Crônicas do Norte Livro I: a Feiticeira escrita por ririneu


Capítulo 6
Capítulo V




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  Uma dor forte fez-me acordar, não sabia exatamente onde estava. O lugar tinha um cheiro forte de madeira um pouco estragada, mar e mofo. Sons de vozes fizeram-me pensar de onde viriam. O lugar onde eu estava era escuro. Vários sons vieram perto de mim, eu sabia que eram de homens, mas não entendia direito o que diziam. Eles ainda não haviam percebido que eu havia acordado, pelo menos era isso que eu pensava.

 A minha garganta ardia de dor e sede. Eu não sabia quantos dias estava ali, mas pareciam ter sido vários para me dar uma dor tão forte na garganta. A minha cabeça encheu-se com lágrimas ao lembrar-me do meu pai. A última vez que eu o havia visto ele estava batalhando para me proteger, logo após uma multidão de homens foi para cima dele na intenção de matá-lo, lembro-me do seu grito de desespero ao ver que eu havia sido capturada e de como ele foi ao encalço do homem me que havia pegado, mesmo já tendo mais de dez fortes guerreiros atrás dele. Dificilmente ele estaria vivo, mas havia uma possibilidade: minha mãe poderia ter sentido que estávamos em perigo e talvez tivesse chegado a tempo de salva-lo. O homem que me havia capturado parecia ser o líder por que ele era o único que tinha a insígnia da guarda real da Grande Ilha: uma ilha grande e majestosa com uma grande águia plainando em cima dela. Pelo que meu pai me contou isso significava a linhagem nobre dos guardas da Grande Ilha.

 -Abra os olhos, menina, não vamos machucar você - disse uma voz.

 Ouvi grandes gargalhadas atrás do homem que havia falado. Tentei dar alguma resposta mais percebi que não conseguia sequer pronunciar uma palavra, por isso, a única coisa que pude fazer era abrir os olhos para ver quem estava falando. Dei de cara com um par de olhos castanhos.

 -Quer um pouco de água?

 Assenti com a cabeça, sem entender o porquê de um homem que era aparentemente meu inimigo, estar sendo tão gentil comigo. O homem uma ordem em uma língua desconhecida para mim e outro homem foi buscar água. Quando a água foi trazida, eu bebi com uma grande sofregão, bebendo tudo em pouquíssimo tempo.

 -Qual é o seu nome? - perguntou o homem que, aparentemente, era o único que fala a minha língua.

 Comecei a articular nervosamente que não conseguia falar. O homem, ao perceber isso, ficou em estado pensativo durante pouco tempo.

 -O seu nome poderá ser Pequena - disse num tom divertido.

 Mais gargalhadas ecoaram atrás do homem, nesse momento percebi que eu estava num navio. Os homens trajavam uma túnica branca e uma calça marrom, um pouco sujas pelo uso continuo. O homem que me estava ajudando, ao perceber que toda a tripulação estava olhando para nós, fez um gesto com as mãos, que os outros homens entenderam e rapidamente voltaram as suas tarefas.

 -O meu nome é Kraym - disse no mesmo tom cortês de antes.

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 Kraym havia me contado que ele era um medico. Eu simpatizei com ele logo depois do primeiro dia de viajem. Era um homem bom e muito educado. Seus olhos eram castanhos, tinha uma barba bem amparada era de estatura mediana e seus cabelos eram marrons. Quando eu havia articulado se ele tinha família ele disse que sim. Sua esposa, de nome Ingrir, estava esperando seu primeiro filho. Kraym me havia contado que estava muito feliz por que iria ter, finalmente, seu primeiro filho.

 Eu ainda estava fraca e com dores, por isso tive pouquíssimo tempo de ver como era a vida no navio. Eu havia descobrido que o nome do navio era Falcão dos Mares e que era um navio muito especial, por ser do comandante da frota. Ao indagar sobre o capitão, Kraym me disse que seu nome era Trinor e que ele era seu amigo íntimo. Kraym, infelizmente tinha ordens para nada dizer sobre Trinor além do seu nome.

 Os dias passaram-se e eu havia visto todo o navio. A tripulação, estranhamente, não eram os bárbaros que os vikings descreviam. Depois de diversos dias, havíamos ancorado em um porto de comércio para restabelecer os suprimentos. Fui chamada para ver o capitão.

 Ao chegar perto dele impressionei-me com o que vi: ele era um jovem com olhos azuis, com cabelos da cor do ouro, uma barba amparada, trajava uma roupa azul-clara de pano e usava botas brancas, na parte direita do seu peito, havia a insígnia da Grande Ilha.

 -Siga-me - disse ele.

 Ele estava me levando para o porto. Um mercador volumoso começou a conversar com ele. O jovem estava comercializando algo enquanto apontava para mim. Finalmente eu percebi por que eles estavam me levando: para me vender para esse mercador!

 Fiquei vermelha de fúria e principiei para avançar para o jovem e o mercador, mais parei ao olhar que Trinor recusava todas as ofertas que o mercador fazia. O mercador já estava oferecendo três sacos cheios de ouro por mim, e mesmo assim o jovem não aceitava!

 Finalmente o mercador desistiu de fazer negócio. Os dois começaram a se rir ao notar a minha expressão confusa. Eles estavam apenas brincando! Fiquei indignada, e eles se riram ainda mais ao olhar a minha expressão de ira.

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 Depois de havermos deixado o porto de comércio, Kraym disse que estávamos perto da Grande Ilha. Alguns dias depois, finalmente chegamos a grandiosa Grande Ilha. Fiquei pasma ao olhar onde estava a direção da ilha. Um verde exuberante aparecia na minha frente, com árvores até onde a vista alcançava e, mais a esquerda, o lugar onde iríamos aportar: A Enseada da Fortaleza.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem!
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