Recomeçar escrita por Amizitah


Capítulo 14
Capítulo 14 - Agora sim, encerrando com estilo.


Notas iniciais do capítulo

Yo!
Awn genteeee, eu não resisto! É otimo escrever com eles juntinhos assim *---*. Blz, boa noite e espero que gostem deste capítulo.
Ahhh, e Deliorati: TE PEGUEEEEI!! Kkkkkkkkk - Vc vai entender porque XD -
Bjks!
Ami ~



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Para variar, meu pior pesadelo se tornou realidade.

Depois da quarta ânsia de vômito, seguida por aquela coisa mal cheirosa e repulsiva que ainda estava no meu estômago, Kakashi me levou imediatamente para o hospital. A cor estranhamente pálida e suada do meu rosto já estava começando a preocupa-lo de verdade.

Para a sorte dele, eu estava muito esgotada e enjoada para fazer alguma reclamação e muito menos mostrar alguma resistência. E por mais que eu odeie admitir, por ser um homem – sem contar que é um ex-ANBU - ele é inevitavelmente mais forte que eu e eu não consegui evitar que me carregasse para lá.

Ao chegar, também para variar mais um pouco, o Mairu foi o médico que me atendeu assim que nos viu entrar no hospital, e fui examinada imediatamente. Mas não deu nada mais que o esperado.

- Uma intoxicação alimentar – Disse o Mairu em quanto segurava a sua fiel prancheta numa das mãos.

- EU SABIA! – Sorri vitoriosa, sendo que era meio irônico por eu estar numa cama de hospital com uma intravenosa espetada no meu braço em quanto mandava mais e mais soro para minha veia junto com outro remédio que desconhecia.

Kakashi fez um rosto mais aliviado, olhando o Mairu em seguida.

- Então agora é só questão dela tomar esse soro para melhorar?

- Ela também precisa descansar um pouco e comer alimentos leves por mais três dias até que o estômago dela se recupere completamente, e Mitsue...

Olhei para ele com a expressão meio chateada.

- O que?

- Tente não passar dos limites quando tiver sendo uma ninja. Eu já disse isso várias vezes antes, mas vou tornar a dizer: Seu corpo ficou mais frágil depois daquela técnica arriscada que fez, então não force-o de mais se não quiser voltar aqui mais vezes.

Curvei as sobrancelhas, e tentei não parecer muito irritada ao dizer:

- Mas eu não exagerei em nada! Eu apenas estava treinando nos últimos dias Mairu!

- Então peço que pegue mais leve nos treinos – Pediu ainda calmo.

Senti uma alfinetada na intravenosa no meu braço quando cerrei os punhos.

- Como eu vou ser uma ninja decente se eu não der o melhor de mim nos treinos? Desse jeito eu vou me tornar uma inútil e não protegerei ninguém...

Ele ergueu uma das mãos para mim com a expressão mais dura.

- Já basta Mitsue, eu sei de tudo isso. Mas seu corpo já sofreu muito nas suas ultimas aventuras arriscadas graças ao chakra que carrega, e você sabe melhor que ninguém o quanto isso te fez mal, então aprenda a respeitar seus limites se quiser manter seu corpo intacto para continuar a ser uma ninja, caso contrário, eu mesmo pedirei ao Hokage para dar fim a sua vida de Shinobi.

Calei-me com os olhos arregalados e a boca aberta. Kakashi também ficou surpreso com aquilo, mas manteve o silencio.

Por fim baixei a cabeça e mordi o lábio inferior.

- Isso não é justo... Ser tão fraca assim nas minhas condições não é nada justo! – Disse entre dentes.

- Isso é mais que justo, é necessário. Sem isso para te regular, você acabaria se matando de tanto usar o chakra – Sua voz saiu mais amena que antes, e ao terminar, vendo que eu fiquei em silêncio, ele se virou para o Kakashi e acrescentou – Agora eu vou cuidar de outros afazeres. Quando a bolsa de soro acabar, chamem a enfermeira que ela liberará a Mitsue.

Kakashi assentiu e Mairu começou a se retirar do pequeno quarto, mas o grisalho parou para pensar um momento e se dirigiu ao Mairu que já estava do lado de fora.

- Espere um momento. Será que podíamos dar uma palavra?

Mairu parou antes de fechar a porta, e assentiu, esperando o grisalho passar por ela antes de fechar.

Fiquei olhando na direção deles até a porta se fechar e fiquei apreensiva.

O que o Kakashi quer afinal de contas?

                                                 Kakashi.

- Tem alguma pergunta a mais Kakashi? – Perguntou o Mairu assim que se virou para mim.

Encostei minhas costas na parede branca atrás de mim e assenti.

