Sasuke:

Sakura não demorou a passar no meu apartamento para irmos às supostas compras. Ela dirigia em direção a rua mais cara e famosa de Tokyo para fazermos compras. Colocou seu carro em um estacionamento, e cumprimentou o homem que ficava na portaria. Aparentemente eles já se conheciam.

Sakura realmente parecia o tipo de pessoa consumista. Ainda mais com todo o dinheiro que o pai dela possuía, era impossível não vir a um local como esse fazer compras semanais.

Ri com a ideia.

          Compras definitivamente não era a minha praia, não atualmente. Talvez quando eu estava na Akatsuki eu realmente fosse um verdadeiro consumista, mas hoje, vejo que isso não faz ninguém melhor ou mais atraente que ninguém. Compras apenas serviam para gastar mais e mais dinheiro.

- Para de viajar, Sasuke – ouvi a voz de Sakura me tirar de meus devaneios – Viemos aqui para comprar uma aliança, ou melhor, duas e comprar sua roupa e a minha para o noivado! – ela falou sorrindo, enquanto andávamos pela calçada.

- Hmpf... – eu realmente não suportava a tagarelice de Sakura, como alguém poderia ser tão irritante? Eu realmente não sabia, mas ela conseguia ser quase insuportável.

Tender Umbrella - PartyBen

-Vem! – ela me puxou, me arrastando para dentro de uma loja enorme, toda arrumada e com vários atendentes, vindo em nossa direção... Aquilo ia realmente ser insuportável.

A atendente cumprimentou Sakura, aparentemente já a conhecendo, e perguntando a ela o que ela procurava. Ela explicou que precisava de roupas novas para seu ‘noivo’ para o jantar de noivado.

A mulher pediu para que a seguíssemos, falando que ela iria nos mostrar a coleção exclusiva da loja. Nem me perguntei o porque. A parte superior da loja onde estávamos era muito mais chique que o térreo. E estava completamente vazia, exceto pela nossa presença.

- O senhor tem alguma preferencia de cor? – ela se virou para mim.

            Não.

            -Tanto faz. – respondi.

-Sasuke! – Sakura chamou minha atenção – Seja mais educado amorzinho. – ela sorriu sarcástica.

-Tudo pelo dinheiro – sussurrei baixo o suficiente para que só eu soubesse o que havia dito – Azul ou preto.

-Venha comigo.

A atendente mostrou-me várias peças, ternos, blazers, calças sociais, tudo que poderia ser vendido em uma loja masculina. Sakura realmente parecia mais animada que eu para comprar tudo o que via pela frente.

 Eu me sentia como um daqueles caras que ficam vestindo roupa para os outros comprarem, e eu mesmo não escolhia nada. Aquilo era muito chato.

-Acabou? – perguntei impaciente.

- Acho que sim. Você vai poder escolher qualquer roupa pra usar no dia do noivado. – ela sorriu, enquanto entregava o cartão de credito a atendente.

-Isso vai custar uma fortuna. – comentei

-Vai valer a pena, afinal, vamos conseguir outra fortuna.

Sakura:

Depois de compramos as roupas para Sasuke, ainda andamos um bom tempo à procura de nossas ‘alianças’, eu realmente não acredito que estou fazendo isso tudo para receber uma herança. Quando as pessoas falam que fazem qualquer coisa por dinheiro é verdade.

Mas no meu caso, eu tinha certeza que era mais birra com Kenshi, afinal, ele nunca fora um pai para mim, porque então agora, ele ficaria com minha herança caso eu não casasse?

Não era justo comigo.

O noivado era amanhã, e eu realmente queria ter o prazer de ver a cara do meu papai quando eu e Sasuke formos oficialmente noivos. Eu simplesmente não conseguia encontrar nenhuma aliança realmente bonita.

Com tantas lojas caras, como eles não possuem algo que possa me agradar?

-Acho que isso não vai dar certo – falei, enquanto voltávamos para o meu carro, sem conseguir comprar as alianças. – Sem aliança vai dar tudo errado.

-Pare de tagarelar. – Sasuke respondeu grosso, como sempre. Ele realmente possuía o poder de me tirar completamente do sério.

-Ignorante. – resmunguei, mas ele pareceu fingir que não escutou, ou simplesmente ignorou.

-Eu tenho as alianças. – ele falou.

-O que?

-Eu tenho um par de alianças em casa, podemos usa-las, não é uma coisa cara como as alianças que vimos hoje, mas acho que serve.

- Porque está fazendo isso? – perguntei intrigada, afinal, era tudo encenação, porque ele se daria ao trabalho de usar as alianças que ele tinha em casa?

- Porque você não pode simplesmente aceitar, e fechar a boca? – retrucou.

Eu quero matar ele.

Mas não posso ficar viúva antes de casar.

Não respondi mais nada, apenas entramos no carro e eu o deixei em sua casa, e fui direto para a minha, escolher minha roupa para o jantar de noivado amanhã...

