Reivax The Light. ( Reescrito ) escrita por Asmodeus


Capítulo 5
Cap V: Fogo e trevas.


Notas iniciais do capítulo

Está ficando melhor. >.



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Reivax saiu da frente da tela do computador e foi dormir. Não queria pensar mais naquilo e deixaria a noite levá-lo até o outro dia. Não muito longe dali estava Ynafetse comendo enquanto supostamente assistia televisão em seu quarto. Pensava muito no ocorrido anteriormente e nem sequer dava atenção às notícias. Suas memórias da noite passada estavam mais ativas que nunca.

Deitou-se na sua cama e deixou o prato com o resto de comida que tinha ao lado da cama. Olhou para as suas mãos e esperava que algo fosse sair dela. As abaixou e virou-se de lado ainda lembrando daquilo. Foi quando pensou em todo o seu sonho...

Um campo enorme cheio de gramas estava ali. Um campo onde a noite permanecia sem ser alterada. Olhava para os lados e não via nada. Sentou-se no chão entre os matos, estava frio e muito bom de curtir. Olhava para o céu e via as estrelas brilharem. Então uma delas chamou-lhe a atenção. A estrela estava descendo rapidamente com uma energia roxa e preta a sua volta. Vinha tão rápido que parecia ser perigosa, que iria acertá-la. Mesmo assim não foi o que aconteceu. Ynafetse deu um passo para trás como defesa e a estrela simplesmente, do nada, parou no ar. De dentro da fumaça uma asa negra se destacou após ser aberta. Era cheia de penas pretas brilhosas. Era a guardiã da magia negra, a antecessora de Ynafetse. Seus cabelos pretos escuríssimos eram longos. Usava uma espécie de armadura totalmente roxa. Uma faixa envolvia sua cintura e estava amarrada, as bordas ficavam caídas para os lados. Seus braços não eram cobertos pela armadura e sim pelo tecido preto e fino que vinha da sua roupa de dentro. Seu nariz afilado e orelhas pontiagudas deixavam seu rosto inigualável. Suas asas balançando pelo ar a desceu até que tocasse o chão em frente à Ynafetse. Seus pés eram nus, brancos e escurecidos como se um pano escuro e meio transparente os estivesse cobrindo. Olhou para a garota bem atenta e disse.

- Então é você, o lixo que me transformei?

Ynafetse fez uma cara de raiva, como se não fosse ficar calada para as provocações daquela mulher.

- Lixo? Olhe com quem você está falando vovó! Retrucou Ynafetse bem séria.

- Não me importa o que pensas. Vim apenas com o propósito de treinar você, já que és a próxima depois da que eu fui. Disse ela sem ligar para o que a garota houvera respondido.

- A mim? Por que eu? Perguntou ela querendo realmente saber.

- Creio que você já tenha feito algo inexplicável, não é? Matar alguém... – ela ia aproximando-se de Ynafetse a cada palavra que dizia. -... até mesmo matar um demônio feito de espelhos. Disse ela virando o rosto um pouco para o lado e não desviando o olhar de Ynafetse.

- Como sabe disso? Perguntou a garota mexendo os olhos de forma estranha, seu rosto havia mudado para um de dúvida.

- Eu, Ynafetse, sou você! Estou morta em carne, mas vivo em espírito dentro de você. E é crucial que você aprenda tudo que lhe ensinarei, pois o planeta depende disso.

- Planeta? Depois disso Ynafetse começou a cair em suas gargalhadas.

- EU NÃO ESTOU RINDO GAROTA! – Gritou ela para Ynafetse. – Estou aqui porque você ativou seus poderes. Precisa de orientação de como manuseá-los para que com ele você derrote Janzo!

Ynafetse parou de rir e ficou séria desta vez. Via que o rosto daquela mulher era diferente.

- Você disse Janzo? Quem é esse ai? Perguntou ela curiosa.

