Jogos Vorazes - Cato escrita por Anny Fernandes


Capítulo 15
15


Notas iniciais do capítulo

Esse ficou meio pequeno, acho, mas o próximo sera maior!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/283191/chapter/15

Começo a protestar sem perceber. Clove esta ficando maluca, provavelmente esta descontrolada.

- Isso seria suicídio! – eu falo para ela tentando colocar sua cabeça no lugar certo

- Ok. – ela fala aborrecida – Se eu for ao ágape e matar a 12 será suicídio. Porem se o Cato for será um risco que tem que ser enfrentado.

Abaixo a cabeça por que era exatamente isso que eu estava pensando. Eu não vou deixar Clove se arriscar. Não importa se ela bata pé ou me chantageei. Eu não vou deixar meu único amor ir para a morte.

- Para com isso Cato – ela fala levantando meu queixo – Não entende o que eu quero?

Ela fez a mesma pergunta. A mesma pergunta de antes, talvez ela nem sequer tenha percebido por que continua a falar sem parar. Eu não estou ouvindo. Estou apenas lembrando daquele dia que Clove estava implorando para morrer. Ela disse a mesma coisa. Suspiro bem fundo e tento me manter concentrado, mas é quase impossível já que tudo o que faço é voltar naquele dia. Como eu estava disposto a salvar a vida de Clove, mesmo se custasse a minha. Depois do anuncio que nós dois podíamos vencer, isso ainda não mudou. Por que estou disposto a morrer para que ela não vá nesse ágape.

- Clove você não vai! – eu berro

Ela para enfim de falar e fica me olhando atordoada. Me afasto dela e vou para o lago, sento bem perto da margem e a água quase me toca. Olho ao redor e nada vejo, então decido continuar ali.

Como Clove pode? Ela quer matar Katniss? Isso foi um sonho. Eu tento me convencer. Estou quase voltando e pedindo desculpas a Clove quando sinto sua mão em meu ombro.

- Volta lá para dentro! – ela fala suavemente

- Não – eu falo – Não vou apoiar essa sua decisão...

Uma lagrima escorre pela minha face e eu não suporto e tenho que me retirar para a floresta. Meu corpo esta reagindo antes de mim, por que minhas mãos começaram a suar e estou piscando sem parar. O hino começou a tocar, mas eu não escuto nada. Só estou pensando em Clove, eu não posso deixá-la partir. Nunca vou deixar, por que ela é a única pessoa que me entende. A única que pode me fazer feliz. Eu nunca poderei deixar ela. Nunca mesmo.

- Cato! – Clove disse assim que me encontrou – O que você esta fazendo aqui?

- Tentando não ter um colapso! – eu falei com a voz tremula.

A face de Clove que antes estava cheia de raiva e indignação se contraiu para um tipo de pena ou remorso. Ela se aproximou e sentou ao meu lado no chão mesmo.

- Não vai acontecer nada comigo! – ela falou tentando me tranqüilizar

- E se... – eu comecei, mas ela me interrompeu

- E se nada Cato! – ela falou como se estivesse me dando uma bronca – Eu sou forte esqueceu?

- Forte e pequena! – eu falei e tentei rir, mas só o que saiu foi um barulho agudo produzido na minha garganta

Ela sorriu e continuou:

- Você nunca vai parar de me chamar de pequena não é mesmo?

- Ate meu último suspiro eu te chamarei de pequena! – respondi com a voz triste. As lagrimas escorriam sem parar no meu rosto, mas como eu estava todo suado ninguém perceberia.

- Isso ai – ela falou – Nós não vamos morrer aqui. Vamos morrer com 80 anos no nosso distrito.

- Eu espero isso... – falei e dei um suspiro.

Clove levantou e pegou minha mão. Eu não precisei do apoio dela, mas não soltei sua mão. Passei meu braço por sua cintura, que poderia ser de uma criança de 12 anos. Segurei ela como antes. Como se ela fosse meu ar, o meu mundo.

