Ynafetse já havia chegado a sua casa. Estava pensando na atividade para ser feita em casa que fora passado pelo professor. Buscou o caderno em sua bola e notou o que o mesmo já não estava ali.

- Droga, eu esqueci com Odranoel. Irei lá hoje mesmo buscar.

Janzo sorriu com o canto da boca e viu que o que planejava estava dando cada vez mais certo. A noite cresceu e Ynafetse estava a caminho da casa do seu amigo. Andava calmamente pelas ruas movimentadas. Antes mesmo que chegasse ao destino parou bem na calçada junto com algumas pessoas que já estavam lá de olho na televisão da vidraça de uma loja de eletrônicos. Estava passando uma notícia importante.

“- Informamos que já temos as fotos dos desaparecidos do navio de pesca japonês, exibiremos uma a uma aqui na Sakura TV. São um total de 143 pessoas e dentre elas 8 mulheres que eram as cozinheiras. – Estava a falar enquanto as fotos eram exibidas uma por vez. – A perícia diz que o navio provavelmente afundou por problemas mecânicos e tem um indício de ação humana nisso. Pois está constatado que há um furo de mais ou menos 45cm² de cima a baixo do navio e por meio deste que a água conseguiu adentrar o navio. – Depois de ter dito uma foto peculiar foi mostrada. Era a foto do homem que havia atacado Ynafetse da primeira vez. Estava surpresa, mas não conseguiu associar Janzo com o navio. – A marinha japonesa está trazendo o navio para a costa, assim será examinado de melhor maneira. Aqui é Ryoko Nintawara falando diretamente da Sakura TV, logo teremos mais informações. Contudo, continuem a ver as fotos.”

Ynafetse virou-se e continuou a andar, desta vez explorando seu cérebro para que conseguisse associar alguma coisa. Dobrou a esquina e andou mais rapidamente.

Essa notícia era de grande repercussão, estava nos principais jornais do mundo. Em New York, nos Estados Unidos, havia certo homem sentado que via aquela notícia. Seus olhos meio que brilhavam ao ver aquilo, seu interesse subiu sobre essa notícia. Era sombrio e estava próxima a lareira, tinha a pele branca e sua idade era um mistério. Seu rosto não era velho, mas também não era novo. Tinha a aparência de entre 27 a 33 anos. Cabelos lisos e bem vivos eram loiros e combinavam com os olhos pretos que tinha. Sua boca era meio rosada e pequena. Tinha 1,75 metros de altura. Não era musculoso, mas também não era magricelo.

Debaixo do sofá de apenas um lugar onde ele estava sentado veio uma cobra totalmente branca com riscos de bordas da cor preta e dentro amarela em seu corpo. Passou por seu ombro e parou próxima a sua mão. Ele a acariciou na cabeça e deu um sorriso. A cobra era medonha e muito comprida. Não dava para ver de onde vinha o resto do seu corpo.

- Jita, parece que vamos fazer uma visitinha ao Japão. Disse ele para a cobra, sua voz era ainda mais assustadora que a voz de Janzo.

A cobra pôs a língua para fora e depois para dentro de sua boca.

Plim, plim. Ouve-se o som da campainha. Ynafetse estava já na casa de Odranoel e esperava ser atendida enquanto aguardava em frente à porta. Odranoel pegou na maçaneta e girou até abrir a porta. Viu Ynafetse parada bem ali por cima do tapete de bem-vindos. Antes que ela pudesse falar ele disse:

- O livro, eu estou correto? Disse ele com a voz estranha.

- Não, na verdade é um caderno. – Disse ela dando risos.

- Correto, isso foi erro meu. Entre. Respondeu o garoto apontando a mão para dentro de sua casa indicando para que ela entrasse.

Odranoel estava falando baixo, sua garganta estava rouca depois de cuspir uma quantidade de fogo absurda.

- O que você tem? Está falando baixo demais. Disse ela já entrando na casa dele.

- Ah, isso não é nada. Apenas uma gripe. Está fazendo efeito desde que sai da escola. - Disse ele esquivando-se e fechando a porta. – Vamos ao meu quarto. Lá ficaremos mais confortáveis.

Os dois foram para o quarto de Odranoel e o espelho estava lá novamente, pendurado na parede. Ynafetse sentou-se na cama de Odranoel enquanto ele pegava o caderno dela.

