Early In Love escrita por Bia Miranda


Capítulo 4
In My Life


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoinhas! Eu demorei um pouco mais para postar esse capítulo porque um parente meu morreu nessa semana e meu irmão ficou doente. Então eu tive que ajudar a cuidar dele. Mas espero que gostem do capítulo!
Beijinhos.



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POV Narrador.

Percy acordou assustado. Seu corpo estava suado e sua respiração ofegante. Ele tinha sonhado com ela. Mais uma vez.

Isso acontecia desde a mudança de Annabeth, há quatro anos. Em seus sonhos, Percy relembrava todos os momentos que passaram juntos e isso era uma tortura. Mas hoje foi diferente. Seu sonho não havia sido uma lembrança, mas sim um momento que irá acontecer.

Quando Annabeth se mudou, os dois tentaram fazer as coisas continuarem como antes. Mas o destino não quis assim.

Percy se levantou de sua cama, por mais que tentasse não iria conseguir dormir outra vez, não depois daquele sonho. Foi ao banheiro e tomou um rápido banho. Trocou de roupa e desceu a escada, indo em direção à cozinha.

Os pais de Percy estavam acordados há tempos, e se assustaram ao ver o filho de pé há essa hora.

– Caiu da cama? – pergunta Poseidon. –

– Haha. Muito engraçado pai. – responde.

– É serio filho, estamos preocupados com você. Algo muito sério deve ter acontecido para você ter acordado antes do meio dia. – brinca o pai de Percy.

– Pai, você pode parar? Eu posso acordar cedo, mas eu não quero. – diz Percy.

– Mudando de assunto – diz Sally. – Foi até bom você ter acordado mais cedo filho, assim você pode nos ajudar com a mudança.

– O que eu faço? – pergunta.

[...]

Percy passou a manhã inteira ajudando seus pais com os preparativos da mudança.

Era a primeira vez que Percy iria sair de São Francisco, a não ser por viagens e passeios. E Nova York era completamente diferente do que ele estava acostumado. Seria uma mudança de vida, mas valeria a pena.

O motivo dessa mudança? Não sei ao certo. Às vezes nós precisamos mudar. Sair da rotina. Se não tudo fica muito repetitivo e cansativo.

As coisas mudaram desde os doze anos de Percy. Seu pai, um pouco tempo depois da mudança de Annabeth, recebeu uma proposta de um homem chamado Nereu. A idéia de Nereu era fundar uma empresa de advogados diferente das outras.

E a idéia foi extraordinária! A empresa de Poseidon se tornou a maior do país, sendo mundialmente famosa. Tinha filiais em todos os estados. A sede da Netuno’s em Nova York era a principal, o que facilitava a mudança.

Sally havia realizado o seu sonho. Terminou a faculdade, se tornando uma escritora famosa. Seus livros vendiam pelo mundo todo, conquistando milhões de fãs. Um de seus livros mais famosos, chamado “Eternamente Meu” iria aparecer nos cinemas, e prometia um sucesso explosivo.

A mesma não podia estar mais feliz. Tinha tudo o que queria. Tinha terminado seus estudos e tinha seu marido e Percy. Conseguiu proporcionar a Percy um estudo que muitos não tinham a chance de ter. O melhor colégio de São Francisco.

Mesmo com todo esse luxo, a família continuava sendo constituída de pessoas humildes e honestas, que ajudavam organizações de caridade em todo o mundo.

Percy tinha tudo. Mas não ligava para isso. Alguns de seus amigos o invejavam, dizendo que ele podia ter tudo o que quiser. Mas isso não importava. A coisa mais importante, ele tinha. E isso não podia ser comprado. Ele tinha amor.

Do que adiantaria, ser milionário, ter os carros mais luxuosos, a maior mansão, se não tivesse a atenção de seus pais? Só seria ele, e todas as riquezas. E é claro. O vazio.

Seus pais faziam todo possível para ficar com Percy, desmarcando entrevistas, premiações, etc. Percy não podia ser mais agradecido.

– Percy, porque não vai à casa de Grover? Aproveite o tempo que vocês ainda tem juntos. – disse sua mãe.

–Ótima idéia mãe! – disse Percy.

O rapaz subiu a escada e foi ao seu quarto, onde tomou um demorado banho. Quando saiu do banheiro, passou de frente a um espelho e parou para olhar seu reflexo.

Percy tinha mudado, tanto fisicamente quanto psicologicamente. Os mesmos cabelos pretos e olhos verdes estavam ali. Mas seus traços estavam mais fortes. Seu corpo era definido, atraindo suspiros de várias garotas.

