Janzo estava com seus olhos brilhando e os cabelos cresciam um pouco junto com a cor branca que voltava a dominar tudo. Seu ar havia mudado, mas aquilo era apenas uma pequena precaução.

De fato seus cabelos estavam um pouco maiores, sua aparência fora alterada bem pouquinho. Seus poderes corriam riscos antes e agora não mais. Claro que a necessidade dos poderes daqueles que eram seus inimigos estava ficando maior, mas tinha que esperar a hora para que seu plano desse mais certo do que nunca. Não estava mais no Japão, após concluir aquele passe com o navio de cruzeiro resolveu ficar pelos Estados Unidos um pouco. Havia rumores de que o país era misterioso e perigoso. Mas nos Estados Unidos ainda era segunda-feira. Estava noite e o país como sempre bem movimentado.

Já era dia em Tóquio, capital muito movimentada. Na casa de Reivax mais uma vez a rotina. Acordar, tomar café e ir direto para o ponto onde se encontrava com Ynafetse e juntos iriam para a escola. Como já era previsto assim que se sucedeu. Encontrou-se com Ynafetse e foram para a escola. Mas um assunto ainda martelava a cabeça da garota. O homem do carro que ela havia visto anteriormente e não o largou da cabeça por todos esses dois dias.

– Sabe Reivax, ainda não tirei aquele homem estranho do meu pensamento. Existe alguma coisa perigosa nele. Apenas não sei o que é. Disse ela preocupada com um caderno no meio dos braços.

– Acho que você está com paranóia. O esqueça eu já te disse. Falou ele para ela e bem direto.

– Tudo bem, por hoje eu irei esquecer. Disse ela melhorando a expressão do rosto.

– Eu já disse para você parar de me incomodar! Disse Odranoel na sua bicicleta a caminho da escola.

– Como que eu irei parar de te seguir se na verdade eu sou você? Disse o seu guardião no reflexo da bicicleta.

– Você é estressante. Disse Odranoel com o rosto sério como se estivesse chateado com alguma coisa realmente preocupante.

– Acho que já sei por que está assim, você encontrou alguém a sua altura para piadinhas não é? Disse ele de dentro do ferro onde funcionava como reflexo. Realmente estava aos berros de tanto rir, entretanto apenas Odranoel ouvia os barulhos dele.

Odranoel já estava irritado com aquilo e sem paciência foi chegando à escola. Avistou Ynafetse com Reivax chegando também na mesma hora. Pôs sua bicicleta no pátio da escola onde estava reservado para o estacionamento de qualquer tipo de locomoção usado pelos alunos.

– Cara, isso já está ficando irritante, o meu guardião não para de me irritar. Disse Odranoel para Reivax.

– É. Eu acho que você conseguiu alguém a sua altura para piadinhas e brincadeiras. Disse Reivax numa indireta bem direta. Seus olhos eram de deboche.

– Ah, até você? Disse Odranoel desapontado numa reclamação infantil, sua voz por alguns segundos ficaram como de criança.

O amigo que não desgrudava dele começou a rir a partir do reflexo do relógio. Odranoel olhou bem sério e saiu dali em direção a sala de aula.

Por coincidência Ynafetse começou a gargalhar juntamente com Reivax. Os dois foram juntos para a sala de aula.

– Bom dia meus queridos alunos, ainda bem que não faltou ninguém hoje. Temos um pequeno teste surpresa para vocês. Espero que gostem de testes de matemática. Disse o professor bem irônico olhando por cima dos alunos que sentavam logo a frente mirando os alunos de trás.

Todos os alunos começaram a lamentar por tudo aquilo e estavam muito chateados.

– Aí, se você é realmente meu parceiro irá ajudar-me a colar. Disse Odranoel.

– Como eu vou fazer isso? Perguntou seu amiguinho que ainda estava no relógio.

– É simples, você pode andar de reflexo em reflexo não é? O professor deve ter o gabarito da prova em cima de sua mesa. Vá lá, leia o que estava escrito lá e me diga aqui.

– Hm, eu entendi. Seu eu fizer isso seremos amigos próximos? Perguntou seu guardião e dessa vez estava inteiramente na inocência.

