Mulher América escrita por Lady Snow


Capítulo 5
Capítulo 5- Puzzle.


Notas iniciais do capítulo

N/A: Oiiiii coisas fofas! ^^ tudo bom? Bem, vim aqui postar o capítulo 5 e pedir para que prestem atenção nas palavras em itálico, são dicas do que vem à seguir, e creio que não sejam difíceis de compreender!
Tenham uma ótima leitura! =] desculpem a demora e qualquer erro =/



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A viagem foi longa. Doze horas dentro de um furgão balançando e apertada em um banco com outros soldados juntos na mesma situação, era no mínimo, aterrorizante. Sentia-se esmagada e seus músculos formigavam, necessitava de espaço ou de se mexer, mas era impossível. Pior ainda era tentar cochilar, e se dormisse em algum homem? Não, era melhor lutar e manter os olhos bem abertos. O almoço revirava-se em seu estômago de tanto balançar, mais um pouco e vomitaria lá dentro. A paisagem não era muito interessante e não contribuía para aquele clima tedioso, exaustivo e enjoativo, eram apenas árvores e um gramado seco, vez ou outra em outros trechos, eram verdes com alguns animais de pequeno porte característicos da região, além de pequenos postos, mas nada além disso.


Chegaram ao local meia-noite em ponto, Chris lutava contra o sono e acabar escorando-se em alguém acidentalmente, fazia força, mas suas pálpebras imploravam para fecharem-se, estava terrivelmente cansada, coisas demais aconteceram em três míseros dias.


– Vamos seus preguiçosos, chegamos! - Anunciou o motorista mal-humorado. Ao ouvirem a notícia, todos os soldados levantaram-se eufóricos e revigorados, que ótimo! Estariam fora daquela "lata de sardinha" finalmente! Iniciou-se um "empurra-empurra" de quem desceria primeiro, até que o motorista cansado e aborrecido com a algazarra gritou:


– Sosseguem! Descam um por um, e sem bagunça! - Ele abriu a portinha resmungando algumas pragas para si mesmo, e obedientes, os soldados desceram um a um. Chris foi a última a descer, sentiu uma fraqueza de ficar tanto tempo sentada espremida que teve de segurar-se no furgão até que sua circulação normalizasse. Quando recuperou-se, caminhou mais adiante para verificar o local. Era simplesmente enorme, tinham várias árvores antigas e frondosas em volta, o gramado era seco, toda extensão do terreno era coberta por arames, o chão era seco com uma fina camada de grama em volta do território e um pouco de areia constituíam o chão, tinham guardas armados em pontos estratégicos marchando de um lado para outro certificando-se da segurança total, na entrada possuía um posto de identificação com três guardas cuidando do local e do portão, para entrar era necessário apresentar-se. Eles podiam muito bem ter entrado no furgão, mas como era muito burocrático, tinham de passar por uma revista, para obterem certeza de que não estavam ali para um possível ataque surpresa, principalmente em tempos de guerra, onde ninguém se sabe quem é quem.


Os soldados fizeram uma fila em ordem crescente, e como anteriormente, Chris ficou por último. Os guardas do posto foram verificando todos, até que chegou a vez dela. Um dos guardas começou a apalpar seus bolsos e o resto para ver se achava alguma arma, mas quando identificou que era uma mulher, deu uma risada cínica e continuou seu trabalho com segundas intenções. Ela sentiu uma repugnância gigantesca, e estava prestes à afastar aquele aproveitador nojento.


– Uma mulher... - Falou ele lentamente, mostrando um sorriso malicioso de dentes amarelos para ela. Do nada, um tabefe atingiu o guarda.


– Seu nojento! Ela é uma dama como qualquer outra, respeite-a!


– Ora seu... Insolente! - O guarda que a apalpou empurrou o soldado que a defendera, até que virou uma bagunça e uma confusão de golpes, outro guarda chamou reforços, pois estava havendo uma briga e sabe-se lá onde aquilo iria parar.


– Parem! Parem! - Gritou Chris, e enfiou-se no meio, tentou separá-los e conseguiu, mas antes que ela pudesse sair dali ilesa, acabou sendo acertada na boca com um soco, imediatamente o gosto enferrujado de sangue inundou sua boca, o ódio e a vontade de revidar foi tão alto, que ela quase chutou o homem, mas não podia, iria acontecer algo pior, ali ela era apenas um soldado submetido à vontade de superiores.


– Sua vadia. Suma daqui. - Disse o guarda que lhe bateu, ela cuspiu o sangue e engoliu um pouco de saliva que restou, e arrependeu-se em seguida, pois engoliu sangue junto. Logo o motorista foi gritando:


– Chega de confusão! Eu tenho que voltar! Entrem logo seus vermes arruaceiros! - Quando os reforços chegaram, o guarda apontou para Chris e disse que tinham de tomar cuidado com ela, e além disso, mais uma dessa e ela precisaria ser punida, porque independente de ser mulher ou não, ela era um soldado e estava ali para servir, e se estava para servir ao país, ela era como qualquer outro e poderia ser castigada como qualquer outro, sem nenhuma exceção ou restrição de castigo.