- Sabe Mairu... Isso que aconteceu com a Mitsue, é apenas uma infecção alimentar ou você ocultou algo mais?

Mairu observou a minha expressão por um segundo para então responder:

- Como médico, não posso ocultar algo sobre a saúde de um paciente a menos que seja estritamente necessário, e não é o caso.

Deixei o ar escapar pela boca de alivio. Que bom que foi apenas isso... Passaram-se tantas possibilidades na minha cabeça que eu tinha que confirmar.

- Mas, porque a pergunta Kakashi? – Perguntou de repente.

Levo meu único olho descoberto para ele e coloco uma das mãos no bolso da calça.

- Eu só queria ter certeza e acabar com todas as outras possibilidades.

- Bom... Mas por interesse médico, você esperava alguma coisa em particular para querer ter certeza absoluta? – Estreitei os meus olhos, desviando o olhar para o chão. Vendo minha nova expressão, perceptível mesmo com a máscara, continuou – Talvez algo que você realmente tenha esperado assim que viu que ela passava mal?

Meus olhos cresceram e eu olhei para o médico com certo medo de que ele estive pensando que eu...

- Não! – Limpei a garganta ao notar que meu tom se elevou mais que pretendia e suavizei a voz em seguida – Quer dizer... Não. Foi apenas um pensamento rápido que me ocorreu. Nada de muito importante.

Mairu abriu um sorriso suave, e se aproximou de mim, tocando um dos meus ombros com calma.

- Kakashi... Entendo que se preocupe com ela já que parecem tão ligados. Então eu confio em você. E espero que cuide dela direito.

Sorri, de repente mais aliviado com o olhar cheio de confiança que me dirigiu e ele se afastou de mim, seguindo seu caminho pelo corredor largo do hospital. Já me dirigia à porta do quarto da Mitsue quando ouço os passos dele pararem.

- Ah, e só me assegurar... – Ele virou o rosto para mim com um sorriso largo e sugestivo – Lembre-se de cuidar também de quem vier pela frente. Nunca saberemos oque poderia acontecer amanha.

Meus olhos se arregalaram com os batimentos cardíacos subitamente mais fortes em quanto observava o homem se retirar com uma das mãos dentro do jaleco em quanto a outra segurava sua prancheta ao lado do corpo.

- Mairu... Oque você... – Murmurei em quanto ele desparecia na curva do corredor e voltei a andar até a Mitsue.

- Você apareceu! – Disse a Mitsue assim que entrei no quarto, e ao me ver alterado, ela fez um rosto preocupado – O que aconteceu...?

Andei até ela e me sentei na cadeira ao seu lado. Quando vi que continuava com a expressão preocupada, abri um sorriso e peguei a mão que repousava na beira da cama, apertando-a de leve.

- Pare de fazer este rosto para mim. Eu apenas conversei um pouco com o Mairu.

- Conversou foi? – Perguntou, erguendo uma sobrancelha – Sobre oque vocês falaram?

- Coisas que a senhorita não precisa saber – Abri um sorriso maior, consciente do quanto ela ficaria nervosa comigo pela resposta.

- Claro que preciso saber Kakashi! Ver você e o Mairu saírem assim é muito suspeito.

Apertei sua mão mais uma vez, tomando o cuidado para não mover a intravenosa.

- Não acredito que já esta duvidando de mim... E pior, até mesmo do seu próprio médico – Disse com a voz baixa e levemente decepcionada. Claro que só fiz isso para amolecê-la, uma coisa que aprendi a fazer depois de muito tempo ao lado dela e foi difícil aprender, mas pelo visto deu certo.

- Eu não estou duvidando... – Ela resmungou, virando o rosto para o outro lado na tentativa de esconder o rosto corado – Eu apenas estava curiosa para saber oque era.

- Então relaxe. Foi nada que deva se preocupar.

Ela fechou um pouco mais a mão que eu segurava, mostrando que eu havia conseguido oque queria com total êxito.

- Hey, vai ficar encarando essa parede até quando? – Perguntei com certo humor, vendo ela se virar para mim com as sobrancelhas unidas, tentando disfarçar suas emoções com a expressão chateada. Outra coisa que consegui notar nela.

- Vocè... – Ela fechou a boca antes de continuar, e então encostou suas costas no travesseiro – Não gosto dessa sensação de que você esta escondendo alguma coisa de mim. Isso me deixa nervosa.

- Eu também me senti assim um pouco antes de você me salvar... Naquela ultima vez que veio ao meu quarto para que no fim eu acabasse fazendo você chorar – Comentei com a voz natural, mas me arrependi assim que vi seu rosto se desmanchar um pouco. Parece que ela ainda não havia superado parte do que aconteceu. Cobri a mão dela com as minhas e me aproximei de seu rosto – Desculpe. Não devia ter falado isso já que eu sei os seus motivos e...