- Isso ai, pegou uma gatinha e a trouxe para o seu quarto. Bom garoto. Disse O guardião de Odranoel de dentro do espelho para o garoto. Apenas não sabia que Ynafetse também poderia ouvir.

- O que foi que você disse garoto? Disse ela já em pé e com uma cara de raiva.

- Como é que é? Você ouviu o que ele falou? Disse ele surpreso, com os olhos abertos.

- Ele quem? Perguntou ela sem entender nada.

- O cara de dentro dos espelhos. Ótimo, isso prova que eu não estou louco. Disse ele com um sorriso.

Ynafetse fez uma cara de surpresa. Saberia que aquilo já era um grande passo na sua busca.

- Você deve ser um guardião! Claro! Disse ela cheia de felicidade.

- Eu sou um quê? Perguntou ele como se ela estivesse falando grego com ele.

- Um guardião. Onde está esse cara que vive nos espelhos? Perguntou ela.

- Está ali! Disse ele apontando para o espelho que ficava pendurado na parede do seu quarto.

Ynafetse foi andando até chegar bem perto para poder ver bem. Então foi quando percebeu que um homem com armadura e com os cabelos pegando fogo estava lá.

- Você é o guardião do fogo regido pelo sol! – Disse ela apontando para o espelho e olhando para Odranoel. – Quando recebeu seus poderes?

- Hoje mesmo, uma criatura de espelhos me atacou sem nenhum motivo. Disse Odranoel achando muito estranho a forma como ela perguntava.

- A mesma coisa comigo. Ela lamentou.

- Espera um momento, você também tem poderes? Perguntou o garoto realmente assustado.

- Sim eu tenho poderes. Meus poderes são da escuridão. Disse ela para ele.

Então de dentro do espelho o guardião do fogo falou:

- A guardiã das trevas. Então ela é você nessa vida. Muito poderosa e inteligente, porém pode ser bem traiçoeira.

- Não ligo para o que você fala, apenas sei que tive muita sorte. Você é um tarado atirado. – Disse ela virando o rosto para Odranoel. – Minha missão é procurar por todos os outros. O curioso é que você anda comigo, seria muita coincidência se todos os outros fossem também os guardiões que faltavam.

- Eu entendo por isso você faltou à aula não é? Perguntou o garoto.

- Correto! Bem, irei explicar tudo a você hoje já que não teve tempo de falar com seu guardião. Disse ela olhando diretamente para ele.

Em outro lugar estava Adnama. Na casa do seu tio para ser mais exato. Ela estava acompanhada dos pais e seu irmão mais velho, Karlos. Era um jantar em família. Adnama era bem ávida e tirava brincadeiras bem razoáveis e tinha um pensamento lógico bem rápido.

- Karlos, isso já está enchendo a paciência. Parece um enterro onde só aparecem velhos. Disse ela entediada após cutucá-lo.

- Com certeza. Vamos logo, eu fujo daqui com você. Está comigo, seu irmão, não terá problema algum.

- Obrigava. - Disse ela levantando-se devagar. – E indo para a porta sendo seguida de seu irmão.

- Não fale nada, apenas vá indo. Sussurrou ele para ela.

Finalmente eles saíram de lá e foram para a esquina do quarteirão e lá esperaram um táxi. Depois de um tempinho passou um taxista que estava livre. Pegaram o táxi com destino de casa.

Ynafetse estava senta na cama de Odranoel enquanto ele estava sentado de frente para ela do outro lado da cama. Haviam acabado de falar sobre o assunto e se despediam.

- Bem então é realmente isso. Por agora irei dormir, quero aproveitar ao máximo esse treinamento. Disse Odranoel.

- Está certo, eu irei embora porque já está na minha hora. Respondeu ela.

Odranoel deu-lhe o seu caderno e foi acompanhando-a até a porta. Despediu-se dela e fechou a porta.

