No fim de uma hora de treino, já estava todas partida, meu corpo todo doía tanto que podia apostar que não me conseguiria levar do colchão em que estava deitada sem ajuda. Mason estendeu a mão para que eu me erguesse, sem hesitação peguei-a e levantei-me, todos os meus músculos estavam doendo.

Fora da academia não tinha tempo para trainar, nem um sitio em que o pudesse fazer, sempre estive do lado de Lissa, sempre protegendo-a de algo, uma algo que nunca aconteceu, o que agradeço, pois se Mason fosse um Strigoi, eu já estaria morta.

- Peguei demasiado pesado Rose? – Perguntou-me Mason preocupado.

- Não é sua culpa, eu não treino faz tempo – Respondi esticando as costas, peguei a minha água que estava ao lado de um banco de madeira e bebi a água.

- Deves estar mesmo mal então, queres que vai-a buscar um comprimido para as dores musculares?

- Não tenho tempo, mas obrigada – entrei no balneário feminino, calcei as minhas botas, já que treinei descalça e lavei a cara para tirar o suor, não daria nem tempo pra ir trocar-me, então tinha que ir assim mesmo.

Sai do balneário bagunçado o pouco o cabelo para disfarçar, e encontrei com Dimitri me esperando, bufei irritada, afinal eu não iria fugir a qualquer momento, não sei Lissa, para dizer a verdade senti saudades disto aqui, mas se perguntarem eu nego.

- Qual a sua próxima aula? – Perguntou sério.

- Teoria de Guarda-Costas e Proteção Pessoal III – Respondi.

Ele me guiou pelos corredores repletos de aluno, que não têm vidas próprias, boatos e rumores já se faziam presentes, isso irritava-me para caramba. Mas agora tinha que andar na linha.

Comecei a sentir uma ansiedade na minha cabeça que não vinha de mim, parei no meio do caminho e de repente já não estava na minha cabeça, mas, sim na cabeça de Lissa. Coisa estranha eu sei, mas até para mim era assustador, eu via através dos olhos de Lissa e não nos meus. Ela estava dentro da sala da aula de Russo, e toda a gente olhava para ela. E isso a deixava desconfortável, mas logo a professora pediu ordem e todas as criaturas sem vida própria tomaram atenção.

Mas agora era a grande questão: como eu irei sair da cabeça dela?

Tentei concentrar-me ao máximo para ver se resultava, mas então senti tudo a tremer, mas não era tudo era apenas eu. Pisquei os olhos varias as vezes para aclarar a  visão.

Dimitri estava diante de mim, segurando-me pelos ombros e chocalhando-me com os olhos cheios de preocupação, quando foquei os meus olhos nos dele ele percebeu que eu estava de volta, ainda estávamos no meio do corredor e varias pessoas nos olhavam de forma estranha.

- Rose, Você esta bem? – Perguntou-me afastando-se.

- Eu… não sei o que aconteceu, eu…, eu acho que estava na mente de Lissa… foi esquisito – confidenciei assustada.

- Ela está bem?

- Sim, só um pouco encomendada, olha camarada, você não pode sair por ai contando sobre isso, é um segredo só nosso - falei séria.

- Não se preocupe Senhorita Hathaway, minha boca é um túmulo – respondeu, com a sombra de um sorriso nos lábios – confie em mim, sempre que precisar, estarei disponível para ouvi-la e tentar tirar suas dúvidas.

- Obrigada! – Falei sincera.

A atitude de Dimitri surpreendeu-me bastante, afinal ele neste pouco tempo, mostrou-se ser um homem muito sério e solitário, mas sem deixar de ser lindo. Ele era muito alto deve ter mais ou menos 1.88 de altura ou mais, seu cabelo era castanho-escuro comprido da altura dos ombros, preso por um elástico, parecia ser bem gostoso de se sentir passar as mãos, seus olhos eram de uma castanho-escuro e misterioso, sua aparência era de um deus grego. Mas o que fazia o seu estilo todo era o longo casaco marron tipo Cowboy.

Entrei na sala acompanhada dele e o vi ir para o fundo da mesma onde outros guardiões se encontravam nas suas posições encostados na parede dos fundos.

