“- Nós estamos aqui na Sakura TV informando de um assassinato triplo cometido ainda há pouco numa casa num bairro pouco movimentado de Tóquio. Uma das vítimas foi encontrada deformada. Praticamente com cara de múmia.”

- Nossa que exagero eles estão cometendo, não acha mãe? Disse Reivax assistindo a televisão.

- Sim, mas se isso for verdade é terrível. Disse Kyosaka, mãe de Reivax.

- Como eu faço para ver a verdadeira face dessa fotografia? Perguntou Klark de forma séria e olhar direto e fixo.

- Como você acha que vou saber? Preciso de notícias para averiguar tudo. Disse Azaluz calmo, pois seria mais um acontecimento que estava fazendo parte da sua rotina.

- Bem, eu vi pessoalmente antes de tirar as fotos. Eles dois estavam transformados numa espécie de anjos, mas um negro e outro da luz. Disse ele apontando para a foto onde mostrava Ynafetse e Reivax que estava em suas mãos.

- Entendo, então terei de fazer coisas além da sua compreensão. Olhe isso.

Azaluz pegou um copinho e abriu um recipiente com água, mas não era uma água qualquer, era água benta. Colocou algumas gotas no copinho e derramou por cima da foto. Parecia que estavam num processo de acidez. Da foto começou a sair um pouco de fumaça. As imagens verdadeiras começaram a se formar e ambos viram Reivax e Ynafetse em forma de anjos. De repente a foto começou a pegar fogo e foi quando Azaluz soltou e deixou cair no chão. Ela foi toda consumida.

Klark estava espantado com o que via. A foto caída no chão quase toda consumida pelo fogo.

- O que foi isso? Perguntou ele com os olhos bem abertos.

- Isso foi a verdadeira face da fotografia. Respondeu Azaluz ainda analisando aquilo em seu cérebro.

- Como assim? Acha que aquelas crianças são demônios? Perguntou Klark com o rosto indicando dúvida.

- Talvez, mas temos de investigá-los um pouco até termos certeza do que estamos falando. Respondeu ele intrigado com aquilo. No seu pulso direito havia um crucifixo de um teço amarrado. Era dourado.

- Jita, eu estou sentindo meu cérebro mais evoluído. Com mais esse QI somado a minha inteligência eu serei o ser mais perfeito de todo o planeta. Disse Adams para a cobra que estava saindo atrás das suas costas.

- Exatamente, nós dois em breve teremos o poder daquele monstro de espelhos e daquelas crianças nojentas. Eu mesmo quero mordê-las. Disse Jita em resposta à fala de Adams.

- Essas horas devem estar anunciando na televisão. Depois dessa teremos de tomar mais cuidados para não suspeitarem da gente e o próximo passo será nos livrarmos do taxista. Disse Adams com aquele sorriso falso no rosto.

O dia chegou e uma coisa curiosa. Reivax estava atrasado para a aula. Ynafetse esperava no seu ponto de encontro e como ele não apareceu a tempo ela foi embora depois de dar umas olhadinhas na direção da casa dele, o caminho que ele sempre vinha todos os dias.

- Eu disse para você não ir dormir tarde para não se atrasar. Disse a mãe de Reivax.

- Tudo bem, mas eu estou indo. Até mais. Disse ele apressado para sair de casa.

Depois que saiu apertou os passos e correu um pouco. Conseguiu chegar na hora certa. Todos já estavam em seus devidos lugares e quando ele abriu a porta deparou-se com aquele olhar penetrante. Avlis parecia esperar por ele o tempo todo. Se seu olho fosse uma metralhadora havia trucidado Reivax ali mesmo. Foi entrando sentindo-se o estranho. Partiu em direção a sua cadeira. Sentou-se na cadeira e esperou o início da aula. Era apenas o início de um dia, mas parecia que prometia muitas coisas.

Adams estava a se mover e não queria mais perda de tempo. Sua ganância era maior que podia agüentar. Mesmo de pé naquele dia ensolarado em seu quarto no hotel, Adams já tinha conquistado muita coisa. Apenas ficaria quieto pela manhã. Como grande chefe da empresa que roubou teria de ir até ela cumprir aquelas coisas de sempre como chefe. A chamada velha ladainha.

Dinheiro para ele não era problema. Se quisesse poderia jogar cem mil dólares toda a semana pela janela do seu quarto durante dez anos e não ficaria mais pobre de forma significante.

Foi até onde teria de ir e chegou à recepção.

- Olá, onde estão os acionistas? Quero saber como andam as coisas na minha futura empresa sólida e com um dono apenas. Disse ele sarcástico.

Longe dali.

- Nossa como eu estou com fome. Disse Ynafetse na hora do almoço que havia começado.

- Calma. Eu nunca vi você assim. Disse Reivax.

- É porque você nunca me viu com fome. Disse ela com os olhos abertos bem grandes.

- Tudo bem, vá lá e a esperamos naquele mesmo local de sempre.

Todos foram para o mesmo lugar de sempre, embaixo da árvore. Mas alguém também estava indo para lá. Seus passos eram frios e calmos, não se sabia realmente os pensamentos daquele garoto. Ao chegar perto, com um olhar tímido o garoto fez um pedido.

- Posso me juntar a vocês? Disse ele com a cabeça abaixada mostrando um pouco de timidez.

Todos viraram para ele e Reivax novamente com um ar estranho a respeito dele. De toda forma ele não gostava daquele pequeno intruso no grupo.