Em sua casa estava Reivax. Tirou a roupa e com a toalha pendurada na cintura entrou no banheiro do quarto onde tinha um espelho. Estava se sentindo um pouco tenso com aquele espelho, pois foi a partir dele que viu seus olhos diferentes. Começou o seu banho. Ligou o chuveiro elétrico e a água começou a descer. Molhava o seu corpo enquanto ele o ensaboava. Uma fumaça subia e estava envolvendo uma parte do banheiro. O espelho ia ficando embaçado aos poucos.  Dentro do espelho a fumaça do reflexo se comportava de outra maneira. Os pensamentos de Reivax não faziam sentido. Não sabia se tinha curiosidade em saber sobre o que acontecera com Ynafetse ou se ele se preocupava com ela. A fumaça do reflexo do espelho começou a tomar forma. Estava formando uma espécie de anjo. Ele estava totalmente pelado mostrando realmente tudo assim como Reivax. Era musculoso e branco e um par de asas bem brancas partindo diretamente do meio das suas costas. Elas estavam abertas e apenas uma parte delas não aparecia nos espelhos por serem grandes. Tinha os cabelos lisos e bem pretos na altura dos ombros. Seus olhos também eram bem negros, tão negros quanto à noite mais assustadora que pudesse existir. Com sua pele clara e olhos pretos, sua fisionomia causava um grande contraste deixando-o ainda mais bonito, olhava diretamente para ele e aproximou-se cada vez mais parecendo que iria sair de dentro do espelho onde estava.

- Devido a sua pureza e bondade, dou-lhe aqui o poder que você merece. Disse o anjo com sua voz suave e bem doce.

Reivax estava assustado, pois aquilo não era normal. Parecia coisa do outro mundo, um anjo sair de dentro de um espelho e presentear alguém com um poder.

- O que é você? Perguntou ele ainda um pouco assustado.

- Eu sou você garoto. – Disse aquela voz suave e boa de ouvir. – És forte o suficiente para alcançar o caminho da sua força sem companhia alguma. – Delicadamente pôs a mão aberta, mas com os dedos unidos, na sua boca. Sendo mais específico ele havia posto os dedos nos lábios. Os beijou levemente e esticou o braço. O braço passou por adiante do espelho e Reivax meio que hipnotizado ia andando até o espelho. Os dedos do anjo tocaram os lábios de Reivax e sua visão escureceu.

Passou-se a noite e o dia chegou. Estava deitado em sua cama e logo acordou. O garoto se levantou como se estivesse escapando de um pesadelo, num susto. Percebeu que era apenas um sonho e parcialmente não quis acreditar naquilo, mesmo sendo a pura verdade. Sua defesa para acolher a si mesmo seria viver em uma realidade falsa em que tudo o que passara era apenas um sonho. Aprontou-se e tomou seu rumo. No mesmo local estava Reivax, desta vez, esperando por Ynafetse, o que não era raro de se ver. De longe ele pôde ver sua companheira da caminhada matinal de ida à escola, Ynafetse.

Pensativo ia o garoto. Estava junto da nova amiga, mas não falava nada. O caminho foi todo de silêncio entre os dois. Pareciam que haviam combinado tudo aquilo antes de acontecer. Não demorou tanto até chegarem a sua escola.

- Bom dia galera! Disse Odranoel animado.

- Bom dia amiguinho, mas diga-me qual o motivo de tanta felicidade. Disse Luj com o seu rosto inocente de sempre.

- Simples, no domingo da semana que vem é o meu aniversário e todos estão convidados. Disse ele com um sorriso bem largo em seu rosto.

- Obrigado disse Reivax.

- Também agradeço. Disse Eart.

- Por nada. - Respondeu ele. – Agora vamos logo, quero estudar hoje.

Todos entraram bem devagar e foram andando pelo corredor como se o tempo estivesse todo aos seus favores. Chegaram à porta de sua sala e viram um aviso.

- Informamos a todos que no primeiro tempo haverá alguns avisos no auditório da instituição e que todos devem comparecer lá. Graciosamente a direção. Leu Ataner.

- Nos fizeram andar até aqui. Bem é isso. Vamos logo. Disse Luj

- Verdade. Concordou Ataner.

Todos foram andando para o auditório que se localizava atrás de todo o prédio e ao lado de uma quadra poliesportiva da escola. Um lugar bem confortável, cadeiras limpas e pretas uma ao lado da outra. Ao entrarem no local viram que estava muito cheio. Acharam lugares que deram para os oito. Três lugares em cima e cinco embaixo. Em duas fileiras paralelas umas as outras. Sentou Reivax, Ynafetse e Odranoel em cima e os outros embaixo. O local era muito bem climatizado e esperavam a voz da diretora ecoar por ali. Estavam numa conversa de adolescente. Depois de alguns minutos a diretora subiu ao palco e pediu silêncio.