Chris passou a mão sob o corte e fez uma careta, o contato ardeu, ela passou a manga do uniforme delicadamente no machucado, até que ouviu uma voz.


– Hey. - Ela fitou o rapaz que a defendera e deu um mínimo sorriso. O rapaz era mediano, possuía cabelos ruivos semelhantes à uma chama de fogo ardente e brilhante em um emaranhado de cachos desordenados, seus olhos eram verdes como esmeraldas e muito sardento, não muito atraente.


– Hey. Obrigada. - Ele deu um fraco sorriso.


– Não tem o que agradecer, tem mais é que ficar com raiva, por causa disso você ganhou um corte na boca. - Ela verificou a situação dele, estava desgrenhado e com um corte na sobrancelha e outro na boca, como ela. Ela deu um risinho.


– Quem levou a pior ainda foi você, está tudo bem, obrigada. Mas da próxima, não faça mais isso. - Dito isso por ela, ele assentiu afastou-se, indo para outro lugar da fila, ela ajeitou a mochila nos ombros e continuou andando, procurando esquecer o momento anterior, distraiu-se observando seu novo "lar". Tudo era pintado de um verde musgo e outros verdes, ora mais claros, ora mais escuros, tinha duas garagens para aviões de combate, um ginásio, um refeitório e vários dormitórios coletivos. Cada um dos cantos possuíam guardas vigiando, alarmes instalados e aparelhos para exercícios físicos: barras, pesos para levantamento, tiro ao alvo, dentre outros. Quando Chris preparou-se para entrar em um dos dormitórios, um guarda chamou-a.


– Soldado Wright. - Ela virou-se.


– Pois não, senhor? - Respondeu ela prontamente.


– Siga-me, por favor. - Calmamente, ela o seguiu. O homem era grisalho, já devia beirar seus 50 anos de idade, era carrancudo e um bigode espesso atravessava abaixo de seu nariz, suas sobrancelhas negras eram franzidas, dando-lhe um aspecto intimidador, que até fez Chris estremecer levemente de temor.


– O coronel Fury falou que você é especial e que não é para frequentar o mesmo dormitório que os rapazes, portanto, tem um quartinho onde poderá instalar-se, compareça ao refeitório pronta todos os dias às 5 da manhã, o resto da programação será informado pela manhã quando todos os soldados comparecerem. - Com isto, o homem grisalho deu um leve aceno e retirou-se, Chris pôs a mão direita na maçaneta de metal e empurrou a porta de madeira, o quarto era pequeno e com cheiro de mofo, devia fazer algum tempo que não abriam aquela porta por muito tempo. Uma escrivaninha, uma cadeira, uma cama, um armário e um minúsculo banheiro constituíam o quarto. O cheiro que o quarto exalava entrava em suas narinas e agoniava seus sentidos, largou a mochila em cima da cama e buscou seu perfume, deu duas golfadas no ar e abriu a janela que estava emperrada, colocou o rosto para fora e puxou golfadas de ar, resfolegou, o odor fétido do quarto era oprimente. Sentia-se aliviada ao sentir o ar fresco noturno e o céu estava pintado em um azul escuro, com pequenos pontos brilhantes prateados denominados estrelas, a lua minguante escondia-se atrás de uma fina nuvem cinzenta e a brisa soprava suavemente, logo, alguns feixes luminosos pintariam o céu indicando o início da manhã, mas agora ela queria apenas observar o céu e respirar, cruzou os braços sob o parapeito da janela e observou, pensava insistentemente no que poderia existir além daquele manto azul esplendoroso, existiriam seres por lá? E estariam vendo-a neste exato momento? Parecia a menina que um dia fora, sonhando com coisas sem respostas, das quais a aborreciam por não saciar sua curiosidade com qualquer resposta simples, já que elas não existiam.


A calmaria despertou seu sono novamente, os grilos cantavam e uma coruja piava alto, como se ali fosse um palco que estava disposto à apresentar qualquer artista corajoso, era como se ali não fosse uma base de segurança que possuía uma rígida rotina que deveria ser cumprida por todos que ali estivessem abrigados. As folhas verdes balançavam em uma dança nada sincronizada, mas delicada e calmante. Suas pálpebras pesaram mais um pouco, seus músculos doloridos gritaram pedindo por uma cama e ela os obedeceu, tirou da mochila um lençol limpo que levara por precaução, uma almofada e um fino cobertor, os que estavam na cama estavam fora de condição de uso, ela fez a cama e deitou-se nela do jeito que estava, mais tarde ela teria tempo para lavar-se e tirar aquele aspecto de chegada de viagem. Já não dava mais importância ao corte na boca, o que precisava apenas era de um descanso, se não fosse pedir demais. Antes de dormir, pensou mais um pouco, nada da sua vida fazia sentido, desde o princípio, mas pensando bem, nenhum quebra-cabeça tem sentido quando desmontado ou pela metade.


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Notas finais do capítulo

N/A: Mereço reviews? *-* Sintam-se à vontade para expressarem suas opiniões! :*