- Pode não! Está cheio. Disse Reivax sério com seu olhar penetrante. Pela primeira vez foi arrogante.

Luj virou o rosto rapidamente para ele não acreditando no que estava falando. Odranoel fez a mesma coisa e os outros apenas abriram a boca não acreditando naquilo. Avlis continuou olhando para ele bem sério e Reivax retribuía na mesma moeda.

- O que você está dizendo? Disse Luj gesticulando com os braços.

- Você não percebe? Ele é estranho, não podemos tê-lo por perto. Disse Reivax firmemente.

- Deixe de ser louco! Respondeu Luj. Ela estava sendo firme e deixando o seu lado doce para trás.

- Não tudo bem. – Disse o garoto meio triste. – Estou acostumado com isso, ninguém me aceita mesmo pelo fato de eu ser diferente. – Sua voz era triste e transparecia mágoa.

O garoto virou de costas e foi andando. Luj olhou para Reivax bem séria e saiu andando rápida atrás de Avlis.

- Cara você vacilou agora. Não acredito que tenha feito isso. Disse Odranoel movendo o rosto em sinal de não.

- Nem eu. Concluiu Eart mostrando o mesmo rosto que Odranoel havia feito anteriormente.

- Vocês não percebem? Aquele garoto é mais que estranho! Ele é terrível e está tramando alguma coisa. Disse Reivax ainda sério.

- Bem, eu vou indo. Disse Odranoel levantando-se e indo embora.

Todos fizeram o mesmo. De longe veio Ynafetse comendo um brigadeiro depois de ter almoçado. Vinha com um sorriso no seu rosto que logo mudou ao perceber algo estranho.

- O que eu perdi? Disse ela lambendo os dedos que estavam todos melados de chocolate.

- Reivax expulsou o novato Avlis de perto da gente. Disse Odranoel no caminho e indo embora.

Ela veio se aproximando e falou com ele.

- Por que você fez isso?

- Eu fiz o que era necessário fazer! Não fui com a cara dele, aquele garoto está escondendo alguma coisa. Disse o garoto.

- Tudo bem, mas eu ficarei aqui com você, não me meterei nessa briga e nem tomarei partido algum. Disse ela.

O fim do dia havia chego e iniciado uma noite bela e conturbada.

- Jita, o primeiro passo será achar aquele taxista desgraçado que logo fará um depoimento contra minha pessoa. O segundo passo é matá-lo para que não haja testemunhas. Preciso que você o localize para mim.

- Tudo bem, eu farei isso certamente, porque o seu cheiro é inconfundível. Disse a cobra.

- Vamos Ynafetse, temos de ir embora agora. Disse Reivax.

- Tudo bem. Disse ela indo com ele para casa.

- Aquele garoto vai causar um grande problema. Disse Reivax.

- Calma relaxa. Ele não é estranho, temos de nos acostumar com ele, isso leva tempo. Disse ela.

- Não sei, é estranho. Disse ele mais calmo um pouco.

Longe dali estavam o resto deles juntamente com o garoto.

- Gente, vocês são meus primeiros amigos. Eu nunca tive algum antes. Está sendo estranho, mas acredito que Reivax irá ser um bom amigo também. Disse Avlis num tom não muito conformado em estar ali sem Reivax.

- Calma, eu não sei o que deu nele, mas Reivax é uma boa pessoa. Ele reconhecerá você. Disse Odranoel dando um belo sorriso no rosto. Era um tanto amigável para com Avlis.

- Para onde vamos mesmo? Perguntou Luj

- Vamos tomar um sorvete e andar por ai até certa hora. Disse Ataner

- É aquele ali. Disse Jita.

- Entendo. Então esse era o taxista.

Adams fez sinal para que o taxi parasse na sua frente. Iria como passageiro.

- Para aonde senhor? Disse ele apenas fazendo seu trabalho.

- Para o outro lado da cidade. Disse Adams com um sorriso malicioso do canto de sua boca.

- Ok. Respondeu ele.

O táxi foi andando para mais longe de onde eles estavam. Claro que Adams já tinha tudo planejado em sua cabeça. Esperaria apenas o momento certo para agir. O sinal de trânsito fechou no vermelho. Coisa perfeita para um assalto, não é verdade? Bem, foi isso que aconteceu. Um homem armado abordou o táxi onde Adams estava apontando uma arma direto na cabeça do taxista.

O sorriso cruel de Adams tomou todo o seu rosto como se fosse divertida aquela situação. Estava tudo calmo e ninguém havia percebido a tentativa de assalto. Era tão discreto que apenas quem estava dentro do carro e o assaltante sabiam do ocorrido, mas nem tudo é 100% discreto. Pequenas crianças passavam por ali. Não tão pequenas, eram na verdade adolescentes e estavam num total de sete. Entre eles Avlis. Jita como uma grande rastreadora já havia avisado Adams daquilo e ele aproveitaria o momento certo.

- Anda, passe a grana toda que conseguiu juntar nesse dia. Disse o assaltante.

- Tenha calma moço, eu estou trabalhando honestamente. Preciso do dinheiro. Disse o taxista nervoso.

- O problema é seu! Eu também estou trabalhando. Agora dê-me a grana.! Disse ele falando ainda mais alto.

- Olha aquilo. Disse Avlis apontando para o homem com a arma na mão.

Todos olharam e ficaram espantados.

- Eu não acredito nisso! - Disse Adnama. – Vou lá interromper. Disse ela andando.

- Não! Disse Ataner segurando-a.