- Bem, quero informar a todos que passaremos a ter uniformes, ou seja, todos terão até a sexta-feira que vem para tomar posse deles.

- Que ridículo, já estava de bom tamanho nós virmos com roupas nossas. Disse Ynafetse.

- Eu estava esperando por isso. Não queria gastar minhas roupas aqui na escola. Disse Odratime.

Ynafetse pôs as mãos por cima da cabeça e a coçou rapidamente em sinal de raiva.

- Tudo bem e for para o bem de todos que seja. Resmungou ela torcendo os beiços depois.

Os avisos da direção escolar continuaram por cerca de trinta minutos. Depois disso todos foram embora de lá. Dessa forma mais uma tarde se passou e considerando tudo até que ela passou bem rápida. Na hora da saída Ynafetse ia saindo junto com Odranoel. Reivax viu e perguntou:

- Ynafetse você não irá comigo para casa hoje?

-Ah desculpa, mas tenho uns problemas para resolver com Odranoel. Disse ela em resposta.

- Está tudo bem, eu iria a outro lugar comprar uma coisa mesmo. Até amanha. Disse ele despedindo-se.

- Até! Disse ela virando-se e acompanhando Odranoel. Reivax também se virou e tomou o seu caminho.

Longe da escola o garoto e a garota ainda caminhavam juntos. Janzo estava preparado. Havia um motivo para que no início ele atacasse apenas a noite. Era mais seguro, mais fácil e seu poder de marionete estava em alta com a regência da lua.

- Meus soldados estão diminuindo cada vez mais, já perdi dois junto com estes cabelos. – Disse Janzo pegando em dois fios de cabelos pretos em meio ao monte de brancos que tinha. – Perderei vocês de fato, mas eu quero que façam um bom trabalho. Preciso que achem para mim mais guardiões até que os oito estejam completos. – Falou Janzo olhando para um espelho que estava a sua frente onde a imagem de três mulheres se formava. Janzo estava bem alto no céu flutuando em meio à escuridão daquela noite. Por cima da cidade. – São três, minhas chances de que vocês encontrem mais de um guardião é bem grande. Agora vão! Ordenou ele.

O espelho que tinha a sua frente se quebrou em pedacinhos. As três mulheres estavam em outra dimensão, a dos espelhos. Voavam rapidamente de espelho em espelho por toda Tóquio com uma incrível velocidade. Seus olhos vermelhos parecendo de um demônio se destacavam dentro dos espelhos. Ynafetse e Odranoel caminhavam perto de uma loja de conveniência quando ela percebeu algo. A loja era bem grande, pois dentro dela havia uma lanchonete. O estacionamento também era grande e foi para lá que ambos correram. Era um lugar escuro e com pouquíssima iluminação. Odranoel não sabia o porquê daquilo.

- O que está acontecendo? Perguntou ele.

- Estamos sendo seguidos. Os espelhos de novo, nós teremos de cuidar deles aqui mesmo. Disse ela um pouco preocupada.

Reivax estava dentro da lanchonete e já pagava sua conta quando viu Ynafetse parar de correr junto com Odranoel. Pagou a conta e saiu rápido de lá indo na direção dos dois que estavam no final do estacionamento.

- Achei! Disse uma das mulheres.

Realmente seu faro havia pego dois guardiões prontos e iniciantes, porém o cheiro de todos eles eram quase parecidos. Como estavam prontos elas provavelmente não conseguiriam se concentrar em outros faros dos outros que faltavam, pois o cheiro dos guardiões formados eram bem mais forte. Do vidro da frente de um carro bem grande as três saíram. Parecia que estavam saindo de dentro da água de uma piscina, o vidro por um momento ficou liquido e flexível. Elas saíram como se saltassem e foram para o alto. Caíram em pé a uns três metros de distância de Ynafetse e Odranoel. Reivax com um pouco de medo se escondeu atrás de um carro.

- Apenas os dois? Disse a outra mulher.

- Seremos o suficiente para acabar com vocês! Profanou Ynafetse.

A mulher da esquerda, de cabelos marrons e curtos estava cheirando. Sentia algo que os outros não sabiam. Foi quando ela disse:

- Onde está o terceiro?

Por um momento Ynafetse sentiu-se mergulhada em um mar de dúvidas. Não entendia mesmo porque ela havia dito sobre um terceiro.

