Desavenças Às Avessas escrita por RoBerTA, Apenas Uma Sobrevivente


Capítulo 11
Lúcifer...Afeminado!


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoinhas!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/281952/chapter/11

Acordo sendo sacudida pelo mendigo, que logo quando abro meus olhos, nitidamente doidos pela luz clara do dia, me oferece um copo de café. Aceito sem muita frescura, afinal, café, é café!

-Bom dia senhorita!- fala ele sentando-se novamente ao meu lado.

-Bom dia!- cumprimento-o bebendo do meu café.- O senhor talvez sabe que horas são?

-Oito horas. – responde dando um longo gole no seu café.

Já deveria estar meio tarde, e meu pai e Leonel, possivelmente já estavam no apartamento ou dando queixa de meu desaparecimento na delegacia. Então sem tardar muito, despeço-me do mendigo, agradecendo a simpatia e o aconchego de seu ombro nessa noite, já passada.

Corro em direção ao prédio onde fica o apartamento, e logo percebo o carro de Leonel na frente. “Putz fero!”

Entro correndo, e tropeço no tapete que me faz cair, não ligo e logo levanto chegando até o porteiro.

-Cadê eles?- peço ofegante.

-Seus pais?

-Não, meus raviólis! Claro, né!

Ele me encara de forma amedrontadora.

-Estão tentando ver os prejuízos causados pela inundação, senhorita Alice. - responde abrindo um breve sorriso, que logo se fecha para dentro de si.

Putz fero! Não consigo pensar em mais nada, só em como eu deveria estar ferrada.

-Alice, minha boneca você esta bem!?-Levo um susto, mas quando tento olhar o dono dessa voz rouca, meu pai já esta me abraçando apertado, vi Leonel saindo do elevador juntamente com o sindico, cujos me olhavam de cara feia.

-Pai... Esta me sufocando!- falo aos poucos batendo de leve em suas costas.

Ele logo me larga, dessa vez me pegando pelos ombros, e apertando.

-Onde você se enfiou Alice?- pede com aparência de uma breve preocupação indo embora, pelo fato de eu já estar em seus braços.

-Ah pai, o importante que estou aqui!- respondo dando um sorriso enorme que parecia atravessar toda minha face.

-Ainda bem!- ele suspira. - Então... Agora, pode nos dizer o que foi que aconteceu?

Putz, pensei que fosse escapar dessa desgraçada pergunta.

-Então pai, sabe o que é... – começo a tentar, tentar me explicar, e percebo todos do saguão da entrada me observando. E sem mais nem menos, travo!

“Pensa numa desculpa razoável Alice, vamos, pensa!”

-Alice você esta bem?

-Ah na verdade não estou me sentindo muito bem não, pai... – e desmaio. Não se assustem, eu sou ótima atora, entendem?

Escuto os gritos assustados e histéricos de Leonel, e meu pai gritando por ajuda. Isso é irônico, pois meu pai é medico e gritar por ajuda não seria muito hutil. Sinto o desespero deles e quase solto um riso abafado, mas continuo lá... “desmaiada”!

Sou levada para um sofá super macio, onde pressinto todos os olhares sobre mim, e um ventinho... alguém deveria estar me abanando, que estranho!

Vou “acordando” aos poucos, e quando finalmente abro meu olhos, papai me puxa para um “super abraço sufocando Alice” (desde pequenininha papai me dava esse abraço, eu me sentia segura, tirando o fato de eu não poder respirar normalmente!)

Um bom tempo se passa. Fico deitada no sofá enquanto os “homens” resolvem as coisas.

-Deu Alice -se aproxima Leonel- Vamos pro nosso novo apartamento.- e solta um suspiro. Levanto, e sigo atrás deles.

Era no terceiro andar! – Quando vejo meu pai clicando no botão 3 do elevador, meus olhos brilham. Quanto mais perto da terra, melhor! E assim também poderia subir de escadas, pois minha fobia a elevador nunca foi superada.