- Ele é a criatura mais falsa e idiota de todo o universo. Enganou um planeta todo para conseguir poder, mas falhou. O pior de tudo é que ele continua vivo. O livro não o julgou como nos julgou. Disse ela realmente frustrada. Mesmo sendo apenas parte de Ynafetse ainda tinha sentimentos.

- Espera ai, conte devagar e detalhadamente tudo aqui. Disse Ynafetse impondo uma ordem na conversa.

- Tínhamos um livro, o livro de todos os segredos. Eu era uma das guardiãs desse livro e a principal do meu reino. Guardávamos em um templo que ficava exatamente entre os dois reinos. Havia o sacerdote que vigiava o livro completamente. Vivia para isso, porém esse sacerdote partiu de dentro do meu lado do reino, ele era o sacerdote da lua. Cada sacerdote nasce de um lado dos reinos, uma vez da lua, outra vez do sol. O sacerdote sumiu e logo depois que foi descoberto que ele havia sido assassinado. Os “Luzianos” acusaram os “Lunares” de terem roubado esse livro pelo fato de que o sacerdote pertencia ao nosso reino, mas isso ocorreu antes de sabermos que ele havia sido assassinado. A guerra acabou acontecendo e muitos morreram. Janzo nasceu de uma forma que até hoje não consigo compreender. Ele estava com o livro. Dois soldados seus partiram e atacaram os Lunares, os outros dois atacaram os Luzianos. Quando percebemos que havia outra pessoa por detrás disso nós fomos até o templo onde o livro era guardado. Nós o encontramos de posse do livro em meio ao término da guerra, mas era tarde demais. O livro assumiu o julgamento final erradicando toda a existência de vida do nosso planeta inclusive o nosso próprio planeta. Foi quando ficamos extintos, mas por alguma razão ele não foi destruído e isso eu suponho porque eu estou aqui conversando com você. – Ela deu mais um passo na direção de Ynafetse. – Somos uma espécie de almas hereditárias, sempre voltamos em outros corpos e nascemos de novo. Por isso voltei em você, és a nova guardiã. Mas o livro também desapareceu e isso é o que mais intriga a mim. Na hora que julgou o planeta também julgou a si mesmo. Em Elementon os poderes já nascem com as pessoas e o sacerdote sempre sabe quem é o próximo na sucessão, entretanto com você é diferente. Não havia ninguém que saberia que você tinha esses poderes. Foi forçada a isso por alguma emoção forte e creio que foi Janzo quem fez isso. Já sabe que você é a próxima, mas não deve saber quem são os outros. O livro pode ou não estar perto de ser achado e se estiver é você mais os outros guardiões quem devem achar primeiro.

Ynafetse estava boquiaberta com a história. Não sabia se iria acreditar ou não, nem ao menos sabia se aquilo era loucura vinda da sua cabeça. Seus pensamentos iam e vinham desordenadamente. Logo lembrou que realmente tinha os poderes e voltou a si. Olhou para ela bem nos olhos e disse:

- Então quer dizer que você está aqui para ensinar-me a controlar meus poderes?

- Correto, mas não por muito tempo, apenas direi o básico para você a cada nível que subir. Para aperfeiçoá-lo terá de fazer sozinha.

- Entendo, então por onde começamos? Disse ela fazendo um rosto de muito interessada no assunto.

- Tenha calma! Os pássaros não nascem voando, mas aprendem a voar. Você terá de descobrir onde estão os outros sete guardiões para que possam achar o livro. Disse ela séria.

- Entendo então isso é realmente importante. Disse ela.

- Por isso estou aqui, eu irei treiná-la até que assuma o controle total do seu poder. Como a nova geração dos guardiões é meu dever como antecessora de ensinar a você tudo que precisa. Já que você não viveu nas nossas culturas.

- Eu entendo, então começaremos agora? Perguntou Ynafetse.

