Die Zwei Gesichter Einer Mauer escrita por Amethyst


Capítulo 4
Ein Ally Feind




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Capitulo 03: Ein Ally Feind

“Para conhecermos os amigos é necessário passar pelo sucesso e pela desgraça. No sucesso, verificamos a quantidade e, na desgraça, a qualidade.”

Confúcio

Quando se passa a vida inteira em uma mansão, vivendo de mordomias, é bem complicado se desprender dessa realidade de uma hora pra outra.

David estava fazendo o nosso café da manhã. Torradas com chá. Bem ,não que eu estivesse reclamando, mas seria melhor um bolo e suco, quem sabe alguns sanduiches leves, alguma coisa assim.

Eu observava o meu anfitrião preparando a comida e reparei o quanto ele estava diferente de ontem à noite, parecia mais sério, seu rosto não estava tão jovem quanto antes, na verdade ele parecia um homem de 30 anos com aquela expressão assustadora.

- Você gosta de ficar admirando as pessoas? – Ele tinha percebido o meu olhar, nesse momento senti o meu rosto ficando quente.

- Você está diferente de ontem a noite. Aconteceu algo durante o período em que eu dormia? – Perguntei, não tinha sentido mentir naquela situação, e eu estava bem curiosa.

- Não. – Ele respondeu rispidamente e colocou as torradas na pequena mesa de madeira.

Comemos em silencio, aquilo estava me incomodando. Eu estava na casa de um homem bipolar que as vezes me olhava como se quisesse me matar, teria que arranjar um jeito de ir embora dali o mais rápido possível. Por fim David suspirou derrotado.

- Olha Betina... – Ele tinha errado o meu nome, comecei a rir baixinho, David revirou os olhos. – Eu não teria errado o seu nome se você me dissesse como se chama.

- Basta apenas me chamar de Tina. – Terminei o meu chá e dei um pequeno sorriso.

- Ok, Tina, voltando ao eu queria dizer, - Ele colocou a sua xícara de lado e estralou os dedos. – Ontem eu estava meio fora de mim, mas aquilo acontece muito raramente, eu não gosto desse tipo de coisa.

- Passar a noite bebendo?

- É, isso e outras coisas relacionadas. – Pelo visto aquele seria o fim do assunto porque ele pegou a louça da mesa e levou para a pia.

Levantei e fui até o sofá para pegar a minha mala.

- O que está fazendo? – David perguntou da cozinha.

- Vou procurar um lugar pra ficar, não quero dar trabalho. – Me dirigi até a porta, mas David entrou na minha frente.

- Você não está dando trabalho. – Ele pegou a mala da minha mão e colocou do lado dele. – E estão fazendo vigilância por aqui hoje, não é seguro sair por ai.

- Eu tenho que achar um parente meu que mora por aqui. – Justifiquei indo pegar a minha mala, mas ele não deixou.

- Depois eu te ajudo a procurar esse parente, hoje não. A não ser que você queira voltar pro outro lado do muro. – Ele arqueou a sobrancelha e cruzou os braços. Eu suspirei derrotada e fui me sentar no sofá.

- Ok, eu fico, mas com uma condição.

- Bem, eu não sei se está ao meu alcance, mas peça. – Ele colocou a mala no tapete e se sentou do meu lado.

- É só uma pergunta. – Ele fez que sim com a cabeça. – Porque me salvou ontem?

David riu baixinho e olhou para o teto manchado.

- Eu não estava muito lúcido. – Eu franzi a testa, ele tinha me salvado porque estava bêbado? – Pode acreditar soviética, se eu estivesse lúcido eu não tinha feito aquilo tão facilmente.

- Ontem você me chamava de princesa. – Eu mordi o lábio e balancei a cabeça.

- Eu já falei, ontem eu estava bêbado. – David levantou do sofá e caminhou até a cozinha. – E eu já tenho uma princesa.

Nesse momento eu congelei. Como assim ele já tem uma princesa? Quer dizer que ele é comprometido?

Peguei minha mala novamente e sai correndo, a porta estava aberta, então foi mais fácil pra mim, não fiz questão de ouvir os gritos de David mandando eu voltar, apenas corri.

Minha mãe odiaria o fato de eu estar sozinha em uma casa com um homem comprometido, e eu odiava o adultério, tive que conviver com isso a minha vida inteira, e nunca gostei.

Eu tinha que achar o meu tio o mais rápido possível, algo me dizia que as pessoas desse lado do muro não eram muito melhores do que as do outro lado.

Vi alguns soldados olhando para mim e me mandando parar, mas eu continuei correndo. Esbarrei em algumas pessoas, mas não tive tempo pra me desculpar, tinha que ir pra longe daquilo, tinha que achar meu tio, mas onde?

Quando estava em uma rua estreita vi soldados na minha frente, dei meia volta, também havia soldados, eu estava encurralada.

- A identidade senhorita. – Um dos soldados pediu. Eu não podia mostrar minha identidade, eles me mandariam de volta para o lado soviético do muro. Respirei fundo e tentei pensar em algo, mas não consegui. – Senhorita, por favor, nos mostre a sua identidade.