Entramos no apartamento, o qual era tão lindo quanto o outro, vou em direção a meu quarto, com uma enorme cama de casal, a qual não resisto e acabo me deitando sobre ela, e finalmente com relutância, durmo.

Acordo. E logo que abro os olhos já era noite. “Nossa, como pude ter dormido tanto?”. Acendo a luz do abajur em cima da cabeceira ao lado da cama, e vejo uma pilha de coisas não identificadas, num canto perto da porta. “Será que elas já estavam ai antes?”

Não tarda muito e ligo a luz. Consigo identificar algumas coisas como meus antigos pertences do antigo apartamento, que agora pode mais parecer uma piscina comunitária.

Em cima da pilha de objetos e tecidos, um bilhete.

“Filha, isso foi somente o que conseguimos recuperar do seu quarto. Então, se você acordar cedo, e com disposição de fazer compras, o cartão esta com Leonel.

Atenciosamente, Papai.”

Olho para o relógio em cima da porta e percebo já ser 19:30 da noite. “Acho que não vou fazer compras!”

Vou para a sala e Leonel esta deitado assistindo Baby Looney Tunes.

-Tem comida chinesa em cima do balcão da cozinha. – Me avisa, voltando os olhos para a teve.

Como rápido, e vou em busca dos “objetos perdidos”, ou salvos, nesse caso.

Tinha realmente poucas coisas, poucas roupas, na verdade miseras roupas; nada de meu notebook ou meu celular, nem meus livros, mas o melhor “desaparecimento” foi o do uniforme escolar.

                Tomo um banho demorado; e depois de pensar um pouco, dou-me conta que não precisei explicar a inundação ocorrida nessa madrugada. Beleza! E de felicidade começo a pular dentro do Box, o que definitivamente, não parece uma idéia muito boa.

~PSQUEP~

Foi realmente esse o som do meu corpo caindo ao chão. E:

~Tock~

O som da minha testa encontrando o vidro do Box.

Ponho as mãos na testa, ainda sentada no chão, isso com certeza iria me sair um belo galo!

Saio do chuveiro me enrolando na toalha, vou até o espelho e observo algo já se levantando em minha testa.

-Ótimo! Tudo que eu precisava “Deus”!- Resmungo comigo mesma, já pondo uma das roupas “salvas”.

Ajeito a bagunça do meu novo quarto, enquanto examinava as roupas salvas.

Na verdade, não tinha coisas muito extravagantes.

-EURECA!- Saio do quarto gritando. – Le, onde tem tesoura?-peço a Leonel que me aponta a gaveta da pia da cozinha. Volto a meu quarto e só saio na manha seguinte!

Fiz um novo look, que caia super bem pra ocasião de hoje.

Uma calça jeans clara, agora estava em alguns pontos rasgada e desfiada. Uma regata preta de seda, com um sutiã vermelho que aparecia nitidamente, um coturno preto, e varias “pulseiras” feitas dos restos da calça rasgada e de outras roupas. Meus cabelos estavam bagunçados, e não fiz nada para tentar ajeitar. Passei um lápis preto ao redor do olho e rimel de Leonel, batom vermelho e estava pronta!

Tomo um suco de laranja e dou minha agenda para Leonel assinar, avisando a falta de sorte do uniforme ainda não encontrado no apartamento-piscina.

Jogo a mochila sobre um ombro, desço as escadas, subo na minha ducati, que arranco, provavelmente fazendo os vizinhos acordarem.

Chego na escola causando olhares. Não sou muito fã disso, mas hoje era necessário.

-Alice?- Davi pergunta.

-Não, Lúcifer! Se bem que hoje, eu posso muito bem me encaixar nesse papel!- e abro um sorriso diabólico. Davi parece perceber o que estava disposta a fazer hoje, e sem tardar muito o sinal toca.