(...)

Já era noite, e eu estava deitada no sofá relaxando, e vendo as noticias do dia pelo tablet, quando ouvi o interfone tocar várias vezes seguido. Mas que droga! Será que eu não possuo nem um pouco de paz antes do meu ‘noivado’?

Me levantei e abri a porta, sem mesmo ver quem era, e me surpreendi ao ver Ino na minha frente, com o rosto todo vermelho, e a maquiagem extremamente borrada.

-O que aconteceu? – perguntei preocupada, dando espaço para que ela entrasse no apartamento.

-Ah testuda! – ela me abraçou – Deu tudo errado. – e começou a chorar desesperadamente.

Aquilo realmente me preocupou, o que poderia ter dado errado para que Ino ficasse daquele jeito? Abracei-a de volta, sussurrando palavras como ‘vai ficar tudo bem’, ‘calma’...

E realmente demoraram alguns bons minutos para que eu conseguisse acalma-la. Os olhos de Ino ainda estavam muito inchados devido ao choro.

- Vai me contar o que aconteceu? – perguntei, passando a mão no cabelo dela.

-Lembr...a- ela começou gaguejando – da minha surpresa de aniversario de namoro?

-Claro, o Kiba ia te pedir em casamento e tudo mais. – completei.

-Mas não pediu. – ela falou cabisbaixa.

-NÃO?

-Não! E o pior... – ela parou, respirando fundo – El..e termin..ou comi..go – ela voltou a gaguejar e a chorar.

Eu ainda não havia associado às palavras de Ino a realidade, como assim, ele havia terminado com ela? Ninguém poderia nunca fazer isso com Ino. Ela o amava, e quando ela espera que ele a peça em casamento, ele simplesmente não pode fazer isso.

Eu ia mata-lo.

Ino ainda chorou durante um bom tempo, até adormecer deitada no meu sofá. Depois de reclamar que eu ainda vou casar primeiro que ela, e foi realmente difícil convencer ela que aquilo era só uma jogada para conseguir a herança.

Na opinião dela, eu deveria aproveitar que estava me casando com um ‘gatinho’, e transformar o casamento de mentira, em uma coisa mais real.

Ino era realmente maluca.

Isso nunca aconteceria.

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Eu não entendia como o tempo passava tão rápido quando queríamos que ele se arrastasse. Olhei no relógio novamente, já eram seis e vinte da tarde. O dia havia passado voando, e em poucos minutos, eu estaria em meu jantar de noivado.

Me olhei pela ultima vez no espelho, o cabelo arrumado, o vestido que eu havia comprado ontem com Sasuke, o sapato e a maquiagem. Eu estava pronta para a minha festa de noivado.

Não esperava que quando eu fosse noivar seria desse jeito, forçado. Mas eu já estava na chuva, então, porque não me molhar completamente?

A campainha tocou, e eu fui correndo até a porta. Era Sasuke que estava exatamente no horário que eu havia marcado. Observei-o e ele estava realmente elegante, com a expressão fechada no rosto, e a roupa impecável.

Ele parecia um daqueles galãs de filmes.

Que merda eu tô pensando?

Me reprendi mentalmente e o encarei. Ele me olhava de uma forma diferente, e parecia enxergar minha alma, e saber exatamente o que eu estava pensando a seu respeito, porque ele deu um sorriso tão descarado, que minhas bochechas ficaram quentes.

-É, acho que podemos acrescentar alguns benefícios nesse casamento de mentirinha. – ele falou se aproximando, me fazendo dar passos para trás.

-Sem gracinhas, Sasuke. – coloquei a mão em seu peito, impedindo-o de se aproximar mais. Ele sorriu novamente. – Vamos logo. Trouxe as alianças?

Ele tirou uma caixinha vermelha de dentro do paletó e abriu, revelando duas alianças. Eram realmente lindas, simples, mas ainda sim lindas.

-Porque você já tinha essas alianças? – não consegui segurar a curiosidade e tive que perguntar

-Isso não é da sua conta. – ele respondeu – Agora vamos logo.

Sasuke:

Ainda não conseguia entender o por que de toda aquela festa.

Assim que chegamos a tal ‘casa’ do pai do loiro hiperativo, a mesma estava cercada de fotógrafos, e muitos carros. Pessoas que eu nunca havia visto na vida saindo dos carros, e nos cumprimentando.

A decoração era muito exagerada. Muitas luzes, musica alta e várias mesas com vários garçons circulando. Eu me lembrava vagamente do rosto do pai de Sakura, mas só pude me lembrar completamente quando o mesmo veio até mim.

Ele estava acompanhado de uma morena. Ela deveria ser a tal noiva, da qual Sakura havia falado. Ela, assim como ele, nos parabenizou e desejou que tudo desse certo entre nós.

Sakura sorria falsamente para cada palavra que era dita pelos dois, mas eles não reparavam.