- Sim, agora mesmo! Pelo que você pôde observar os seus poderes são bem diferentes. Seu primeiro trabalho será apodrecer todas aquelas folhas daquela árvore inclusive a própria árvore. Se conseguir fazer isso estará pronta para o próximo passo. Disse sua guardiã apontando com o dedo indicador para uma árvore que repentinamente estava ali perto das duas.

- E como eu faço isso? Perguntou ela sem saber por onde começara.

- Tente usar sua energia, que está dormindo dentro de você, e transporte-a até a árvore. Falou a mulher das asas negras cheia de penas.

- E você disse isso de forma muito explicativa não é? Debochou Ynafetse.

- Eu não disse que seria fácil, agora vá lá e tente!

Ynafetse andou até àquela árvore e a olhou de perto. Tocou no seu tronco com a mão direita e fez um carinho na mesma. Estava pensando em como iria conseguir fazer aquilo. Ficou de ponta dos pés e pegou uma folha daquela árvore. A segura com força e fechou os olhos. Sentiu sua energia poderosa que passava por todo o seu corpo, redirecionou todinha para a folha, mas parecia que quando saía da palma da mão não chegava até a folha. Ainda assim continuou a fazer aquilo. Depois de tentar ainda mais por praticamente vinte minutos pensou em desistir. Ao tirar a mão de cima da folha percebeu que ela estava apodrecida. Soltou e essa folha caiu lentamente pelo ar até chegar à grama do chão. Sentiu-se viva pela primeira vez, mesmo sendo em um sonho, depois do fato ocorrido com o demônio dos espelhos. Pôs as mãos na casca da árvore e forçou um pouco. Dessa vez foi bem mais rápido que pela folha. Uma fumaça saia de lá como se a árvore estivesse pegando fogo. Deu um pouco de medo na garota e ela tirou as mãos de lá. Viu que sua mão estava desenhada na casca dela. Tinha a aparência de morta e ela olhou para as suas mãos. Virou-se para a guardiã antecessora.

- Eu tenho que matar as coisas?

- Tem sim! Seu poder é muito grande. O poder que invalida todos os outros poderes, poder que pode se elevar sobre os outros. Disse a anja, antiga guardiã antes de Ynafetse em sua resposta.

- Esse poder parece ser mal. Disse ela abaixando os olhos.

- É por isso que você terá o guardião da luz. O equilíbrio esta entre vocês dois. Ing e Ynag, esse é o princípio.

- Entendo, mas não gostei muito deste poder. Disse ela abaixando a cabeça.

Voltou a ficar de frente para a árvore, olhou para as suas mãos e voltou a tocar na árvore. A energia fluía no corpo dela como o sangue passava pelas veias. Ela abriu seus olhos e os deixou bem grande. A energia passava de sua mão para a árvore e a mesma começara a envelhecer e apodrecer. Estava morrendo e se acabando.

Era algo aterrador de primeira vista e realmente os poderes dela estavam bem fortes...

Os olhos de Ynafetse se abriram e sua imaginação parou por ali. Realmente esse fora seu treinamento enquanto dormia. Tirou o prato que estava ao lado da cama e levou até a cozinha. Voltou para o seu quarto e foi dormir.

O dia amanheceu novamente. Odranoel acordava com o cabelo todo bagunçado como de costume. Ia ao banheiro para escovar os dentes. Estava na metade da escovação quando olhou para o espelho e deu de cara com aquela criatura novamente. Passou de sonolento para surpreso.

- Até aqui você não me deixa em paz? Ele logo terminou de escovar os dentes e saiu do banheiro.

Havia outro espelho no corredor do banheiro e lá estava novamente o ser do fogo com os cabelos pegando fogo.

- Eu sou você! Então eu acho que você me verá por um tempo indeterminado.

Odranoel parou no corredor e olhou para o espelho.

- Como é? Falou ele indignado

- É isso ai. Melhor ir acostumando-se.

Ele respirou fundo e não falou coisa alguma. Tomou seu caminho e foi tomar café, logo depois se arrumou e foi para a escola.

