Minhas aulas chegaram ao fim, mas o meu dia não. Agora teria aulas extra com Dimitri, e já nem me podia mexer de dores, Lissa ainda me deu um comprimido paras as dores, mas não dava efeito nenhum.

Entrei no ginásio e encontrei com Dimitri deitado em cima dos colchoes de esponja, com um livro de aspeto velho e muito grosso em mãos. Ele nem levantou os lhos quando me pós a sua frente.

- De cinco voltas a quadra a correr – falou sem levantar os olhos.

- Sabe Dimitri, você podia dar-me esse tempo por hoje para descansar, meu corpo está todo partido.

Bem que tentei persuadir.

- Você é muito engraçado, agora de as cinco voltas! – Ordenou.

Virei-me bufando e pus-me a mexer, a quadra era grande pelo que me lembrava, mas ainda assim era uma tortura.

 20 Minutos depois, acabo as minhas cinco voltas, meu folego já não estava bom, realmente a quadra era enorme, quando me aproximei dele ele fechou o livro que reparei estar todo em russo, e olhou para mim. Eu esfregava as mãos que estavam geladas do vento frio da montanha.

- Faça um aquecimento rápido, você tem muito que aprender – falou levantando-se.

Caminhou até um armário e começou tirando de lá de dentro coisas, que não dava para ver o que era.

Alonguei-me rapidamente, mas o frio ainda estava presente, lembrei-me de trazer um casaco depois.

- Agora faça os pesos que esta ainda, você precisa de ganhar músculos, força, rapidez e muita técnica.

Fiz tudo o que ele mandou sem abrir a boca, mas percebi que ele era do tipo antissocial.

- Se você não queria estar aqui, porque aceitou ser meu mentor? – Perguntei chateada pela falta de conversa.

- Quem disse que eu não queria estar aqui?

- Esta brincando comigo? Você nem me fala direito, quer dizer, você só fala o essencial.

- Eu não tenho nada que falar com você, sou seu mentor e só! – Abriu de novo o livro e ignorou-me.

Comecei a levantar os pesos.

…

Finalmente o treino acabou, estava tao cansada que nem sentia os meus braços e pernas, quando abri a porta o quarto e nem me despi, atirei-me na cama e apaguei, num sono sem sonhos.

…

Quando acordei de manha, meu corpo todo doía muito, parecia que tinha sido atropelada por um caminhão, levantei-me e caminhei para o banheiro jogando as minhas roupas pelo quarto, entrei no banho com a água bem quente, e comecei a banhar-me, meus músculos relaxaram imediatamente.

Quando terminei vesti uma camisola de alças vermelha, umas Leggins pretas com buracos, pus um casaco preto por cima por causa do frio que fazia lá fora e por fim os meus ténis favoritos, uns vans vermelhos super fofos.

Preparei minha mal com outra muda de roupa para quando o treino finalizar. Sai do quarto e caminhei para o refeitório para comer o pequeno-almoço, na porta encontrei com Lissa.

- Hei Liss!

- Oi, como foi o seu dia ontem?

- Cheio de dores! E o seu?

- Cheio de perguntas e mexericos, mas foi bom.

Lissa dizia a verdade sua mente me mostrava isso, peguei o meu pequeno-almoço, duas rosquinhas e um chá, Lissa fez o mesmo.

- Se alguma coisa correr mal ou coisas estranhas acontecerem, nos vamos embora – falei baixinho.

- Mas eu veio que você gosta daqui e eu também!

- Mas, eu só sua guardiã quero o seu bem, prometa-me que se acontecer alguma coisa estranha você vai-me dizer, qualquer coisa!

- Eu prometo Rose.

- Obrigada.

Há dois anos atras coisas estranhas aconteciam com ela, raivas de um momento pro outro, dor emocional que a levava a cortar os pulsos, animais mortos que ficavam vivos no momento em que ela os tocava, e eu presenciava tudo isso, era muito assustador.

- Rose, você está atrasada.

- Princesa! - Fez uma vénia a Lissa.

- Ola guardião Belikov.

Uma voz atras de nos se fez presente, xinguei baixinho pedindo que ele não tivesse ouvido a nossa conversa. Dimitri estava sério quando me virei e encarei, ia ter 45 minutos de treino com ele antes das aulas começarem.  

- Desculpe-me – pedi.

- Vamos logo.

- Se comporte! – Disse a Lissa.

- Rose eu sou a certinha, você é que é a desvairada – falou-me com um sorriso.

- Tem razão – concordei rindo.

Segui Dimitri para fora já no meio do caminho, eu fui parar noutro lugar, não era minha cabeça era de Lissa, e ela estava o seu antigo refúgio, o da igreja.