Ella - A Verdade Por Trás Da História escrita por Ayelli


Capítulo 6
Capítulo 5




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Dessa vez Pedro viajara sozinho, pois Kuzma não podia deixar de monitorar Mora e a Carlos fora designado deixar Ana em segurança na cidade de Gävle. Doroty nunca deixava a casa, Marrie e Meredith é que sempre iam à cidade, acompanhadas por Jason a fim de providenciar o que fosse preciso para manter a casa. Pedro era um patrão comum, dono de muitas propriedades e negócio variado, por isso não estranhavam o fato de estar constantemente em viagem. Enquanto andava de um lado para outro na sala de uma das propriedades que possuía, vizinha à cidade de Mora, Pedro desejava que tivesse feito a coisa certa, não podia deixar que a empolgação por finalmente estar com Ana sob seus cuidados tirasse sua atenção quanto a segurança de todos.

Lamentava não ter conseguido salvar toda a família, mas sabia que sua escolha seria aprovada pelos pais dela, que dedicaram toda sua vida para que fosse preservada do horror do passado e sempre deixaram bem claro que a prioridade era Ana, pois tinham muito medo do que poderia ser dela se fosse descoberta.

Por fim, jogou-se na poltrona, exausto. Na noite anterior estivera numa montanha russa de emoções, o jantar com Ana, quando finalmente pôde olhá-la nos olhos, conferir cada detalhe daquele rosto que, apesar de ser mais jovem em suas lembranças, continuava irretocável, segurar sua mão e controlar a vontade, quase animal, de tomá-la nos braços e dizer-lhe o quanto havia esperado por aquele momento. E aqueles olhos? Verdes, feito a mais pura esmeralda. Santo Deus! Onde ele havia encontrado forças, nem ele mesmo era capaz de explicar, pelo menos por um momento acreditou que não conseguiria quando foi até a janela de seu quarto, bendito mensageiro!

Angus, um vampiro mongol solitário que teve sua “i” assassinada tornara-se um batedor, viajando pelo continente monitorando as atividades da agência. Chegou de madrugada à casa de Pedro trazendo notícias de que dois exterminadores foram identificados a 300 quilômetros ao sul de Mora, pernoitou discretamente na casa, saindo antes que o sol nascesse. Pedro foi com ele, mas também já havia tomado sua decisão, era necessário fazer com que Ana partisse por enquanto, até que ele mesmo e Kuzma pudessem se certificar de que não estavam atrás de nada concreto. Se fosse só uma sondagem, poderiam ficar um pouco mais tranqüilos, pois costumavam ser discretos e levavam uma vida absolutamente comum.


O corpo de Zirgov jazia inerte no chão coberto pela neve, era inverno em Moscou, na Rússia, e as ruas estavam completamente desertas, era exatamente o momento que a agência esperava para eliminar mais um dos antigos colaboradores.

- Vamos Rudolph, acabe logo com isso! Você sabe que o efeito do Z42 vai passar logo, se não cumprirmos essa missão, seremos nós os eliminados – disse Petrovick ao companheiro – Vamos Rudolph, vamos!

Rudolph hesitava. Na verdade, cumprir aquela missão “surpresa” estava fora de cogitação.

- Não posso Petrovick! Não concordo com essa política da agência! Usam esses homens e...

- Homens, Rudolph? Pelo amor de Deus! São animais cara! V-a-m-p-i-r-o-s!!! Todos sabem muito bem o risco que eles representam, eu sempre fui contra a agência recrutar esse tipo de... coisa!

- Não, Petrovick! Eles não são “coisas”! Estão conosco há muito tempo e nunca soube que tenham se rebelado ou traído essa pátria! Se você tivesse a chance de conviver com eles, essas histórias cretinas, mentirosas e... fantasiosas, não é nada disso, eu diria que muitos deles são bem mais humanos do que muitos de nós!

Mal terminou a frase e o outro agente já havia pulado sobre Zirgov que agora estava definitivamente morto. Fez-se então um silêncio ensurdecedor. Rudolph não acreditava naquilo, não fora capaz de convencer seu companheiro de que a agência estava enganada e não fora capaz de evitar aquela morte totalmente desnecessária.

- Eu ouvi tiros! – Haig veio correndo ao encontro dos companheiros paralisando-se diante daquela cena – Pai! Pai!

Haig era filho de Zirgov e um jovem recrutado que, como o pai, acreditava na agência e no discurso constante do alto escalão de que poderiam viver em harmonia e em constante colaboração.

Olhando para Petrovick, Rudolph compreendeu que as ordens iam muito além de eliminar mais um dos antigos colaboradores, mas sim, dessa vez, toda sua descendência. Eles haviam ouvido rumores de que uma droga poderosa estava sendo desenvolvida em sigilo absoluto, uma droga a partir de uma erva rara associada a paralisantes musculares o famoso Z42, que era capaz de paralisar qualquer vampiro para que pudesse ser eliminado com facilidade.

Sua cabeça girava, era muita coisa pra associar e decisões deveriam ser tomadas em questão de minutos, se ele não havia sido informado sobre nada daquilo, só podia significar uma coisa, não tinham certeza de que lado ele estava, certamente sua presença ali era um teste e eles não estavam brincando, e pior,  o fato de não ter dado credibilidade a esses rumores lhe custara a vida de um amigo. Não, ele não ia permitir que matassem também o seu filho. Sem muito mais tempo para conversa, atirou contra Petrovick e sabia que a partir dali, tanto Rudolph e sua família, quanto Haig teriam que fugir.

- Vamos Haig, temos que sair daqui!

- Não, Pai! Pai! Paaaaiiii! – Pedro acordou aos pulos, o coração disparado, por um instante teve dúvidas de onde se encontrava, mas acabou sendo trazido totalmente de volta por um funcionário que chegava a fim de atualiza-lo sobre o andamento dos trabalhos.

Verificou como estavam as coisas na propriedade e deixou algumas ordens com o capataz. Era hora de voltar e se juntar a Kuzma a fim de fazerem uma varredura na região e descobrir o que exatamente estava acontecendo. Antes de partir entrou em contato com Carlos, que o tranqüilizou dizendo que Ana já se encontrava no local combinado e em segurança.

Enquanto se preparava, Pedro só pensava que não poderia falhar agora, Rudolph havia se sacrificado para conseguir tirar a todos da Rússia, transporte, nomes e documentos falsos e todo o suporte para instalá-los em um novo país. Havia embarcado a todos, mas se recusara a seguir com eles, dizia que só teriam uma chance de verdade se ele ficasse e tentasse despistar seus perseguidores. Antes de ser morto fizera um último contato com Pedro pedindo que cuidasse de sua neta, que iria nascer, pois, ela era especial. Mesmo sem compreender muito bem o significado daquilo tudo na época, ele lhe fizera a promessa. Agora ele sabia muito bem por quê.



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