Hope escrita por Mieko Nakamura


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

A Miku tá muito vida loka nesse capítulo. Eu sempre quis fazer a mesma coisa que ela, mas nunca tomei coragem.



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Acordo encostada na parede de meu quarto, sentada no chão. Minha cabeça rodava enquanto eu tentava focar minha visão novamente.
 Meu quarto estava completamente fora de ordem. Algumas coisas quebradas, manchas de sangue e garrafas de álcool. Rio melancólicamente. Eu fiz isso de novo.
 Geralmente, quando eu ficava deprimida, eu bebia. Nunca foi nada muito desastroso, até porque eu nunca bebi muito, só o suficiente pra não me importar com as discussões de meus pais no andar de baixo e desandar a fantasiar com você. Mas agora, eu acabo bebendo muito mais, pois minha dor é maior. Bebo pra esquecer o mundo, mas isso não quer dizer que meu subconsiente me perdoa por ser estúpida ao ponto de te deixar ir e só ficar olhando. Sabe...Isso de certa forma é bom, poupa o trabalho de meus pais, que com certeza quando chegaram aqui para me bater eu já estava nesse estado.
 Levanto debilmente do chão, e vou até o banheiro de meu quarto lavar a ferida. Ardeu quando a água chegou ao ferimento, mas eu não me importei. Olho para meu rosto pálido, olhos sem brilho e cabelo bagunçado. A que ponto eu cheguei...?
 Assim que termino de limpar meus ferimentos, gasto uma caixa de band-aid para cobri-los. Visto minha blusa de manga comprida e meu jeans surrado, prendendo meu cabelo em duas maria-chiquinhas depois.
 Eu não tenho idéia do que eu estou fazendo. Eu só quero sair daqui.
 Desço as escadas da casa zoneada, mas assim que saio pela enorme porta de madeira não sinto o alivio que esperava. Sinto como se houvessem correntes em meus pés, porque idependente do lugar que eu fosse, eu sempre teria que voltar para cá, principalmente por essa cidade ser pequena e todos saberem tudo o que você faz. Não demoraria até meus pais me acharem. Você sempre soube que eu odeio esse lugar. Fico contente de você ter se livrado dessa cidade no meio do nada, fico feliz em saber que você está onde você sempre quiz, Nova York, mas...Me sinto um tanto egoísta porque queria que você ainda estivesse aqui.
 Ando pelas ruas desertas. Nenhum sinal de carros, apenas uma ou duas crianças correndo aqui e acolá pela cidade velha de muros desgastados.
 Ei, Rin...Me pergunto se você queria que eu estivesse ai agora tanto como eu.
 Olho para o ponto de ônibus, onde passa sempre apenas um, e o mesmo vai para uma cidade maior, bem distante daqui.
...E o tal ônibus chega. Não era bem-cuidado, assim como tudo nessa cidade, mas parecia ter capacidade pra levar a meia-dúzia de pessoas que entrou la dentro.
 Me pergunto se eu deveria ir. Que dizer, eu tenho dinheiro o suficiente para uma ou duas viagens de ônibus e uma de avião graças aos meus trabalhos de meio-período que eu fazia para passar menos tempo no inferno da minha casa. Apesar disso, eu não tinha idéia do que fazer e de onde ir depois que eu o pegasse, mas antes de notar, eu já corria em direção a ele. O motorista pacientemente me esperou, e assim que entrei, paguei a tarifa e me sentei em um dos bancos de metal vazios.
 Sinto meu estômago se revirar. O que meus pais fariam quando soubessem, e principalmente, o que eu faria agora? Pra onde iria?
 Olho para a tela do meu celular, onde encontro o número de Rin na agenda telefônica. Eu só sabia de uma coisa...Agora não havia mais volta. 
...Mas...talvez eu esteja no caminho certo para quebrar as correntes que me prendem à essa cidade.
- Eu quero te ver... - Murmurei baixinho para mim mesma, enquanto olhava a paisagem passar pela janela.


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Notas finais do capítulo

Hatsune, eu só espero que você tenha dinheiro pra duas passagens de ônibus, uma de avião e ainda pra comprar comida manola, se não tu tá fudida. Ah, é, e umas moedas pra ir ao banheiro também, já que banheiro rodoviário é pago ~...~
Reviews? :3



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