-Ótimo! Geografia!- reclamo sozinha ao perceber que o sinal tocado, era o sinal para o inferno. Se bem que hoje eu era Lúcifer, só que... afeminado!

Estou indo para a sala quando observo John perto da porta de sua sala. Dou uma corridinha para poder alcançá-lo.

Pego-o pelo braço, fazendo questão de enfiar minhas unhas em sua carne. Ele parenta faze uma careta.

– O que foi Capetinha?- Gostei do apelido.

Percebo que John olhava para o fundo dos meus olhos, e tento não corar, abrindo um sorriso. Eram meus olhos, e meus lábios, meus olhos e meus lábios. Será que isso queria dizer algo? Não!

– A aposta. Você perdeu. Pode começar a ensaiar a tua declaração, ou melhor, vergonha em público. Você não vai dar para trás agora, não é mesmo, Johnzito?-falo, parecendo assustar ele.

Nos damos uma ultima encarada e então viro de costas e vou em direção a minha sala.

Pelo espelho do corredor, consigo ainda observá-lo de longe, ele estava intacto, me observava como se eu fosse uma preza, e ele o caçador. Estranho. Talvez fosse a roupa!

Entro na sala e a turma me olha de certo modo.

-Senhorita Alice, o que quer dizer isso? A professora Cecília pede.

-O que?

-Essa sua roupa inadequada.- fala me olhando de cima a baixo.

-Ah eu tenho um bilhete e meu pai já ligou pra direção!- falo rápido de mais e fico me perguntando se ela entendeu o que eu falei. Mas sem mais de longas pego minha agenda e mostro o bilhete de Leonel.

Ela aponta a uma classe sozinha, no fundo da sala, a qual eu vou sem resmungar.

Ao passar pelas fileiras de classes repletas de “aliens” não consigo deixar de reparar os garotos, e garotas, que se virava para mim. Solto um riso abafado e finalmente me sento.

A aula passa sem mais delongas, e me lembro de John. Mais nitidamente do beijo que compartimos. Balanço a cabeça jogando as imagens do mesmo para a escanteio.

A declaração!

E assim, o sinal toda. Levanto, agora, tudo que eu necessitava espanhol. Eu mereço!

Suspiro, e ao entrar na sala é a mesma ladainha que a aula passada.

Apresento a agenda com as explicações de Leonel, passo recolhendo olhares até o “fundão” onde me sento perto da janela e começo a “compor” a declaração de John para Anabella.

-Alice, sua vez!- fala a professora me despertando do raciocínio para escrever a Braga “declaração”.

-O que foi?-peço completamente perdida na aula.

-É a sua vez!- ela fala sorrindo, como se quisesse dizer: “Vamos perua, sua coxinha agora ta fritando não é? Bem feito! Se ferrou! Quero ver responder!”

Olho para o quadro, onde ta escrito um monte de baboseiras, então olho um aluno atrás da professora que apontava para o que eu deveria dizer.

-El color de la camiseta de Pedro es blanco con rayas negras, y Giulia es de color rosa con rayas rojas.*- termino sorrindo, afinal, falei tudo certinho e a cara de decepção da professora compensaria qualquer erro.

A aula continua. Pego um pedaço de folha de caderno e agradeço em espanhol, o garoto que me ajudou. Se não fosse por ele, talvez a minha cozinha estivesse fritando!

O sinal do recreio toca. Pego o papel da serenata, e saio rapidamente da sala.

Davi e eu comemos no lado de forra da cantina. E mesmo depois de satisfeitos continuamos lá, conversando.

-Daí sabe a Valentina?-pede Davi fazendo cara de suspense.

-Sim!- respondo querendo saber da bomba.

-Parece que ta dizendo que esta grávida!

-Meu “Deus”! Sério? E quem é o pai?

-É o John Alice!

Me engasgo com a própria saliva, não acreditando nas palavras de Davi.Será mesmo?

*A cor da camisa de Pedro é branca com listras pretas, e as de Giulia é rosa com listras vermelhas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviews?^^