Terminou de se arrumar e saiu de seu quarto. Passou pela cozinha, onde viu a mãe empacotando algumas coisas.

– Mãe, estou saindo! – diz Percy dando um beijo na testa da mesma.

– Tchau filho, tome cuidado. – diz Sally.

Percy foi para a garagem, onde estava sua Ferrari. Entrou no carro e foi em direção a casa de Grover.

Grover era um de seus melhores amigos. Ele tinha longos cabelos castanhos encaracolados e olhos da mesma cor. Usava sempre algo em sua cabeça, seja um boné ou uma toca. Era vegetariano e muito ligado ao meio ambiente. Às vezes se parecia com um hippie. As suas roupas também ajudavam nesse quesito. Era um garoto inseguro em relação a tudo, mas quando alguém precisava de ajuda, ele sempre dará o seu melhor.

Percy lembrava exatamente como se conheceram.

O mesmo estava triste com a partida de Annabeth, mas havia conseguido seguir com sua vida. Estava passeando pelo parque, quando se depara com uma cena no mínimo engraçada.

Do outro lado da rua, havia um garoto. Ele se vestia de um jeito estranho, com roupas largas e tinha gravetos e lama espalhados pelo corpo. Mas esse não era o pior. Ele estava abraçado com uma árvore. Uma árvore!

Em volta dele tratores e homens estavam parados, sem saber o que fazer. Alguns tentavam tirar o garoto da árvore, mas o mesmo sempre teimava à voltar. Gritando coisas e soltando sons como de um bode.

Percy via a cena embasbacado. O que deu naquele garoto para fazer isso?

Olha garoto, você se solta da árvore por vontade própria, ou teremos que chamar a policia. – ouviu alguém dizer.

Percy não queria que aquele garoto se metesse em confusão só por causa disso. Então, resolveu fazer algo.

Foi andando ao local onde a cena acontecia. Quando chegou, se aproximou do “menino bode” (apelido dado ao estranho garoto) e disse a ele.

Você vai se meter em confusão, eles vão chamar a polícia. Solte a árvore. Tem muitas outras árvores que você pode abraçar.

Não! Eu irei lutar por essa vida! Ela não merece morrer assim. Todos nós devemos ter uma morte natural!– gritava o garoto.

É só uma árvore. – disse Percy.

O que?! Só uma árvore?! A Clotilde não merece ser tratada assim! Clotilde querida, não dê ouvidos a esse menino. – dizia.

Percy pensava seriamente na possibilidade desse garoto ter bebido.

Você está me assustando. Por favor, solte a árvore. – Percy disse.

Soltarei só se você me prometer uma coisa. – falava.

O que?

O garoto pareceu pensar por uns instantes e depois respondeu.

Quero que você me ajude a pendurar cartazes sobre o horror da desmatação. – disse.

Ok.

O garoto soltou a árvore. A olhou com um olhar triste e se afastou. Enquanto andava, parou e gritou:

Adeus Leopoldina! Você foi muito especial para mim!

Os dois garotos continuaram a andar, se afastando cada vez mais.

A propósito. Sou Grover. – falou.

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Quando Percy percebeu, já tinha chegado à casa de Grover. Diferente da sua, era bem simples e pequena, mas Percy não ligava.

Entrou pela porta. Como visitava aquela casa por várias vezes, Percy já estava acostumado a se sentir em casa.

Os pais de Grover não estavam. Isso já era normal. Os dois eram protestantes e não ficavam quietos.

Percy foi ao quarto de Grover, bateu na porta e entrou.

O quarto de Grover era todo verde. Tinha desenhos de folhas e árvores pelas paredes. Nos quadros pendurados havia fotos de Grover deitado na grama, ou Grover no meio de um lago, fotos assim. Também havia algumas onde Percy estava.

– Percy! – gritou Grover.

– Oi menino bode. –

– Como estão as coisas da mudança? – pergunta.

– Normais. Acho que hoje ainda vamos. – o moreno fala.

Percy estava estranhando. Grover estava muito calmo e controlado, ele não era assim. Geralmente Grover era muito sensível, e Percy esperava a qualquer momento que ele começasse a chorar.

Logo os dois engataram em uma conversa e ficaram horas assim. Quando deu quatro horas Grover desabou.

– Eu não quero que voce vá embora! – dizia chorando. – Você é meu melhor amigo! Depois da Clementina a árvore, você foi a melhor coisa que me aconteceu! Até hoje Percy não sabia o nome da árvore de Grover, começou a achar que nem nome tinha. O coração do moreno apertou ao ver a cena.

– Vamos – disse Grover se recompondo. – Temos que ir.

– Para onde? – Percy perguntou.

