneta ao mesmo tempo que tentava não soltar da sua boca em agonia. Quando consegue, ela se abre detrás de Arthur, dentro daquele quartinho o qual parecia ser o depósito de limpeza da área. Alfred acaba caindo sobre ele, vendo-o ficar roxo com o seu peso e tentando reprimir uma risada. Mesmo naquela posição, ele volta a encontrar-se com sua língua, brigando com ela, e ao mesmo tempo, começa a desabotoar os botões do seu blazer. As respirações eram ofegantes e quentes, tanto que pareciam esquentar o quartinho minúsculo.

– Ah... Al... Fred... A porta... – Ele tenta avisar, o rosto vermelho e arfante.

Olhando subitamente para trás, ele trata de dar um jeito, fechando a porta de modo impressionante apenas usando o pé, sem precisar nem soltar o loirinho sob ele. A porta faz um estrondo ao se chocar.

Ele prossegue. De repente, larga os lábios de Arthur, mas desce beijando suavemente o seu peito - onde havia desabotoado a camisa, mas ela ainda permanecia lá – até chegar ao nível de suas calças. Ajoelha-se entre suas pernas, e com os dedos ágeis, trata-se de desabotoar a parte de baixo e o zíper, logo trazendo-a para baixo e exibindo sua cueca que escondia o seu objetivo.

Vendo-o encarar aquele lugar, Arthur arregala os olhos, a respiração e os batimentos correndo mais rápido que a luz. Fica completamente vermelho, e toma-se a respirar pela boca de modo nervoso.

– O que foi...? Está com medo? – Alfred pergunta ao notar, parando com a calça e levantando o olhar para o dele.

– M-medo...? Ah... Não, claro que não... – Mente ele de volta, sorrindo amarelo.

– A sua expressão diz isso. – Aponta o outro, levantando uma sobrancelha. Hesita por um segundo, formulando a pergunta que iria fazer. – ...É a sua primeira vez, não é?

Ele cora mais constrangido ainda, desviando o olhar dele para assentir com a cabeça o mais discreto possível. Espera uma resposta ou uma risada, mas nada se houve. Então volta-se para ele novamente, e o enxerga sorrindo do mesmo modo, seu rosto também pintado de vermelho.

– Eu também – Ele assume. – Não... Não se preocupe, irei fazer as coisas direito. – Assegura ele com um sorriso. – Tudo bem?

– T-tudo bem... – Suspira, e em seguida abre mais as pernas para que facilite o trabalho.

Insinuando um sorriso satisfeito, Alfred retira gentilmente a sua roupa íntima e fita o formato gracioso do membro que se exibia.

– P-pare de encarar aí! – Exclama Arthur, tão revoltado quanto envergonhado.

Agora ele ri fútil, e cai de boca ali, brincando com o gosto dele em sua língua. Tinha um sabor e uma sensação inigualável que ele jamais havia experimentado. O mesmo se levava para o loiro, que aproveitava cada segundo que ele sugava o local que ele jamais havia exposto a ninguém antes. Era um local proibido, assim como aquele seu coração, e apenas alguém especial conseguiria pelo menos ter a chance de os ver.

– Ahn... Kyah... – Ele grunhe, levando a mão aos lábios e engolindo a saliva que se proliferava na sua boca, a respiração entrecortada. – Ngh... Al...Fred... Eu... Vou...

De repente, a face de Alfred suja-se da substância branca que provia de Arthur – que se constrangera com o acidente -, mas ele parece não se importar, e soltando-se do membro por um instante, passa os dedos nele e leva um pouco à língua, sorrindo de modo pervertido.

– Fuah...! M-Me desculpe... – Preocupa-se ele.

– Está tudo bem – Ele sorri, olhando para ele daquela perspectiva. – É... Ótimo. – Assume, e em seguida segura suas pernas, suspendendo-o um pouco para cima de modo que o seu orifício ficasse visível na mira dele. Com o mesmo par de dedos, penetra-os ali, acariciando o interior dele, fazendo-o gemer.