- E aí vai deixar eu ir? – ela perguntou na expectativa

Suspirei e pensei um pouco. Ela não vai desistir definitivamente, eu sei, mas eu posso falar que quero ir com ela. Ou seria ruim? Mais arriscado. Já sei o que vou fazer.

- Você vai, mas eu mato a 12! – eu disse sem ter certeza da reação de Clove.

Ela se separa do meu corpo e eu sinto rapidamente o vento frio que se forma entre nós. Sua face demonstra novamente raiva e eu estou indeciso.

- Como assim Cato? – ela berra praticamente – Você pode matá-la, mas eu não posso?  É isso mesmo? Por que se eu estiver enganada me avise...

- Não, você não esta enganada. – eu digo suavemente – Eu quero matar a 12! Você não entende a raiva que eu sinto por ela?

- Ah é! Só você por aqui que sente raiva por ela! – ela fala em tom de sarcasmo –Acorda Cato! Eu odeio ela tanto quanto você ta bom?

- Eu sei, mas...

De repente eu paro. Clove definitivamente não vai desistir. A única opção que eu tenho é deixar ela ir.

- Mas o que? – ela me apresa – Cato eu juro que vou fazer um bom show para toda Panen. Serei lembrada, eu juro!

- Vai. – eu digo suspirando – Pode ir, mate a 12 e... Faça isso logo.

Do nada Clove é só sorrisos. Fica me agradecendo ate irmos dormir, mas quando digo que quero ficar no primeiro turno ela nega e diz:

- Tenho que treinar o arremesso não é mesmo meu lindo?

Decido não discutir e vou dormir. Me ajeito dentro do saco de dormir e encosto a cabeça no braço. Ao longe vejo Clove arremessando suas facas com tamanha elegância e sabedoria. Ela não erra nunca. Clove sempre teve esse dom.

Pego no sono antes de perceber e sonho muito.

Estou preso. Amarrado por uma grossa corda de fibra e com algemas nas mãos. Sinto um liquido quente escorrendo pela minha face e sei que é sangue. Alguém caminha atrás de mim, mas eu não posso ver. Meu tornozelo esta doendo. Provavelmente quebrado.

- Então Cato o que te faz vir aqui? – uma voz extremamente familiar me pergunta.

Como estou amordaçado não posso falar, porem solto uns rugidos de raiva. Tento falar  “ Sua cobra desprezível!”, mas a única coisa que sai é:

- Uah obrta uprisuvel!

A pessoa me bate com um objeto que rapidamente identifico como um chicote. O objeto bate nas minhas costas duas vezes e provoca um som agudo. Sinto uma dor incomparável com qualquer coisa e o liquido quente, sangue, sair sem parar. Minha visão fica turva e eu não consigo parar de gemer por dor.

- Você não devia ter me desafiado pequeno Cato... – a voz falava cada vez mais distante – Quando saímos de lá juntos, você sabia o que te esperava.

E é então que eu reconheço a voz. Peeta Mellark. Mas como assim “Quando saímos de lá juntos, você sabia o que te esperava.” ? Eu não estou entendendo absolutamente nada. Sai da arena com Peeta? E agora nos odiamos? Bem, não que não nos odiássemos antes, mas a ponto de ele me chicotear fora da arena? E por que diabos nós estamos no mesmo distrito?

Minha visão volta ao normal e eu vejo seus cabelos loiros molhados de suor e sua blusa com sangue respingado. Ele esta com o olhar mortífero e me olha sem parar.

- Adeus Cato! – ele fala e sem hesitar começa a me dar varias chicoteadas. Sem parar, umas cem.

Acordo com Clove me balançando. Olho para ela que tem suor escorrendo pela testa e um enorme arranhão no rosto.

- O que aconteceu? – eu pergunto

- Você tava gritando... – ela fala – E eu vim te acordar. Sabe, para nenhum outro tributo escutar, então você bateu com a mão na minha cara e me arranhou.

Agora eu entendo. Falo para ela dormir e fico ainda sem entender meu sonho.  


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Jogos Vorazes - Cato" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.