Senti-me numa mesa ignorando todos a minha volta, encarei as minhas unhas que estavam uma vergonha, mas a vida é dura – ironizei agora kkkk.

Então senti passos pesados a entrarem na sala e a pararem na minha frente.

- ora… ora… ora… afinal os rumores eram verdades, que gentileza a sua Hathaway de nos vir fazer companhia, sua agenda deve ter estado muito lotada durante estes dois anos – gozou-me Stan.

Stan é o professor que eu mais odeio aqui da academia, não porque mas ele noa gosta de mim, bem nem eu gosto dele, ele sempre consegue uma oportunidade para humilhar uma pessoa, e eu tinha sido a sortuda da vez. Olhei-o sem responder.

- Então Hathaway, porque não vem aqui para a frente e nos conta como foi a sua vida fora da academia? – Falou, fingi não ter ouvido – vamos esta a espera d que? – Gritou.

A contra gosto levantei-me e caminhei parando a frente da turma.

- Nos diga, encontraram muitos Strigois? Quais eram os seus métodos de segurança? Porque presumo que quando levaste a ULTIMA Dragomir daqui  tinhas uma plano – fez cara de idiota. Respirei fundo varias vezes, e com a cabeça erguida respondi.

- Não encontramo-nos nenhum Strigoi.

 Ele riu.

- É claro que não, porque se tivessem encontrado, agora estariam Mortas!

Risadas abafadas foram ouvidas ao fundo.

- Você não sabe do que esta falando, la fora é mais seguro do que vocês dizem para eles – falei – não há Strigois em cada esquina, nem em cada quadra, vocês só falam isso para que eles fiquem sempre em alerta quando saírem – falei apontado para os meus colegas de classe.

- O que você fazia quando vocês saiam a noite? Ou ficavam em casa? – Perguntou.

- As vezes evitávamos sair, mas outras ve…

- Outras vezes você se limitava a olhar em volta quando se lembrava – interrompeu Stan – você é uma idiota Hathaway! – Atirou.

Senti lagrimas encherem-me os olhos, mas prometi a mim mesmo que não choraria, olhei para trás encontrando os olhos de Dimitri que me olhavam com preocupação.

- Você é uma perda de tempo. Afinal não sei porque você ainda esta aqui – continuou Stan.

Então Dimitri atravessou a sala parando em frente da turma, mas principalmente de Stan, e olhou-o nos olhos.

- Basta! – Falou.

- Só estou tentando entender –Stan se defendeu.

- Você não tem que entender nada aqui, não tem que comentar nada, apenas seguir as ordens e dar as suas aulas, eu sou o mentor de Rose, então eu que falo com ela e eu é que tenho que entender os seus motivos para deixar a academia com a princesa. Você não tem nada a ver com isso, meta-se na sua vida – o olhei abismada – Não volte a falar assim com ninguém, porque você não tem a moral necessária – terminou – venha Rose.

Ele saiu da sala e eu fui logo atrás, ele caminhou até ao logo de fora do prédio e quando estávamos no meio de um jardim lindo parou, e me olhou serio de novo.

- Não ligue para ele Rose, você vale apenas, aposto que você será mil vezes melhor que ele.

- Se calhar nem vou conseguir ser guardiã de Lissa – abaixei a cabeça triste. Era o meu sonho desde criança, tornar-me uma guardiã e fazer a vontade dos pais de Lissa e protege-la.

- é claro que você vai conseguir, eu vou me encarregar disso, você é talentosa, nunca desista de você, porque eu não vou desistir – falou bonitinho agora, deu até orgulho.

- Obrigada!

Nunca ninguém de fora tinha posta tanta fé em mim daquele jeito, sempre foi Lissa me encorajando, mas agora tenho alguém que já faz parte da minha vida, e isso era bom de se sentir. Eu juro que um dia o irei fazer se orgulhar de ser o meu mentor, eu prometo.

- Ele nunca gostou de mim mesmo – dei de ombros.

- Ele não gosta de ninguém! – ele concordou – agora vai-a no seu quarto e se troco, você treino e não se trocou, esta dispensada desta aula e depois vá para a próxima, Ah e ignore ele da próxima, faça de conta que ele não existe – mandou.

Assenti e foi para o meu dormitório.