Pov. Hermione

A luz do sol entrou pela cortina do meu quarto deixando que a luz chegasse em meus olhos, uma luminosidade um tanto quanto irritante, o que fez com que eu acordasse, odiava dormir em ambientes claros.

Rolei pela cama e joguei o coberto de lado.

– Que horas são? – perguntei para mim mesma olhando para o relógio na minha cômoda.

Olhei para o relógio, seis da manhã, levantei e sai do meu quarto, indo para o salão dos monitores, uma sala grande e luxuosa, decorada em tons de vinho e bronze, com duas enormes janelas de frente para a escada para os quartos, as cortinas por algum milagre estavam muito abertas, deixando que toda a luz entrasse. A sala estava vazia, o que era um milagre, porque sempre tinha alguém, geralmente a Luna da corvinal.

Caminhei até a janela e parei perto dela, deixando que o pouco calor do sol tocasse a minha pele levemente descoberta devido ao meu pijama, digamos, curto. Não sei o que se passou pela minha cabeça quando coloquei esse pijama na mala, um pequeno shorts de seda preta, com uma regata de seda e com detalhes rendados, realmente Hermione o que passou pela a sua cabeça?

Ouvi uma porta ser aberta e passos na escada, mas não me preocupei, talvez fosse apenas a Luna.

– Tá muito gostosa hein Granger? – uma voz rouca cheia de provocação soou próxima a mim.

Me virei para ele, aquela voz rouca e levemente arrogante já me fez pensar no dono da voz, me virei para encara-lo, ele sorria para mim com uma sobrancelha arqueada.

– Tá interessado Malfoy? – digo no meu tom mais irônico.

Olhei para ele, ele estava sem camiseta, apenas com uma calça larga e descalço, comecei a olhar para o corpo dele, o que havia acontecido com o Malfoy nesses últimos anos? Quando ele ficou tão gostoso? Hermione sua pervertida, gritei mentalmente para mim mesma. Mas ele havia mudado muito com os anos, do garoto magrinho e alto, ele virou aquilo, aquele deus grego parado aqui na minha frente, ele tinha o corpo incrivelmente definido, seu abdômen era perfeitamente definido, na verdade o corpo todo dele.

– Talvez – ele disse se aproximando do meu corpo.

Encarei aqueles olhos acinzentados, pareciam pensativos e algo a mais que era desconhecido para mim, olhei para o rosto dele, aqueles cabelos loiros estavam incrivelmente bagunçados, e ele tinha um sorriso incrivelmente malicioso nos lábios.

– Pena que eu não estou – digo sorrindo ironicamente para ele e indo para a escada.

Ele parou na minha direção, impedindo a minha passagem.

– Granger vai, vamos dar uma trégua, que tal tentarmos ser amigos agora? – ele disse sorrindo ainda maliciosamente.

Coloquei a mão no ombro dele, e por Merlin, é possível que um ombro seja tão definido quanto o dele?

– Ser amigos é diferente de ficar se pegando – digo por fim.

– Então você cogitou a ideia de ficarmos nos pegando? – ele disse aproximando seu rosto ainda mais do meu.

Como ele consegue fazer isso? Como ele consegue mexer comigo desse jeito? Apenas essa frase dele fez o meu coração acelerou, mas por que ele acelerou desse jeito, eu não gosto dele, ou será que gosto?

– Claro que não Malfoy, cala a boca – digo tirando a mão do ombro dele e subindo as escadas aos pulos para o meu quarto, deixando ele me olhando.

Fechei a porta do quarto e encostei as costas na porta, respirei profundamente tentando acalmar meu coração que ainda batia acelerado, não tinha como eu estar apaixonada pelo Malfoy, isso não era uma possibilidade.

Peguei o meu uniforme e corri para dentro do banheiro, torcendo para que ele não aparece no corredor, tomei um banho demorado, ainda estava cedo e acho que ninguém além de nos dois já estava acordado, decidi que apenas tomaria meu banho e depois iria para a sala da minha primeira aula, queria ficar um pouco só hoje.

Arrumei o meu cabelo, que caia perfeitamente sobre os meus ombros, acho que as coisas mudaram um pouco durante as férias, e devo agradecer que agora meu cabelo esta muito mais bonito do que no primeiro ano.

Peguei a minha mala e desci as escadas pulando de dois em dois degraus, Malfoy não estava mais na sala, eu estava sozinha, dei uma ultima olhada no salão dos monitores e fui para a minha primeira aula, defesa contra as artes das trevas.

Pov. Draco

Não sei ainda porque havia acordado cedo, nunca fui do tipo que acorda cedo mesmo, muito pelo contrario, apesar de um ótimo aluno, sou sempre o ultimo a acordar. Mesmo que ainda cansado não consegui voltar a dormir, então sai para o salão dos monitores, provavelmente lá eu poderia me deitar em um dos sofás e ficar descansando.

Quando cheguei ao final da escada a vi ali, como ela havia mudado, Granger estava completamente diferente, a ver assim só fazia com que eu me arrependesse da época em que a insultava como tinha coragem? Se eu pudesse ter visto o quanto ela era linda desde o começo, ela havia mudado muito nessas férias, o seu corpo agora tinha curvas e seus cabelos eram lisos, ela simplesmente virou uma mulher, digamos assim, ou sendo um pouco mais sincero com o que pensei, ela ficou gostosa.

Conversamos um pouco, agora sem aquela troca de insultos de sempre, muito pelo contrario, agora estava tudo diferente, estávamos apenas mantendo a frieza de sempre.

Era engraçado ficar falando de nos pegarmos e a ver ficando vermelho, aposto que nem ela mesma reparou isso, porque senão já teria parado de falar comigo há muito tempo. Ela colocou a mão dela no meu ombro, foi a primeira vez que senti o toque dela, e quando nos tocamos uma sensação estranha passou pelo meu corpo, quando me aproximei dela tive que lutar com a vontade que estava de beija-la, desde o baile no quarto ano venho tentando esconder dela o que sinto, e acho que tenho me saído bem nesses últimos anos.

Ela subiu para o seu quarto e me joguei no sofá, estava pensando nela, como fiz todos os dias nessas férias e nas outras, mas porque dessa vez era tão diferente do que eu sentia pelas outras garotas? O que eu sentia por ela não tinha nada haver com o que senti pelas outras garotas com quem fiquei, era completamente diferente, com as outras nos apenas ficávamos, e com ela, não sei é estranho.

Fiquei deitado no sofá, e provavelmente ela não me viu, pois passou pelo salão olhando para os lados e depois saiu, como se estivesse com medo de me encontrar.

– Não tenho mais nada para fazer aqui – sorri pensando no sorriso dela e subi para o meu quarto.