Die Zwei Gesichter Einer Mauer escrita por Amethyst


Capítulo 5
Stilistische Änderungen.




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“A mudança é a lei da vida. E aqueles que apenas olham para o passado ou para o presente irão com certeza perder o futuro.”

John Kennedy

Estava frio, as janelas da sala estavam embaçadas e eu via a neve caindo fininha do lado de fora. Eu estava sentada no sofá olhando para o nada, era horrível ficar sozinha, ainda mais em um lugar desconhecido, bem, nem tanto, mas ainda assim é estranho.

David a um tempo, ele tinha que verificar se a área onde meu tio morava estava tranquila. Eu devo dizer que estava com medo por David, ele estava arriscando muito para me ajudar, eu queria ser como o meu tio, ele fez tudo sozinho, não precisou prejudicar ninguém.

De repente ouvi a porta sendo aberta, me levantei no mesmo estante. David estava suado, parecia ter corrido muito para chegar aqui, seu cabelo estava muito bagunçado e seus olhos azuis brilhavam pela adrenalina. Ajudei ele a se sentar e tranquei a porta em seguida, o meu protetor ofegava cansado.

- O que houve David? – Perguntei sentando ao seu lado no sofá.

- Você... jornal... procurada... – Ele não conseguia falar direito, mas a combinação dessas três palavras me deixou arrepiada.

- Estou sendo procurada pela policia soviética? – David assentiu e suspirou. E me levantei do sofá atordoada e fui pegar água para nós dois.

- Seu... tio disse... – Entreguei o copo para David e ele bebeu rapidamente, eu fiquei apenas bebericando o meu. – Você não pode ir pra lá agora, vão ficar cercando o lugar, ele é o principal suspeito.

- Não entendo. – Como assim suspeito? Estão achando que me sequestraram?

- Pode até não parecer Tina, mas é crime esconder uma foragida, eles torturam o que fazem isso. – Arregalei meus olhos e olhei para David descrente, eu não queria que isso acontecesse com ele.

- Eu sinto muito por isso, eu realmente não queria te dar esse problema. – Eu estava a beira das lagrimas, mas quando senti a mão de David sobre a minha era como se todos os problemas tivessem criado asas e voado para longe.

- Eu não ligo pra isso princesa, é divertido esconder uma foragida em casa. – Eu soltei uma risada fraca, David tinha um pequeno sorriso nos lábios. – Seu pai ta louco atrás de você.

- Ele é louco, só tenho medo pela minha mãe.

- Ele maltratava vocês? – David perguntou apreensivo.

- Eu não vou mentir. – Olhei para os olhos azuis cheios de expectativa e suspirei. – Sim, mas depois de tanto tempo agente acostuma.

O rosto sereno e preocupado de David se transformou em uma expressão de pura raiva, ele começou a apertar a minha mão, tentei me segurar, mas acabei soltando um gemido involuntário de dor. A raiva nos olhos do moreno se esvaiu um pouco quando viu minhas mãos brancas entre as suas.

- Me desculpe Tina. – Falou soltando a minha mão, suspirei aliviada. – É só que, isso é tão... Arg, desprezível.

Ele começou a andar de um lado pro outro, senti um pouco de tontura enquanto ele fazia isso. David parecia determinado a me ajudar de todas as maneiras possíveis, e eu o achava perfeito por fazer isso por mim.

De repente ele parou, virou-se para mim e me analisou minuciosamente. Senti minhas bochechas arderem no mesmo momento.

- Acho que tive uma ideia. – David veio em minha direção ainda me analisando. Estremeci quando ele passou sua mão pelo meu cabelo. – Já pintou o cabelo antes?

*~&~*

Eu olhava para o espelho e enxergava outra pessoa ao invés do meu reflexo.

Isso estava dentro de mim esse tempo todo?

- Há, eu sabia que os soviéticos tinham algo de americano dentro deles. – Gab’s falou mexendo no meu cabelo.

No meu cabelo negro.

Eu estava completamente mudada, minhas roupas, cabelo, até minha unhas haviam mudado.

Eu estava uma verdadeira americana.

- Já posso entrar? – A voz de David soou abafada pela porta. Gab’s riu quando percebeu o quanto meu protetor estava ansioso para me ver.

- Cuidado estrangeira, o moreno tem um desejo extremo por americanas, nunca vi um cara tão fascinado pelas mulheres de lá. – Ela advertiu antes de abrir a porta, respirei fundo antes de levantar e abrir os olhos novamente.

Se mais cedo eu senti medo quando David me analisou, agora eu estava apavorada.

Ele parecia me despir com os olhos, pior, parecia querer fazer coisas nada puras comigo. Posso estar sendo exagerada, mas o sorriso de Gab’s não deixava duvidas, e a cor dos olhos dele também não, estavam completamente negros.