Ia de bicicleta neste dia. No guidon da bicicleta, que era feito de ferro onde mostrava os reflexos, estava de novo o novo amiguinho de Odranoel.

- Ei, pisiu. Disse ele para o garoto. - Odranoel olhou para os lados e não viu nada. – Seu idiota, olhe para baixo.

Odranoel virou seu rosto para baixo e viu aquilo lá. Fez uma cara de tédio.

- O que você faz aqui? Ainda me seguindo?

- Ahh, qual é? Podemos ser grandes amigos, sabia?

- Então está bem, já que não vou livrar-me mesmo de você, poderemos ser amigos. Qual seu nome?

- O mesmo que o seu.

- Hã? O mesmo?

- Sim, coincidência não é?

- Intrigante, mas não lhe vou chamar assim. Arranjarei um apelido para você. Por hora não irei chamar de nome algum. Deixe-me em paz nesse momento, ou vão achar que eu fiquei louco.

- Esta bem. Respondeu ele.

Então foram para a escola. Odranoel deixou sua bicicleta no estacionamento do prédio. Saiu de lá e encaminhou-se para a entrada onde se deparou com todos exceto por Reivax e Ynafetse.

Longe dali vinha Reivax com passos apertados. Chegou próximo a esquina de encontro e viu Ynafetse parada esperando-o. Ficou surpreso e com um sorriso chegou próximo ela e perguntou:

- Por que não veio ontem? O que aconteceu?

- Nada, apenas não deu vontade de ir estudar. Não tem nada haver com aquilo de ontem. Quero apenas que esqueça. Agora vamos à escola?

Virando o rosto e já dando passos ele respondeu:

- Sim, vamos logo para não nos atrasarmos.

Os dois saíram andando e bem depressa. Janzo estava por cima de outro prédio alto olhando para o céu. Via que o dia estava realmente ensolarado. Olhou para cima, para as nuvens, seus olhos ficaram totalmente brancos. Parecia que as nuvens estavam se movendo e descendo rapidamente. Havia muitas nuvens e elas desciam rápidas demais. Um nevoeiro estava se formando cada vez mais rápido. Ynafetse sentia algo acontecer e apressou Reivax quando o puxou pelo braço. Os dois já estavam na escola.

No relógio de pulso de Odranoel estava seu novo amigo escondido no reflexo do ferro.

- Odranoel, olhe aqui rápido. – Disse ele de dentro do metal. – Não acha isso tudo muito estranho?

- Isso o que? Sussurrou ele bem baixinho para que ninguém visse o que estava fazendo.

- Esse nevoeiro! Sinto coisa ruim nele. Espero estar enganado.

- Com quem está falando Odranoel? Disse Ynafetse chegando perto dele e percebendo alguma coisa.

- Eu? – Disse ele sem jeito. – Estou falando com ninguém! Acho que você está maluquinha. – Para desviar a atenção de si ele retrucou ainda mais. – E você, por que faltou ontem?

- Eu? – Ela ficou sem palavras por dois segundos e logo respondeu. – Estava me sentindo mal, por isso. Decidi ficar em casa.

Após falar todos se reuniram e caminharam ate seus lugares na sala de aula.

Estavam se atualizando sobre assuntos inúteis. Apenas fofoca e tudo mais. Bate o sino e a aula começa. Em horas e horas o tempo passa mais rápido que se podia imaginar. Num bater de asas Janzo decolava de cima do prédio em que passava praticamente o dia inteiro. Não tinha mais o interesse em Ynafetse, seu interesse estava sobre outro alguém. Em sua concepção muito inteligente pensara que depois da descoberta dos poderes de Ynafetse ela iria se unir com os outros que faltavam e como ele não saberia por onde começar rastrear tudo a sua volta. Porém sabia também que cada humano tinha um aroma em especial, mas os guardiões tinham outro bem diferente. Um que seria reconhecível por qualquer um. Parou de voar e apenas flutuou no ar. Aponto para frente o seu dedo e um espelho de seis pontas começou a se formar. Ia crescendo rapidamente até ficar maior que Janzo. O espelho foi distanciando-se do criador e de dentro dele surgiu a imagem de um homem que aparentava ter entre 29 e 37 anos. Tinha barbas e era bem musculoso. Tinha 1,77 metros de altura e usava um uniforme de pescador.

