Destino escrita por Geovanna Athie


Capítulo 3
Capítulo 3 - Primeiro dia de tortura




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Eu estava com medo.
–Nós ficaremos bem... Não esqueça de mim.
Não mamãe, não me deixe, por favor.
–Selena, Selena! Acorde!
Abri os olhos, estava no meu quarto, em segurança. Deitei a cabeça e fechei os olhos, o sonho foi se dissipando como sempre acontece. Estava tendo o mesmo pesadelo, a mesma mulher os cabelos ruivos só que mais claros do que o meu, o mesmo medo, a angústia, o mesmo pedido. Eu nunca vi o rosto dela, Alice diz que é porque fiquei muito traumatizada depois que ela me deixou.
–O pesadelo de novo, Sel? Não seria melhor você conversar com a Dra.Munoz?
Dra.Munoz era uma psicóloga alcoólatra, que não resolvia muita coisa, quando ela não dormia durante a seção ela falava que era porque eu tinha sido rejeitada.
–Não, eu estou bem.
Ela me olhou com aquela cara de mãe preocupada que não combinava com ela (já que Alice tinha mais cara de ser a minha irmã do que a minha mãe).
–Eu juro.
Levantei, olhei no relógio, Cloe já deveria estar quase chegando.
–Vou te esperar lá embaixo, ok? - disse Alice.
Me olhei no espelho, meus olhos estavam inchados e vermelhos, como se eu tivesse chorado horas. Lavei o rosto e tentei esconder o inchaço com maquiagem. Penteei o meu cabelo ruivo.
–Seu cabelo é sobrenatural Sel, eu nunca tinha visto esse tom de vermelho, olha isso! Nem ponta dupla tem!
Lembrei de Cloe, que amava meu cabelo, ela tentou uma vez pintar de vermelho o dela, só que foi barrada pela mãe. Não que Cloe seja vencida tão facilmente!
Abri o guarda-roupas, coloquei uma calça jeans preta justa, e uma regata branca. Estava um pouco frio, o que era incomum por aqui, então coloquei uma jaqueta preta, peguei minha sapatilha preta desci para o café.
Alice estava me esperando, eu nunca gostei de comer certas coisas, parece que a comida não tinha o mesmo gosto pra mim. Cloe acha graça meu prato favorito, carne mal passada e batata frita, ela sempre diz que eu como a carne quase crua e vou acabar pegando alguma doença.
Só que eu nunca fui de adoecer, nunca peguei gripe, ou catapora como as outras crianças quando eu era pequena. Alice falava que eu deveria ser feita de ferro. A campainha tocou, deveria ser Cloe.
–Deve ser a Cloe! Alice, já vou.
–E você não vai comer nada?
–Não estou com fome.
–Porque eu não estou impressionada?
Sorri, e mandei um beijo para Alice.
Cloe estava com seu visual rebelde de sempre. Olhos hiper mega delineados, sua calça jeans, óculos e seu coturno preto surrado! Cloe era loira (não por opção mas por genética) dos olhos azuis. Seria a típica moradora de Gatlin se não tivesse se rebelado e trocado os vestidinhos azul bebê pela calça jeans, e o típico sapatinho de boneca por coturnos, e a maquiagem olhos de claros e batom bebê por olhos escuros e boca vermelha.
–Não toque suas musicas extremamente altas aqui, Cloe, se não ligo pra sua mãe e falo o que você aprontou no porão nesse verão - disse Alice, da porta.
–Sim senhora - respondeu Cloe.
A porta da frente bateu. Ela riu e saiu cantando pneu, e aumentando o volume da musica que parecia ser Smells Like Teen Spirit.
–Então, preparada para o primeiro dia de aula, as vadias do Clube de Honra, os babaca do time de basquete?
–Acho que não, mas nós temos escolha? Venha o que vier!
–A mesma coisa todos os anos... - disse Cloe, rindo.
Mas eu estava com uma sensação estranha. Acho que Cloe estava errada, algo ia mudar!


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