Se mais cedo eu senti uma brasa dentro de mim quando David me analisou, agora eu estava sendo consumida por um incêndio.

Senti minhas bochechas pegarem fogo, ele não parava de me olhar, principalmente para os meus seios. Malditas roupas de americanas. Gab’s ria da minha cara vermelha, mas foi solidária e deu um beliscão em David, que logo despertou do transe resmungando.

- Ai Gab’s, porque me beliscou? – Perguntou alisando o lugar que a loira tinha machucado.

- Lise não ia gostar nada de ver essa cena. – Eu não entendi o que ela quis dizer com aquilo, mas parece que funcionou, logo David assumiu sua postura habitual.

- Seu estilo esta realmente convincente Tina. – Ele elogiou olhando para a janela.

- Obrigada David. – Ele riu baixinho, e Gab’s revirou os olhos.

- Agora só precisa transformar o comportamento dela. – A loira falou terminando de guardar suas coisas. – E esse trabalho é pra você gatinho.

David suspirou baixinho olhando para os pés. Ah que legal, agora ele ia virar o David tímido?

Esse garoto precisa de um médico urgente.

- Tenho que ir, daqui a pouco tenho que abrir o bar. – Gab’s pegou sua mala e começou a andar até a porta, mas não sem antes dá um pequeno tchau pra mim, David a acompanhou.

Fiquei fitando a minha nova eu.

Meus cabelos pretos repicados, meus olhos verdes destacados pelo lápis, minhas roupas escandalosas, minha boca cor de rosa.

Uma bela diferença.

Mas ainda não era suficiente.

- Por onde quer começar? – Me assustei ao ver o reflexo de David atrás do meu, eu quase cai da cadeira se ele não houvesse me segurado. – Não quis te assustar.

- Não assustou, só que... você chegou de mansinho, e... – David riu com a minha perturbação, senti minhas bochechas voltarem a queimar.

- Parece que começaremos pela educação. – Olhei assustada para ele, minha educação sempre foi impecável, era uma das coisas que eu não queria me desapegar. – Não se preocupe, só vai precisar agir um pouco mais despreocupada em agradar os outros, não é uma grande mudança.

Pensei o que minha mão falaria sobre isso. Era difícil de dizer, tinha um lado bom e ruim, talvez valesse a pena tentar.

- Tudo bem David, por onde começamos?

*~&~*

Depois de todos os ensinamentos sobre a arte de ser americano, eu e David fomos comer, claro que não foi nada de luxuoso como era na minha antiga casa, mas mesmo assim era bom, as pessoas da America eram criativas para inventar comida.

- E então Tina, você acha que seu pai virá a sua procura por aqui? – David perguntou enquanto lavava a louça.

- Eu tenho pensado nisso, não duvido de nada sobre o meu pai, ele faria de tudo para conseguir o que quer. – Era a mais pura verdade, mesmo que algumas vezes ele fizesse coisas horríveis, ele sempre iria até o pior estado de crueldade.

- Estou preocupado, pelo que você fala parece até que seria capaz de te matar se quisesse.

- E mataria. – David respirou fundo e fechou a torneira de maneira rude.

- Eu faria de tudo para prender esse homem, mas do jeito que você fala parece que ele é bem protegido. – Ele voltou a se sentar-se à mesa e me olhou atentamente com seus olhos azuis.

- Infelizmente é, por isso eu não sei o que fazer. – Suspirei fortemente e tive uma vontade imensa de chorar, mas não o fiz.

- Tina, eu vou fazer de tudo pra te proteger desse homem, até te levaria para os confins do mundo para não ver ele fazendo nenhuma crueldade com você, mas em tempos de guerra isso é muito difícil, por isso vamos ter que seguir com o plano. – David segurava meu queixo com uma das mãos, depois de ver uma bendita lagrima escorrendo pela minha bochecha ele levantou e veio me abraçar. – Não chora, eu não vou deixar nada te acontecer.

- Promete?

- É claro que prometo. – Essa foi a promessa mais verdadeira que eu já ouvi na vida, e tenho certeza que ele vai cumprir.

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Eu sei que demorei, mas eu já expliquei que agora eu estou no Ensino Médio e é tudo muito corrido, não da pra ficar escrevendo toda hora. E mais, eu estou em estagio final da minha outra fic, vou terminar logo ela pra colocar as outras na linha, e essa vai ter que ficar uns tempos em Hiatos, ela é um pouco complexa pra mim e minha linha de ideias tá meio desorganizada, eu vou ter que escrever pelo menos uns cinco capítulos dela pra voltar a postar, e vai demorar um pouquinho, talvez lá pra Junho eu volte a postar.

Bem, até mais ver.


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