Sentei no chão, coloquei as mãos sobre o rosto.

Acabou, eu iria voltar para o inferno e talvez nunca mais conseguisse sair de lá novamente. Eu iria voltar para minha mãe, mas também voltaria para o meu pai, o que não era bom. Chorei, queria desaparecer e só voltar quando tudo estivesse bem nesse mundo, tudo em paz.

- Ah, Tina, ai está você querida. – Uma voz conhecida soou no meio daquele pesadelo, levantei a cabeça e vi a ultima pessoa que queria ver nesse momento. – Desculpe o transtorno, ela tem uma doença mental e teve uma noticia ruim hoje.

David estava do lado dos soldados e sorria como se desculpasse.

Perai, ele me chamou de doida?

- Conhece ela? – Um dos soldados perguntou a David.

- Conheço sim Jonny, é uma prima que veio do interior para ficar comigo, os pais dela morreram recentemente, mas ela só foi saber disso hoje. – David explicou para o homem e olhou para mim suplicante, eu entendi o que fazer. Comecei a berrar descontrolada e a bater na mala. Um dos soldados veio me confortar, mas eu bati nele, que graças a deus não fez nada.

- É, pelo visto ela não está bem. – Jonny observou. – Ela deveria ir para um hospital psiquiátrico. – Eu arregalei os olhos, não iria para um hospício.

- Não, eu prometi aos pais dela que a manteria comigo, ela estava muito bem, só a noticia que a fez perder o controle hoje. – David justificou.

O soldado olhou para mim com atenção e se virou para David, sussurrou algo e chamou os colegas para saírem dali.

- O que você tem nessa cabeça? –David sussurrou irritado assim que os soldados saíram de nossas vistas.

- Eu não vou ficar na mesma casa que um homem casado. – Justifiquei me levantando do chão.

- Pelo amor de Deus Tina, eu não sou casado, só tenho uma namorada, e não vou trair ela com você. – Ele falou passando a mão pelos seus cabelos negros.

- Não vai ser isso que ela vai achar quando me vir na sua casa. – Abaixei a cabeça e fiquei fitando o chão rachado. David chegou mais perto de mim e puxou o meu queixo para cima delicadamente.

- Ela não tem que achar nada. – Ele me olhou com seus olhos de um azul forte. – Acho que pensei errado sobre você. Precisamos muito conversar.

 *~&~*

- Tudo bem, quero me falei porque veio pra esse lado. – David iria me interrogar, assim que chegamos na sua casa novamente ele levou minha mala para o seu quarto e me fez tomar um chá antes do interrogatório, ele tinha dito que aquilo era necessário para ele me conhecer melhor.

- Eu não gosto do meu pai, ele nunca me tratou bem, exigia muito de mim. – Eu não estava mentindo, mas também não estava dizendo toda a verdade. – Minha mãe me falou para eu vir para esse lado e procurar o meu tio, mas eu não tenho nenhuma pista dele.

- Tem certeza? Não me parece que sua mãe te mandaria para esse lado a procura do seu sem nenhuma informação. – Foi ai que eu lembrei da carta.

- Pega minha mala por favor, lembrei que minha mãe colocou uma carta com informações nela.

David pegou a mala e eu a abri, no fundo tinha um envelope pardo, li o que tinha na carta, mas não conhecia nenhuma daquelas coordenadas. David pegou a carta e leu, ele fez uma careta engraçada.

- Não acredito que você é sobrinha do velho Walter, esse cara é uma lenda. – David voltou a me entregar carta. – Sei onde ele está, mas não dá pra sair hoje, Jonny ainda desconfia de você, e não são todos os soldados americanos que são bonzinhos.

- Tudo bem, então amanhã. – David concordou e colocou minha mala de volta no seu quarto.

Eu e David ficamos um tempo sentados no sofá em silencio, eu queria perguntar onde estariam seu pais, mas achei que não era uma pergunta apropriada, queria perguntar onde estava a sua namorada, mas não tinha coragem de falar sobre isso.

- Você é bem legal para uma soviética. – David quebrou o silencio, mas esse não era um elogio que eu gostava.

- Na verdade eu sou Alemã, só vivo na parte soviética, não quer dizer que eu sou uma.

- Eu sei, mas agente acostuma chamando assim, você se incomoda? – Ele perguntou confuso.

- Sinceramente? – David assentiu. – Muito.

- Me desculpe então, acho que só vou te chamar de Tina mesmo. – Ele suspirou e eu ri baixinho.

- Albertina.

- Como?

- Meu nome é Albertina, achei que você gostaria de saber. – David deu uma risada gostosa, ele ficava bonito rindo.

- É um nome lindo princesa. – Eu sorri, era legal quando ele me chamava assim.

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Quem é vivo sempre aparece.

Aproveitei o feriadão pra atualizar a fic, mas eu não posso prometer que vou ficar pegar o ritmo, ainda vou ter que postar aos pouquinhos.

Galera, entendam, eu acabei de entrar na merda do Ensino Médio.

Enfim, é isso, mas eu vou tentar postar com mais frequência, ok?

Beijinhos para vocês. 


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