Foi então que o pai de Sakura disse que eu deveria fazer o pedido – no microfone – para que o noivado se tornasse oficial.

Puta que pariu!

Vir à festa de noivado tudo bem, mas falar no microfone, já era apelar para a minha boa vontade de casar com Sakura. Ela olhou pra mim, segurando o riso e falando silenciosamente ‘seja romântico, amorzinho’, e voltou a rir.

Ela me paga.

Quando o pai de Sakura pediu a atenção de todos, eu quis realmente sair daquele lugar. E desistir de toda essa porcaria. Mas eu realmente precisava do dinheiro para me livrar de uma vez de Madara e de toda a Akatsuki.

Um garçom passava em minha frente, e eu rapidamente peguei uma taça de champanhe e bebi todo o conteúdo. Estava na hora do show. Não sabia o que dizer, como ser convincente o suficiente para o pai de Sakura acreditar no nosso noivado. Olhei para a aliança e comecei a me lembrar.

Find me – Boyce Avenue

Olhei para Sakura, enquanto via que ela esperava que eu começasse. Eu comecei a falar, mas não via mais Sakura, eu só conseguia enxergar Miya a minha frente.

Eu não via mais cabelos rosas, agora eu enxergava cabelos escuros, olhos escuros e um sorriso tímido em seu rosto. Eu comecei a me declarar a Miya, falando tudo que queria ter dito a ela em nosso noivado que não aconteceu.

-Eu nunca pensei que encontraria alguém tão importante na minha vida. – a cada palavra que eu dizia, a imagem de Miya vinha a minha mente. – E muito menos pensei em um dia pedi-la em casamento, mas a cada momento ao seu lado, eu me vejo mais apaixonado por tudo. – que existia em Miya – Demorei muito para fazer esse pedido, porque tinha medo de receber um não. – eu ri – e quando finalmente resolvi fazer o pedido, eu rezava para que você aceitasse.  Eu sei que somos diferentes, e que vai ser difícil. Mas eu nunca vou amar mulher nenhuma como eu te amo.

Flash Back On

Acordei com os raios de sol em meu rosto, olhei para o lado e encontrei a cabeleira negra espalhada pelo travesseiro branco ao meu lado. Seu rosto estava afundado no travesseiro, mas eu consegui ouvir sua risada baixinha.

Passei a mão em seus cabelos e ela virou o rosto na minha direção, com o sorriso de sempre no rosto.

-Você fala dormindo. – ela disse, sorrindo ainda mais abertamente.

-Ah é? – perguntei – E o que eu falei?

-Você falou... – ela passou a mão em meu rosto, e rolou para cima do meu corpo – falou que me adora – ela disse enquanto beijava minha testa – que não viveria sem mim – ela se afastou me observando – também falou que eu sou ótima na cama.

Ela deu uma risada gostosa. E começou a beijar minha barriga.

-Hm, e o que mais? – perguntei, ficando excitado.

-Falou que... – ela subiu e se aproximou da minha boca – me ama. – e então ela colou nossos lábios.

No inicio foi um beijo terno, mas a necessidade que tínhamos um do outro não deixou que o beijo calmo continuasse por muito tempo. Entao em pouco tempo travávamos uma batalha.

Girei-a e fiquei por cima dela, apertando-a contra o meu corpo, ela gemeu em meu ouvido, e aquilo me excitou ainda mais.

Separei nossos lábios.

- Então eu só disse a verdade. – falei, e ela deu o sorriso mais bonito que eu já havia visto em seu rosto. Naquele momento soube que ela era a mulher com quem eu queria construir uma família.

Flash Back Off

Fui tirado de meus devaneios pelo barulho das pessoas batendo palmas. Sakura me olhava surpresa, e o pai dela pareceu ainda mais surpreso. Era difícil relembrar memorias de quem não está mais conosco. Mas pelo menos eu havia conseguido convencer a todos do noivado.

Sakura:

Eu soube que ele estava falando aquilo lembrando de alguém, quando vi um brilho diferente em seus olhos, além da parte em que ele havia dito que ‘eu nunca vou amar mulher nenhuma como eu te amo'.

E eu realmente quis saber quem havia conseguido fazer Sasuke abrir seu coração.

Ele veio em minha direção com a cara mais convencida do mundo.

-Fui convincente o suficiente? – ele perguntou, passando o braço pela minha cintura.

-Mais que o suficiente. – comentei, e ele pegou minha mão, colocando a aliança no mesmo.

Ele deu um sorriso triste.

-Ela deve ter sido uma mulher maravilhosa. – comentei, e ele me olhou surpresa.

- E foi. – ele respondeu.

-O que aconteceu entre vocês? – perguntei.

-Não é da sua conta, Sakura.

IDIOTA!

Quis gritar, mas não podia. Eu estava tentando ser legal, e ele sempre vinha com mil pedras na mão. A convivência com Sasuke, sem duvida, seria o maior desafio de toda essa mentira.