– Sim, isso mesmo. Respondeu Odranoel quase que de imediato. Seus olhos saltavam como se desejasse aquilo.

– Ok, eu vou fazer o que diz, já que és o único, junto com seus amigos que pode me ouvir, mas falarei baixinho para que eles não ouçam também. Respondeu o seu guardião inocentemente sem saber que aquilo era errado.

O teste começou e Odranoel era o único que não demonstrava preocupação alguma com aquilo. Passou vinte e cinco minutos e o pequeno jovem havia acabado o teste de duas páginas cheias de contas e entregou ao professor.

– O que significa isso? Perguntou o professor realmente espantado com tudo aquilo. Uma coisa anormal havia acontecido.

– Eu terminei o teste. Respondeu o garoto bem confiante e com um sorriso largo no rosto.

Os outros alunos ficaram olhando espantados com aquilo. Inclusive Ynafetse juntamente com Reivax.

– Muito bem então. Eu corrigirei aqui e agora mesmo. Isso é de admirar muito senhor Odranoel. Você nunca demonstrou interesse nas aulas, quero ver como se saiu. Por favor, espere até que eu termine aqui. Disse o professor pegando sua caneta para iniciar a correção.

– Está bem então. Fique à-vontade com meu trabalho. Disse ele ainda mais sarcástico que nunca.

Passaram-se alguns minutos ali, 6 minutos para ser exato. O professor olhou por cima dos óculos para Odranoel e o mesmo estava com um rosto que demonstrava confiança.

– Você tirou 10, parabéns. Disse o professor não muito contente com aquilo.

Todos os alunos fizeram aquele ar de espanto num grande AHH. Os olhos de Ynafetse e Reivax quase saltaram dos seus rostos de tanta surpresa. Jamais pensaram que aquele dia iria chegar.

– Eu não acredito no que estou vendo. Disse Ynafetse bem baixinho num sussurro para Reivax.

– Eu concordo. Falou Reivax em resposta a ela no mesmo timbre de voz que ela havia dito para ele.

– Bem, então eu vou indo e esperar lá fora enquanto os outros terminam o teste. Disse Odranoel boçalmente. Estava com o peito cheio de ar e um sorrisinho no rosto.
Ele foi andando e saiu da sala. Os outros continuaram a fazer seus testes.

Depois daquele tempo houve o primeiro intervalo e lá fora todos se encontraram.

– Odranoel, explique-se. Como conseguiu fazer aquele teste bem rápido e ainda por cima tirou a nota mais alta? Disse Ataner diretamente para ele, curta e realmente grossa.

– Eu apenas estava com sorte. Quando vi os cálculos às respostas vieram na minha mente. Disse ele falsamente.

– Sei, sei. Mas não podemos dizer que colou porque era surpresa aquela prova e não tinha possibilidades assim. Disse Ataner com a mão em seu queixo querendo desvendar aquele mistério.

– Viu? Eu sou inocente. Disse ele mais uma vez com o seu sorrisinho sarcástico. Parecia fazer uma força muito grande para não rir.

– Ataner, Odratime vamos ali comigo rapidinho? Disse Adnama.

– Sim, esta bem. Respondeu Odratime.

– Ok. Disse Ataner logo em seguida.

Eles foram para longe até sumirem da vista. Estavam no local de sempre, embaixo da árvore.

– Agora é sério. Como você colou? Disse Ynafetse.

– Mas eu não colei, já disse. Defendeu-se Odranoel.

O segundo Odranoel começou a rir de dentro do relógio. Foi então que ela ouviu.

– Dê-me isso agora! Disse ela puxando o relógio a força do braço de Odranoel.

– Aff, deu merda. Disse ele bem baixinho.

– Ahh, como havia previsto. – Disse ela olhando para o relógio e de dentro do relógio o guardião do fogo que estava corado e sem graça. – Você o usou para trapacear! Irei falar para o professor. - Disse ela sem pensar na situação.