- Que terceiro? Disse ela querendo uma resposta que solucionasse o problema que era sua dúvida.

- Não se faça de boba! Disse a mesma mulher que fez a pergunta.

- Não sabemos de nenhum terceiro! Disse Odranoel.

- Se não vão nos contar teremos de acabar com isso aqui mesmo! Disse a terceira mulher que ainda não tinha falado nada.

Sem paciência essa terceira mulher correu para cima deles. Um fogo brotou por debaixo dos pés de Odranoel e ele começou a correr para o lado. Uma curiosidade sobre essa habilidade dele era que o garoto ao correr para o lado não se prendeu ao chão. Ele começou a andar pelo ar e subiu cada vez mais. Abrindo a mão direita uma bolinha de fogo se formou nela e logo atirou contra essa mulher que veio na direção deles. Ela nem reagiu, o fogo passou diretamente pelo seu corpo. Já era do conhecimento de Odranoel que seu fogo era inútil contra os espelhos, mas ainda sim havia tentado aquilo. Depois que o fogo sumiu da sua visão ela foi surpreendida pela mão direita de Ynafetse que já estava no seu pescoço.

- Olhe para mim! Disse a garota.

Meio que sem reação com seus membros superiores e inferiores ela começou a apodrecer partindo do pescoço. Estava tremendo como se tivesse com um enorme frio. Uma, das outras duas mulheres, deu um chute no ombro de Ynafetse jogando-a para longe, cerca de cinco metros. Ela bateu de costas contra o muro de concreto. Por onde passava pelo ar apenas via-se uma energia preta, essa energia partia dela. A mulher que fora atacada por Ynafetse voltara ao normal.

- Ynafetse! Sua desgraçada! Gritou Odranoel.

Ele atirou outra bola de fogo na direção das mulheres que estavam juntas.

- Você não aprende mesmo não é verdade? Disse a que estava mais na frente.

- Sinceramente eu aprendo!

A bola de fogo ao chegar bem na frente delas se explodiu. O impacto jogou todas as três para trás com uma força descomunal. Reivax se assustou com tudo aquilo e seus olhos ficaram arregalados demais. Ynafetse voltou a si e andou um pouco ficando frente a frente com elas. Odranoel desceu do ar e ficou ao lado dela. A mulher levantou rápida e correu na direção deles. Suas unhas esticaram como lâminas afiadíssimas com quase um metro de comprimento. Tentou cortar Ynafetse, a garota por sua vez esticou o braço direito com a mão aberta e Odranoel que estava a sua esquerda esticou o braço esquerdo também com a mão aberta. Da mão dela saiu uma energia roxa e da mão dele saiu um fogo bem vivo. Os poderes se misturaram e atingiram a mulher bem no peito. A segunda mulher estava por detrás de Odranoel e sua unha esticada como um chicote pegou pelas pernas dele e o jogou na direção de Reivax com força mesmo não sabendo que Reivax estava ali. Ynafetse foi pega de surpresa e se virou, mas perdendo o foco a outra mulher que não fora atacada deu um soco nela que a jogou para longe. A terceira que fora acertada com o ataque duplo começou a se desfazer aos poucos. Estava rachando em vários pedaços e morrendo aos poucos caída no chão. A de cabelos curtos aproximou-se dela e apontou unha para ela. Cresceu como uma pequena estaca e até atravessou o peito dela. Era como se estivesse rejuvenescendo rapidamente até estar curada.

Reivax olhou tudo aquilo e ficou parado. Não sabia se ajudava ou fugia. Ele se lembrou do ocorrido no dia anterior. Daquele anjo saindo do espelho e associou também a esse fato inexplicável.

- Deve ser isto. Tenho de tentar

Saiu detrás do carro rapidamente até próximo de Odranoel.

- O que você está fazendo aqui? Perguntou o garoto para Reivax surpreso com sua aparição.

- Saia de perto dos meus amigos! Gritou o garoto para as mulheres.

Elas viraram os seus rostos para ele.

- Você é o terceiro que estava próximo não é? Disse a que estava mais perto de Reivax.

Foi-se aproximando cada vez mais delas passando pelo amigo caído no chão. Ele fechou os olhos e um par de asas brancas e luminosas saíram das suas costas. Eram enormes e bonitas. As penas iluminavam tudo ali perto. Percebeu aquela energia boa e decidiu interferir na batalha.