Ela colocou o indicador nos meus lábios, que por mais que estivessem cobertos, pude sentir o toque, e o formigamento que sua pele causava minha.

- Não se desculpe. Por mais que eu tivesse boas razões para mentir por você, eu entenderia se se sentisse nervoso por isso – Meus lábios se separaram levemente sob o seu indicador quando vi o seu olhar buscar o meu, e me surpreendi quando vi que estavam pacientes e compreensivos. Mas acima de tudo: Amorosos – Então... Pode parecer estranho falar isso a esta altura do campeonato, mas... Desculpe-me por deixa-lo aflito naquela hora. Não faz ideia do quanto eu quis te contar tudo.

Não percebi que meu rosto corou de leve diante do olhar quente dela, e apenas sorri contente, pegando sua mão quando ela afasta o indicador dos meus lábios, e beijo seus dedos. A única parte que não estava coberta pela luva de batalha. Afastei minha boca apenas um pouco da mão dela e murmurei;

- Você salvou minha vida – Levantei minha cabeça para ela e voltei a sorrir – Não importa o quanto mentiu para mim, você salvou minha vida – Fiz uma pausa e abaixei de leve as pálpebras – E foi pela segunda vez.

Ela se surpreendeu, aumentando seus olhos cinzentos.

- Segunda vez? – Perguntou em voz baixa, sem compreender.

Assenti duas vezes com a cabeça.

- A segunda vez foi agora, quando quase morreu por mim – Estremeci de leve com a lembrança do seu rosto coberto de sangue, mas logo a afastei – E a primeira vez foi na terceira guerra ninja.

- Não. Não espere um pouco – Ela ficou completamente confusa. Era de se esperar – Eu fiz nada por você lá. Nada. E olhe que eu me lembro com clareza daquela guerra.

Eu ri com certo humor diante do tom de voz dela.

- Não duvido disso mesmo – Me inclinei na cadeira na sua direção para que me escutasse melhor – Mas você só fala isso porque não viu como eu a vi naquela época, logo após eu perder o Obito e a Rin da pior forma possível – Ela fechou os lábios, desta vez mais atenta. Provavelmente devia estar se perguntando quando eu vi isso – Eu me sentia morto. Completamente morto por dentro. Perde-los se tornou algo mais difícil do que eu nunca imaginei ser possível para mim e eu tive vontade de acabar com minha própria vida assim como meu pai, por não ter sido capaz de proteger meus amigos – Ela pressionou os lábios, deixando que os olhos caíssem de leve quando disse aquilo – Mas eu desisti disso assim que te vi lutando naquela guerra por acaso.

- Quando...? – Perguntou em voz baixa.

- Acho que foi próximo a Konoha quando estávamos prestes a terminar a guerra. Mas, naquela hora, eu te vi lutando. Lutando mesmo. Você não parecia pensar em nada além de lutar – Rimos juntos por um momento, mas logo continuei – E quando vi tanta vontade em você, tanta força, tanta... fé. Eu parei de pensar por um segundo em desistir, já que até mesmo você, que perdeu a senhora Yume durante a guerra, a pessoa que você mais amava, mesmo assim você não se abalou e continuou ali, lutando pela vila – Peguei sua outra mão, e juntei as duas com as minhas, sentindo melhor o formigamento relaxante – Eu senti vontade de viver novamente Mitsue. Viver para lutar pelo Obito e pela Rin, pelas suas mortes, assim como você lutava pela Yume.

Terminei de falar, olhando o rosto surpreso dela esperando que falasse algo, mas não saíram as palavras, mas sim outra coisa que com certeza eu não esperava.

Lágrimas.

Elas escorreram pelo rosto dela silenciosamente em quanto ela olhava para mim e caem nas nossas mãos unidas.

E ai que ela se dá conta disso.

Seu rosto cora e ela tira uma das suas mãos das minhas para limpa-las, mas eu a seguro de novo, vendo-a olhar novamente para mim, com mais uma lágrima escapando de seus olhos.

- Eu... Não sabia que você...

Fomos interrompidos assim que ouvimos a porta se abrir, e ela rapidamente desvencilha a mão dela da minha para limpar o rosto.

- Com licença... Eu vim verificar se a bolsa já esvaziou já que não me chamaram – Disse a enfermeira, e nossos olhares se voltaram para a bolsa como o soro que agora estava vazia. Quando vi que a enfermeira se aproximava, a contragosto, me afastei da Mitsue e deixei que ela tirasse a intravenosa.

Em quanto isso eu apenas a observava, e ela também olhava para mim dando um meio sorriso.

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                                                               Mitsue.