– Vai falar o quê para ele? Que um guardião do fogo que viveu a mais de 4 bilhões de anos atrás reencarnou em mim e que vive nos reflexos que qualquer coisa. E que foi ele que viu as respostas do gabarito e me disse sendo assim que eu tirei a nota máxima no teste?

Ela ficou de boca aberta e viu que a razão lhe faltava naquele momento.

– Você é sujo. Disse ela com um olhar bem curtinho nos olhos e sério sendo direta. Sua voz não foi alta, foi bem curtinha.

– Ah, cada um age pelos meios que podem. Disse ele dando uma risadinha meio sem graça e irritante. Também se virou para provocar e deixar Ynafetse ainda mais com raiva.

– EU O MATO! Disse Ynafetse querendo pular nele, mas impedida por Reivax e Luj que a seguravam. Odranoel deu um passo para trás.

Então acabou aquele pequeno dia de aula que era normal. Mas na verdade não chegou a ser tão normal. Fazia um tempo que Janzo não aparecia. Já estava se tornando estranho. A noite havia chegado e no hotel no centro da cidade estava Adams. Muito feliz com aquele olhar malvado. Então desceu do seu apartamento e saiu do hotel. Estava entardecendo e a noite chegava bem depressa. Como sempre acompanhado de Jita que se escondia dentro dele.

– Jita, o que você está vendo? Onde podemos encontrar diversão? Disse ele com sua voz obscura.

– Numa casa de dois andares que fica longe do centro. Disse uma voz ainda mais aterrorizante que a de Adams. Era Jita que estava dentro dele ocupando um espaço oco onde deveria estar o seu coração. Ele não tinha realmente coração. Nisso ele era semelhante ao Janzo.

– Então vamos até lá agora. Disse ele em seu pensamento. Era assim que estavam a se comunicar.

O táxi onde estavam foi andando e andando. Ele olhava através do vidro das portas para a grande Tóquio. Um lugar maravilhoso era aquela cidade. Grande, limpa e bela.

Reivax estava jantando com sua mãe. O telefone tocou e correu rapidamente para atender. Já era de se imaginar quem era.

– Alô? Disse Reivax esperando que fosse Odranoel, entretanto não era ele quem falava do outro lado da linha.

– Oi, Reivax? Perguntou ela para ter certeza que se tratava da pessoa com quem queria falar.

– Sim, como você está Ynafetse? Reconheço sua voz pelo telefone. Disse ele dando um sorriso.

– Bem, ah todos nós combinamos de ir à casa de Adnama. Você quer ir junto?

– Claro que quero. Seria muito legal. Vamos então. Disse Reivax. Disse ele em resposta.

– Então eu passo aí na sua casa para irmos juntos. Disse ela.

– Ok. Respondeu ele.

– Tchau. Ela desligou o celular.

Ele colocou o telefone no gancho.

– Mãe, eu irei sair com uns amigos está bem? Gritou ele do local onde estava, era próximo a porta de entrada.

– Tudo bem, mas não chegue tão tarde porque amanhã você terá aula.

– Tudo bem mãe, eu não irei demorar.

Reivax saiu de casa e esperou Ynafetse bem na frente. Ela chegou e os dois foram andando.

– O que haverá de tão legal na casa de Adnama? Perguntou Reivax.

– Assistiremos a um filme que saiu em DVD. Muito interessante.

– Qual filme? Perguntou ele com interesse.

– Avatar, eu acho que é esse. Bons efeitos especiais. Disse ela sorrindo.

– Ah sim, eu já assisti. E foi nos cinemas. Respondeu ele novamente e com a voz calma.

Passaram o caminho todo falando e falando. Quando deram por si estavam na casa de Adnama que não ficava longe dali. OIharam e viram que tinha movimentação dentro da casa. Adentraram pela frente e tocaram a campainha.

Adnama veio de dentro e olhou pelo olho mágico da porta. Viu que eram seus amigos e abriu a porta.

– Finalmente, estávamos esperando por vocês. Disse ela rindo.

– Bem, estamos aqui agora. Disse Ynafetse.

– Entrem logo, vamos já começar a assistir o filme.

– Está bem. Disse Reivax entrando e cumprimentando seus amigos.