– Ah...! Ungh...

– Isso dói, querido...? – Pergunta sugestivo, com a voz baixa.

– N-não... Eu... Ngh... – Ele pausa para tentar inspirar fundo pela boca. – C-continue, Alfred... Git...

Atendendo ao pedido, ele prossegue, pressionando os dedos contra ele, talvez ainda o preparando. Arthur sentiu as suas pernas e todo o seu corpo perderem a força, e os braços desabaram ao chão, o corpo inteiro molhado de suor.

– Fuu...Aah... – Ele expira o ar que havia preso quando Alfred retirou os dedos dali calmamente. Ele o observa enquanto ele desabotoa a própria calça meio apressado.

– Você poderia... Virar? – Pede, com uma expressão gentil enquanto brincava com o líquido escorrendo da ponta dos dedos.

Concordando, Arthur esforça-se ao máximo para tornar-se de quatro, com a ajuda dele, que o levantou com os braços fortes para girá-lo.

– Muito bem... Assim está ótimo. – Alfred assente, observando de relance a face dele. Estava vermelho e suado, a franja grudando na sua testa, e a saliva se misturando com as lágrimas naquele rostinho. - ...Você está tão fofo agora!

– C-cale a boca e continue... Idiota...! – Ele tenta ordenar com sua pose séria, mas o seu estado atual era irreversível.

– Heheh – O outro ri sadístico, levantando uma sobrancelha.

Ele se posiciona ajoelhado atrás dele, entre as suas pernas. Empunhando o próprio membro nas mãos, ele leva-se com cuidado ao seu destino, apoiando-se com as mãos nas costas dele par manter o equilíbrio. E mergulha dentro dele, fazendo-o soltar um grito erótico de prazer.

Pressionando-se contra ele, para frente e para trás, Alfred sorri satisfeito ao ouvi-lo gemer alto a cada pressão seguida, repetidamente. Conseguia sentir a sensação excitante de estar dentro dele, e isso o deixava ainda mais disposto a continuar e nunca mais parar. Agora ele podia ter a certeza de que provavelmente já teria o desvendado por completo, e que a confiança era realmente verdadeira. Arthur só permitiria alguém a fazê-lo caso realmente confiasse nessa pessoa, como sempre dizia a si mesmo.

Arthur deixa-se soltar um outro grito primitivo, infiltrando-se naquela sensação que o fazia parecer vivo. Ele apoiava-se com os cotovelos no chão, mas deixa-se desmoronar ao chão. Alfred ri de modo entrecortado, em resposta.

O clima já não estava mais frio devido à neve fina que começava a cair – agora um calor estimulante pairava no quartinho, assim como incendiava a chama dentro de ambos que os fazia continuar. Afinal, não havia motivos para parar, já que o objetivo era a satisfação física e mútua dos dois corpos, que só poderia ser realizada com aquela cooperação. Além disso, aquele ato representava geralmente um marco em qualquer relacionamento: Mostrava que cada um agora confiava no outro por inteiro, e já conhecera cada parte de seu corpo.

Essa era a marca da confiança do amor.

Desabando sobre ele ao chão, Alfred o envolve com os braços, ambos arfantes e suados. Tiveram que levar um minuto para recuperar os batimentos cardíacos e a respiração.

– Al... Fred... – Arthur suspira, olhando nos olhos dele, a respiração ainda ofegante. – Eu... Eu te amo...

Esticando os cantos da boca, ele beija de leve a sua testa, acariciando os seus cabelos como se cuidasse de uma criança preciosa.

– Eu... Eu também te amo, Arthur.


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Notas finais do capítulo

É, eu pus overdose de açúcar no início, mas era só pra conter essa cena que eu estava querendo escrever há um tempo (eu já tinha tido essa ideia desde que comecei essa fic).
ME CONTEM SOBRE O QUE ACHARAM, PLEASE. *le surta* (eu não gostei muito desse capítulo, já fiz outros melhores... e.e')



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