Finalmente saio daquele lugar medonho e frio, assim que passo pelas portas do hospital com o Kakashi e sinto o ar noite invadir meus pulmões, com aquele gostinho especial de quando o ar está úmido.

Saindo dos meus momentos de liberdade, olho para o grisalho ao meu lado, que afunda mais as mãos nos bolsos assim que nota que foi pego no flagra olhando para mim.

Me virei para ele e sorri.

- Quer dizer que você me observava naquela época?

Seu rosto ficou levemente corado.

- Não da maneira que deve estar pensando... Eu apenas olhava e depois voltava ao que fazia. Aliás você era uma estrangeira.

- E oque tem a ver? – Cruzei os braços, nada contente com minha resposta.

- Oras... Estrangeiros costumam chamar bastante a atenção, não acha?

Dei uma risada rápida e irônica.

- Não sei os estrangeiros normais, mas eu parecia chamar bastante atenção. Até mesmo hoje.

Ele sorriu e começou a caminhar pela calçada na direção da minha casa.

- Vamos, você precisa dormir.

Coloquei as mãos na cintura e não o segui, olhando para o céu.

A lua não estava enorme, muito menos grande. Estava pequena, tímida no céu, como se não quisesse ofuscar o brilho das estrelas. Mesmo assim, ela brilhava bastante, deixando minha pele exposta branca como o mármore.

Kakashi parou de andar e olhou para mim, vendo que eu parecia viajar em quanto olhava a lua. Ele deu um suspiro, agora reconhecendo que eu era realmente teimosa e voltou, andando até ficar do meu lado.

- Porque eu iria ficar em casa, num quarto escuro, se eu posso ficar mais um tempo e olhar para isso. – Murmurei, virando meu rosto para ele de forma que apenas metade do meu rosto fosse iluminado.

Kakashi ficou calado por uns instantes. O efeito que a luz provocava no meu rosto era lindo. Era como se a parte iluminada tivesse se transformado em mármore, contrastando com meus cabelos ônix. Meus olhos eram uma réplica menor, mas idêntica da lua, brilhando e faiscando graças a luz da mesma.

Kakashi não pode deixar de tocar meu rosto, me deixando atônita por um instante.

- Você é linda – Mumurou também – Com certeza, a mais linda.

Corei diante do elogio inesperado.

- Acho melhor você ir dormir. A falta de descanso está afetando seu cérebro – Sorri, brincando e ele deu uma risada divertida.

- Pare de se rebaixar sempre, dizendo que não é bonita o bastante, forte o bastante... – Ele balança a cabeça para os lados e volta a olhar para mim – Você é perfeita, e muito melhor que a maior parte das mulheres dessa vila.

- Para Kakashi... – Preparei para me afastar. Eu não acreditava naquilo.

Eu realmente não sou oque as pessoas esperam que eu seja. Eu não sou a mulher perfeita.

Ele segurou minha mão abaixada do lado do corpo e evitou que eu saísse.

- Não vou parar. Não até você se convencer de que é... – Ele perdeu a voz, mas então acariciou meu rosto, espalhando um arrepio em mim graças ao formigamento – Você é tudo, para mim. Não me importo com quão clichê isso pareça. É apenas a verdade.

Abaixei as pálpebras, sentindo um calor confortante passar por mim através do olhar dele. Daquele único olho que olhava apenas a mim. A mais ninguém.

Ri baixinho.

- Você diz que sou perfeita... – Digo numa voz calma e tiro sua mascara com a ponta dos dedos até descobrir seu rosto, que se ilumina pela luz da lua assim como o meu – Mas você nunca pensou em se olhar no espelho sem essa máscara irritante?

Ele sorriu de novo, desta vez pude ver seu sorriso perfeito, sem nada fora do lugar.

- Eu falo sério. Eu vejo você assim, perfeita e o melhor... – Ele encosta sua testa na minha, respirando profundamente o cheiro bom que emana dos meus cabelos – Você é somente minha. Ninguém pode tê-la como eu tenho.

Sinto mais um arrepio quando ele encosta seu nariz no meu e seu hálito toca minha pele.

- Kakashi metido... – Murmuro, ouvindo ele dar uma risada antes de selar nossos lábios.

Lindo e meio clichê, mas sincero. Beijar quem você ama a luz da lua pode ser menos clichê do que pensamos, dependendo de quem faz isso.

E sou eu e ele ali. Juntos.

Sem aqueles beijos calmos e gentis, mas aqueles profundos e sinceros, transbordando amor.

E assim agarro os cabelos dele e aprofundo mais ainda nossas bocas na outra, para senti-lo,te-lo, e assim, saciar uma fração do que realmente sinto por ele.

Realmente.

Estou começando a gostar de coisas clichês.


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