Grover arrastou Percy ate a saída de sua casa. Os dois rapazes entraram no carro, e Grover disse.

– Vá para a casa da Calipso. –

Calipso era uma das amigas de Percy. Eles se conheceram quando tinha quatorze anos, e se tornaram grandes amigos. Percy e Calipso já chegaram a ter um relacionamento, mas não durou. Agora são amigos, embora Percy repare que Calipso ainda sente algo por ele.

Calipso era um doce de garota, seu sonho era ser médica e levava jeito para a coisa. Tinha cabelos da cor de caramelo e sempre os prendia em uma trança. Morava com seu pai, sua mãe havia morrido quando a mesma era mais nova. Sua casa era um completo jardim. Uma de suas paixões eram plantas e as espalhou por toda a casa.

Quando chegaram Percy observou que a casa estava decorada, com balões, fitas, etc.

– O que está acontecendo aqui? – perguntou.

– Uma festa de despedida. – disse Grover.

Os dois entraram na casa, de dentro estava mais decorado ainda. Tinha um bolo em cima da mesa e docinhos espalhados por ela.

– Não acredito que vocês fizeram isso! –

– Voce merece Percy. – disse Ethan.

Ethan era outro amigo de Percy. Este também o conheceu quando tinham quatorze anos. Ethan usava um tapa olho devido ao incidente quando era criança. Um garoto o empurrou e seu olho foi em direção a um lápis. Mas ele já estava acostumado.

Ethan tinha fama de durão, mas tinha um coração mole por dentro. Quando Percy o conheceu ele fazia parte de uma gangue barra pesada. Percy o salvou dessa vida, e ele é eternamente grato.

Também tinha Zoe, uma garota de cabelos escuros como a noite. Ela tinha um ódio inexplicável por garotos. Ninguém entendia isso. Os únicos que ela aturava era Percy, Grover e Ethan.

E esses eram os amigos de Percy, eram poucos, mas verdadeiros.

Passaram o resto da tarde na festa de despedida. Durante a festa Percy percebeu o quanto ele sentiria falta de São Francisco. Mas ele tinha que seguir em frente.

Voltou para sua casa quando o crepúsculo estava surgindo. Quando chegou muitas coisas estavam empacotadas, entrou em casa e esbarrou em seu pai.

– Nós vamos hoje? – perguntou.

– Amanhã bem cedo. – respondeu Poseidon.

Subiu a escada e foi ao seu quarto, tomou um rápido banho e foi se deitar. O dia tinha sido cansativo para Percy.

Fechou olhos e rapidamente adormeceu.

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Sonho do Percy

O local era um lindo campo. A grama tinha duas tonalidades de verde diferentes, trazendo uma beleza indescritível. No centro do campo havia uma roda-gigante com luzes nas laterais, iluminando todo o local, já que era noite.

Percy estava parado observando o local e ao seu lado havia alguém. Era uma garota, tinha cabelos loiros encaracolados e olhos incrivelmente cinzas. Percy a reconheceu pelo os olhos, ninguém tinha olhos assim.

Annabeth estava maravilhosa. Usava uma roupa simples, um short jeans e uma bata branca, mas parecia que só resaltava sua beleza.

– Quando eu era pequena eu sempre quis ir a uma roda-gigante com meu namorado. E quando estivéssemos lá em cima, nos beijássemos. – disse Annabeth quebrando o silêncio.

– Então vamos fazer isso. – diz Percy.

Os dois foram em direção a roda-gigante, subiram na mesma e magicamente ela começou a rodar sozinha.

Quando estavam lá em cima se beijaram, realizando o desejo de Annabeth.

A lua no céu os iluminava, dando um brilho especial em Annabeth. Percy nunca se sentiu tão feliz antes, como quando estava com ela.

Ela sempre o faria feliz.

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Percy acordou com batidas na porta. Estava na hora de ir. Trocou-se rápido, pegou suas malas já prontas. Nelas estavam suas roupas e pertences mais importantes. Desceu a escada com cuidado, e levou as coisas até o carro

Seus pais já estavam lá dentro, antes de entrar no carro, Percy parou e disse:

– Hora de mudar de vida. –

Entrou rapidamente.

No caminho todo até Nova York, Percy só conseguia pensar em seu sonho. Será que era um sinal? Afinal Annabeth também morava em Nova York. Na verdade um dos motivos para Percy querer se mudar, era para encontrá-la. Só que ninguém sabia, todos achavam que ele a tinha esquecido. Mas não era verdade.


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Notas finais do capítulo

Reviews? Recomendações? Todos são bem vindos! Espero que tenham gostado.
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Beijinhos.