Crônicas do Norte Livro I: a Feiticeira escrita por ririneu


Capítulo 5
Capítulo IV


Notas iniciais do capítulo

Espero que vocês gostem de lêr e que sintam a mesma emoção que senti ao escrever essas palavras!



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Era primavera. Muitas flores cresciam na floresta, nasciam novas folhas nas árvores e os animais como os coelhos saiam de suas tocas para poderem, finalmente, se libertar da neve que cobriu tudo. A Floresta dos Lobos havia deixado de ser um lugar frio e aterrorizante para se tornar um lugar agradável e com uma explosão de cores onde quer que se olhe.

 Minha irmãzinha brincava a alguns metros de onde eu estava colhendo algumas flores, e meu irmão se divertia mirando com seu arco em uma árvore próxima. Minha mãe havia tido não um filho como havíamos esperado, mais um menino e uma menina. Apesar de sua aparência quase idêntica, os gêmeos Elins e Elina não se pareciam em nada um com o outro.

 Elins era um menino muito bonito. Seus olhos eram azuis assim como o pai e seus cabelos eram negros como a noite. O menino de apenas oito anos já aparentava ter muito mais: sua precisão com o arco melhorava a cada dia e sua força e agilidade também eram fabulosas para um menino de sua idade. Provavelmente esses dotes de força e agilidade haviam sido herdados de seu pai mais também havia o bom coração de sua mãe. Apesar de pouco desenvolvida, a magia que corria no seu sangue era fabulosa.

 Minha irmã havia herdado os olhos verdes de sua mãe e os cabelos, a exemplo do seu irmão, eram de uma cor igualmente negra. Elina era uma menina muito risonha e alegre, mas, na hora de mostrar sua inteligência e sabedoria impressionaria muitos adultos. O sangue mágico que corria em seu sangue era muito poderoso. Já em tão jovem idade já havia mostrado grandes habilidades no domínio da Arte.

 Minhas habilidades no domínio da Arte haviam crescido muito desde a noite em que, com a ajuda do meu bisavô, havia salvado a vida do meu pai. A minha mãe havia me explicado que quando alguém da nova família nascia, eram desenhadas as marcas do Dragão da Montanha Ancestral nos nossos pulsos.

 Após parir os gêmeos, minha mãe havia sido informada que, pelas dificuldades do parto, ela não poderia ter mais filhos. Eu, o meu pai e minha mãe havíamos ficado muito triste por causa disso, mas pelo menos, eu tinha meu irmão e minha irmã como consolo.

 Após o combate com o Urso Sagrado, meu pai havia finalmente decidido cumprir sua missão. A missão que havia sido dada para ele era uma missão extremamente difícil: unificar os povos vikings numa única nação.

 Os vikings eram um povo que, apesar de ter leis, não tinham nenhum Rei, apenas líderes que cuidavam de suas aldeias. A Floresta dos Lobos era uma floresta pouco explorada, por isso raramente se via alguém. Perto da floresta havia uma aldeia, ela era uma aldeia onde viviam muitas pessoas. Essa aldeia era governada por um chefe cruel e assassino, seu nome era Istagar, ele era muito conhecido nos outros povos que habitavam perto da nossa ilha. Através do meu pai, eu recebia muitas notícias de povos sendo roubados e massacrados até a última criança. Esses ataques davam uma péssima idéia dos vikings, por isso não havia rotas comerciais entre os vikings e os outros povos. Meu avô, Erngrim foi um dos poucos vikings que decidiu fazer rotas de comércio com outros povos, ele era um comerciante honesto, bom e justo. Um dia decidiu fazer comércio com uma ilha distante. Essa ilha já havia sido atacada e quase destruída por Istegar, por isso, ao olharem um barco viking aproximar-se de sua costa atacaram-no. Meu avô, que só tinha itens de comercio, foi morto juntamente com toda sua população. O povo viking, ao olhar que muitas famílias haviam sido destruídas e dezenas de pessoas mortas, juntamente com Erngrim, redobraram a força dos ataques. Nesse tempo, com as mercadorias que os habitantes da chamada Grande Ilha haviam conseguido no barco do meu avô, fortaleceram-se e conseguiram defender-se com grande facilidade dos ataques vikings, tornando-se assim uma das principais ameaças ao meu povo.

 Meu pai, antes de Erngrim morrer, era apenas um aprendiz de mercador ao saber que seu havia morrido, treinou intensivamente a arte da guerra, tornando-se um poderoso general de guerra. Depois que Istegar se tornou o líder da chamada Terra Antiga, ele percebeu que os ataques comandados por Istegar eram apenas uma carnificina. Por causa disso foi viver com sua esposa Jiveneth na Floresta dos Lobos deixando para trás todo renome que havia conseguido.

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 Fui tirada de minhas cogitações pelo grito da minha irmã. Sai da pedra em que estava sentada refletindo e aproximei-se da sua direção e fiquei tão impressionada como o meu irmão: Elina havia conseguido acender uma chama em sua mão!

  Minha mãe estava perto, escorada numa árvore, e sorriu ao ver isso. Aproximo-se, e ajudou sua filhinha a controlar a chama.

 -Fazer uma chama, em uma idade tão pequena, é um prodígio! -a elogiou. Lembrei do tempo em que minha mãe me elogiava quando eu conseguia, com muito esforço, mover uma cadeira com a mente.

 -Obrigada, mâma - disse sorrindo a pequena Elina.

 Minha mãe sempre havia se orgulhado do sangue de feiticeira que carregava. Olhar suas filhas aprender a Arte numa idade tão jovem e olhar seu pequeno Elins acertar uma flecha a quarenta metros de distância num pequeno alvo, devia deixá-la muito orgulhosa.

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 Minha mãe sempre havia dito que um céu calmo era um prelúdio para tempestade. Eu nunca havia entendido o verdadeiro sentido até o dia em que o dia fatídico chegou.

 Eu iria pela primeira vez ir até o vilarejo da Terra Antiga, iria encontrar muitas pessoas, o que até agora eu nunca havia visto. Estávamos caminhando, eu e o meu pai, lado a lado no mercado da vila. Aconteceu rápido, num abrir e fechar de olhos. Ouvimos o som de espadas se chocando, os guardas do vilarejo estavam sendo atacados e massacrados. As pessoas corriam para todos os lados, tentando fugir do ataque que os homens da Grande Ilha estavam fazendo.

 Meu pai pegou a espada que tinha trazido e preparou-se para lutar. Ele iria ter de aguentar o máximo possível, até os guardas do próximo vilarejo chegarem. Eram no mínimo mil homens armados e bem organizados que estavam atacando menos de trezentos guardas.

Eu nunca havia visto uma batalha  e a primeiro que vi deu-me vontade de vomitar: homens caindo sem parar, sangue inundando a terra, gritos de fulgor vindo de todos os lados e o cheiro de morte empestando o ar. Um homem forte e grande apareceu do nada, pronto para me matar e matar meu pai. Antes que eu pudesse piscar, já o seu corpo caia no chão morto.

 Muito outros vieram mais meu pai conseguiu vencê-los. De repente, fui arrancada do seu braço protetor por um braço forte. Ao olhar isso, meu pai correu em minha direção para tentar me salvar, sendo barrado por diversos guerreiros. O homem que havia me pegado, ao ver que os seus homens já haviam já havia vencido, levou-me para um dos navios que havia lá. Sem forças para poder resistir, apenas ouvi um grito vindo de longe:

 -Esvara!

 Foi à última palavra que ouvi do meu pai antes que uma multidão o atacasse e eu mergulha-se no escuro.


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Notas finais do capítulo

Quero reviews!



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