- Você irá sair e procurar por aquela menina. Siga o cheiro dela, já que você rastreia pelo o odor do portador do poder. Um cheiro único e inconfundível. Tente o assassinato de quem estiver com ela. Veremos como reagem.

- Sim mestre, você manda e eu obedeço. Respondeu o homem que parecia um zumbi pela forma que agia.

O homem deu um passo para frente saindo e caindo do espelho. Descia em alta velocidade como um míssil indo na direção de um alvo. De cabeça para baixo apontou a mão direita para o prédio a sua frente e foi-se desfazendo rapidamente em cacos que se encaminharam para a vidraça que refletia toda a imagem que vinha de fora. Os cacos de espelhos uniram-se com o vidro.

Estavam saindo da escola e Ynafetse foi embora com Reivax enquanto os outros foram para suas casas também. Odranoel pegou sua bicicleta e foi indo para casa como sempre fazia. Uma das partes do seu caminho eram um beco bem longo e um pouco estreito, mas dava para passar com a bicicleta confortavelmente. Ao passar viu aquela incrível macieira com maçãs belas e vermelhas. Encostou a bicicleta na parede e deu um pulo e começou a passar pelo muro. Ao cair para o outro lado sua bolsa abriu e um livro e um caderno caíram. O livro era seu e o caderno era Ynafetse.

- Que estranho, jurava que tinha devolvido isso para ela. Enfim, amanhã faço isso. Disse ele guardando-o na mochila.

Subiu na árvore e apanhou uma maçã. Pulou de lá e viu que era bem vermelha. Deu uma mordida com muito gosto enquanto olhava para o lado. Era um grande terreno que estava abandonado. Os olhos do homem abriram-se e olhou para o lado direito. Estava em uma espécie de mundo paralelo onde para todos os lados que olhava eram espelhos. Sentiu o cheiro vindo especialmente de um dos espelhos. O atravessou e passou diretamente pelo espelho retrovisor que tinha na bicicleta de Odranoel. Como um jovem responsável ele tinha retrovisor na bicicleta. Enquanto isso Odranoel se deliciava com a maçã incrivelmente doce. Ouviu alguma coisa e olhou para cima. Apenas viu o homem pulando e querendo pegá-lo com os braços. Odranoel soltou o resto da maçã e correu para longe. O homem apenas sentou em um dos galhos logo depois que errara o golpe.

- Quem é você? Perguntou ele assustado.

- Eu sou sua morte. Fez-me vir aqui por nada. Não é a garota que procuro, mas o cheiro vem daqui. – Ele virou o rosto para o lado procurando mais alguém. - Que pena garoto, hoje você morre! Disse ele friamente.

Odranoel fez uma cara de espanto e o cara começou a correr atrás dele em uma velocidade imensa. As pupilas dos olhos do garoto começaram a se dilatar incrivelmente. Praticamente ocuparam quase todos os olhos dele. Do relógio de pulso o seu guardião também ficara com as pupilas dilatadas. Parecia que um havia incorporado no outro. O garoto pegou fogo por inteiro sem deixar que suas roupas pegassem fogo. Apontou a mão esquerda aberta para o homem e atirou uma labareda de fogo contra ele. O impulsionou para longe. O homem deu de costas contra a árvore. Levantou devagar e retrucou:

- Que sorte, eu encontrei o garoto do fogo. Uma pena que você esteja em desvantagem. Meus espelhos são blindados naturalmente contra o fogo produzido por você.

