Jogos Vorazes - Cato escrita por Anny Fernandes


Capítulo 6
6


Notas iniciais do capítulo

Desculpa por ter ficado um tempo sem postar. Eu estava sem net... Espero que gostem!



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A multidão vai a loucura. Me pergunto se não seria bom eu mesmo ter feito isso. Eles estão surpresos e comovidos. Olha para as telas e vejo Katniss. Sua boca esta semi-aberta. Ela não sabia que ele diria isso. Provavelmente esta com raiva, ou chateada por ele não ter contado nada. Ela olha para o chão em silencio.

-Ah, isso sim é falta de sorte. – diz Caesar a Peeta.

- Não é uma coisa legal. – Peeta fala, mas eu me desligo depois disso.

Olho para Clove que esta mordendo o lábio. Ela esboça um sorriso para mim, mas eu sei que não esta nada bem. Era para eu ter feito isso, para mim dizer que amava Clove. Talvez esse fosse a melhor forma de mante-la viva. Quero dizer, com os patrocinadores, mas eu ainda tenho essa chance na arena amanhã.

Depois do hino nós voltamos para o saguão do Centro de Treinamento e entramos no elevador. Eu e Clove estamos no mesmo. Ficamos de mãos dadas e isso parece provocar nada nos outros tributos que estão com tanta raiva quanto nós. Quando chegamos ao nosso andar vou direto para meu quarto. Clove me segue.

- Cato! – ela chama – Calma!

Eu paro. Ela segura meus ombros e me olha nos olhos. Então passa seus braços por mim e diz:

- Por favor, eu só quero passar as últimas horas com você.

Eu a seguro com mais força.

- Eu também.

Deitamos na cama e ela coloca a mão no meu rosto me puxando para um beijo. Beijo ela como se fosse o último. Por que sei que amanhã não teremos essa paz. Estamos entrelaçados, como um só quando eu digo:

- Clove, eu te amo!

- Eu te amo também! – ela fala suavemente antes de começar a chorar.

- O que houve? – eu pergunto a abraçando com mais vontade.

- Amanhã você vai continuar a me amar?

 A pergunta é tão absurda e a resposta tão obvia.  Levanto seu rosto manchado pelas maquiagens da Capital e a beijo antes de dizer:

- Ninguém jamais mudara o que eu sinto por você. Nunca.

Ela se aperta em mim e continua a chorar. Não posso me dar o luxo de chorar. Não hoje, não aqui. Não com Clove precisando de mim.

No meio da noite acordo com Clove se debatendo. Ela se joga no chão e começa a gritar meu nome. Me abaixo ate ela e digo:

- Clove! Clove! Eu estou aqui!

Ela me abraça automaticamente e choraminga:

- Cato, não deixa eles me pegarem! Fica aqui!

Eu a beijo e acaricio seu cabelo ate ela pegar no sono novamente. Antes de cair na inconsciência apenas digo:

- É só um pesadelo!

Mas eu sei que daqui a umas horas esse pesadelo vai vira realidade.

Pela manhã Roxanne e Notlen nós conduzem para salas diferentes. Roxanne me da uma muda de roupas comuns e me leva ao elevador. Digita 12.

- O que agente vai fazer no 12? – pergunto irritado

- Calma, eles já foram. E provavelmente não vão voltar. – ela diz friamente – O aerodeslizador só pode parar no telhado.

Eu concordo e seguimos em silencio. Quando o elevador para saímos e damos de cara com um lugar bonito, mas não tanto quanto o nosso. Vamos para o telhado e uma rajada de vento me atinge antes que eu veja o que esta acontecendo. A vista para a Capital me deixa zonzo. São tantos prédios. Antes de eu suspirar um aerodeslizador abaixa e desliza uma escada. Quando começo a subir alguma coisa me mantém na escada enquanto sou conduzido para dentro.

 Uma mulher com vestimenta branca se aproxima com uma seringa na mão. Ela sorri gentilmente e diz:

- Isso aqui é seu rastreador Cato. Fica paradinho.

Eu obedeço e quando a agulha perfura meu braço injetando um dispositivo, eu sinto uma pontada. Como uma picada. Antes de ir a mulher que parece ter seus 40 anos me beija na testa e diz:

- Cato, espero te ver de novo aqui! – ela sorri alegremente e some.

Fico paralisado com aquilo e quando vejo Roxanne já esta do meu lado.

- O que aconteceu? – ela pergunta

- A mulher que injetou meu rastreador esta torcendo por mim! – eu respondo rindo

Roxanne da uns tapinhas nas minhas costas e diz:

- Todos estão torcendo por você Cato.

Um Avox nos leva ate uma sala onde se encontra o café da manhã. Como o máximo que posso. O meu maior medo é sentir fome na arena.

A viagem dura 30 minutos. O aerodeslizador aterrissa. Eu e Roxanne saímos e somos conduzidos a uma sala subterrânea onde ficamos antes de sermos lançados na arena.

Tudo é muito novo e brilhante, mas eu só vejo água. Bebo tanta que tenho que ir ao banheiro e isso não é problema, já que eles pensam em tudo. As roupas chegam depois de mais 30 minutos dentro de um pacote. Nem eu nem Roxanne sabemos o que tem dentro. E quando ela abre vejo uma blusa verde, calça marrom simples, cinto também marrom, botas  e uma jaqueta preta com capuz.

- Roupa igual para todos! – diz Roxanne em tom de desaprovação – Imagina, eles querem que você sofram mesmo.

Imagino Roxanne dentro da arena. Passando fome, sendo caçada e morrendo. Eu rio, por que ninguém da Capital corre esse risco.

- Falta muito tempo para eu ser lançado? – pergunto enquanto coloco a calça.

- Uns 10 minutos.

Termino de me vestir e bebo mais dois copos de água. Roxanne me da as botas que são de couro. Boas para correr, ela me diz.

Como um pão que vem do meu distrito e lembro de minha mãe saindo cedo para pegar os melhores. Kit comendo tão feliz. Jonk rindo enquanto eu cuspia leite no chão de tanto rir. Meu pai contando piadas. Tudo tão bom e eu só consigo pensar em uma palavra para expressar isso. Minha família.

- Kit... – sussurro baixinho, mas Roxanne me escuta.

- Quem é essa? – ela pergunta curiosa.

- Minha... Minha... – gaguejo por que ninguém pode saber sobre Kit. Ou sobre Jonk. Nem sobre ninguém tão íntimo de mim.

- Sua namorada? – pergunta Roxanne cutucando minha barriga. Eu balanço a cabeça em negativa – Oh... se você não quiser falar tudo bem.

Fico os dez minutos restantes comendo pão e lembrando de casa. Em poucos minutos uma voz feminina e suave me convida a entrar num cilindro de vidro. Vou ate ele e antes que feche Roxanne segura minha mãos e diz:

- Nós vemos daqui a uns dias.

- Nós vemos...  – eu digo antes que o cilindro se feche.

Levanto a postura. Faço a pior cara possível. Ergo a cabeça quando uma placa de metal me empurra para fora do cilindro. O sol esta forte e brinca com a minha visão então olho ao redor antes de ouvir a voz o locutor dos Jogos, Claudius Templesmitch:

- Senhoras e senhores, está aberta a septuagésima quarta edição dos Jogos Vorazes!


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Notas finais do capítulo

Gostaram? No proximo capitulo Cato vai enfrentar a arena... Amanha eu posto!