Ella - A Verdade Por Trás Da História escrita por Ayelli


Capítulo 5
Capítulo 4




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Naquela noite o sono demorou a chegar e quando veio, estava acompanhado de pesadelos e lembranças. Um homem alto sem face, muitas flores, o navio, a água entrando, muitos gritos e antes disso tudo um enorme clarão seguido do som ensurdecedor de uma explosão.

- Nãããão! – gritou Ana de um sobressalto na cama, estava molhada de suor, ainda podia ouvir sua mãe chamando seu nome, mas não ouvia seu pai. Então percebeu que não estava mais no navio que afundava. Levantou-se procurando por água, sentia a garganta seca e Doroty sempre colocava uma jarra com água fresca antes de Ana se recolher.

Sorveu aquela água em largos goles e, ao virar-se em direção à cama, teve a impressão de avistar a sombra de um homem à janela de seu quarto, uma silhueta conhecida. Com o coração aos saltos, correu em sua direção, mas ao abrir as cortinas não havia ninguém lá fora.

Na manhã seguinte, Ana estava abatida o que não passou despercebido por Doroty.

- Noite ruim Srtª? Penso que já é hora de se acostumar com a cama, afinal, está aqui desde o fim do inverno e creio que ficará por muito tempo – disse Doroty em tom satisfeito, o que de certa forma foi confortante para Ana saber que era bem-vinda, ainda que pela empregada.

- Gostaria de dizer que não, Doroty, mas infelizmente foi péssima, tive alguns pesadelos e quando acordei no meio da noite, pensei...

- Sim?

- Não, nada! Foram apenas os pesadelos que me abalaram. Doroty, o Sr. Pedro já se levantou?

- Ah, sim! Sr. Pedro madrugou hoje, assunto urgente. Um mensageiro veio, o sol mal havia dado seus primeiros sinais, algum problema em uma das propriedades. Sr. Pedro viajou e pediu-me para avisá-la que passará alguns dias fora.

Ana mal podia acreditar no que estava ouvindo, não podia ser! Viajou sem dizer nada ou se despedir, nem teve a decência de comunicá-la pessoalmente. Tinha muita afeição por Doroty, mas já estava cansada de ser comunicada de tudo pela empregada.

- Disse que, se a Srtª desejar ir a Gävle, deve me avisar para que providencie o que for necessário para a viagem. Lamenta se isso acontecer e deixa sua casa à disposição para que a Srtª retorne a qualquer momento e sempre que for necessário. Sinceramente, não vejo isso acontecendo, mas devo transmitir os recados.

Ana não sabia se aquilo queria dizer “ok, pode ir agora” ou “se quiser ficar, ficarei feliz”. Era difícil saber o que se passava na mente de Pedro. Como alguém que tivera uma indisposição tão repentina na noite anterior, poderia sair em viagem tão cedo no dia seguinte? Os eventos misteriosos pareciam se multiplicar naquela casa. Ela não queria deixar aquele lugar que, além de ser paradisíaco, intimamente lhe dava a certeza de estar segura e protegida ainda que não soubesse ao certo por que precisasse ser protegida, mas precisava sair em busca de algumas respostas que, pelo visto, não conseguiria parada ali.

- Quantas horas de viagem daqui até Gävle, Doroty?

- Umas sete ou oito horas, mais ou menos, depende das condições da estrada, como entramos na primavera creio que já não haja tantos problemas.

- Muito bem, decidi que vou a Gävle, poderia providenciar tudo para mim enquanto arrumo as malas? Partirei assim que estiver tudo pronto. - Doroty a olhou pensativa por um instante, como se fosse dizer algo, mas por algum motivo, apenas realizou o que lhe fora pedido.

Apesar de seu patrão ter lhe falado dessa possibilidade, Doroty nunca acreditou que Ana deixasse a casa. No instante em que ela chegou, algumas certezas foram abaladas e surpreendeu-se ao perceber que poderia estar enganada. Após infinitos anos, pensava que alguém como Ana já não existisse mais, acreditava que todas haviam sido localizadas e eliminadas, e, se havia sobrado alguma, devia estar tão bem escondida que nunca mais se ouvira notícia alguma.

E se Ana realmente não fosse apenas uma garota comum? Observando o carro se afastar, pensou que ele poderia estar levando aquela que talvez fosse à última “i”. E se fosse, não entendia o porquê de Pedro a estar afastando,  para Doroty  uma coisa era certa, “se fosse”, por algum motivo que ela desconhecia, Ana parecia não saber absolutamente nada a respeito.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem, não se esqueçam de comentar! Bjoka povo lindo!



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