O braço direito do homem virou uma espada de espelhos bem grande enquanto o esquerdo transformava-se em um canhão grande. Apontou para ele e atirou vários espinhos de espelhos na direção do garoto. Para revidar Odranoel abriu a boca após abaixar-se um pouco e cuspiu uma rajada de fogo que se deitou sobre o ar como uma grande cortina de fogo. Os espinhos passaram por ela sem o menor problema. Quando percebeu que os espinhos haviam passado pelo seu golpe ele rapidamente se abaixou curvando-se para trás. Por cima os espinhos foram diretos contra o muro na parte de trás. Girou para o lado e ficou em pé. Quando deu por si o homem de espelhos já estava praticamente em cima dele com o braço, que havia transformado em uma grande espada, mirando no peito dele. Sem muito tempo para reagir o garoto apenas deu dois passos para o lado e a espada passou fácil pelo seu braço esquerdo decepando-o desde o ombro. Ao dar os dois passos Odranoel pulou com um pé e com o outro chutou o ombro do homem. Isso deu-lhe um impulso de o jogou mais para longe, uma distância segura dele.

 O homem viu o braço de Odranoel caído no chão com um pouco de sangue. Sua sobrancelha esquerda se levantou um pouco.

- O que fará agora que perdeu um dos seus braços?

- Meus poderes não se limitam nisso monstro! Disse Odranoel na maior calma possível.

O braço caído do rapaz sumiu numa labareda de fogo enquanto no lugar do seu outro braço um novo surgiu em labaredas de fogo.

- Que interessante. Disse o homem. Parecia agir naturalmente, mas tudo que falava era por intermédio de Janzo.

- O fogo não é apenas destruição Janzo, é vida! Disse ele com convicção.

Longe dali Janzo estava observando tudo por um espelho que havia feito bem na sua frente. Era como um contato dele diretamente com o local.

- É eu sei disso, mas você como um verme não entende do que eu to falando. Seu poder limitado logo fará parte de mim. Mas hoje eu não matarei você, ainda está muito fraco e coisas fracas não me interessam. Disse Janzo de onde estava e o homem repetiu tudo àquilo que ele disse.

O homem desfez todas as armas que tinha criado em seu corpo. Após ter sua mão direita recomposta a abriu e da palma dela saiu vários cacos que ficaram juntinhos e flexíveis esticando-se por um tamanho de 3 metros formando uma espécie de chicote que estava ligado diretamente na palma da mão dele. Na ponta do chicote uma lâmina afiadíssima e enorme se formara da união de pedacinhos de espelhos que estavam se formando no ar e que ficaram maciços. Estava a sua volta todo aquele chicote com uma lâmina grande.

Ele apontou o dedo para o garoto e a lâmina voou diretamente para ele bem rápida. Odranoel cuspiu uma rajada de fogo contra o chão e subiu rapidamente como um foguete escapando do ataque. No ar formou uma mão junto com um braço grande de fogo ligado ao seu corpo e socou com força o homem por cima. A luz do seu fogo poderia ser vista a alguma distância dali. O impacto foi forte e afundou o homem no chão junto com o chicote. Caiu em pé no chão. O homem foi se levantando aos poucos do chão juntamente com o chicote que havia feito.

- Sabe de uma coisa, crianças como você não veem a ora de desistir. Disse o homem.

- Na verdade eu tenho mais truques do que você imagina. Disse Odranoel em resposta com um sorriso no canto da boca.

O homem começou a rachar com uma espécie de energia quente que brotava de dentro dele.

- O que você fez? Perguntou ele sem saber do que se tratava.

- Plantei em você parte da minha energia, você morrerá de dentro para fora. Disse Odranoel sério.

- Entendo. Realmente eu não lembrava isso. Disse o homem, mas na verdade quem fala isso era Janzo.

Seu corpo rachado por inteiro e com fogo correndo por dentro foi se deteriorando rapidamente. Quebrou em vários pedaços que sumiram no chão. O garoto parou de pegar fogo e caiu de joelhos no chão. Apoiava-se com suas mãos no chão. Estava tossindo também como se precisasse de água.


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